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domingo, 7 de junho de 2015
Pelo 5º ano, Brasil é último em ranking sobre retorno dos impostos
Os haitianos e a restrição à França e aos Estados Unidos
Os
haitianos têm restrições à França, da qual se tornaram
independentes em 1804, e aos Estados Unidos.
Windows 10 estará disponível em julho
A Microsoft anunciou
ontem que a última versão do seu sistema operacional será
disponibilizada no dia 29 de julho. A nova atualização do software
Windows 10 será gratuita para aqueles que ainda utilizam o Windows 7
e Windows 8.1. A versão será lançada em 190 países. O Windows 10
virá pré-instalado em computadores e tablets compatíveis com a
Microsoft e estará à venda só no final do ano. A empresa tem
grandes expectativas para Windows 10, projetando em 1 bilhão de
dispositivos até 2018. A ideia é conquistar desenvolvedores de
aplicativos.
Fonte: Correio do Povo,
página 6 de 2 de junho de 2015.
Como ganhar dinheiro online de verdade
Posted: 01 Jun 2015 12:00 AM PDT
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Marinha do Brasil e 8 órgãos abrem inscrições para 2,3 mil vagas na segunda-feira 01/06
Posted: 01 Jun 2015 01:11 AM PDT
Concursos 2015 - Concursos abertos nesta semana oferecem salários que chegam a R$ 27.500,17 no Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região, no Maranhão. Somente na Prefeitura de Araruama (RJ) são 1.727 vagas. Marinha 32 vagas no quadro técnico do Corpo Auxiliar da Marinha (CP-T) em 2015. Inscrições podem ser feitas pelos sites www.ensino.mar.mil.br e www.ingressonamarinha.mar.mil.
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Posted: 01 Jun 2015 01:15 AM PDT
Concurso Unicamp 2015 - Um Professor Doutor será contratado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), por meio de Concurso Público. O docente deve ministrar aulas na área de Práticas Interpretativas, nas disciplinas Clarineta de I ao VIII e Música de Câmara do I ao IV do Departamento de Música, do Instituto de Artes. Preferencialmente, o Professor deve atender em regime de dedicação
|
Por que o El Niño deve se intensificar?
A ilustração acima mostra a anomalia de temperatura do mar nas
últimas semanas no oceano Pacífico Equatorial (entre as longitudes
100º Leste e 60º Oeste). Detalhe na ilustração que ela mostra a
anomalia da temperatura das águas entre a superfície (0m) e 450
metros de profundidade. É um recorte vertical térmico do oceano. E
o que salta aos olhos? Cresce rapidamente uma enorme área de águas
muito mais quentes que o normal abaixo da superfície. A tendência é
que esta grande quantidade de águas quentes no que se denomina
tecnicamente de Onda Kelvin, alcance a superfície, o que deve
determinar que as águas superficiais aqueçam nas próximas semanas.
Hoje o El Niño no Pacífico Central (região Niño 3,4) é fraco com
anomalia de + 0,7ºC, mas existe água até 5ºC mais quente que o
normal abaixo da superfície. O Pacífico Equatorial Leste (Niño
1,2) já teve aquecimento rápido. Por isso, a crença da MetSul é
que o episódio de El Niño fraco nos dias de hoje deve se
intensificar no restante deste outono.
Fonte: Correio do Povo, coluna Tempo e Clima, página 19 de 16 de
abril de 2015.
Padrão lembra Super El Niño de 1997/1998
O El Niño
agora está nas manchetes, mas é tema na coluna Tempo e Clima do
Correio do Povo há meses. Os australianos anunciaram o
retorno do fenômeno agora, contudo a MetSul alerta desde o começo
do ano e os americanos confirmaram em março. Volta do El Niño,
assim não é novidade. O que é novo? O El Niño está configurado
no Pacífico Equatorial e se intensificando. Hoje, a anomalia de
temperatura da superfície do mar (TSM) no Pacífico Leste (Niño
1+2) de +2,3ºC é a mais alta da região desde 10/6/1998, quando a
anomalia era de +3,0ºC no Super El Niño de 1997/1998. O Pacífico
Central (Niño 3,4), área usada na classificação da intensidade do
fenômeno, está com +1ºC, no limite de El Niño fraco e moderado, e
aquecerá. Os sinais oceânicos e atmosféricos no Pacífico agora
recordam muito maio de 1997, início do Super El Niño de 1997/1998,
o que preocupa. Os efeitos de El Niño serão sentidos nos próximos
meses com excesso de chuva e risco crítico de enchentes no Sul do
Brasil, sobretudo no inverno e na primavera.
Fonte:
Correio do Povo, página 19 de 14 de maio de 2015.
Os ensinamentos budistas
Buda, que viveu provavelmente durante o século VI a.C. No Nepal,
começou a vida como um aristocrata. Após renunciar ao seu palácio,
harém e luxo, ele atingiu, por meio da meditação, uma iluminação
na qual descobriu o grande princípio da roda da lei ou da roda do
Buda. Isso pode ser definido como uma teoria da “origem dependente”
da vida: que tudo está condicionado por outro fator em uma sequência
fechada, de tal forma que a infelicidade da vida depende de certas
condições e que, pela eliminação dessas condições, é possível
eliminar a infelicidade em si. Então o desejo – que, em última
análise, leva à infelicidade – origina-se da dependência das
sensações, que, por sua vez, origina-se da dependência do contato
e dos seis sentidos, e assim por diante. O objetivo budista,
portanto, era cortar a corrente de condições que atava a pessoa a
essa consequência de paixões, desejos e apegos. Dessa premissa de
que a infelicidade é condicionada e que as condições podem ser
destruídas, os primeiros budistas fizeram derivar muitas teorias.
Uma ideia central de grande interesse nos dias de hoje é a dos
darmas. É, na verdade, uma teoria de elementos ou átomos de acordo
com a qual uma entidade não existe em si, mas é formada por todas
as suas partes. Os velhos monges budistas acreditavam que o homem é
um mero composto dessas diversas partes ou darmas; ele não tem
personalidade, alma ou ego. Existem vários tipos de darmas. Alguns
estão ligados à forma e à essência, outros à sensação, e
outros, à atividade mental. Vistos em conjunto, constituem uma bela
explicação da experiência e formam uma base para a navegação da
existência do ego. Isso era exatamente o que os budistas procuravam,
como uma forma de escapar da infelicidade da vida.
Já que todos os elementos da experiência podiam ser analisados
como dissociados, desconectados e atomizados, tanto no espaço como
no tempo, sustentava-se que a devida percepção dessa verdade
poderia levar à eliminação da ilusão do ego e a uma libertação
da roda da lei. Esse tipo de fuga ou iluminação, como se preferir,
tem sido perseguido por místicos do mundo inteiro e era buscado
avidamente na China medieval.
O budismo, em seus primórdios, era institucionalizado em uma ordem
monástica que pode ser comparada e contrastada com o monasticismo
cristão de um momento posterior. Foram esses primeiros monges que
finalmente registraram por escrito os sutras (sermões e ensinamentos
tradicionais de Buda).
No momento de sua expansão do Norte da Índia em direção ao
Extremo Oriente, a escola budista Mahayana ( o “grande veículo”)
introduzira grandes mudanças as antigas doutrinas, tornando-as mais
atraentes para a população e geral. Um desses desdobramentos era a
ideia de salvação, que se tornou possível pelas intercessão dos
bodhisattvas (ou “iluminados”), que tinham obtido a
iluminação do Buda mas continuaram sua existência neste mundo para
salvar os outros. A mais famosa dentre essas divindades era a deusa
chinesa da misericórdia ou Guanyin, uma abstração do princípio da
compaixão. Outra era o Buda da Luz Infinita, Amitabha (em chinês,
Emitrofo ou O-mi-to-fo). A salvação de outras pessoas por meio dos
esforços desses iluminados era possível devido à teoria de que o
mérito era transferível. Junto a essa noção corria o conceito de
caridade, que completava a fé budista original e fez dela na China e
no Japão uma força social mais efetiva.
A escola Mahayana também desenvolveu uma doutrina positiva do
nirvana, o estado que do objeto do empenho budista, mas o próprio
Buda considerava tão indescritível que nada comentara sobre ele.
Os ensinamentos budistas foram estipulados pelo grande cânone
budista ou tripitaka. A tradução dos sutras desse cânone tornou-se
o principal trabalho dos primeiros monges de budistas da China. Ele e
seus grandes criadores enfrentaram enormes problemas linguísticos e
intelectuais – como fazer uma tradução do sânscrito, que era
polissilábico, cheio de inflexões e alfabético como o inglês e
como as demais línguas indo-europeias, para a escrita monossilábica,
sem inflexões e ideográfica da China: e como transmitir com aquele
meio lacônico e concreto as abstrações tão imaginativas e
metafísicas do misticismo indiano.
Na tentativa de transferir ou “traduzir” suas ideias novas e
estranhas em termos significativos para o público chinês, os
primeiros missionários budistas deparam-se com o problema que
desafiou todos os propagadores posteriores de novas ideias na China:
como selecionar determinados termos chineses, caracteres escritos
carregados de sentidos, preestabelecidos, e investi-los de novos
sentidos sem deixar que, com isso, as ideias estrangeiras fossem
minimamente alteradas, na verdade achinesadas. Por exemplo, o
caractere chinês dão (“o caminho”), já bastante
utilizado no daoísmo e no confucionismo, podia ser empregado tanto
para o darma indiano como para a ioga ou para a ideia de iluminação,
enquanto WUWEI, a “inação” do daoísmo, era empregado
para nirvana. O resultado era no mínimo ambíguo, senão uma certa
diluição da ideia original.
Ideias abstratas do estrangeiro, quando expressar em caracteres
chineses, dificilmente conseguiam escapar de algum grau de
achinesamento. Além disso, havia resistência a valores exóticos e
indutores de corrupção social. Como observa Arthur Wright (1959),
“A posição relativamente alta que o budismo dava à mulheres e
mães foi modificada nessas primeiras traduções. Por exemplo,
“Marido sustenta a esposa” virou “O marido controla sua
esposa”, e “A esposa conforta o marido” ficou “A esposa
reverencia seu marido”.
Os invasores não-chineses do Norte da China, do século IV em
diante, aceitaram o budismo em parte porque, como eles, também ele
era um elemento externo da velha ordem que estavam dominando. Os
sacerdotes budistas podiam ser aliados na promoção da docilidade
entre as massas. Para a alta sociedade chinesa que fugira para o sul,
o budismo também oferecia explicação e consolo intelectualmente
sofisticados e esteticamente satisfatórios para o colapso de sua
velha sociedade. Tanto os imperadores como o povo buscavam a salvação
religiosa em uma época de colapso social. Grandes obras de artes,
estátuas e templos esculpidos em rocha são provenientes desse
período. Comparações e contrastes frutíferos podem ser
estabelecidos entre as funções do clero e do monasticismo, entre o
crescimento das seitas e o relacionamento igreja Estado, durante essa
era da fé budista na China e sua contrapartida cristã mais recente
na Europa medieval. Os monastérios budistas, por exemplo, serviam de
hospedarias para viajantes, locais de refúgio e fontes de caridade.
Além disso, tornaram-se grandes latifundiários e assumiram cargos
semioficiais na administração.
O período inicial de empréstimos e domesticação foi seguido por
outro de aceitação e crescimento independente. O budismo nativo
chinês foi influenciado pelo daoísmo e influenciou-o, por sua vez,
em um grau até hoje controverso. Novas seitas surgiram na China,
atendendo às necessidades chinesas. A mais conhecida hoje, por sua
influência na arte oriental, era a escola que buscava a iluminação
por meio de práticas de meditação (chamada em chinês de Chan, ou,
na pronúncia japonesa, Zen). Talvez o que foi dito seja suficiente
para indicar a interação tão complexa entre elementos como o
budismo indiano, os invasores bárbaros, o daoísmo nativo e o
crescimento, o florescimento e a decadência do budismo chinês.
Fonte: China – Uma Nova História, páginas 83 a 85.
O vírus HPV
Por Lia Nasser
(lnasser@ig.com)
O clima está
esquentando, parece que a coisa vai rolar, mas ôpa, cadê a
camisinha? Não é só com a AIDS e com a gravidez que a gente deve
se preocupar em prevenir quando transamos. As doenças sexualmente
transmissíveis, como o papilomavírus humano (HPV), herpes genital,
além de serem extremamente incômodas, podem se transformar em um
baita problemão.
De acordo com o INCA
(Instituto Nacional do Câncer), estudos recentes mostram que o HPV,
um vírus que podemos pegar principalmente ao transar com um parceiro
contaminado e com lesão no pênis, é o responsável por 99% dos
casos de câncer do colo do útero. Outro dado importante é que
estudos realizados no Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer
apontam que 25% da população feminina no Brasil tem HPV, “Com
destaque para os jovens” coloca o site do Hospital do Câncer. Os
jovens representam o grupo com o maior número de infectados.
Isso acontece pois é
na adolescência que as pessoas têm maior número de relações e
mudam com mais frequência de parceiro e nem sempre usam
preservativo.
Peculiaridades:
importante saber
Assim como o herpes, o
vírus HPV só se manifesta se a pessoa estiver com imunidade fraca,
com resistência baixa. Existem muitas pessoas que têm um dos vírus
HPV, mas não desenvolvem as lesões, tipo verrugas ou até mesmo
câncer de colo de útero.
A ginecologista Mônica
Andrade explica que o vírus se manifesta quando a pessoa que hospeda
está com baixa imunidade. Isso significa que uma pessoa pode ficar
vários anos hospedando o vírus mas não manifestar as lesões.
Sentiu o perigo?
Saiba como
identificá-lo
Este vírus atua
dentro das células modificando-as e fazendo com que se multipliquem
de forma desordenada. Ou seja, bagunça tudo dentro das células. As
consequências são bastante desagradáveis – e perigosas.
Os sintomas são:
verrugas genitais visíveis e perceptíveis pelo tato, pode causa
ardor, vermelhidão e coceira na região genital. As lesões que são
causadas no colo do útero não são visíveis. Daí a importância
do exame ginecológico periódico.
No caso da doença se
agravar, sangramentos e dor podem aparecer. Milhares de mulheres
morrem por ano no Brasil por causa do câncer de colo de útero
causado por alguns tipos de HPV (existem mais de setenta subtipos
diferentes do vírus). Segundo o INCA, aproximadamente 3% das
mulheres infectadas pelo HPV vêm a ter câncer.
Prevenindo
Camisinha na cabeça!
Mesmo que você confie no seu parceiro, ele pode ter o vírus a
bastante tempo e apresentar lesões no pênis “invisíveis” a
olho nu, e por isso não precisa necessariamente te trair para te
contaminar. Por isso é tão importante usar a camisinha mesmo que a
pessoa te mostre o exame de AIDS negativo e que você não esteja em
período fértil.
Com exames periódicos
(do casal) é possível diagnosticar cedo qualquer lesão e controlar
a infecção. Os exames importantes são: o famoso papanicolau, a
vulvoscopia e a colposcopia. O exame que o parceiro deve fazer é a
penioscopia (exame minucioso do pênis) e ele deve ser feito
principalmente se o papanicolau estiver alterado. O tratamento deve
ser feito em conjunto, ao mesmo tempo pelo ginecologista e urologista
(para realizar o exame do pênis).
Procure o
ginecologista pelo menos uma vez por ano. Segundo dados da Sociedade
Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia,
somente 15% das mulheres no Brasil fazem regularmente os exames.
“A contaminação
acontece a dois”
Esta é uma frase da
psicóloga Vera Zaccari, do Instituto Paulista de Sexualidade,
segundo ela não existe culpado nos casos de contaminação de HPV,
“cada um é responsável pelo seu corpo” diz ela. Não precisa
ter preconceito da doença nem se sentir mal por isso.
O HPV não é uma
doença só de gente promíscua e ter esse vírus não significa que
a pessoa deve ter vergonha. Procurar ajuda e tentar aprender é o
melhor caminho pra não acabar em uma enrascada. “Procure se
conhecer, se toque, se olhe, fique atenta para seu corpo e conectada
a ele”, diz a psicóloga. Todos estão sujeitos a pegar a doença e
só você pode se proteger.
Fontes:
Mônica Andrade,
ginecologista
Vera Zaccari, psicóloga
do Instituto Paulista de Sexualidade
Sites:
Centro de Tratamento e
Pesquisa
Hospital do Câncer –
AC Camargo
Instituto Ludwig de
Pesquisa sobre o Câncer
Grupo de Virologia:
Instituto Nacional do
Câncer
Sociedade Brasileira de
Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia
Ministério da Saúde
Agência de Notícias
dos Direitos da Infância
iGirl
O Tempo de Nassau
A invasão da Bahia só
trouxe prejuízos para a jovem Cia. Das Índias Ocidentais. Em 1628,
porém, a companhia capturou, ao longo de Cuba, a frota anual da
prata espanhola e obteve um butim de 14 milhões de florins (o dobro
do seu capital inicial). Enriquecida, a WIC planejou nova invasão ao
Brasil. O alvo escolhido desta vez foi a maior e mais rica região
produtora de aç[ucar do mundo. Além de possuir 130 engenhos
(responsáveis por mil toneladas de açúcar/ano), Pernambuco era uma
capitania particular, e não real, sendo, portanto, mal aparelhada na
sua defesa. No dia 15 de fevereiro de 1630, uma armada com 77 navios,
7 mil homens e 170 peças de artilharia surgiu diante de Marim –
mais tarde chamada de Olinda. Embora a resistência do governador
Matias de Albuquerque (neto do velho donatário Duarte Coelho) fosse,
mais uma vez, heroica – e, antes de partir, ele ainda conseguisse
incendiar 24 navios fundeados no porto - , Recife foi rapidamente
tomada. Desta vez, a ocupação iria durar mais de 20 anos.
O domínio holandês
em Pernambuco (de onde se estendeu para sete das então 19 capitanias
que constituíam o Brasil) divide-se em três fases. A primeira, de
1630 a 1637, seria marcada pela valorosa resistência lusa no
interior. De 1637 a 1644, o Brasil holandês floresce em relativa
paz: é o chamado “período nassoviano”. De 1645 a 1654, trava-se
a guerra que resultaria na expulsão dos invasores. Três séculos e
meio depois, a experiência holandesa no Brasil continua associada ao
tempo de Nassau.
Johann Mauritius van
Nassau-Siegen nasceu em 17 de agosto de 1604, em Dillenbourg, na
Alemanha. Foi neto do conde João VI, que era irmão do príncipe
Guilherme de Orange, fundador dos Países Baixos. Pelo lado da mãe,
seu bisavô foi Cristiano III, rei da Dinamarca. Embora ingressasse
aos 14 anos na carreira militar, Nassau teve formação humanista: na
Universidade da Basileia, estudou teologia, filosofia, matemática,
música, ciências de guerra, boas maneiras, esgrima e equitação.
Tornou-se coronel aos 25 anos, lutou contra a Espanha, encomendou
quadros de Rambrandt e iniciou a construção de uma mansão em Haia.
Em agosto de 1636, foi convidado pela WIC para governador-geral do
Brasil holandês. Como o salário de 1.500 florins mensais (mais um
adiantamento de 15 mil florins e 2% sobre o total das presas de
guerra) fosse atraente – e os gastos com a nova casa, grandes – ,
Nassau aceitou. Em 23 de janeiro de 1637, chegou a Recife, com 3 mil
soldados, 800 marinheiros e 600 índios e negros.
Tolerante, competente,
dedicado e ágil. Nassau fez um governo brilhante. Primeiro, tomou
Porto Calvo, último foco da resistência lusa Depois, atraiu os
plantadores luso brasileiros, concedendo-lhes empréstimos para
reerguer seus engenhos – e os defendeu da agiotagem dos negociantes
holandeses e judeus, limitando os juros a 18% ao ano. Deu liberdade
de culto, tratou bem aos índios, aumentou a produção de açúcar,
urbanizou Recife, protegeu os artistas, apaziguou o país. Foi um
príncipe.
Foi nas terras baixas
localizadas na confluência dos rios Capiberibe e Beberibe (Zona
alagadiça que lembrava a Holanda) que Nassau ergueu a Cidade
Maurícia, símbolo de sua administração. Ali, na ilha de Antônio
Vaz (hoje bairro de Santo Antônio), construiu à própria custa, o
Vrijburg, sua residência oficial, também chamada Palácio Friburgo
ou das Torres. “No meio daquele areal infrutuoso, plantou um jardim
e todas as castas de árvores de fruto que dão no Brasil”,
escreveu frei Calado, padre luso que conheceu o lugar. Entre milhares
de flores e frutos, Nassau plantou também 2 mil coqueiros. Fez um
zoológico com todos os tipos de animais encontráveis no país. O
conde adorava “que todos fossem ver suas curiosidades”.
Nassau não agiu
apenas em benefício próprio. Deu ao povo pão e circo: contrário à
mono cultura, obrigou senhores de engenho a plantar mandioca, “o
pão do Brasil”. Por decreto, proibiu a derrubada dos cajueiros, já
quase em extinção. Ladeou as ruas com mamoeiros, jenipeiros e
mangueiras.
Proibiu por edital, “o
lançamento do bagaço de cana nos rios e açúdes”, evitando
mortandade de peixes que alimentavam os obres. Promoveu cavalhadas,
peças de teatro e a famosa farsa do boi voador. Convocou a primeira
assembleia legislativa democrática do continente. Permitiu a
construção de sinagogas, aproximou calvinistas e católicos (só
não fez concessões a jesuítas). O povo comparava a Santo Antônio,
“a quem ninguém recorria sem ser atendido”.
Fonte: História do
Brasil (1996), página 59.
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