domingo, 21 de junho de 2015
Sociedade de Ortopedia lança campanha sobre perigos dos fogos de artifício
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) lança hoje (21), em todo o país, a campanha de conscientização Fogos de Artifício - um Espetáculo Perigoso.
Levantamento feito pela entidade revela que o número de acidentes provocados por fogos de artifício triplica no mês de junho, com a proximidade da festa de São João (23) e o aumento dos festejos juninos em todas as regiões do país. “Nos momentos de festa, as pessoas bebem, perdem um pouco o senso do perigo e começam a transgredir algumas regras básicas de segurança” , disse à Agência Brasil o presidente da entidade, Marco Antônio Percope. Segundo ele, as pessoas deixam de ler e respeitar o que a fábrica ou o local de venda desses produtos recomenda aumentando as probabilidades de acidentes.
O resultado, segundeo ele, é o aumento de traumas ortopédicos registrados nas emergências dos hospitais nesse período do ano. A amputação de membros é o mais grave desses traumas.
Há ainda riscos de queimaduras nos olhos, inclusive com perda de visão, e problemas auditivos gerados por estampidos. Queimaduras também são frequentes. Mais da metade dos casos de queimadura de mão são em decorrência do uso de fogos de artifício. Cerca de 10% desses casos registram ainda amputação de dedo ou da própria mão. “É um problema de saúde pública sério porque ocorre em todo o país”, destacou Percone.
O estado que apresenta o maior número de acidentes com queimas de fogos é a Bahia (296 registros de hospitalização em quatro anos), seguido por São Paulo (289 casos), Minas Gerais (165), Rio de Janeiro (97), Paraíba e Paraná (61 casos cada), Ceará e Goiás (45 casos cada), Santa Catarina (44 casos) e Pará (37 casos), segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
O estudo aponta ainda 122 mortes decorrentes de queima de fogos, nos últimos 20 anos, sendo 48 no Nordeste, 41 no Sudeste, 21 no Sul e 12 nas regiões Norte e Centro-Oeste. “A maior causa de óbito são as queimaduras maiores, que envolvem grande parte do corpo”, disse Marco Antônio Percope.
O levantamento mostra ainda que, apesar de ser proibido o manuseio de fogos de artifício por menores de 18 anos, 23,8% dos acidentes ocorrem com pessoas dessa faixa etária. Outros 45,2% dos acidentados estão entre 19 e 59 anos e 28,8% têm mais de 60 anos.
A recomendação da entidade é que crianças e adolescentes não brinquem com fogos de artifício. “Esse é um dos motes da nossa campanha: orientar os pais sobre como manusear fogos de artifício e não deixar que crianças e adolescentes mexam com esses artefatos”, lembrou.
Durante todo o mês de junho, as regionais da sociedade vão distribuir folhetos educativos nas capitais e principais cidades brasileiras com orientações didáticas.
Estudante brasileiro premiado com voo espacial passa por treinamentos
“A Terra é azul”, foi o que disse o russo Yuri Gagarin, primeiro homem a ir ao espaço, ao ver o planeta à distância no dia 12 de abril de 1961. Desde essa descrição, as imagens da bola azul rodaram o mundo, gerando em muitos uma vontade quase infantil de viver a experiência de atravessar a atmosfera terrestre para vagar no vazio do universo.
O estudante de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Nehmem, será o primeiro civil brasileiro a realizar o sonho de muitos e ver o que Gagarin descreveu. “Eu vou ver a Terra azul, de fora, com o céu todo preto”, vibra o rapaz de 23 anos. Em 2013, Pedro ganhou o concurso realizado por uma empresa de aviação holandesa e garantiu lugar na nave que voará de 45 a 60 minutos a 103 quilômetros de altitude, ficando cinco a seis minutos na gravidade zero. “Receber a notícia foi uma experiência diferente, quase assustadora”, define Nehme. O voo suborbital será na nave Lynx Mark II, da empresa XCOR Aeroespace. Os testes com o veículo começam no segundo semestre e a previsão é que a viagem ocorra ainda este ano.
A preparação oficial de Pedro está sendo feita desde março deste ano. “O treinamento é focado no perfil do voo, então eu estou sendo submetido às mesmas acelerações do voo espacial para sentir na prática como vai ser”, explica. O treinamento para ir ao espaço é dividido em duas etapas. A primeira consiste em práticas de hipergravidade, que submetem a pessoa a gravidades altas. A última experiência do estudante nesse tipo de treinamento foi com a Força Aérea Brasileira (FAB), a bordo do avião do caça F-5 EM, do Esquadrão Pampa, na terça-feira (16).
“É bem rápido. Para se ter ideia, na subida atingimos 40 mil pés em cinco, seis minutos, enquanto em um avião comum demora meia hora para fazer o mesmo trajeto”, diz Nehmem. Segundo ele, a experiência foi tranquila, especialmente porque já havia se preparado, em março, numa centrífuga do Nastal Center, na Filadélfia, nos Estados Unidos.
O estudante passou por dois dias de treinamento na centrífuga para que aprendesse a reconhecer as forças a que será submetido. O exercício na máquina que simula gravidade alta consiste basicamente em contrair os músculos inferiores e do abdômen para que o sangue circule normalmente pelo corpo durante a alta aceleração, evitando que migre para os pés e músculos inferiores e cause desmaios.
“Fazendo o exercício, rapidamente você começa a sentir tudo voltando ao normal, incluindo o retorno da visão periférica, que também é comumente perdida durante a aceleração. Eu comecei a enxergar como se fosse num binóculo, mas ao contrair os músculos, voltei a enxergar direito.”.
Para a segunda etapa do treinamento, de microgravidade, Pedro vai para Moscou. “Lá eu vou experimentar a sensação de gravidade zero”.
Todo o treinamento está sendo financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB). Como contrapartida, Nehmem levará um experimento da AEB para o espaço.
Além dos exercícios, Pedro também passou por testes físicos no Instituto de Medicina Aeroespacial da FAB e está cuidando do condicionamento físico. Emagreceu 15 quilos, desde novembro de 2014, com atividade física diária e alimentação equilibrada.
“Todos esses treinamentos estão me deixando mais confiante, mais seguro para a viagem. Passar por tudo isso sem ter problema nenhum é um bom indicativo de que na viagem eu não terei nenhum problema, dado que as situações são quase as mesmas.”, afirma o estudante.
Em 2013, a empresa KLM lançou um balão no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, e perguntou a altitude em que o balão estouraria. A pessoa que acertasse o ponto ganharia uma viagem espacial. “Eu errei por 14 quilômetros, mas fui o que chegou mais perto”. Mais de 129 mil pessoas participaram da seleção.
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