O juiz Federal Sérgio Moro negou nesta quarta-feira (10) o pedido da defesa de Márcio Faria para que fossem excluídos, de uma ação penal da Lava Jato, documentos enviados pela Suíça ao Brasil.
No último dia 2, Moro tinha suspendido a tramitação da ação penal na qual ex-executivos da Empreiteira Odebrecht são investigados na Operação Lava Jato. A decisão foi motivada pelo entendimento da Justiça da Suíça de que houve ilegalidade no compartilhamento de documentos entre o Ministério Público suíço e o Ministério Público Federal (MPF), sobre o suposto pagamento de propina a ex-funcionários da Petrobras.
A empreiteira recorreu para impedir que o Ministério Público brasileiro utilize os dados financeiros para sustentar as investigações da Lava Jato. De acordo com as investigações, o dinheiro era depositado em contas operadas pelo ex-diretores da estatal na Suíça, por meio de empresas offshore controladas pela Odebrecht.
Segundo a decisão de Moro tomada hoje, a defesa de Márcio Faria apresentou uma petição informando que o Tribunal Suíço “teria reconhecido a ilegalidade na remessa de tais documentos ao Brasil.
De acordo com Moro, a Corte suíça se pronunciou com relação a um recurso da off-shoreHavinsur, uma das off-shores que, de acordo com a acusação, teriam sido utilizadas pela Odebrecht para fazer os pagamentos. A Corte suíça reconheceu apenas erros procedimentais na transmissão dos documentos.
“Como o erro procedimental é suprível e sanável, a Corte denegou expressamente o pedido da Havinsur de que fosse proibida a utilização da prova ou que fosse solicitada a devolução imediata dos documentos”, diz a decisão de Moro.
“Portanto, considerando os próprios termos expressos da Corte Suíça, reconhecendo erro procedimental sanável e denegando a moção de proibição de utilização da prova no Brasil ou de solicitação de retorno dos documentos, indefiro o pedido da Defesa de Márcio Faria de exclusão das provas”, afirma o juiz.
Com a decisão, foi retomada a fase das alegações finais. O prazo para a defesa será encerrado em sete dias.
Acidentes nas rodovias paulistas durante o carnaval deixam 17 mortos
Entre os dias 5 e 10 de fevereiro, no feriado prolongado de carnaval, 17 pessoas morreram em acidentes ocorridos nas estradas estaduais paulistas. Segundo o Comando de Policiamento Rodoviário, o número é o menor registrado no carnaval desde 1994, quando o órgão começou a fazer este levantamento. No ano passado, ocorreram 21 mortes.
Neste ano, foram registrados 890 acidentes, cinco a menos que no ano passado, durante o período de carnaval.
Segundo o Comando de Policiamento Rodoviário, 561 veículos irregulares ou sem condições de segurança foram flagrados transitando pelas rodovias paulistas durante o carnaval e foram retirados de circulação. Foram aplicadas 20.193 autuações de trânsito, sendo 3,7 mil delas provocadas pela falta de uso do cinto de segurança ou cadeirinhas para crianças, 2.111 por ultrapassagens em locais proibidos e 1.463 por flagrante de direção sob efeito de álcool.
Sobe para 55 número de mortos no tremor de terra em Taiwan
Da Agência Lusa
O número de mortos devido ao tremor que atingiu o Sul de Taiwan no último sábado (6) aumentou hoje (11) para 55. O número de feridos subiu para 549 e 83 pessoas estão ainda desaparecidas, segundo o Serviço Nacional de Emergências.
Entre os mortos estão um bebê de dez dias, dois de seis meses e mais 13 crianças. Entre os que permanecem sob os escombros estão 64 adultos e 19 crianças.
As operações de resgate na cidade de Tainan, a mais afetada pelo tremor de magnitude 6,4, entraram hoje no sexto dia.
No edifício Dragão Dourado (Weiguan Jinlong), o mais atingido pelo terremoto, morreram 53 pessoas.
Nessa quarta-feira foram detidos o presidente da empresa construtora do edifício, Lin Ming-hui, e os seus sócios Chang Kui-an, arquiteto, e Cheng Chin-kui, executivo da empresa, acusados de homicídio por negligência profissional.
Os investigadores da Procuradoria de Tainan encontraram indícios de falhas na construção, que permitem acusar Lin e os seus sócios, mas também suspeitam de que os proprietários de alguns pisos do edifício tenham retirado pilares para ampliar o espaço das moradias.
Dilma pede que igrejas mobilizem fiéis na luta contra o Aedes aegypti
A presidenta Dilma Rousseff fez hoje (10) um apelo a todas as igrejas cristãs para que mobilizem os fiéis no combate ao mosquito transmissor do vírus Zika.
Dilma recebeu esta tarde, no Palácio do Planalto, líderes de diferentes denominações religiosas para pedir que ajudem na orientação à sociedade sobre o trabalho para eliminar os criadouros do Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre chikungunya.
A presidenta destacou que as lideranças religiosas possuem credibilidade para engajar os fiéis no combate ao inseto, evitando o acúmulo de água parada em casa. Segundo o governo, dois terços dos focos do mosquito estão localizados em residências.
Mais cedo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) lançaram a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, cujo objetivo é alertar sobre o direito de todas as pessoas ao saneamento básico e debater políticas públicas e ações que garantam a integridade e o futuro do meio ambiente.
De acordo com o bispo dom Flávio Irala, presidente do Conic, Dilma lançou fez o convite e lançou um “desafio” para que as congregações ajudem na mobilização. “Historicamente, somos deficitários quanto à questão do saneamento básico. Mas a gente vê uma grande vontade e um grande investimento que já tem sido feito pelo atual governo no sentido de resolver esse sério problema”, disse.
O bispo disse que o cuidado com o espaço comum também é de responsabilidade dos moradores, e não somente do Poder Público, e que o objetivo da campanha é fazer um “grande chamado” para que os cristãos participem dos conselhos municipais e cobrem melhorias no saneamento. Segundo o presidente da Aliança Batista do Brasil, Joel Zeferino, o tema ainda é um “grande problema” que não foi resolvido no Brasil.
“Antes da epidemia do Zika, nós temos milhares de outros problemas relacionados ao saneamento básico. As crianças ainda morrem de diarreia. Embora o Brasil tenha uma grande cobertura de água potável, ainda há locais onde as pessoas não têm acesso à água potável, e isso também mata as pessoas. É preciso que a sociedade cobre dos Poderes Públicos, sobretudo os municipais, sobre o investimento de recursos para solucionar o problema”, disse.
O arcebispo núncio apostólico da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, Tito Paulo Tuza, disse que vai orientar os padres da sua religião, que possui cerca de 200 mil fiéis, para que dediquem cinco minutos de cada celebração a orientarem as pessoas sobre a necessidade de se evitar o acúmulo de lixo e de água parada em casa.
Aborto
Diante do aumento dos casos de microcefalia em bebês filhos de mulheres que contraíram o vírus Zika, o debate sobre o aborto voltou à tona entre especialistas e religiosos. As lideranças das igrejas disseram que o tema não foi tratado na reunião com Dilma, mas concordaram com a urgência de se aprofundar no assunto.
De acordo com Joel Zeferino, a Aliança Batista do Brasil ainda não tem uma posição a respeito do tema. “Nós entendemos que este é um tema que precisa ser discutido com a sociedade de forma muito democrática e aberta, e sobretudo, é preciso incluir nesse debate as mulheres que sofrem esse aborto e sobretudo as mulheres de periferia das nossas cidades, as mulheres negras, que são aquelas que de fato fazem esses abortos ilegais. Todos falam a respeito do tema, menos as mulheres que sofrem esse aborto, então é preciso empoderá-las”, afirmou.
“Tudo isso é um processo que precisamos tratar com urgência da questão, mas ainda não temos nenhuma discussão feita”, disse Flávio Irala, bispo da Diocese Anglicana de São Paulo. Já a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia proíbe todos os casos de aborto, com exceção de quando as mulheres correm risco de morrer.
dado a diminuir o número de acidentes no trânsito. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram ligeira redução no número de acidentes ocorridos por influência do álcool, após a lei ter estabelecido tolerância zero e aumentado o valor da multa para quem for flagrado embriagado ao volante, em 2012. Naquele ano, foram registrados 7.594 acidentes; no ano seguinte, 7.526; e, em 2014, 7.391.
Dados do Ministério da Saúde, divulgados em dezembro de 2015, também mostram redução no número de mortes em acidentes de trânsito. Em 2013, foram registradas 42.266 mortes e, em 2014, 40.294 – uma redução de 5%.
Apesar da redução no número de acidentes, o país está muito distante da média mundial de 8,3 mortes por grupo de 100 mil habitantes. Atualmente, o Brasil atingiu a taxa de 19,9 mortos por grupo de 100 mil habitantes - o menor índice desde 2010, mas ainda distante da meta do Plano Nacional de Redução de Acidentes, de 2011, de reduzir em pelo menos 50% o número de mortes no trânsito até 2020.
“O Brasil tem feito muito pouco ou quase nada. Não existe uma estratégia com vista a atingir essa meta. Existem ações mais ou menos isoladas e que estão focadas em tornar a legislação mais rigorosa em alguns aspectos: excesso de velocidade, consumo de álcool. Isso tem sido objeto de algum rigor no código de trânsito e ações de fiscalização. Mais do que isso, a gente não vê”, critica o professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em trânsito Paulo Cesar Marques da Silva.
Para ele, ações de fiscalização, intensificadas durante períodos festivos como o carnaval, e campanhas educativas são mecanismos importantes, mas o país precisa avançar em ações integradas e em estratégias que diminuam a dependência do carro. Ele avalia que Poder Público deve liderar um debate sobre mobilidade urbana e investir no transporte público para evitar a dobradinha álcool e direção.
“Essa ação de proporcionar a mobilidade sem a necessidade de usar o automóvel facilita porque as pessoas podem se divertir sem ter a necessidade de usar o álcool. Tudo isso funcionando direitinho, a gente tem, lá na ponta, a redução do número de acidentes”, afirmou.
Segundo o professor, não se trata de demonizar o carro particular, mas de promover estímulo ao carro, ao transporte público e à segurança no trânsito. “Ninguém compra o carro para ficar parado. Mas existe a possibilidade de as pessoas comprarem o carro para usar no final de semana, de não precisarem depender do carro o tempo todo”, defende.
Mais rigor
Desde 2012 algumas alterações na lei aumentaram o rigor das punições e proporcionaram maior eficácia à fiscalização, prevendo novas formas de produção de provas, como fotos, vídeos e testemunhas, além do aumento no valor da multa que passou para R$ 1.915,30 - em caso de flagrante de embriaguez.
No Distrito Federal, a maior rigidez tem se refletido nos números. Em janeiro deste ano, o Departamento de Trânsito (Detran-DF) autuou 813 condutores por alcoolemia. No mesmo mês do ano passado, foram 1.110.
Especialista em trânsito, Paulo Cesar Marques da Silva disse que as operações de fiscalização tem chegado a locais com maior consumo de bebida alcoólica. “Em geral, o que tem havido é uma operação com mais inteligência a partir do estudo do comportamento e das áreas onde as pessoas usam mais álcool, horários de abordagem e que, no final das contas, é mais efetivo para evitar acidentes. Temos que lembrar que o objetivo maior não é punir, mas evitar que as pessoas causem ou se envolvam em acidentes”, disse o professor.
Efeitos do álcool
A psiquiatra e pesquisadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) Carolina Hanna Chaim alerta que pessoas sob o efeito de álcool apresentam dificuldades de percepção, coordenação motora e concentração, o que resulta em uma redução drástica na capacidade de dirigir. “As pessoas têm que ter consciência da gravidade desse comportamento. Muitas vezes, isso passa um pouco pela convivência coletiva, como se não fosse um hábito tão perigoso, mas é perigosíssimo porque você coloca em risco a sua vida e a de pessoas que não têm nenhuma relação com isso”, alertou.
Carolina observa ainda que o uso de álcool geralmente é associado a outras condutas perigosas ao volante como ultrapassar o limite de velocidade da via, não utilizar o cinto de segurança, dirigir cansado, sob o efeito substâncias psicoativas e, inclusive, o uso de celular. “A Lei Seca ajuda, ela foi uma iniciativa positiva, pois ajuda a conscientizar da gravidade e até coibir as pessoas que não teriam essa conscientização a partir de iniciativa própria, mas a lei, sozinha, não muda [a forma de agir das pessoas]”, afirma.
Para aumentar o nível de conscientização da população, a especialista aposta em ações focadas nos futuros condutores. “Com conteúdo mais interativo e que possa acessar esses jovens que no futuro serão os motoristas. Precisamos construir uma nova geração de motoristas mais conscientes.”
Receita libera lote de declarações retidas na malha fina
A Receita Federal liberou da malha fina mais um lote de declarações do Imposto de Renda Pessoa Física. Além de 2015, foram liberadas declaração retidas nos exercícios de 2008 a 2014. O crédito bancário para 63.885 contribuintes será realizado no dia 15 de fevereiro, totalizando o valor de R$ 150 milhões.
A Receita disponibiliza, ainda, aplicativo para tablets e smartphones que facilita consulta às declarações do IRPF e situação cadastral no CPF. Com ele é possível consultar, diretamente nas bases da Receita Federal, informações sobre liberação das restituições.
Os montantes de restituição para cada exercício e a respectiva taxa selic aplicada podem ser acompanhados na tabela a seguir:
A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no Centro Virtual de Atendimento e-CACno link Extrato do Processamento da DIRPF.
Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento pelo do telefone 4004-0001 (capitais).
Jornada de refugiados inclui perigos da travessia e desafios da integração
Na Síria tomada pela guerra, homens jovens, em geral, só têm duas opções: pegar em armas (pelo governo ou com os rebeldes) ou se recusar a lutar e ser preso. No dia 19 de setembro de 2014, autoridades do Exército bateram à porta de Alaa Houd, então com 27 anos, para recrutá-lo. Mas ele não estava mais lá. Na madrugada, havia se despedido da esposa e do filho de apenas 2 anos para arriscar a vida de outra forma: encarar uma longa jornada até a Europa para buscar melhores condições para a família.
“Eu pedi desculpas ao meu filho. Disse 'sinto muito por deixar você aqui e, desta vez, eu não sei se vou te ver de novo. Mas eu estou fazendo isso por você. Espero que você me perdoe se algo acontecer'”, relembra Houd, no único momento da entrevista em que os seus olhos se enchem de lágrimas. Essa é a lembrança mais vívida e mais doída da difícil travessia que o trouxe à Alemanha.
Para bancar a viagem, eles venderam a casa em que viviam e Hiba foi morar com o filho na casa dos pais.
À deriva
De Damasco, capital da Síria, Houd foi de carro para o Líbano, onde pegou um voo para a Turquia, com destino à cidade de Esmirna, na costa. “Lá há smugglers em todos os lugares, em cafés, em cada esquina”, conta o refugiado, se referindo aos traficantes de pessoas que viabilizam as travessias ilegais pelo Mar Mediterrâneo. Foi com o dinheiro da venda de uma casa em Damasco que Houd pode pagar o que eles pediam: 1200 euros para ir de bote inflável até a ilha de Kos, na Grécia.
“Estava abarrotado, a maioria sírios, como eu”, conta. Eles mesmos conduziram a embarcação improvisada. “O smuggler disse que era fácil, que era só seguir em direção a uma pequena luz no horizonte”. Mas não foi.
Cerca de uma hora depois, eles avistaram a Guarda Costeira e alguns refugiados furaram o barco. “Quando ela pega, leva todo mundo de volta para o país de partida. Algumas pessoas que estavam no barco já haviam passado por isso e tiveram medo de serem mandadas para a Turquia de novo”, explica Houd. Eles nadaram por três horas até serem resgatados pela Guarda Costeira da Grécia.
Depois de seis dias com a mesma roupa na ilha de Kos, ele conseguiu ser registrado como refugiado. Pelas leis europeias, o registro deve ser feito no país de entrada. De Kos ele foi para Atenas, em busca de um smugglerpara ir para a Alemanha. Por contar com recursos próprios, Houd pôde pagar um atravessador de novo: 3.800 euros por um passaporte falso e uma passagem para Frankfurt. “Eu me senti como James Bond, com documentos falsos, sentado num avião para a Alemanha”, brinca Houd, uma forma de aliviar o peso da experiência.
Quando Houd desembarcou em Frankfurt, não teve coragem de seguir com o passaporte falso. “Os alemães são conhecidos por reconhecer documentos falsos. Eu queria me privar de passar pela humilhação de ser pego pela polícia”, lembra. Então, decidiu se entregar. Primeiro foi ao banheiro, tirou uma foto do passaporte, mandou para a esposa, como recordação, arrancou a foto – a única coisa verdadeira naquele documento –, rasgou o restante e mandou descarga abaixo. Várias vezes, só para garantir. Depois, procurou a polícia no aeroporto. “Eu disse que havia chegado na Alemanha com passaporte falso e que era sírio, fugindo da guerra, e precisava me refugiar no país”.
As forças policiais encaminharam Houd a um centro de refugiados. Ele enfrentou nove meses pulando de centro em centro até, finalmente, conseguir a permissão para ficar no país e a chance de cumprir o que prometera ao filho: oferecer a ele uma vida mais segura.
Recomeço
Um ano e um mês depois da despedida, o reencontro. “Tudo o que eu fiz foi para esse momento”, diz Houd, sentado no sofá ao lado do filho, Gabriel, e da esposa Hiba, de 26 anos. Ela e o menino chegaram a Alemanha de avião, com as passagens pagas
Agora, eles moram em um apartamento pago pelo governo em Bonn, no noroeste da Alemanha. Quando ouve uma sirene, ou algum barulho mais forte vindo da rua, o pequeno Gabriel ainda esconde a cabeça embaixo do travesseiro. Mas logo ele se acostumará a uma nova realidade, sem bombas. Porém, não sem desafios. Cruzar fronteiras e enfrentar incertezas para chegar à Europa é só o começo de um processo árduo de adaptação e de integração.
O governo alemão cobre os custos de moradia e também oferece uma ajuda mensal para as despesas básicas do dia a dia. Mas conseguir esse apoio não é simples, diante da burocracia.
“Eles pedem muitos documentos e você não sabe onde conseguir, você não entende. Algumas pessoas só querem falar em alemão. Eu acho que deveria ter alguém que pudesse, por exemplo, fazer a tradução ou, então, que falassem em inglês. Eles sabem falar inglês, mas conosco, alguns não falam”, reclama Houd, que recorreu a colegas alemães e a organizações não governamentais (ONGs).
Durante três meses, a família síria viveu com os 400 euros que Houd recebia, até que Hiba e Gabriel foram reconhecidos pela agência responsável e também passaram a ter direito a receber uma ajuda mensal.
Conseguir uma vaga num dos cursos de integração, onde se aprende o básico da língua e as regras do país, também não é fácil. Ainda mais para quem não sabe ler e escrever no alfabeto romano – caso de quem fala apenas árabe. A fila de espera pode chegar a um ano. E conseguir o certificado de conhecimentos mínimos da língua é um passo crucial para engrenar uma vida nova na Alemanha.
Houd, que tem formação técnica em tecnologia da informação e também já trabalhou como vendedor, não vê a hora de conseguir um emprego. “Eu estou tentando aprender alemão rápido para começar a trabalhar. Porque eu não posso ficar aqui sentado sem fazer nada. O governo já nos ajuda bastante, e eu sou grato, e quero, agora, poder dar algo em troca”, diz.
A esposa, Hiba, que se graduou em literatura inglesa na Síria, por enquanto, só pensa em cuidar da família e em dominar o novo idioma. Para ela, ainda é difícil falar em sonhos, mas a jovem espera, no futuro, poder continuar os estudos e investir na própria carreira.
Via de mão dupla
A Alemanha é um país de imigração. Um em cada cinco habitantes vem de outro país ou é de família estrangeira. Na reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial, a vinda dos gastarbeiter (ou “trabalhadores convidados”) foi essencial.
Portugueses, italianos e, sobretudo, turcos contribuíram para o boom econômico nas décadas de 1960 e 1970. “As pessoas esperavam que eles fossem embora, mas eles ficaram e se tornaram presentes em todas as esferas da vida. Mas a compreensão disso por parte da sociedade tardou a chegar”, diz o geógrafo Benjamin Etzold, pesquisador da Universidade de Bonn. Comunidades estrangeiras, como a turca, foram mal integradas, o que resultou em isolamento e discriminação.
Para o especialista em migração, o desafio de integrar refugiados passa por um processo de mudança que envolve também os próprios alemães. “Integração só funciona vinda dos dois lados”, argumenta Etzold. “É necessário, por exemplo, criar centros culturais em cada região da cidade, onde as pessoas possam se encontrar, interagir e conhecer umas às outras”, argumenta. Para ele, as reações xenófobas ganham espaço entre aqueles que não têm contato com os recém-chegados e criam uma ideia sobre o tema apenas por meio da imprensa.
Para ele, a recepção calorosa e compreensiva de boa parte da população no auge da chamada “crise” de refugiados, no ano passado, deu o sinal de que a sociedade está mais aberta para recebê-los e para criar uma nova dinâmica na Alemanha atual. “O pensamento será: temos novos vizinhos, novos colegas; nós estudamos juntos, trabalhamos juntos, passamos tempo juntos. Não importa se eles são refugiados. O importante é que a gente se conheça”, espera Etzold.
Com a quadra lotada, Mangueira comemora vitória no carnaval
A quadra lotada da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, no bairro do mesmo nome, na zona norte do Rio, é a prova da alegria que tomou conta dos moradores da comunidade com a vitória no carnaval deste ano.
A escola foi campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro com 269,8 pontos. Com o enredo Maria Bethânia - a menina dos olhos de Oyá, a Mangueira homenageou a cantora baiana Maria Bethânia na segunda-feira (8), no Sambódromo da Sapucaí.
Este é o 18° título da escola, que ganhou pela última vez em 2002.
O carnavalesco Leandro Vieira, que estreou na Mangueira este ano, disse que fazer o carnaval da escola era um sonho que ele não imaginava há dois anos. “Imagina ser campeão. Hoje caiu a ficha: eu sou o carnavalesco da Mangueira”. Vieira disse que já tem algumas ideias para o enredo de 2017, mas não quis adiantar nada por enquanto.
Frequentadora da Mangueira há muitos anos, a contadora Érica Viana vibrou com a vitória de sua escola do coração. “Eu estava confiante que ela ia ganhar. O samba estava muito bom e o enredo também”.
Quem comemorou também foi o gaúcho Raul Oliveira, que vem ao Rio todos os anos para torcer pela Mangueira. “Depois de um jejum de 14 anos, o título é ainda melhor”, disse.
Paraíso do Tuiuti vence Série A do carnaval do Rio de Janeiro
A Paraíso do Tuiuti, escola de samba de São Cristóvão, na zona norte carioca, é a campeã da Série A do Carnaval do Rio de Janeiro, antigo grupo de acesso.
A escola conquistou 269,9 pontos com o enredo A Farra do Boi. Com o título, a Paraíso do Tuiuti ganha o direito de desfilar no Grupo Especial em 2017, a elite do carnaval do Rio.
O segundo lugar da Série A ficou com a Unidos de Padre Miguel, com 269,2 pontos; e o terceiro foi para a Viradouro, escola de Niterói, que recebeu 268,3 pontos.
A Caprichosos de Pilares ficou em último lugar, com 262 pontos, e caiu para a Série B. Em 2017, a escola terá que desfilar na Estrada Intendente Magalhães, no bairro do Campinho, zona norte do Rio.
Veja a classificação das escolas de samba da Série A do carnaval do Rio de Janeiro:
1º Paraiso do Tuiuti 269,9 pontos
2º Unidos de Padre Miguel 269,2
3º Unidos do Viradouro 268,3
4º Império Serrano 268,3
5º Porto da Pedra 267,9
6º Acadêmicos do Cubango 267,8
7º Império da Tijuca 267,7
8º Renascer de Jacarepaguá 266,5
9º Inocentes de Belford Roxo 266,2
10º Alegria da Zona Sul 265,9
11º União do Parque Curicica 265,6
12º Acadêmicos de Santa Cruz 265,3
13º Acadêmicos da Rocinha 263,5
14º Caprichosos de Pilares 262 pontos
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Carnaval de Brasília bate marca de um milhão de foliões
O carnaval de Brasília atingiu este ano pela primeira vez a marca de um milhão de foliões, segundo a estimativa oficial do Governo do Distrito Federal (GDF), atraídos sobretudo pelos blocos de rua, que a cada ano aumentam em quantidade e porte na capital do país.
O número soma o público de 870 mil foliões, registrado durante os dias oficiais de folia, às 200 mil pessoas que pularam o pré-carnaval brasiliense. O total é bem maior que o de 2015, quando o público foi de 370 mil pessoas.
Os blocos que juntaram as maiores multidões em 2016 foram o Raparigueiros (320 mil), o Galinho de Brasília (120 mil), o Pacotão (55 mil) e o Babydoll de Nylon (40 mil), segundo as estimativas oficiais.
O número recorde foi alcançado apesar do incentivo oficial reduzido em relação a anos anteriores, com um investimento de cerca de R$ 1 milhão, dez vezes menor do que em carnavais como o de 2014, segundo dados da Secretaria de Cultura. Em 2015, não houve incentivo oficial significativo. O GDF apoiou oficialmente 63 dos 81 eventos de rua registrados este ano.
“O carnaval não nasceu com dinheiro público, nasceu com a felicidade do povo de ir para a rua festejar. Acho que é isso que estamos buscando, tentando dar um apoio correto”, disse o secretário de Cultura do DF, Guilherme Reis, durante apresentação do balanço oficial do carnaval da capital.
“A tendência agora é a gente chamar a iniciativa privada a participar mais”, acrescentou Reis. Segundo o secretário, o governo pretende retomar em 2017 o desfile de escolas de samba do Distrito Federal, que não há ocorre há dois anos devido ao corte no incentivo oficial.
O governo não tem estimativas sobre os negócios gerados com a folia ou o número de visitantes atraídos pelo carnaval candango. “Isso é uma coisa que nós temos que avançar, em auferir esses dados”, reconheceu Reis.
Carnaval menos violento
Por outro lado, caiu o número crimes cometidos nos dias de folia no DF. Entre as 19h de sexta-feira (5) e as 3h desta quarta (10), foram registradas 285 ocorrências policiais, a maioria delas de furtos de celulares, de acordo com a secretária de Segurança Pública do DF, Márcia Araújo. O número é 25% menor que o registrado em 2015.
Nenhum homicídio foi registrado nos dias oficiais do carnaval, embora a SSP-DF não tenha contabilizado o assassinato a tiros de um homem em meio ao bloco Encosta que Cresce, no sábado anterior ao carnaval. O chefe da Polícia Civil do DF, Eric Sena, disse que, segundo as investigações em andamento, o crime foi um acerto de contas premeditado.
Outro incidente não contabilizado pela SSP-DF foi o esfaqueamento de dois homens por um soldado do Exército dentro de um vagão do metrô. A polícia avalia que o incidente não está relacionado ao carnaval. Três homicídios ocorridos nos arredores do Plano Piloto também não entraram no balanço do carnaval, por terem tido motivações diversas, segundo a secretaria.
“Atribuímos [a queda nas ocorrências] ao planejamento integrado que foi feito junto à sociedade civil, os organizadores dos blocos, junto com as agências do governo, num trabalho integrado com as forças de segurança e a Secretaria de Cultura, que demonstrou a visão de que nós devemos ter novos marcos regulatórios a partir deste ano”, disse Márcia Araújo.
Este ano, 145 motoristas foram autuados por dirigirem sob o efeito de álcool, 11 dos quais foram presos por estarem embriagados ao volante.
EUA encontram vírus Zika em tecido de bebês mortos no Brasil com microcefalia
O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) conseguiu identificar o vírus Zika em amostras de tecido de dois bebês com microcefalia que morreram no Brasil. A informação foi divulgada pelo diretor do instituto, Tom Frieden, durante um painel para membros do Comitê de Assuntos Exteriores do Congresso norte-americano.
A notícia, publicada pelo jornal USA Today e pela Fox News, afirma que Frieden explicou que novos testes ainda precisam ser feitos para que o CDC consiga confirmar a relação do vírus com a doença. Mesmo assim, para o diretor, “essa é a mais forte evidência, até agora, de que o Zika vírus é a causa da microcefalia [nos bebês cujas amostras foram analisadas]”.
O CDC tem recomendado a mulheres grávidas que planejam viajar às áreas infectadas pelo vírus Zika que considerem adiar a ida. Para os demais viajantes, a recomendação é de se proteger contra a picada de mosquitos.
Apesar de os Estados Unidos não terem registrado doentes infectados por mosquitos dentro do país, o presidente Barack Obama quer investir U$ 1,856 bilhão nos esforços de combate ao vírus. Na segunda-feira, Obama fez um pedido de reforço orçamentário ao Congresso.
O dinheiro será usado em programas de controle de mosquitos, pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina, e também vai servir para ajudar países afetados pelo vírus a combater o mosquito e controlar a transmissão da doença.
Estados Unidos acusam Rússia de favorecer Estado Islâmico
Da Agência Lusa
Os Estados Unidos acusaram nessa quarta-feira (10) a Federação Russa de estar “favorecendo diretamente” o grupo radical Estado Islâmico, ao bombardear grupos oposicionistas e civis na cidade síria de Alepo.
“O que a Rússia está fazendo favorece diretamente o grupo”, afirmou o emissário especial do presidente Barack Obama para a coligação anti-Estado Islâmico, Brett McGurk, ao depor na Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes.
A acusação foi feita na véspera do início de uma conferência internacional sobre o conflito na Síria.
Há uma semana, o governo de Obama, por meio do secretário de Estado, John Kerry, acusa os dirigentes de Moscou de “torpedear” os esforços de paz na Síria, com os bombardeios em Alepo, em apoio às forças terrestres do regime de Damasco.
Kerry chegou na noite de ontem a Munique, onde deve participar hoje de reunião para discutir o estabelecimento de um cessar-fogo e o acesso humanitário às cidades sírias cercadas.