segunda-feira, 15 de junho de 2015

Mandato de 5 anos

 O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite, em primeiro turno, o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos, inclusive o de prefeitos e vereadores. Entretanto, como a emenda sobre os cinco anos não preferiu transição para mandatos de prefeitos e vereadores em relação às eleições de 2016, o Plenário votará outra emenda fixando em quatro anos o mandato nas eleições de 2016. Assim, se aprovada a emenda, o mandato de cinco anos valerá a partir de 2020. Haverá ainda pleitos em 2022 (gerais), 2025 (municipais) e 2027 (gerais). Os deputados também rejeitaram ontem emenda à PEC da reforma política (182/7), que previa a coincidência das eleições municipais e gerais, e o fim do voto obrigatório.


Fonte: Correio do Povo, página 3 de 11 de junho de 2015.

Informação contra golpes

Não é de hoje que delinquentes tentam formas variadas de enganar pessoas para obter dinheiro fácil. Os golpes costumam ter a marca ardil próprio dos estelionatários e, frequentemente, contam com a própria participação da vítima, que é levada a desempenhar um papel ativo na armadilha e só descobre o engodo quando o malogro já está perpetuado. Exemplo desse tipo de investida está no chamado conto do bilhete, em que a vítima entrega dinheiro ou joias para ficar com o bilhete premiado.
Agora, com o advento da internet, outras modalidades de delitos vêm sendo constatadas. Uma delas é o boleto falso, simulando uma cobrança real. Também está na moda o envio de um anexo no qual a pessoa clica e instala, inadvertidamente, um programa espião que vai permitir uma manipulação à distância dos seus dados pessoais e bancários. Ainda são tidas notícias, igualmente, de casos de extorsão por telefone, seja pelo falso prêmio, seja pela simulação de um sequestro de um membro da família.
Em todos esses casos, as autoridades recomendam que as pessoas estejam alertas para não serem enganadas. Além disso, é importante ter e compartilhar a informação sobre os métodos empregados pelos criminosos em busca de vantagens indevidas. A sociedade deve se proteger contra esses crimes, que lesam o patrimônio alheio e servem, não raras vezes, para capitalizar organizações criminosas. A sofisticação dos métodos dos delinquentes exige reação do poder público e atenção das potenciais vítimas.


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 5 de junho de 2015, página 2.

'Impossível ser ligada a escândalo', diz Dilma

Segundo a presidente, corrupção na Petrobras se limita a cinco funcionários

Em entrevista a uma emissora de TV francesa, divulgada ontem, a presidente Dilma Rousseff disse ser impossível que se aponte ligação entre ela e o escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras, investigado na Operação Lava Jato. Dilma fez a afirmação após o jornalista Marc Perelman perguntar se a presidente assumiria as consequências caso as investigações cheguem até ela. “Eu não respondo a esta questão porque eu não estou ligada. Eu sei que não estou nisso. É impossível. Lutarei até o fim para demonstrar que não estou ligada. Eu sei o que eu faço. E eu tenho uma história por trás de mim. Neste sentido, eu nunca tive uma única acusação contra mim qualquer malfeito. Então, não é uma questão de 'se'. Eu não estou ligada”, disse.
A entrevista foi feita na sexta-feira. No mesmo dia, Dilma também falou à TV Deutsche Welle (Alemanha) e Le Soir Belgique (Bélgica). Hoje, Dilma viaja para Bruxelas, onde vai participar da Cúpula da União Europeia – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que reunirá líderes de países europeus e americanos.
Dilma ressaltou que candidatos de outros partidos, além do PT, também receberam dinheiro das empresas investigadas na Lava Jato de forma legal e questionou porque somente o PT foi destacado. “Estão tentando envolver a minha campanha. Não existe nenhuma evidência que prove irregularidade na minha campanha. Não só em 2010, como também em 2014, todos os candidatos concorreram comigo receberam dinheiro dessas empresas de forma legal.”
A presidente disse ainda que o esquema de corrupção não pode ser chamado de “escândalo da Petrobras” porque alguns funcionários se envolveram em irregularidades. “É muito importante entender que a Petrobras tem mais de 30 mil empregados e cinco envolvidos. O escândalo da Petrobras é escândalo de um determinado funcionário que era diretor na Petrobras.


Fonte: Correio do Povo, página 3 de 9 de junho de 2015.

Na Praça da Revolução

A má fama dele estava feita. Quatro meses depois da sua estreia espetacular foi transladada para a Place du Carroussel, onde decepou uma penca de seguidores da monarquia caída em desgraça. Para o supliciamento de Luís XVI foi removida para um lugar maior, a Place de la Concorde, onde o rei sucumbiu em 21 de janeiro de 1793. Nos tempos de paroxismo do terror, chegou a alimentar-se de 30 cabeças por dia. A maioria delas enviadas ao cadafalso pelo inquisidor e acusador mor da revolução, o juiz Fouquier-Tinville, presidente do Tribunal Revolucionário. Nos dez meses que durou a histeria de uma república que se sentia sitiada, abateram-se, segundo um minucioso pesquisador, 16.594 pessoas, aos quais deve-se acrescentar uma das 30 ou 40 mil vítimas por toda a França.

Criadores como vítimas

Nem todos eram nobres. Em sua grande parte eram o que Robespierre denominava de “satélites da tirania”, gente comum que prestava serviços e dava sua simpatia à causa dos aristocratas. Foi um dos maiores festivais de sangue que a França conheceu.
Não demorou muito para que aqueles que dela fizeram largo uso, condenando seus adversários políticos a serem decepados, também fossem por ela vitimados. Primeiro doi Georges Danton e, no Termidor, Robespierre, Saint-Just e todo o estado maior dos jacobinos.

Auto de fé revolucionário

Os guilhotinamentos eram verdadeiros espetáculos populares. A multidão, desprovida de cricos, de estádios, de qualquer outro lazer, transformou a frequência à praça do cadafalso num programa patriota e familiar.
De certa forma o cenário inteiro, a prisão dos suspeitos, a denúncia sem provas, as vítimas expostas à execração pública, seguida da profanação dos corpos lembravam muito aos autos de fé dos tempos da Inquisição católica.
As crianças eram erguidas sobre os ombros para que vissem o estertor dos inimigos da revolução. Bem perto da máquina ficavam as tricoteuses, as tricoteiras, mulheres envoltas em linhas e agulhas que, próximo das vítimas, as injuriavam.
Exultavam com o olhar de desespero dos adversários quando contemplavam aquela porta sem batente, aquele magnífica exatidão das paralelas, a impecável geometria, armada por um triângulo negro, carrancuda, gotejando sangue em seu gume, exigindo justiça social.

Projeção

Depois daqueles dias de abril, faz pouco mais de dois séculos, nunca mais a aristocracia se recuperou. O fantasma daquela máquina mortífera não cessou mais de atormentá-la. Nenhum outro instrumento executor de uma sentença de morte foi mais conhecido nos tempos contemporâneos do que a guilhotina. De certa forma o largo emprego que os revolucionários deram a ela depois de 1792 ajudou a infamar a causa de 1789, ampliando a legenda negra que envolveu a Revolução Francesa. Para muita gente, a palavra revolução passou a ser sinônimo de guilhotina. Este triste aspecto fez por ensombrecer as conquistas notáveis da Revolução de 1789, além, claro, de lançar no opróbrio o nome do doutor Guillotin.


História por Voltaire Schilling

IGP – DI mostra perda de força

Rio – Depois da alta de 0,92% em abril, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou 0,4% em maio, taxa 0,52 ponto percentual menor que a anterior. O indicador foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apontou queda dos preços ao produtor. Com peso de 50% na composição do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo registrou variação de 0,19%, desaceleração de 0,92 ponto.


Fonte: Correio do Povo, página 7 de 10 de junho de 2015.

Idosa conquista doutorado

Hamburgo – A pediatra alemã Ingeborg Syllm-Rapoport, de 102 anos, recebeu oficialmente nesta terça-feira o diploma de doutorado do qual havia sido privada em 1938 pelos nazistas por causa de suas origens judaicas – informou a clínica universitária de Hambourg-Eppendorf (UKE). A instituição estima que a médica seja “provavelmente a pessoa mais velha do mundo” a receber u título como este.
Ingeborg estudou medicina em Hamburgo, trabalhou como médica assistente no hospital israelita da cidade entre 1937 e 1938, período durante o qual escreveu sua tese de doutorado – consagrada à difteria. Porém, ela nunca pôde defender sua tese porque as autoridades universitárias, “em cumprimento às leis em vigor” a impediram. No último dia 15 de maio, Ingeborg passou com louvores na sustentação oral perante uma banca avaliadora integrada por três professores que foram de Hamburgo até a casa onde ela vive, em Berlim.


Fonte: Correio do Povo, página 10 de 10 de junho de 2015.

HSBC venderá suas operações

 O HSBC decidiu encerrar suas atividades no Brasil e na Turquia, passando a atender apenas grandes corporações. O objetivo é reduzir custos e cortar vagas. Três bancos estão na disputa pela instituição.



Fonte: Correio do Povo, capa da edição de 10 de junho de 2015.

HSBC negocia venda com três bancos

Bradesco, Santander e Itaú teriam feito ofertas pela operação no país

Londres – O HSBC Holdings, maior banco da Europa, informou ontem um plano estratégico para restaurar lucros até 2017. Pela manhã chegou a ser noticiado o encerramento das atividades no Brasil. Em nota emitida pela instituição, porém, o HSBC Brasil afirmou estar em processo de venda e não de encerramento de operações: “O banco segue operando, e mesmo após a venda, seguirá prestando serviços a clientes”. A notícia provocou manifestações de funcionários.
A instituição também deverá eliminar quase 50 mil postos de trabalho no mundo na tentativa de reduzir custos de até 5 bilhões de dólares. Fontes afirmam que o banco negocia a venda das operações no Brasil com o Bradesco, o Santander e o Itaú. Conforme a instituição, 25 mil empregos serão cortados na venda das operações no Brasil e na Turquia, mas há informação sobre quando isso aconteceria. No caso do Brasil, o HSBC só continuaria funcionando para grandes decorações. Deverão ser cortadas de 20 mil a 25 mil vagas em tempo integral, ou 10% da força de trabalho. Somente no Reino Unido 8 mil postos poderão ser fechados.
Fontes próximas à negociação afirmaram que o Bradesco deve desembolsar entre 3,2 bilhões e 4 bilhões de dólares pela unidade brasileira do HSBC, que não é rentável. Em 2014, houve prejuízo de R$ 441 milhões. No Brasil há 853 agências. O Bradesco estaria disposto a pagar em dinheiro, segundo as fontes. Além disso, teria mais facilidade de integrar os ativos e de obter aprovação do governo do que um banco estrangeiro como o Santander, que também fez uma oferta. A compra, no entanto, não seria suficiente para o Bradesco passar o Itaú Unibanco em ativos. O HSBC é o sexto maior banco do país em ativos, segundo os balanços das instituições. O Bradesco passaria a ter R$ 1,18 trilhão em ativos, comparado com R$ 1,3 trilhão do Itaú. O Banco do Brasil é o maior, com R$ 1,54 trilhão. O Itaú, apesar de ter feito oferta, teria menos interesse por já ter o maior valor de mercado no Brasil. O Goldman Sachs Group coordena a venda.


Fonte: Correio do Povo, página 8 de 10 de junho de 2015.

HSBC dá fim ao Swissleaks

Pagamento de 43 milhões de dólares é parte de um acordo para encerrar as investigações na Suíça

Genebra – O HSBC pagará 40 milhões de francos suíços, cerca de R$ 43 milhões de dólares ou R$ 134 milhões, como parte de um acordo para encerrar a investigação do Ministério Público de Genebra sobre lavagem de dinheiro na filial suíça do grupo britânico. O escândalo ficou conhecido mundialmente como Swissleaks. Essa é a maior multa já imposta por autoridades de Genebra, segundo o promotor- chefe local, Olivier Jornot.
Os promotores do MP suíço estavam investigando o HSBC e funcionários suspeitos de auxiliar clientes a esconder bilhões de dólares no país europeu entre 2006 e 2007. Policiais fizeram uma operação de busca e apreensão na sede do banco e em diversos escritórios da instituição em Genebra para apurar as suspeitas.
Os dados do Swissleaks foram vazados por um funcionário do HSBC, o ex-técnico de informática Hervé Falcian, e analisados por um grupo de jornalistas chamado Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Falciani é acusado pelas autoridades suíças de roubo de dados. Atualmente, ele mora em Paris, e usa disfarces para evitar uma extradição.
Em fevereiro o consórcio começou a divulgar informações. De acordo com o jornal francês Le Monde, cerca de 180,6 milhões de euros (R$ 600 milhões) pertencentes a mais de 100 mil clientes e 20 mil pessoas jurídicas transitaram entre novembro de 2006 e março de 2007 por contas bancárias na Suíça, escondidos atrás de sociedades offshore. A França compartilhou a lista com investigações abertas em outros países, como o Brasil. Mais de 6 mil contas no valor de R$ 20 bilhões têm relação com clientes brasileiros, entre eles ex-funcionários da Petrobras. A Receita Federal e a Polícia Federal (PF) estão apurando essas operações. No final de março, a Receita Federal recebeu 8.732 arquivos eletrônicos do HSBC, que são investigados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Espanha e Bélgica também abriram investigações.
Em uma declaração emitida pelo banco HSBC indicou que concordou em pagar a compensação por não ter conseguido evitar crimes financeiros no passado. No texto, o banco acrescenta que a investigação da promotoria identificou que nem o banco e nem os seus empregados são suspeitos de cometer crimes atualmente.

Fonte: Correio do Povo, página 5 de 5 de junho de 2015.


Haiti: militares da ONU cometeram abusos

Relatório revela troca de favores por sexo no país devastado

Porto Príncipe – Tropas de Paz da ONU no Haiti trocaram assistência, alimentos e remédios por sexo. A denúncia faz parte de uma auditoria da ONU sobre o país – que conta com tropas estrangeiras.
Em 2014 investigadores entrevistaram 231 pessoas. Muitas mulheres que se submeteram aos soldados pediam alimentos, remédios, moradia e produtos para recém-nascidos. Em troca de “favores sexuais”, elas recebiam “sapatos, celulares, computadores e perfumes, além de dinheiro”.
No relatório, que deve ser publicado ainda neste mês, a ONU aponta que um terço dos casos envolveu vítimas com menos de 18 anos de idade. Apenas sete das entrevistadas sabiam que as Nações Unidas proíbem a exploração sexual. “Nenhuma delas sabia da existência de uma linha telefônica para denunciar essa situações”, indicou a investigação. O relatório não revela quantos soldados estão envolvidos, nem detalha suas nacionalidades.
Em todo o mundo, a ONU afirma ter registrado 480 alegações de abuso sexuais cometidos por seus soldados entre 2008 e 2013. Este é um problema recorrente dez anos após o lançamento pela ONU de uma estratégia para combater o abuso sexual em suas missões, que reúnem com cerca de 125 mil pessoas no mundo. Quatro das 16 missões de paz da ONU são particularmente afetadas, de acordo com o relatório: Haiti, República Democrática do Congo, Libéria, Sudão e Sudão do Sul.


Fonte: Correio do Povo, página 11 de 12 de junho de 2015.