sábado, 20 de junho de 2015

Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam cartel de empreiteiras, dizem PF e MPF

As investigações que resultaram na 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (19) pela Polícia Federal, revelam que as empreiteiras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras. Os presidentes das duas construtoras Marcelo Odebrecht e Otávio Marques Azevedo foram presos.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, as duas empreiteiras, no entanto, diferentemente das demais investigadas, usavam um esquema “mais sofisticado” de pagamento de propina a agentes públicos e políticos por meio de contas no exterior, o que exigiu maior aprofundamento das investigações, antes do pedido de prisão dos diretores das empresas.
De acordo com o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, três colaboradores – entre eles, os ex-diretores da Petrobras, presos em fases anteriores da Lava Jato, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco – disseram que receberam propina da Odebrecht no exterior, por meio de empresasoffshore. Esses pagamentos, segundo Lima, foram identificados pela PF e pelo MPF após colaboração com autoridades estrangeiras.
“Observou-se que, nas empreiteiras que foram denunciadas até aqui, o contato era diretamente com o [doleiro] Alberto Youssef e as empresas dele, em um esquema relativamente simples e fácil de comprovar. Entretanto, o esquema de lavagem que deparamos agora é de depósito no exterior”, explicou Lima.
Marcelo Odebrecht é preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato
Marcelo Odebrecht é preso pela Polícia Federal na Operação Lava JatoDivulgação Odebrecht
“Uma série de colaboradores nos indicaram os caminhos dos valores no exterior e isso reforçou, neste momento, a necessidade do pedido da prisão dos executivos dessas empresas”, acrescentou o procurador. “Esses colaboradores indicam que essas empresa fizeram pagamentos no exterior, então identificamos as empresas offshore que intermediaram os pagamentos. Quando temos três colaboras, o nível de confirmação aumenta consideravelmente”, completou.
Além do esquema de fraudes na Petrobras, as investigações que resultaram na deflagração da operação Erga Omnes identificaram que a Odebrecht também pode ter fraudado contratos para as obras da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.

Jovens da Baixada Fluminense participam de Festival de Circo Social na Itália


Os jovens Matheus Masaro e Jorge Neto, do Circo-Escola Benjamim de Oliveira, instalado no bairro Venda Velha, em São João de Meriti, vão representar o Brasil na 2 edição do Circomondo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Jorge Luiz Neto e Matheus Rodrigues vão representar o Brasil no Circomondo, na Itália   Tânia Rêgo/Agência Brasil
Jorge Luiz da Silva Neto, de 17 anos, treina acrobacia, malabares e anda de perna de pau. Matheus dos Santos Rodrigues, o Masaro, de 19 anos, está se aperfeiçoando nas técnicas de tecido, acrobacia de solo, perna de pau e malabares. Os dois são alunos do Circo-Escola Benjamim de Oliveira, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e vão representar o Brasil no segundo Circomondo – Festival Internacional de Circo Social, em San Gimignano, na Itália.
Eles embarcam amanhã (20) para participar de palestras, oficinas, workshops, exibição de filmes e desfiles pelas ruas, além do espetáculo de encerramento, que será montado durante os dias do festival, que termina dia 28. Únicos representantes da América no Circomondo, os jovens estão ansiosos para a troca de experiência com artistas do Afeganistão, do Quênia, do Líbano, da Espanha e da Itália.
“Estou ansioso e nervoso. Eu quero mesmo é trocar experiência, ensinar o que eu sei e aprender o que eles sabem. O que eles fazem é quase a mesma coisa que a gente, porque é tudo circo social. Eu acho que tenho nível para trocar experiência com eles”, diz Jorge Neto.
Masaro destaca que o circo, apesar de ser uma arte universal, tem suas particularidades regionais. “Por mais que seja uma arte universal, ela é desenvolvida de formas diferentes. Então, eu estou nessa expectativa de trocar com eles as técnicas, o modo de efetuar a técnica. Conhecer outras culturas para mim é muito importante e [também quero] ver como essa metodologia de circo social é desenvolvida em outros lugares.”
Segundo o secretário executivo da organização não governamental (ONG) Se Essa Rua Fosse Minha, responsável pelo circo-escola, César Marques, foram selecionados alunos que tenham, além de habilidade e técnica, comprometimento em repassar para os colegas o conhecimento adquirido no festival. “Isso gera mais expectativa, mais interesse nos outros [alunos], abrindo-se uma possibilidade real de intercâmbio cultural, de aumentar o capital cultural, e até uma alternativa real para quem pretende seguir carreira. Tem toda uma experiência de formação que eles trazem para remontar coisas por aqui, principalmente a ideia de abrir janelas e criar uma possibilidade para quem está na Baixada – que tem poucas alternativas culturais, profissionais – ver que se abre um mundo de possibilidades.”
Para Masaro, o convite para ir à Itália foi um divisor de águas na carreira. Ele é ator, arte-educador e artista circense. “Eu pretendo trabalhar o circo social em outros lugares, porque tem muitos países que não têm o circo social e têm muita carência de trabalhar o social. Pretendo me especializar na Escola Nacional de Circo, da Funarte [Fundação Nacional de Artes], trabalhando junto com o Se Essa Rua Fosse Minha, para depois difundir isso mais longe.”
De acordo com César Marques, a metodologia do circo social foi implantada no Rio de Janeiro em 1992, em uma parceira entre a ONG e a Intrépida Trupe, trabalho reconhecido internacionalmente por usar o conceito do circo como uma atividade pedagógica e uma maneira de pensar a cidadania a partir da arte.

Ajudando a mídia a difundir: SINAIS DE COLAPSO‏



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Dilma: Plano Safra da Agricultura Familiar terá 20% mais recursos que em 2014

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (19) que o volume de recursos do Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016 – que será lançado na próxima segunda-feira (22) – será 20% maior que o da última safra (2014/2015), quando o governo repassou R$ 24 bilhões ao setor. Dilma fez o anúncio em discurso durante a inauguração do complexo acrílico da multinacional Basf, em Camaçari, na Bahia.
“Vamos garantir que continuemos a fornecer alimentos de qualidade para a mesa dos brasileiros”, disse ela.
Dilma listou o Plano Safra da Agricultura Familiar, o Plano de Investimentos em Logística, anunciado há duas semanas, o novo plano de exportações (ainda sem data de lançamento) e a terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida como medidas da “agenda do futuro” do país, para ajudar na retomada da economia após o ajuste fiscal.
A presidenta lembrou que uma das medidas do ajuste, o projeto de lei que trata das desonerações na folha de pagamento para 56 setores da economia, ainda não foi votado pelo Congresso, mas disse que espera a aprovação até o fim de junho.
“Os ajustes são para equilibrar as contas públicas e, quanto mais rápido eles ocorrerem melhor, porque não queremos que nada interrompa o processo de desenvolvimento. Nenhum ajuste tem um fim em si mesmo, ele é feito para fornecer elementos para que possamos expandir e voltar a crescer aceleradamente”, disse Dilma. Ela afirmou que conta com a “grande parceria” dos parlamentares para aprovar a medida.
Dilma destacou a importância da instalação das novas unidades da Basf na Bahia e disse que a construção do complexo no Brasil reforça a parceria do país com a Alemanha. Ela citou a visita de Estado da chanceler alemã Angela Merkel em agosto como uma oportunidade para ampliar as relações entre os dois países. “A parceria com a Alemanha sempre vai significar parceria na área de investimentos e comércio e com a qualidade industrial que caracteriza a manufatura alemã”.
A Basf investiu mais de 500 milhões de euros na construção das três unidades do complexo, o primeiro da América do Sul a produzir ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes, usados na produção de fraldas para bebês, adesivos, tintas e outros produtos químicos para construção.

Em 16 anos, desmatamento da Amazônia Legal foi quase o tamanho de SP


Desmatamento
Segundo  o  IBGE,  desmatamento   caiu   quase   80%  na  região  no  período de 2004 a  2013Arquivo/Agência Brasil
O desmatamento da Amazônia Legal, no período de 1997 a 2013, chegou a 248 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho do estado de São Paulo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são da pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), divulgada hoje (19).
Segundo o IBGE, de 1991 a 2004 houve uma aceleração no desmatamento da Amazônia Legal, que subiu de 11.030 quilômetros quadrados para 27.772 quilômetros quadrados em apenas um ano. Desde 2004, a tendência se inverteu, chegando a 4.571 mil em 2012. Em 2013, houve uma nova alta, para 5.843.
Nesse período, mais de 350 mil quilômetros quadrados foram desmatados, sendo 122.131 só no estado do Mato Grosso.
A pesquisa também mostra que entre 2005 e 2013 foram desmatados 89.158 quilômetros quadrados, extensão que pode ser comparada a uma área equivalente à soma dos estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. O número é menor que o de 1997 a 2004, quando foi somada uma área de 159.078 quilômetros quadrados. Nesse caso, o total desmatado da Amazônia Legal superou o estado do Amapá.
Mata Atlântica
Mata  Atlântica  já  perdeu  85%  de  sua  mata
nativa, revela pesquisa Arquivo/Agência Brasil
De qualquer forma, o resultado da pesquisa mostra queda de 79,1% no desmatamento da região, quando comparado ao período entre 2004 e 2013. Segundo o IDS, pelo menos 15% da Amazônia Legal já foram desmatados.
Com mais de 85% da área desmatada, a Mata Atlântica perdeu uma extensão total de 1.120 milhão de quilômetros quadrados e contava com 163 mil quilômetros quadrados remanescentes em 2012. A área já destruída do bioma é maior que toda a Região Sudeste.
O Cerrado é o segundo bioma brasileiro que mais perdeu área, pelo menos 1 milhão de quilômetros quadrados a menos que sua área original, que hoje tem 50,9% do que já representou.
Na Caatinga foram desmatados 385.210 quilômetros quadrados em relação à sua área original. O total desmatado dos Pampas foi 96.289 quilômetros. O Pantanal perdeu a menor área em números absolutos: 23.159 quilômetros quadrados, ou 15,4% de sua área.

Mercado de trabalho perde 115,5 mil vagas em maio

O Brasil registrou retração de 115.599 empregos com carteira assinada no mês de maio, na comparação com abril. No período, foram admitidos 1.464.645 trabalhadores, número inferior ao das admissões registradas no mesmo mês, 1.580.244. O saldo representa queda de 0,28% no número de vagas no mercado de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (19) pelo Ministério do Trabalho. Em maio de 2014, o saldo de empregos formais foi positivo em 58.836 vagas.
No acumulado do ano, houve decréscimo de 243.948 vagas. No acumulado dos os últimos 12 meses, a retração chega a 452.853 postos de trabalho, o que, segundo o ministério, corresponde a um declínio de 1,09% no contingente total de empregos com carteira assinada do país.
Dos oito setores pesquisados, apenas um obteve saldo positivo: a agropecuária, que abriu 28.362 vagas, 1,83% a mais do que o resultado de abril.
Em termos absolutos, a indústria da transformação foi o setor que registrou a maior queda, com eliminação de 60.989 postos de trabalho, variação negativa de 0,75% na comparação com abril. Em termos proporcionais, o pior resultado foi o da construção civil, que teve queda de 1% na comparação com abril, o que corresponde a 29.795 vagas a menos. O setor de serviços também registrou queda, com o fim de 32.602 empregos formais.
São Paulo foi a unidade federativa que mais demitiu, com redução de 23.037 postos de trabalho. O segundo pior resultado foi o do Rio Grande do Sul (-15.815), seguido pelo Rio de Janeiro (-11.105) e Minas Gerais (-10.024). Com retração de 2,73% no número de vagas, Alagoas foi o estado com pior resultado em termos proporcionais.
Apenas quatro estados obtiveram saldo positivo: Mato Grosso do Sul, com ampliação de 534 vagas; Goiás , com mais 333; Acre, com mais 193;  e Piauí, que criou 63 vagas.

Economistas recomendam reservar dinheiro para enfrentar crise econômica

A reserva de dinheiro para emergências é uma opção para enfrentar o momento atual de crise na economia, com o aumento do desemprego e da inflação e, assim, fugir da inadimplência. A avaliação é da economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, Marcela Kawauti.
“As pessoas têm o costume de comprometer toda a renda com as parcelas. Quando vem o desemprego ou algum imprevisto, não tem para onde correr. É preciso antecipar um futuro não muito bom e fazer uma reserva financeira”, recomenda a economista.
Ela orienta que se façam cortes no orçamento familiar para fazer essa reserva, como reduzir a frequência em restaurantes, por exemplo. “Privilegie as compras à vista. Se não tiver dinheiro, espere dois ou três meses economizando”, sugere.
Outro passo para evitar a inadimplência, segundo a economista, é trocar dívidas mais caras por mais baratas, como tomar crédito consignado - com taxa média de juros de 26,9% ao ano em abril, segundo o Banco Central -, para pagar o cartão de crédito, hoje com taxa do rotativo em 347,5% ao ano.
“Do mesmo jeito que o consumidor pesquisa os preços de uma geladeira antes de comprar, precisa pesquisar as taxas de juros mais adequadas”, destaca a economista. Outra solução é fazer a portabilidade de crédito, ou seja, levar o empréstimo de um banco para outro que ofereça taxas menores.
Para quem já caiu na lista dos inadimplentes, a solução, segundo orientação de economistas, é renegociar a dívida, começando pelas mais caras.
“Se está em uma situação muito difícil, perdeu o emprego, é importante ser proativo na gestão da dívida. Existe uma maneira de renegociar. Pode parcelar por um período mais longo, negociar desconto de juros. Comece pelas dívidas mais caras como cartão de crédito e cheque especial, senão vira uma bola de neve de um mês para o outro”, orienta o economista Alexandre Nobre, sócio da RCB Investimentos, empresa de aquisição e gestão de carteiras de crédito e recebíveis.
Marcela Kawauti também orienta que o consumidor endividado venda algum bem, como o carro, para pagar uma dívida que esteja fora de controle. "É uma situação provisória. Depois, o consumidor pode comprar outro carro".
Os economistas destacam que os principais fatores que levam à inadimplência atualmente é odesemprego e a alta dos preços. “A inflação come do bolso do indivíduo”, diz Nobre. E o desemprego, ressalta, tem atingido principalmente a indústria, em segmentos como da construção civil, petróleo e gás e veículos.
De acordo com os economistas, somente no próximo ano se espera alguma melhora na inadimplência. “Não acho que a inadimplência esteja muito descontrolada, mas há uma piora gradual”, diz Nobre. Para o economista, a melhora deve acontecer em meados do primeiro semestre do ano que vem, com a economia se recuperando.
Já para Marcela Kawauti somente no segundo semestre de 2016 a inadimplência deve recuar e a economia vai mostrar sinais positivos. “É como em uma ladeira, você não consegue frear com tudo para poder voltar a subir. A velocidade da queda é forte. Por isso, só no segundo semestre do ano que vem para ter alguma melhora”, diz. Porém, a economista acredita que a inadimplência não deve aumentar descontroladamente este ano, porque os bancos estão emprestando menos.
De acordo com o SPC Brasil, mais de 2 milhões de brasileiros entraram para a lista de inadimplentes entre dezembro de 2014 e maio deste ano. No total, o SPC estima que em amio havia cerca de 56,5 milhões inadimplentes.

Presos na 14ª Operação Lava Jato fazem exames no IML

Os presos na 14ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), estão fazendo exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. Segundo a PF, os presos deixaram a carceragem por volta das 9h30 e foram conduzidos em comboio até o IML para passarem pelo exame. Eles chegaram por volta das 10 h ao instituto. Ao todo são 12 presos nessa nova fase da Operação Lava Jato.
A 14ª fase da operação, denominada Erga Omnes, expressão latina no meio jurídico para indicar que os efeitos da lei atingem a todos os indivíduos, é uma referência ao fato de as investigações alcançarem, mais de um ano depois de deflagrada a primeira fase da operação, as duas maiores empreiteiras do país, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.
As investigações que resultaram na décima quarta fase da Operação Lava Jato revelam que as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras. Os presidentes das duas construtoras, Marcelo Odebrecht e Otávio Marques Azevedo, foram presos.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, as duas empreiteiras, no entanto, diferentemente das demais investigadas, usavam um esquema “mais sofisticado” de pagamento de propina a agentes públicos e políticos por meio de contas no exterior, o que exigiu maior aprofundamento das investigações, antes do pedido de prisão dos diretores das empresas.

A Essência do Babovismo

Mesmo tendo fracassado, Babeuf e o seu diretório secreto traçou certas coordenadas para a ação revolucionária que irão se imitadas e seguidas pelos mais diversos agrupamentos de ação que se formaram ao longo da história do movimento socialista e radical europeu e internacional, sendo seguidos por Louis-Aguste Banqui, Vladmir Lenin ou Ernesto “Che” Guevara.
A primeira dessas características é a ideia do substituismo, isto é, o direito que um grupo de homens de ação passa a outorgar-se em agir em substituição às massas apáticas. Considerando-se os portadores de uma vontade popular emudecida e paralisada, atuam como os lugar tenentes delas. Ao tomar o lugar das massas, fazem o que, na sua imaginação, o povo gostaria de fazer. Trata-se da mesma lógica seguida por Lenin na sua concepção da “vanguarda do proletariado”, e a de Che Guevara com a teoria do “foquismo revolucionário”. A segunda dessas características herdadas do babovismo, é um certo descaso para com as chamadas condições objetivas, um desprezo para com a realidade circundante, acreditando que a vontade política em agir, em tomar de assalto o poder, é talvez mais determinante do que o desejo das massas em se insurgir. Para eles o povo sempre é suscetível a ideia de uma revolução, mas encontra-se paralisado por uma série de razões. A terceira, é uma arraigada desconfiança para com os procedimentos democráticos. Como as eleições são incapazes de implantar a tão esperada e anunciada República dos Iguais, os babovistas, e todos aqueles que neles se inspiraram, tendem a menosprezá-las como um instrumento legal e válido para se atingir a comunidade igualitária, ou sequer capaz de distribuir as riquezas.
Chega-se então à derradeira característica do babovismo: o recurso à violência para abolir o império da propriedade e implantar o reino final da igualdade. Um núcleo coeso de homens decididos, imbuídos da justiça, causa que abraçam, tomados por uma vontade inquebrantável, poderá ascender ao poder por meio de um golpe revolucionário e mudar o destino da sociedade, quiçá da humanidade inteira.

Um Paleocomunista

Uma série de críticos marxistas, especialmente no nosso século, viram Babeuf porém com outros olhos. Ao analisarem com mais cuidado o projeto econômico dele (a instituição de uma república igualitária baseada na completa distribuição das terras somadas a uma produção basicamente artesanal), viram-no como um defensor de um programa socialmente arcaico. Alguém que não levara em consideração os avanços tecnológicos e industrias, já bastante visíveis no século XVIII (afinal era o século da máquina a vapor, a era de James Watt), com a formação dos parques fabris e da classe operária. O projeto econômico e social de Babeuf, se aplicado, significaria um retorno a uma sociedade medieval, com suas comunas rurais e sua modesta produção artesanal doméstica, a um formigueiro coletivista enfim, negando assim toda e qualquer filiação com as mais elevadas expectativas de progresso ético e técnico do Iluminismo. Classificaram ele entre os que Marx denominou de “socialistas feudais”, um paleocomunista que não percebera ainda o vigor das novas forças produtivas desencadeadas pela revolução industrial do seu tempo.


Fonte: História por Voltaire Schilling

Presos na Operação Lava-Jato fazem exames de corpo de delito no IML em Curitiba