reserva técnica do Sistema CantareiraDivulgação/Sabesp
O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo, voltou a subir, passando de 10,2%, ontem, para 10,4%, hoje (22), próximo ao índice que o sistema marcava (10,7%) quando passou a utilizar a segunda cota do volume morto. Apesar de o nível estar crescendo desde o dia 5 de fevereiro, ainda é considerado crítico.
Também aumentaram os níveis dos sistemas Alto Tietê, que passou de 18% para 18,2%, e Rio Claro, de 35,2% para 35,3%. O nível do sistema Rio Grande caiu de 83,9% para 83,6%. Nos demais sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo, o nível não se alterou em relação a ontem: o Guarapiranga manteve 57,5% de sua capacidade e o Alto Cotia, 36,6%.
Escolas de samba precisam buscar novas fontes de recursos, diz especialista
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
A quadra da Beija-Flor em festa para comemorar o titulo de campeã do Carnaval 2015, com o enredo sobre a Guiné Equatorial (Tânia Rêgo/Agência Brasil)Tânia Rêgo/Agência Brasil
As escolas de samba do Grupo Especial deveriam renovar as fontes de recursos para não depender apenas de contratos vinculados aos enredos com os quais vão se apresentar no Sambódromo. Este foi o caso da Beija-Flor em 2015, que recebeu cerca de R$10 milhões para desfilar com uma referência à Guiné Equatorial. A avaliação é do chefe do Departamento de Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing e especialista em carnaval, Marcelo Guedes. “A Portela tem uma quadra que é um ícone do samba, da feijoada da Tia Vicentina, onde grandes bambas tocam o ano todo, ela precisa explorar esse ponto porque é uma grande fonte de receita. Além disso, precisa ter a inciativa privada ajudando”, disse ele.
Para Guedes, essa ajuda tem que ter critério para não arranhar a identidade da escola. “É preciso uma forma ética, porque hoje tudo acaba exposto. Tem que ver se o patrocínio está de acordo com a imagem e o posicionamento da escola. Hoje é cada vez mais necessário ter preocupação com o critério”, completou.
As escolas têm custos elevados para se manter na elite do carnaval carioca e, na avaliação do professor, precisam desenvolver mais ações de marketing. Uma forma de ampliar as fontes de recursos seria assinar contratos durante o ano com empresas que tenham produtos de interesse tanto dos torcedores, quanto de frequentadores das quadras. “O problema é que o conceito de patrocínio é ainda muito embrionário nas escolas de samba. Falta muito para ser questionado e trabalhado a fim de criar elementos ao patrocínio”, observou.
O especialista em escolas de samba não acredita que a criação de um regulamento específico possa evitar que as agremiações façam contratos polêmicos como o da Beija-Flor com um país que há mais de 35 anos vive sob uma ditadura. “O meu medo é que, muitas vezes, o tiro sai pela culatra e piora a situação. Teria que ser feito por gente que entenda da relação entre empresas e cultura. O patrocínio tem que estar ligado à identidade da marca”, destacou, acrescentando que assim é possível evitar que o carnavalesco fique preso a uma realidade que ele não gostaria. “O carnavalesco tem que ter liberdade. Ele tem que estar feliz para criar”.
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, informou que, atualmente, não há um regulamento na instituição com a definição do que é permitido em termos de patrocínio. “Não há uma regulamentação a esse respeito. O que a gente pede é que não haja interferência na parte do espetáculo na avenida, por exemplo, a marca comercial, coisas desse tipo. Isso no regulamento tem”, explicou.
Castanheira não tem convicção sobre a necessidade de adoção de um novo regulamento para definir o assunto, mas ponderou que para isso ocorrer precisaria passar pelo plenário da Liesa. “Não sei, teria que avaliar com as escolas. Quem decide tudo isso é o plenário que vota o regulamento. Por enquanto, cabe a cada escola ter o bom senso do tema que vai ser apresentado na avenida”, disse.
A Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro informou que cada agremiação teve direito este ano a R$ 1 milhão para realizar o desfile. As escolas recebem 90% dos recursos da prefeitura do Rio, até o carnaval, e o restante só depois de prestar contas de itens mensuráveis como vigas para a construção de um carro alegórico. De acordo com a empresa, o dinheiro não pode servir para o pagamento do carnavalesco responsável pelo desenvolvimento do enredo. A RioTur não tem qualquer tipo de ingerência sobre os contratos de patrocínio fechados pelas agremiações com empresas privadas, governos de países, de estados ou de cidades.
A Liesa, segundo o presidente, distribuiu, em 2015, entre as escolas, cerca de R$ 4,5 milhões, dinheiro correspondente à venda de CDs com os sambas-enredo, ingressos para o Sambódromo e participação nos direitos de transmissão do desfile pela televisão. A distribuição dos recursos para as escolas varia conforme a classificação delas no carnaval anterior. “É proporcional, a cada colocação a escola tem um percentual a mais que a outra. Por exemplo, a quinta recebe um pouco mais que a sexta colocada, a oitava mais um pouquinho que a nona e a décima. Isso é para estimular as outras posições e não apenas a primeira colocação”, explicou Castanheira.
O patrocínio da Beija-Flor em 2015 ainda não está totalmente esclarecido. Enquanto a escola e o governo da Guiné Equatorial informam que o dinheiro foi de empresas brasileiras que estão fazendo obras no país, as empreiteiras relacionadas negam. O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, que já tinha instaurado em 2013 uma investigação para apurar eventual crime de lavagem de dinheiro pelo vice-presidente da Guiné Equatorial, Theodore Obiang, analisa agora a possibilidade da liberação de recursos para a Beija-Flor por parte do pai dele e presidente do país.
No procedimento aberto em 2013 são listados imóveis, carros e outros objetos de luxo e de decoração pertencentes ao vice-presidente em vários países, entre eles um apartamento no bairro dos Jardins, em São Paulo, e um outro em Ipanema, na zona sul do Rio.
Em menos de 24 horas, três policiais de folga são mortos no Rio
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Dois policiais civis e um militar que estavam de folga morreram entre a tarde de ontem (21) e a manhã de hoje (22) na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar (PM), hoje, o policial civil Thiago Thome de Deus, lotado na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, estava em seu carro, no bairro do Cubango, em Niterói, quando foi abordado por homens armados.
Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Estadual Azevedo Lima, no município, mas morreu em seguida. Segundo a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói. A perícia foi feita no local e agentes buscam testemunhas e imagens que possam ajudar na elucidação do crime.
Também de manhã, três policiais militares de folga saíam de uma padaria quando foram abordados por homens armados, no centro de Nova Iguaçu. Houve um tiroteio e dois policiais foram baleados. Segundo a Polícia Militar, eles foram encaminhados para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, mas Pedro Gabriel Ferreira morreu. O terceiro policial também foi atendido porque ficou em estado de choque. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso.
Na tarde de ontem (21), o policial civil Cida Jackson Silva, lotado na Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis, morreu durante um assalto na Vila Emil, em Mesquita. Ele chegou a ser levado para o Hospital de Clínicas de Nova Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com a Polícia Civil, uma perícia foi feita no local e testemunhas estão sendo ouvidas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Três pessoas morrem e dez ficam feridas durante marcha na Ucrânia
Três pessoas morreram e dez ficaram feridas na explosão de uma bomba durante marcha patriótica em Kharkiv, uma cidade do Leste da Ucrânia, a cerca de 200 quilômetros da zona de combate com os rebeldes pró-russos.
A informação foi dada à Agência France Presse (AFP) pelo porta-voz do procurador regional, Vita Dubovik. Um jornalista da AFP viu dois corpos, a 20 metros um do outro, ambos cobertos com a bandeira ucraniana.
A polícia investiga um provável “atentado terrorista”, informou o Ministério do Interior em comunicado no seu site.
Entre os mortos estão um polícial e um militante pró-europeu, segundo os organizadores da marcha, que marcou o primeiro aniversário da queda do ex-presidente ucraniano pró-russo, Viktor Ianukóvich. A cidade de Kharkiv foi palco nos últimos meses de uma dezena de explosões suspeitas, que deixaram feridos e foram qualificadas de atentados terroristas.
Em Kiev e outras cidades também são realizadas marchas comemorando a queda de Ianukóvich e a chegada ao poder de novas autoridades pró-ocidentais. Os líderes da Polônia, Lituânia, Letónia, Geórgia, o presidente alemão, Joachim Gauck, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, acompanham o chefe de Estado ucraniano, Petro Poroshenko, e os principais dirigentes do país, na manifestação.
Em 22 de fevereiro do ano passado, o Parlamento da Ucrânia destituiu Yanukóvich, que na madrugada anterior teria fugido de Kiev, depois de os setores mais radicais da oposição não aceitarem o acordo de compromisso, firmado um dia antes, e que contemplava, entre outras coisas, eleições antecipadas.
Naufrágio no centro de Bangladesh deixa 41 mortos, incluindo 11 crianças
Um ferry boat suberlotado naufragou hoje (22) no Rio Padma, no centro de Bangladesh, depois de se chocar com um navio de carga, causando a morte de 41 pessoas, incluindo 11 crianças.
“Os mergulhadores recuperaram 41 corpos. Os mortos incluem 11 crianças e sete mulheres”, disse o chefe da polícia local, Rakibuz Zaman. Os responsáveis ignoram o número exato de desaparecidos, mas adiantaram que a operação de busca e salvamento vai continuar durante a noite.
Sobreviventes disseram que o ferry boat MV Mostofa estava superlotado, com 70 a 150 passageiros a bordo, quando virou. O chefe da polícia, Zaman, disse que 50 pessoas “nadaram para a terra ou foram salvas por outras embarcações”.
Em Bangladesh, os ferries não guardam habitualmente listas de passageiros e por isso fica difícil determinar o número de desaparecidos após um acidente. Os naufrágios são comuns em Bangladesh, um dos países mais pobres da Ásia, cortado por mais de 230 rios.
Para maiores informações, entrar em contato com o corretor de imóveis Lúcio Borges (51) 9194 3742 ou através do e-mail: luciomachadoborges@gmail.com
Urbano Santana
Tipo Apartamento
Bairro Santana
Cidade Porto Alegre
Segmento Residencial
Construção Fev 2014
Dormitórios 3
Suítes 1
Vagas 2
Área privativa 80,65m²
Descrição do Empreendimento | Urbano Santana
Um excelente lugar para começar esta busca é em nosso próprio apartamento. Não em um prédio qualquer, mas um lugar em que nos sintamos bem tanto dentro quanto fora do apartamento. Que tenha bastante conforto, lazer e descontração, que tenha estilo moderno, elegante e duradouro. Um lugar perto de tudo, mas com tranquilidade, segurança e liberdade, o urbano santana é assim, apartamentos de 2 e 3 dormitórios em um terreno elevado, no melhor ponto do bairro Santana.
Descrição do Imóvel
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Para maiores informações, entrar em contato com o corretor de imóveis Lúcio Machado Borges (51) 9194 3742 ou através do e-mail: luciomachadoborges@gmail.com
Tipo: Apartamento Cidade: Porto Alegre - RS Bairro: Hipica
Área: 78 m2 Dormitórios: 2 dormitórios Vagas: 1 vaga
Valor do imóvel: R$ 169.947,00
Descrição do Imóvel
EM CONSTRUCAO. APTO 2 DORM. 51m² PRIVATIVOS,CHURRASQUEIRA, LIVING 2 AMB. CONDOMINIO C/ SALAO DE FESTAS. UMA VAGA P/ GARAGEM. Laminado Eucafloor linha Prime, cor a definir, nos dormitorios e circulacao. Area social com Ceramica Incepa Linha Fit 44x44.*Cozinha Planejada Porto Moveis **ENTREGA DEZ/2015**
Carlos Lamarca: o capitão do Exército desertou e, aliado a esquerdistas, contribuiu para matar pessoas inocentes. Resultado: foi valorizado pelos governos da esquerda Foto: Wikipédia
Verdades sobre a dita Comissão Nacional da Verdade: todas as “verdades” que a Comissão Nacional da Verdade vem de proclamar por meio de seu relatório publicado no presente mês, já eram esperadas, desde o dia em que se instalava com pompa a dita cuja, mais de dois anos atrás. Não há surpresas. São “verdades” sabidas — e contestadas — antes mesmo de seu levantamento (melhor seria dizer de seu “preparo”) e sua publicação. O relatório é um ovo de réptil, jamais um ovo de pássaro. As afirmações dele constantes, feitas de encomenda para inculpar os militares e desculpar os terroristas, não podem ser tomadas como verdades, pura e simplesmente. Quando muito serão meias verdades, e o que há de positivo nelas — como a condenação das torturas e da subtração às famílias de desaparecidos do direito de sepultar seus mortos — perde muito do valor, pela omissão dos crimes do terrorismo, que a comissão escondeu. Se as “verdades” do relatório não podem ser tomadas inteiramente como tal, as verdades abaixo enunciadas não poderão ser contestadas. Se alguém provar que alguma delas merece desmentido, caro leitor, vou me penitenciar.
Verdade 1
Embora criada pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, que, conforme seu artigo 6º, exige o respeito à Lei de Anistia, a dita Comissão Nacional da Verdade, em seu relatório, propõe que se ignore essa anistia, mas apenas para os agentes do Estado (vale dizer, para os militares), mantendo integralmente seus benefícios para os terroristas.
Mesmo que a validade da Lei de Anistia tenha sido até reafirmada pelo Supremo Tribunal Federal (em abril de 2010), ainda que a anistia seja hoje além de benefício legal (Lei 6.683, de 28 de agosto de 1979) e também tenha sido incorporada à Constituição pela Emenda Constitucional nº 26, de 27 de novembro de 1985, o relatório da dita Comissão da Verdade nega todo esse aparato legal, já na segunda recomendação das 29 que faz:
“[2] Determinação, pelos órgãos competentes, da responsabilidade jurídica — criminal, civil e administrativa — dos agentes públicos que deram causa às graves violações de direitos humanos ocorridas no período investigado pela CNV, afastando-se em relação a esses agentes, a aplicação dos dispositivos concessivos de anistia inscritos nos artigos da Lei 6.683, de 28 de agosto de 1979, e em outras disposições constitucionais e legais.”
Verdade 2
Nenhum dos componentes da dita Comissão Nacional da Verdade é figura de respeito geral da nação por serviços prestados ou por elevadas qualidades culturais ou morais; têm como característica a identidade com o pensamento de esquerda. Isso não os deixa isentos para um exame de conflitos (armados, principalmente) entre esquerdistas e militares, durante os anos de vigência do regime militar.
Não há entre os membros da dita Comissão, por exemplo, um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, ou um membro das Academias Brasileiras de Letras ou de Ciências. Não está ali presente nenhum historiador de renome. São apenas figuras apagadas da burocracia, do academicismo ou da política menor. Falta-lhes pois, além do conhecimento, a grandeza, que em geral vem acompanhada da visão mais larga, da seriedade e da isenção que a tarefa exigia.
Ernesto Geisel: o general, que matou a ditadura, impediu a tortura e mais mortes no II Exército, em São Paulo: Resulado: foi execrado pela Comissão Nacional da Verdade
Verdade 3
Mesmo acionada por terceiros inocentemente envolvidos nos fatos que deveria apurar, a dita Comissão da Verdade evitou que fossem responsabilizados terroristas vivos ou mortos, mesmo diante de claras evidências de violação de direitos humanos.
Citemos um exemplo — apenas um, de muitos — dos fatos graves de violação desses direitos promovidos por terroristas e ignorados deliberadamente pela CNV, como foi relatado por Cardênio Jaime Filho: em 2 de setembro de 1971, um comando terrorista assaltou a Casa de Saúde Dr. Eiras, em Botafogo, no Rio de Janeiro, para roubar o dinheiro do pagamento dos funcionários. Os terroristas buscavam fundos para a luta armada, que suas organizações articularam a mando de Cuba, cujo regime sonhavam importar para o Brasil. Chegaram atirando, e mataram no ato três vigilantes, entre eles o pai de Cardênio. Só nessa operação, a luta armada deixou 22 órfãos, de famílias pobres, que jamais tiveram, como têm muitos terroristas ou seus familiares, dinheiro das “bolsas ditadura” distribuídas com prodigalidade pelos governos de esquerda. Cardênio procurou recentemente, segundo relatou ao jornal “O Globo”, a dita Comissão Nacional da Verdade, buscando uma tardia reparação, ainda que fosse apenas moral, para a família. Ouviu que a Comissão não tomaria conhecimento do assassinato de seu pai, pois só cuidava de casos em que militares e policiais eram culpados. Os terroristas já haviam sido julgados e condenados. Mas Cardênio tinha o nome de todos (eram 11), que nunca haviam sido incomodados. Dois ainda eram vivos, e um tinha até uma sinecura na Câmara dos Deputados. Nem assim foi ouvido. Mandaram-no catar coquinhos, ou lamber sabão, ou ainda pentear macacos, sei lá. “Grande” Comissão Nacional da Verdade.
Vale lembrar que até o diretor da ONG Human Rights Watch, o chileno José Miguel Vivanco, alguém que jamais poderá ser chamado de direitista ou simpatizante de militares, disse à “Folha de S. Paulo”, no dia 14 deste mês, que a Comissão Nacional de Verdade erra, e adota dois pesos e duas medidas, ao investigar os militares e esconder os terroristas, no apurar abusos aos direitos humanos.
Verdade 4
O relatório da dita Comissão Nacional da Verdade menciona detalhadamente 434 mortes e desaparecimentos que considera promovidos por agentes do Estado, quase todos entre as organizações de esquerda que inauguraram a luta armada. Mesmo os que morreram fora do Brasil ou que se suicidaram, como os que morreram em combate, com armas na mão, têm suas mortes debitadas aos agentes do Estado, o que para a CNV significa os militares. Até em homicídios praticados por pistoleiros, em conflitos de terras, a dita Comissão Nacional da Verdade vê responsabilidade dos militares. Há no relatório uma descrição detalhada da vida de cada um desses militantes. Nem um dos cerca de 120 mortos pelas esquerdas, na maioria inocentes, apolíticos, sem credo ideológico, foi sequer mencionado. Os mortos pela esquerda brava não mereceram indenizações ou apoio. Suas famílias foram ignoradas. Nem sequer tiveram uma menção ou memória da dita Comissão Nacional de Verdade. Não sendo de esquerda, nada do que lhes foi feito, por mais cruel que tenha sido, foi classificado como “grave violação dos direitos humanos”. São brasileiros de segunda classe, e nem merecem lágrimas, para os membros da dita Comissão Nacional da Verdade.
Verdade 5
Ao citar o presidente Ernesto Geisel, no relatório, como “responsável político-institucional” por violações de direitos humanos, a dita Comissão Nacional da Verdade apenas mostra sua ojeriza aos militares. Mesmo militantes de esquerda mais equilibrados, inteligentes e isentos, veem em Geisel o presidente que em primeiro lugar eliminou a tortura dos porões do regime, e em segundo lugar promoveu a volta à democracia plena. Geisel teve a coragem de enfrentar a parte mais extremada de seus colegas de farda, e demitir o comandante do II Exército, Ednardo D’Ávila Mello, quando constatou a prática de tortura, contrariando suas determinações, nas dependências de unidade sob seu comando. Foi ele também quem demitiu o ministro do Exército, Sylvio Frota, que se insurgia contra a abertura e dava cobertura aos “duros” do regime, únicos que poderiam ter responsabilidade em excessos no combate ao terrorismo, dentro dos quartéis.
As vítimas das vítimas
26 Dez 2014
Jaime Edmundo Dolce
Quando ouço falar em revisão da Lei da Anistia, fico enojado. Se ela for revista, minha mãe terá a chance de ver julgados os assassinos de meu pai?
A divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade veio à tona no último dia 10 comovendo muitas pessoas, inclusive a presidente da República, Dilma Rousseff. Para minha família e eu, no entanto, a emoção se transformou em um misto de revolta e indignação. Esse documento não dedica um capítulo sequer às pessoas que, como meu pai, foram brutalmente assassinadas por terroristas de esquerda.
Meu pai, Cardênio Jayme Dolce, nasceu em Dom Pedrito (RS), em 1914. Ainda pequeno, mudou-se para Porto Alegre onde fez o Colégio Militar. Na década de 1930, foi morar no Rio de Janeiro, onde serviu na Escola Naval. Saiu da Marinha como aspirante porque não queria prosseguir na carreira militar, seu desejo era ser policial civil.
Foi da Polícia Civil até 1968, quando se aposentou como agente federal de primeira classe, cargo que hoje equivale ao de um delegado da polícia civil. Em 1969, começou a trabalhar como chefe de segurança da Casa de Saúde Dr. Eiras, instituição privada que atendia doentes mentais em Botafogo, no Rio.
Lá trabalhou até 2 de setembro de 1971, quando foi cruel e covardemente morto a tiros de metralhadora disparados por terroristas da ALN (Aliança Libertadora Nacional).
Na época eu tinha 10 anos e meus irmãos, 13, 12 e 8. O grupo terrorista invadiu a clínica onde ele trabalhava para roubar cerca de 100 mil cruzeiros, que seriam pagos aos funcionários. Para realizar o assalto, mataram meu pai e outros dois colegas, Silvino Amancio dos Santos e Demerval Ferreira. O enfermeiro Almir Rodrigues de Morais e o médico foram feridos.
Meus irmãos e eu nos tornamos quatro das 21 crianças que ficaram órfãs de pai depois da chacina promovida pelos terroristas da ALN.
Pouco tempo depois do atentado, soubemos pela televisão que havia sido feito um ataque terrorista à Casa de Saúde Dr. Eiras e que meu pai e outros colegas tinham sido baleados. Ou seja, fomos os últimos a saber do atentado.
Depois de 2 de setembro de 1971, nossa rotina se transformou completamente. Meu pai deixou algum patrimônio e uma boa pensão da polícia, mas, apesar disso, minha mãe teve que se desdobrar para sustentar meus três irmãos e eu.
Hoje, aos 79 anos, mamãe continua esperando um pedido de desculpas do Estado.
Minha família nunca entrou na Justiça, pois sabíamos que eram pequenas as chances de haver algum reparo. O dono da Casa de Saúde Dr. Eiras era Leonel Miranda, que tinha sido ministro da Saúde no governo do general Artur da Costa e Silva (1967-1969). Ele prometeu dar amparo às famílias das vítimas.
No final das contas, não fomos amparados por ninguém, nem pela Casa de Saúde Dr. Eiras nem pelo governo militar. Minha família recebeu apenas os direitos trabalhistas do meu pai. Só isso.
Dos terroristas que assassinaram meu pai, dois estão vivos: Sônia Hipólito, servidora da Câmara dos Deputados, e Flávio Augusto Neves Leão Salles, que vive hoje no Pará.
Minha família, apesar de todo o estrago que foi feito, hoje vive em paz. Eu espero apenas que não se faça a revisão da Lei da Anistia, como querem aqueles que defendem os terroristas de esquerda.
Meu pai não era agente da ditadura, não torturou ninguém, não caçou comunistas. Teve o azar de estar no lugar errado, na hora errada. Quando ouço alguém falar em revisão da Lei da Anistia, fico enojado. Se a lei for revista, minha mãe, aos 79 anos, terá a chance de ver julgados os assassinos de meu pai?
Jaime Edmundo Dolce, 53, é comerciante em Varginha (MG)
OS FILHOTES DA “ABERTURA”
Ob in Freude, ob in Not, Bleiben wir getreu bis in den Tod (seja na alegria, seja no pesar, seremos fiéis até a morte) – de "Alte Kameraden" (Velhos Camaradas), marcha de Carl Teike, composta na Prússia em 1889, que costuma ser executada nas Academias Militares do mundo inteiro, especialmente ao fim do curso.
A guerrilha organizada em todo o sub-continente Sul-americano por inimigos do Estado nacional tumultuou o Brasil em dada época, provocando mortes de civis e militares e prejuízos materiais. Contra ela o Exército Brasileiro e as demais Armas se mobilizaram. E um regime de exceção se impôs por necessário, para que a população pudesse prosseguir vivendo sem experimentar os horrores de uma guerra civil. Confundindo novos métodos de ação adotados pela dita “esquerda” com a pacificação do País, os militares se recolheram aos Quartéis e, antes de entregar o poder novamente aos civis, permitiram uma anistia generalizada e o retorno ao território nacional dos que se auto-exilaram no exterior ao perderem seus cargos e/ou direitos políticos por terem cometido ações terroristas ou por terem fomentado uma agitação irresponsável.
A guerrilha, porém, passou a contar com farta literatura fantasiosa e romantizada a justificá-la, o que deixou latentes suas alegadas razões ainda que não se ponha em ação. Sensibilizando os incautos, os “ex-guerrilheiros” puderam ser eleitos pelo voto direto, fazendo do Estado brasileiro o que bem entenderam sem que suas atitudes e suas intenções, tanto as do passado quanto as voltadas ao futuro, fossem questionadas – enquanto o porquê da anterior intervenção militar pôde ser sistematicamente omitido de nossa História, e vem sendo, no presente, pervertido por alguns e absolutamente esquecido por outros.
Alguns brasileiros, não muitos, indignaram-se com a invenção de uma Comissão de notáveis reunida às expensas do próprio Estado cujos “trabalhos” se destinavam a engordar essa literatura, divulgando uma “verdade” que condenasse a repressão aos “ex-guerrilheiros” e “ex-terroristas” como tendo sido criminosa. Alguns brasileiros, poucos, indignaram-se com o resultado dessa pantomima armada, que proclamou como “torturadores” 377 militares de várias patentes, entre eles os Presidentes da República e o Patrono de uma das três Armas do Estado. Alguns brasileiros, bem mais poucos, uns três ou quatro, acreditando que a Comissão “cumpriu seu papel”, indignaram-se apenas com a inclusão de seus familiares ou algum antigo conhecido que fosse considerado uma boa alma naquela lista. É o caso de Dona Claudia Maria Madureira de Pinho, que acusa uma injusta menção ao nome de seu pai entre os que teriam sido responsáveis por “crimes contra a humanidade” por lhe ter sido atribuído o combate aos “revolucionários”. Trocando em miúdos, o que lhe ocorreu levantar contra a leviandade daquela Comissão (seria apenas “leviandade” ou essa Comissão teria um claro propósito?) pode ser resumido em um único parágrafo:
“Eu, que sou sua filha, vou contar quem foi papai – o que ninguém mais poderá fazer. Posso afirmar que papai, que nasceu pobre, de mãe analfabeta, e só matou um único alemão na Batalha de Montese, não cometeria crimes contra a humanidade, pois só entrou nas Forças Armadas porque achou que poderia ter futuro. Talvez papai não devesse ter acreditado no Exército. Papai foi preso e arriscou uma corte marcial por se recusar a separar os soldados brancos dos negros em seu pelotão durante paradas. Um preso político, que almoçava com papai na Vila Militar, ao ser libertado foi visitá-lo. O período da ditadura foi difícil para papai e para mim porque, quando papai implorava que eu ficasse em casa porque tinha medo de que eu desaparecesse e ele não conseguisse me localizar, eu o desobedecia e ia engrossar as passeatas contra o Governo. Entre os melhores amigos de papai estavam vários militares cassados pela ditadura. Mas quando Geisel e Frota quiseramacabar com o horror dos porões, depois de Vladimir Herzog ter sido assassinado dentro de sua cela no DOI-Codi, chamaram papai para comandar o Centro de Informações do Exército. Papai viajou de quartel em quartel tentando impedir a barbárie praticada por quem não era militar de fato e por ordens não podia ser contido. Então, papai, que mantinha um pedido de saída para a reserva pronto na gaveta, explicou a Geisel e a Frota que não tinha perfil adequado ao cargo porque sua vida no Exército Brasileiro, que abrigou alguns dos homens mais abjetos em suas fileiras, havia sido toda baseada no respeito à Convenção de Genebra.”
Como é que é?
Bem, festa é festa. Essa festa não é nossa, e nela sempre caberá mais um, desde que dance conforme a música. Mas, se, definitivamente, essa festa não é nossa, a quem de nós esse samba do crioulo doido deveria comover? E por que os atos e as decisões estritamente individuais de alguém que tenha sido nomeado “torturador” por meia dúzia de trapaceiros deveriam nos interessar em especial? O General Antonio da Silva Campos, se alcançou o posto que ostentava, idiota não seria e algum espírito de caserna deveria ter demonstrado e ter mantido, mesmo após ter passado para a Reserva. Sentir-se-ia hoje gratificado por essa “defesa” pública feita por sua filha? Por quê? Porque teria sido ele o único injustiçado entre seus camaradas ao ser proclamada a “verdade” da tal Comissão? Que verdade essa Comissão proclamou, afinal? Há alguma verdade a respeito de alguém no documento por ela divulgado? Ou haveria, por acaso, muitas verdades a respeito de muitos e mentiras apenas a respeito de outros poucos incompreensivelmente contemplados?
Muitos brasileiros se admiram ao tomar conhecimento das “contradições” dos que hoje estão no Governo fazendo uso do poder que lhes foi delegado para locupletar-se particularmente da forma como bem entendem. Todos nós nos esquecemos de observar, no entanto, as “contradições” dos que os combatem ou dizem combatê-los. Não percebemos a que ponto de desrespeito por nossa própria História nós chegamos, a que ponto alcançam a nossa absoluta falta de consciência e a nossa tolerância com a miséria moral ao fim de tantos anos sob o jugo da dita “esquerda”.
Mesmo os que viveram as tensões e as angústias nos Quartéis e no seio das famílias de Oficiais militares no período pré e pós 1964 podem compreender perfeitamente que os mais jovens tenham uma impressão equivocada do que ocorreu no passado e do que hoje ocorre – e sabem que é impossível competir com a propaganda dessa dita “esquerda”, especialmente quando se vêem aparelhadas tal como estão a Imprensa, a Educação, a Cultura em geral. Será igualmente impossível, porém, aceitar que os filhotes da chamada “abertura” não tenham uma idade determinada e que qualquer criaturinha que seja filha de um General que tenha ocupado uma função de tamanha responsabilidade durante o regime de exceção venha publicamente dizer o que nos disse Dona Cláudia.
Se ela não consegue bem compreender o que moveu seu pai em vida ou considera o que ele tenha feito insuficiente para de sua memória se orgulhar, que não invente histórias da carochinha tentando desculpá-lo do que ela mesma acredita ter sido errado ou do que ela mesma sinta vergonha sabe-se lá por quê; e tente, sim, resolver-se com a ajuda de um psicanalista. Mas que não envolva alguém mais em seus dramas pessoais. Que vá insultar o Exército Brasileiro e os nossos Soldados assim no quinto dos infernos! E que no quinto dos infernos vá também pastar quem considere muito nobre essa demonstração de “amor filial” e demais atitudes semelhantes.
VaniaLCintra
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Texto que vem sendo divulgado por correio eletrônico e talvez tenha sido publicado em algum lugar que não é citado:
Pela memória de meu pai
Papai não cometeu crimes contra a humanidade. Tentou evitá-los. Foi escolhido para o cargo para isso. Por seu perfil. Era a missão. Acreditava na instituição do Exército
Pouco após o assassinato de Vladimir Herzog dentro de sua cela no DOI-Codi, em São Paulo, o presidente Ernesto Geisel e o ministro do Exército, Sílvio Frota, convocaram meu pai ao Planalto. Desejavam que assumisse o comando do Centro de Informações do Exército, o Ciex. Precisavam de alguém que acabasse com o horror dos porões. Papai, o
general Antonio da Silva Campos, não queria o cargo. Em família o pressionamos para que passasse à reserva. Era uma ordem, ele a acatou. (Mantinha o pedido de saída para a reserva pronto na gaveta.) Por conta desta passagem de pouco mais de um ano pelo comando do Ciex, seu nome foi listado entre os 377 responsáveis por crimes contra a humanidade da Comissão da Verdade.
O que leva um nome a ser colocado como responsável por crimes contra a humanidade em um relatório oficial? Ele é citado três vezes no documento, todas de forma vaga. Mas está na lista. Os membros da comissão sequer descobriram o ano em que nasceu ou aquele em que morreu. Puseram seu nome entre os responsáveis pelo pior de todos os crimes que um ser humano pode cometer sem, ao menos, ter o respeito, a decência, de buscar saber de quem se tratava.
A Geisel e Frota, naquele dia, papai argumentou que não tinha o perfil. Que sua vida no Exército havia sido toda baseada no respeito à Convenção de Genebra. “Quem aceita tocar num fio de cabelo de um preso”, lhes disse, “ainda mais torturar, é um ser doente.” Não eram militares de fato. Eram pessoas “a quem nenhuma ordem é capaz de conter”. Como de fato nenhuma ordem conteve. Durante aquele ano do Ciex, que passou viajando de quartel em quartel tentando impedir a barbárie, perdeu dez quilos.
Papai nasceu em família pobre. Sua mãe, imigrante portuguesa, foi uma empregada doméstica que jamais aprendeu a ler. Entrou nas Forças Armadas porque ali poderia estudar, encontrar futuro. Se fez voluntário para combater o fascismo durante a Segunda Guerra. Foi preso e arriscou corte marcial porque se recusava a separar soldados brancos de negros em seu pelotão durante paradas. Contava a história do único homem que soube ter matado, um soldado alemão, na Batalha de Montese. Lance de sorte: sacou mais rápido, disparou. Seguindo as regras, retirou do corpo o cordão de identificação que seria enviado para as forças inimigas e manuseou sua carteira. Lá, encontrou a foto de uma mulher e de um bebê. No meio de um tiroteio, nunca se sabe se uma bala feriu ou matou. Mas, naquele momento, ele soube. Os pesadelos com aquela imagem o perseguiriam pelo resto da vida.
Entre seus melhores amigos estavam vários militares cassados pela ditadura. Dentre eles, o brigadeiro Rui Moreira Lima. Estão, como papai, mortos. Não podem vir à frente e depor em seu nome, contar quem foi Antonio da Silva Campos. Mas eu, sua filha, posso.
O período da ditadura foi difícil para nós. Eu ia às passeatas pedir a volta da democracia, ele implorava que ficasse em casa. Tinha medo de que, se desaparecesse, não conseguiria me localizar. Ainda tenente-coronel, no fim dos anos 1960, foi responsável direto por um preso político, na Vila Militar. Almoçava com ele. Talvez ainda esteja vivo. Foi libertado e retornou para visitar meu pai.
Papai não cometeu crimes contra a humanidade. Tentou evitá-los. Foi escolhido para o cargo para isso. Por seu perfil. Era a missão. Acreditava na instituição do Exército. Talvez não devesse. De fato comandou o Ciex em 1976 e 1977. Mas, por honestidade, por integridade, no mínimo por uma questão de decência, antes de listar seu nome entre alguns dos homens mais abjetos que passaram pelas forças militares brasileiras, deviam se informar sobre quem foi.
Mas não fizeram, sequer, uma busca no Google.
Claudia Maria Madureira de Pinho é filha do general Antonio da Silva Campos, citado pela Comissão da Verdade como responsável por crimes contra a Humanidade
Um texto grosseiro, escrito em uma parede, poderia passar despercebido em qualquer cidade contemporânea, contudo, o mesmo não vale quando uma mensagem deste tipo é encontrada...
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Momento decisivo
Adriano Benayon * - 23.02.2015
1. O momento é decisivo, pois exige resposta urgente da sociedade: aproxima-se o ponto da irreversibilidade do processo de exploração predatória do povo brasileiro e de seus recursos naturais.
2. Nos últimos 60 anos, a oligarquia mundial tem regido sucessivos golpes – com e sem participação militar – para desnacionalizar a indústria e impedir o desenvolvimento tecnológico do Brasil.
3. Desse modo, os carteis financeiros e industriais transnacionais lograram alcançar extrema concentração de poder econômico em suas mãos, o que lhes proporcionou também o crescente controle do sistema político, abrangendo todos os poderes do Estado.
4. Só os que não se indagam sobre a essência das coisas, iludem-se com as aparências da democracia supostamente instaurada em 1988.
5. A Constituição foi produto híbrido das articulações reacionárias do Centrão e de avanços democráticos. Só que a maioria destes se tornou letra morta. Além disso, os mais importantes foram suprimidos por emendas constitucionais.
6. Outra não poderia ter sido a evolução (involução), dadas as relações de poder real, correspondentes às estruturas de mercado, econômicas e financeiras, caracterizadas pela concentração e pela desnacionalização, muito grandes desde o final dos anos 60.
7. Esse quadro não cessou de se agravar, foi acelerado, de 1990 a 2002, e prossegue em marcha.
8. Isso lembra o conceito de enteléquia, de Aristóteles: um princípio de “desenvolvimento” ou programa (como um software), que contém, desde a origem, os elementos conducentes à sua plena realização. No caso, um processo de degradação, como uma doença degenerativa.
9. Na Constituição promulgada em 1988, há, pelo menos, dois pontos incompatíveis com a soberania nacional: o artigo 164 e a inserção fraudulenta –durante o processo da Constituinte - do acréscimo ao art. 166, em seu parágrafo 3º.
10. O art. 164 sujeita o Tesouro – portanto a União Federal e o próprio País – a endividar-se junto aos bancos privados e demais concentradores de capital, pois: 1) dá ao Banco Central a competência exclusiva para emitir moeda; 2) o dinheiro que o BACEN cria, só o pode repassar aos bancos privados, sendo proibido de provê-lo ao Tesouro ou a qualquer ente público.
11. O acréscimo ao § 3º do art. 166 (“excluídas as que incidam sobre: a) ...; b) serviço da dívida; c) ...”) libera os juros e amortizações da dívida dos requisitos a que estão sujeitas outras despesas para serem autorizadas.
12. Em consequência desses dispositivos e do desequilíbrio nas relações de poder econômico e político, o serviço da dívida já nos custou, de 1989 a 2014, em moeda atualizada, mais de R$ 20 trilhões. Sim, mais de R$ 20.000.000.000.000,00, o equivalente a quatro PIBs de 2014.
13. Apenas doze dealers (10 bancos e duas distribuidoras de títulos) determinam as taxas efetivas dos juros dos títulos públicos vários pontos percentuais acima da já injustificadamente elevada SELIC, novamente em aumento, todo mês, desde novembro.
14. Embora só uma parte dos mais de R$ 20 trilhões tenha sido paga com recursos tributários, a maior parte é paga com a emissão de novos títulos do Tesouro. Por isso, a dívida mobiliária interna cresce sempre e ultrapassou R$ 3 trilhões.
15. Muitos dos manipuladores da opinião publicada (como diz o ex-ministro Roberto Amaral), negam os números reais do serviço da dívida, pretextando que ela se paga com novos títulos do Tesouro, mas, se fossem coerentes, deveriam negar também a própria dívida, pois foi assim que ela cresceu.
16. Além do serviço da dívida, há mais mecanismos – também escondidos do conhecimento público - através dos quais o Brasil se descapitaliza em dezenas de trilhões de reais, a cada ano, e transfere renda em favor dos concentradores, principalmente os sediados no exterior, estrangeiros e brasileiros.
17. Em contraste, escancaram-se e magnificam-se, perante o público, casos de corrupção na Petrobrás e nas empreiteiras, a fim de fulminar o que resta da indústria e da tecnologia nacionais.
18. Esses são casos reais, e sua repetição tem de ser coibida, punindo exemplarmente todos os indivíduos responsáveis e sem privilegiar os corruptíssimos delatores premiados.
19. Mas isso não será viável, sem modificar profundamente o presente sistema político, em que as instituições e os partidos estão viciados no fisiologismo.
20. As eleições são movidas a dinheiro grosso e pela corruptíssima grande mídia, que abusa da exposição sensacionalista da corrupção, inerente ao sistema, como arma a serviço dos interesses da oligarquia transnacional. E as propostas só tem chances de ser aprovadas no Congresso, à base do “é dando que se recebe”.
21. É imperioso fortalecer a Petrobrás, o maior dos patrimônios do País, bem como os conglomerados privados nacionais que desenvolvem valiosas tecnologias, como fornecedoras da Petrobrás e prestadoras de bens e serviços em áreas de igual significação estratégica.
22. Não fazê-lo implica decretar a queda do Brasil à condição de subdesenvolvido irrecuperável, intensificando a política que vem destruindo o País, ao eliminar seu capital humano e moldar a infra-estrutura segundo o interesse dos carteis transnacionais estrangeiros.
23. O modelo subjacente a essa política determinou nulo ou pífio crescimento do produto interno bruto (PIB), nos últimos anos, e ele teria sido muito negativo, não fossem os desempenhos da Petrobrás, da mineração e da agricultura.
24. Ora, isso reflete a desindustrialização, subproduto da desnacionalização da economia, que se manifesta brutalmente, fazendo o Brasil regredir, de modo devastador, à infra-estrutura colonial e desintegrar economia nacional
25. O minério de ferro é explorado, há decênios, em quantidades absurdas, mesmo considerando as fabulosas reservas do País, de resto, desnacionalizadas, desde a privatização da Vale do Rio Doce, em 1997.
26. A Vale, que tem 85% da produção brasileira, planeja chegar a 450 milhões de toneladas/ano até 2018. A exportação do Brasil atingiu 340 milhões de tons/ano em 2014.
27. O que fica no País são buracos e poluição, inclusive no caso dos minerais estratégicos como o nióbio e o quartzo, cujos produtos finais são importados por cerca de cem vezes o preço dos insumos exportados, afora o descaminho desses minérios e dos preciosos.
28. Enquanto a produção de bens de alto valor agregado retrocede, a primária cresce. Um dos maiores escândalos é a soja a ocupar 50% das terras em uso. De sua produção (90 milhões de toneladas), 80% são exportados sem processamento e 10% transformados em produtos de baixo valor agregado, como o farelo.
29. Sobra para o Brasil o empobrecimento dos solos, com emprego excessivo de fertilizantes químicos e de agrotóxicos, gasto descomunal de água, além da poluição de solo e águas.
30. Em suma, a desnacionalização da economia - dominada por carteis aqui instalados e por suas matrizes no exterior - acarreta prejuízos anuais ao País assim estimáveis:
1) diferença entre a taxa de juros efetiva da dívida pública e a adequada: 0,13 [13%] x R$ 2,5 trilhões = R$ 320 bilhões; 2) diferença entre a taxa média dos juros, no crédito às empresas e pessoas físicas, e a que deveria prevalecer: 0,2 [20%] x R$ 2,6 trilhões = R$520 bilhões; 3) sobrepreços nos bens e serviços produzidos para o mercado interno = 80% do PIB = R$ 4,2 trilhões; 4) sobrefaturamento das importações de produtos finais e insumos para a indústria, e de serviços: 60% de US$ 229 bilhões (bens) = US$ 137,4 x 2,8 = R$ 385 bilhões + R$ 115 bilhões (serviços) = R$ 500 bilhões; 5) subfaturamento das exportações: 50% de US$ 225,1 bilhões = US$ 112,5 bilhões x 2,8 = R$ 315 bilhões; 6) perdas na relação de troca (terms of trade), devidas à primarização da economia: importar, por preços até cem vezes superiores, bens acabados produzidos com matérias-primas exportadas a preço vil.
31. O item 6 é difícil de quantificar, mas corresponde certamente um múltiplo (2 ou 3) do presente valor do comércio exterior do País, a que se deve aplicar outro múltiplo (no mínimo, 10) decorrente de comparar o atual PIB, com o que teríamos, se o País não se tivesse submetido ao modelo dependente, desde os anos 50: R$ 800 a 1.200 bilhões x 10 = R$ 8 trilhões a R$ 12 trilhões anuais.
32. Mesmo sem adicionar o item 6, que equivale ao dobro dos cinco anteriores, a soma destes totaliza R$ 5,85 trilhões, cujo cálculo não é exagerado: embora possa conter algumas duplas contagens, aplica alguns percentuais provavelmente subestimados.
33. As perdas acima resumidas incidem a cada ano. Não incluem as pontuais, como as enormes transferências fraudulentas para o exterior através do BANESTADO nos anos 90, nem os prejuízos superiores a R$ 50 trilhões, decorrentes das privatizações de FHC, afora os que prosseguem, desde então, em função delas.
* - Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
UM ESTRANHO NO NINHO
General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
Ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Escola Marechal Castello Branco)
A escolha de Jaques Wagner para o Ministério da Defesa sinalizou um dos objetivos da Presidente Dilma em relação às Forças Armadas (FA) no seu segundo mandato. O critério foi ideológico, não se pautando pelas exigências do anunciado propósito de conferir capacidade de dissuasão militar extrarregional ao Brasil. Este projeto de longo prazo, para decolar, precisaria de uma liderança com habilitação ou, pelo menos, experiência nos campos da geopolítica e das políticas e estratégias de defesa, qualificações ausentes do currículo do novo ministro.
Assim, uma das suas tarefas será fazer as FA acatarem as recomendações constantes do relatório da Comissão da Verdade (CV) que, em uma jogada de marketing, responsabilizou os presidentes militares e grande parte da cadeia de comando das FA e dos órgãos de inteligência pelas violações cometidas no combate à luta armada. Dessa forma, tentou justificarquase três anos de trabalho remunerado, pois só ampliando a quantidade de pessoas acusadas e explorando a relevância de seus nomes conseguiria conferir apelo midiático ao relatório. Muitos têm esta opinião, pois a investigação facciosa comprometeu a credibilidade da comissão e o resultado dos trabalhos pouco acrescentou à farta bibliografia já existente e conhecida. Acusados e familiares rechaçaram o relatório, mas as FA silenciaram diante do vilipêndio à sua história e à de honrados chefes do passado, atitude lamentada por um imenso universo de militares da ativa e reserva.
O novo ministro, em uma declaração ambígua, disse que as recomendações do relatório da CV serão processadas no Ministério da Defesa[1]. Ora, o relatório recomendou que as FA pedissem desculpas à Nação por violações cometidas no combate à luta armada, como se estas fossem uma norma institucional e não desvios em níveis intermediários. E o que dizer do PCB, PCdoB e dezenas de grupos armados revolucionários, cujo propósito era implantar um Estado totalitário socialista e, para isso, empregaram terrorismo, sequestro, tortura e execuções? São os mestres da hipocrisia e falsidade, pois se consideram moralmente autorizados a cometer os mesmos crimes de que acusam seus oponentes, a criar conflitos que enlutam uma sociedade e a liquidar a liberdade e a democracia. Mas a Nação brasileira apoiou o Estado, que os derrotou e lhes concedeu anistia ao invés de promover um banho de sangue, como eles fariam, pois assim foi o desfecho dos conflitos onde o socialismo venceu, a exemplo de suas matrizes soviética, chinesa e cubana. Como é sabido, o PT e seus aliados radicais pretendem que as FA rompam o compromisso com a sua história, tradições e chefes do passado e, também, se empenham em mudar o ensino militar, a fim de inserir a ideologia socialista nos estabelecimentos de ensino castrenses. Além disso, tentam romper a coesão entre a ativa e a reserva militar, procurando emplacar ideias-forças como a de FA ditatoriais do passado em contraposição às FAdemocráticas de hoje e a de uma nova oficialidadedemocrática, não mais autoritária como a das nefastas FA do passado.
Jaques Wagner, quando governador da Bahia, endossou a mudança do nome de uma escola estadual, de Presidente Médici para Carlos Marighella. Presente à solenidade, elogiou Marighella como sendo “um apaixonado pela liberdade[2]”. Convém lembrar uma das pérolas desse apaixonado pela liberdade, escrita no Manual do Guerrilheiro Urbano de sua autoria: “o guerrilheiro urbano tem que se fazer mais agressivo e violento, girando em torno da sabotagem, terrorismo, expropriações, assaltos, sequestros e execuções”. Eis o falso herói dos socialistas, exemplo com que Jaques Wagner pretende inspirar futuras gerações. Qual seria o conceito de liberdade do novo ministro da Defesa?
No discurso de posse, Jaques Wagner declarou: “Sou ministro da Defesa de um projeto político vitorioso --- e as Forças Armadas são parte fundamental deste projeto vitorioso”. Mas qual é esse projeto político do PT? Trata-se da implantação do regime socialista no Brasil, segundo orientação do Foro de São Paulo e em aliança com a ditadura cubana, governos bolivarianos, partidos e movimentos de esquerda radicais na América Latina, inclusive a narcoguerrilha colombiana. A estratégia adotada é de linha gramcista que prega, de forma subliminar, a substituição de valores morais e éticos tradicionais por antivalores materialistas que enfraquecem a família e eliminam referenciais básicos à paz social. Ela está inserida no Programa Nacional de Direitos Humanos, que preconiza o controle da mídia, dos Poderes Legislativo e Judiciário e de todos os setores da Nação por meio de conselhos aparelhados pelo PT, bem como a neutralização das FA, objetivos intermediários para o partido alcançar a hegemonia na sociedade, imobilizando-a antes da conquista total do poder.
É um projeto incompatível com os valores, a missão e o espírito democrático das FA, além de ter sido amplamente contaminado pela corrupção. O Marechal Castello Branco, exemplo de cidadão e líder militar, assim se manifestou quanto à relação FA - Governo: “Os meios militares nacionais e permanentes não são propriamente para defender programas de Governo, muito menos a sua propaganda, mas para garantir os poderes constitucionais, o seu funcionamento e a aplicação da lei. Se lhes fosse permitida a faculdade de solidarizarem-se com programas, movimentos políticos ou detentores de altos cargos haveria, necessariamente, o direito de também se oporem a uns e a outros[3]”.
Tudo o que foi aqui descrito evidencia o desconhecimento da cultura organizacional, da missão e do espírito das FA brasileiras pelo novo ministro. Elas professam valores e têm uma visão de futuro para o Brasil em total dissonância com as crenças e ideais de Jaques Wagner. Ou seja, em termos de coração e mente, ele é um estranho no ninho.
Mário César Flores: o ex-ministro da Marinha percebe que argumentos da Comissão Nacional da Verdade servem para “incriminar” a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula da Silva no caso da corrupção na Petrobrás | Foto: Solan Soares
O almirante da reserva Mário César Flores é um dos mais qualificados intelectuais brasileiros vivos. O leitor deve se lembrar dele por ter sido ministro da Marinha no governo Fernando Collor. Foi também ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo Itamar Franco. Flores publicou, que eu saiba, sete livros sobre defesa e poder militar. Talvez tenha escrito outros. Cidadão educadíssimo, além de inteligente e culto, mesmo na reserva não seria dispensado de prestar serviço a nenhum governo, se não existisse enorme preconceito contra os militares. Preconceito que vem desde que Fernando Henrique Cardoso, a esquerda, chegou ao governo. É uma pena, pois quem perde, ao deixá-lo na prateleira, é o Brasil. Do alto de seus 83 anos, Mário Cesar Flores, dono de uma lucidez invejável, de um raciocínio tão preciso quanto arguto e de muita experiência, seria melhor ministro da Defesa que qualquer um dos que já ocuparam a pasta. Ou do Planejamento, ou de outra meia dúzia de ministérios, hoje nas mãos de nulidades absolutas. Ninguém na imprensa ou na oposição percebeu, mas não passou batido para Mário César Flores: a Comissão Nacional da Verdade responsabilizou integralmente Lula e Dilma por toda a roubalheira da Petrobrás. Responsabilidade mesmo, condizente com as penas da lei. Explico, ou melhor, o almirante Flores explica: a dita Comissão Nacional da Verdade, em seu relatório, responsabilizou os ex-presidentes do regime militar por todos os excessos cometidos pela repressão contra presos políticos. Responsabilizou também os ministros militares da época, bem como os comandantes dos Exércitos e de unidades militares onde podem ter ocorrido violações de direitos humanos. No entender da tal Comissão essas autoridades são responsáveis por tais crimes, pelo fato de ocuparem postos mais altos na cadeia de comando em que foram cometidos. Ainda no entender dos “brilhantes” membros da Comissão essa posição na hierarquia os faz, irretorquivelmente, culpados. O recurso ao “eu não sabia” é integralmente repelido pela dita Comissão Nacional da Verdade. A seguir, pois, os critérios da Comissão, Lula e Dilma respondem pela roubalheira da Petrobrás, como presidentes da República. Há ainda o agravante de Dilma ter ocupado a presidência do conselho de administração da Petrobrás, e ambos, Lula e Dilma, terem como próximos, quase de casa, elementos-chave nos desvios de dinheiro público, como Paulo Roberto Costa. Metaforicamente, na interpretação da dita Comissão Nacional da Verdade, a “tortura” a que foi submetida a Petrobrás pela “ditadura” petista instalada no país, tem Lula e Dilma como responsáveis iniludíveis. Responsáveis “político-administrativos”, como presidentes. Dilma mais responsável ainda, pois chefiou um dos “centros de tortura” onde foi vitimada a Petrobrás: o conselho de administração da empresa. E Lula e Dilma conviveram, fraternalmente com os “torturadores” Paulo Roberto Costa, José Sergio Gabrielli e Renato Duque, entre outros.
____________________________________________________________ VALE A PENA ASSISTIR A ESTE VÍDEO DE 20 MINUTOS. POR QUE, ATÉ HOJE, NEM O MINISTÉRIO PÚBLICO, NEM A OAB, NEM A OPOSIÇÃO MOVEU AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE PERANTE O STF CONTRA O EMPRÉSTIMO FEITO PELO GOVERNO DILMA ROUSSEFF A CUBA PARA CONSTRUÇÃO DO PORTO DE MARIEL, QUE FERE O ARTIGO 49 DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA?
2015 - IMPEACHMENT JÁ ! Entrevista Dra Maristela Bass
Vamos divulgar ao maior número possível de pessoas!
-------Mensagem original-------
De:Data: 31/12/2014 08:02:06
Assunto: Fwd: CNV x Petrobras - Pensamento do Clube Militar.
Enviado do meu iPad
Início da mensagem encaminhada
De: "Clube Militar" Data: 30 de dezembro de 2014 14:52:14 BRST Para:Assunto:CNV x Petrobras - Pensamento do Clube Militar. Responder A: <clubemilitarinfo@clubemilitar.com.br>
Correio Braziliense, 27-12-2014 p. 6: "Os prejuízos que vêm com uma usina".
Lamentável texto de uma página inteira. É jornalismo ruim. Sem o contraditório, que é uma das regras básicas do bom trabalho de informação. Só enfoca um lado da questão, destacando prejuízos irrisórios diante das enormes vantagens de uma grande usina hidroelétrica para o desenvolvimento do nosso país, carente de eletricidade a preços vantajosos, em vez de onerosas e poluentes termelétricas. Afinal, não se faz um omelete sem quebrar os ovos. O jornal dá abrigo à ONGs que não querem o progresso brasileiro. É preciso aproveitar TODO o potencial hidrelétrico que a Amazônia dispõe, construindo barragens com ECLUSAS, para permitir a navegação fluvial, e com reservatórios para manter as usinas funcionando a plena carga mesmo nos meses de seca. Nada de barragens a fio d´água, que não aproveitam adequadamente o potencial dos rios.
Roldão Simas Filho
Brasília, 28-12-2014
COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO 212, de 29 de dezembro de 2014
Assuntos
NO MUNDO: Vantagem americana e AsMarionetes e quem maneja os cordéis
NO PAÌS: O Momento político e a Comissão da Verdade,A “Nossa” Guerra e Segurança Publica
NO MUNDO
Gigantesca queda de braço
Na queda de braço entre os EUA e a Rússia os primeiros estão levando vantagem, mais do que as sansões econômicas, a baixa forçada do preço do petróleo está castigando a última, ao mesmo tempo em que atinge duramente a economia do Irã e da Venezuela. Apesar dos problemas que enfrentam na Síria e na Criméia os EUA e seus aliados da UE estão ganhando na América Latina onde os ventos sopram a favor deles, pois aproveitando a incompetência e corrupção dos governos que lhe são hostis provavelmente conseguirão substituí-los por outros mais favoráveis.O fim das sanções contra Cuba acabará de derrubar o perigo no seu quintal, quebrando a ponta da lança vermelha na América Latina, pois os devotados guerrilheiros comunistasdaqui ficam sem entender nada. Acabou-se a causa. Só lhes restarão a defesado meio ambiente e dos “direitos humanos”, em ambos os casos estarão fazendo o jogo dos “inimigos” do norte.
Aproveitando a melhor posição, os EUA prosseguem a escalada adotando medidas de isolamento da Rússia, fornecendo armas à Ucrânia e fortalecendo a presença militar nos vizinhos da Rússia, o que no conjunto, constituem a segunda Guerra Fria. O mesmo tipo de sansões econômicas induziu o Japão à guerra, mas nesta queda de braço a Rússia conta com a impossibilidade da Europa de substituir a importação de gás russo pra suprir sua necessidade de energia, contudo, a grande aposta russa seriaa criação de uma aliança anti-dólar com países (os Brics?) dispostos e capazes de deixar o dólar de lado no comércio internacional e evitar manter as reservas monetárias em dólar, o que quebraria o poderio econômico-financeiro estadunidense, mas arriscaria a uma reação bélica. Aliás, ficando evidente a superioridade de um dos lados o outro pode arriscar um lance desesperado assumindo a possibilidade de guerra total e portanto, nuclear. Várias agências de segurança fazem planos já para o Day After nesta hipótese.
No momento, só quem está lucrando com a baixa do petróleo são os importadores. Noticiou-se que a China economiza dois bilhões por dia.
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As Marionetes e quem maneja os cordéis
Ao invés de criarem seu próprio dinheiro, ha governos que tomam emprestado aos cartéis bancários, controlados pela linhagem financeira dos Iluminati, pagando juros (e as vezes, pequena parte do principal), com dinheiro arrancado diretamente do bolso dos contribuintes. Uma quantia astronômica de dinheiro vai, portanto, direto aos cofres dos banqueiros internacionais para o pagamento de empréstimos que poderiam ter sido evitados se os governos simplesmente emitissem. Então por que não fazem isto?
É porque os Iluminati controlam facilmente os governos corruptos com propinas e comissões. Apelidam de privatização a venda de ativos dos Estados-nacionais em resposta às cobranças dos débitos engenhosamente criados pelos bancos com a conivência dos maus governos. Quanto mais corruptos mais cedem o controle de seus recursos naturais e seu parque industrial, enfim, da sua soberania simplesmente porque não têm como pagar esses empréstimos-armadilha, criados artificialmente para enredá-los em situação deplorável.
A ‘Dívida do Terceiro Mundo’, especialmente a dos países ricos em matérias primas estratégicas, foi fabricada para substituir a antiga ocupação física, dos tempos do colonialismo, pela ‘ocupação financeira’, induzindo-os à rendição e à entrega total das suas riquezas e de seu mercado.
NO PAÌS-
O Momento político
A situação político-institucional agrava-se dia a dia e as esquerdas ainda pretendem forçar o Governo a atender suas reivindicações, mas o Governo ficará realmente numa encruzilhada quando os “movimentos sociais”, (MST, MTST, VIA CAMPESINA etc), começarem as ações de guerrilha que estão preparando para impedir o cerco sobre os corruptos, tendo como objetivo longínquo implantar o comunismo. Poderia até ser a oportunidade para passar o País a limpo, mas se o governo, por seu partido ser o beneficiário dessas ações, não determinar a repressão aos “movimentos”, as Forças Armadas terão de agir por iniciativa sob pena de instalar-se no país uma guerra civil de porte e consequências imprevisíveis
Não é de hoje a tentativa governamental de que quebrar a espinha das Forças Armadas, reminiscência do positivismo internacionalista, redivivo com força no final do século passado quando o governo de então criou o Ministério da Defesa entregando-o a um elemento ligado ao Crime Organizado e tentou matar a míngua as Forças, retirando-lhes as verbas para equipamentos, para munição, uniformes e até para alimentação.
A partir daí, governos sucessivos atenuaram o mau tratamento mas mantiveram as nomeações de indivíduos incapazes (quando não desqualificados moralmente) para Ministros da Defesa procurando sempre antagonizar as Forças com a população .
Já temos a deletéria Comissão da Verdade a reabrir feridas. Somando a nomeação de indivíduo desqualificado moralmente como novo Ministro da Defesa que pelo seu passado tenderia a obstaculizar as operações militares e a apoiar os baderneiros auto intitulados de movimentos sociais talvez tenha ultrapassado a linha vermelha. Nesta hipótese não existe saída sem intervenção militar. O primeiro a ser neutralizado teria que ser o próprio Ministro.
Queiram ou não queiram os apátridas da Esquerda ou da Direita, toda nação tem um exército a ocupá-la: o seu ou o de estrangeiros e nenhum governo se sustenta sem ao menos o seu consentimento. No nosso caso tanto as forças políticas como a sociedade civil tendem a querer a substituição do atual Governo, só não sabem por quem. Numa situação dessas não basta o consentimento das Forças Armadas, mas o Governo só se sustentará se tiver o seu apoio e isto não pode ser conseguido na ausência de uma faxina geral e de um repúdio firme à maligna Comissão da “Verdade”. Não se tenta quebrar o orgulho de uma Força Militar impunemente. Também será impossível a concordância das Forças Armadas com essa idéia de dissolver o País no seio de uma hipotética organização internacional seja a UNASUL seja qualquer outra.
Preparemos nossas armas e aguardemos os acontecimentos, pois talvez tenhamos que por ordem na casa. Não se sabe o que acontecerá, mas não estaremos do lado de quem queira nos espezinhar.
A Comissão da Verdade e o novo Ministro
O Ministério da Defesa é instituição mais desprestigiada da Nova república. Já teve de tudo. Gato, rato, berinjela, marionete, melancia, chifrudo e agora um bêbado...Alguns não apresentaram o mínimo de atributos exigidos ao ingresso em qualquer das Forças entretanto, jamais houve algo tão mesquinho, desonesto e imbecil como a proposta do petista Pedro Dallari da “Comissão da Infâmia”, no Congresso Nacional. Baseado em testemunhos mentirosos propôs a diminuição dos orçamentos militares, que contemplam projetos estratégicos na área de Defesa do País, tendo como objetivo forçar os chefes militares a reconhecer violações de direitos humanos, segundo ele, ocorridas durante os governos militares.
Pensa esse mentecápto que pode quebrar o espírito de corpo de um Exército brioso? O que quer realmente? Destruir a já pequena capacidade defensiva do País? Provocar uma reação militar, onde seria preso imediatamente? Reabrir a Guerra Fria dentro do País, mas em proveito de quem, se é certa a vitória das Forças Armadas?
Se provocar uma reação foi o objetivo visado, andou perto de o conseguir pois nós da quase totalidade dos militares já o teríamos prendido e alguns de nós o teriam querido fuzilar. Fomos inibidos apenas pela lealdade ao nosso comandante, que se limitou a ir equipando o Exército, dando como moeda de troca os serviços da Engenharia. Muitos camaradas de armas recriminaram o Comandante Enzo considerando-o muito complacente, mas pode ser que ele esteja certo pois a tal Comissão tende a se dissolver no vento. Nunca a nossa população a quis e os maus políticos tremem ao pensar nas consequências. Apenas tentam, inutilmente, desviar a atenção do escândalo do BNDES, que segundo parece envolverá 90% dos Senadores e provocará ou a faxina geral ou a mudança de Governo.
Mais por análise geopolítica do que por dever militar, respeito o atual Comandante do Exército. Nem sempre respeitei aos comandantes anteriores, desde os inúteis como o Chico Albuquerque, ou no longínquo passado, o protótipo do subversivo mentiroso que foi o Benjamin Constant (ver o adendo), mas os limites estão perto de serem ultrapassados. A nomeação de um inimigo declarado para Ministro da Defesa talvez seja o ponto de ruptura.
A “Nossa” Guerra
Apesar da situação conturbada a nossa guerra não é a política partidária. Enfrentamos duas batalhas mais importantes: a da sobrevivência da Petrobrás como empresa nacional e a de impedir criação de nações indígenas independentes. Investidores norte-americanos entraram com ações judiciais pela desvalorização de seus papéis, o que é uma jogada psicológica, já que o jogo das Bolsas não conta com garantias, mas se colar, colou.
A pressão para a alienação da Petrobrás é evidente, lastreada na corrupção petista, como se a corrupção fosse o apanágio das estatais num ensaio de ampliar a desnacionalização dos anos 90, que atingiu entre outras a Telebrás,que gerava excelentes resultados em produções realizadas com tecnologia nacional, esvaziada pela concessão entreguista. Hoje, com a Petrobras, desmoralizada, tem suas ações desabando na bolsa, mas George Soros aproveita e as compra a baixo preço.
Contudo, uma questão inquieta: “Como ficará o Pré-Sal se o barril for a US$ 50?” - A resposta é: “Ainda viável. O custo do petróleo do Pré-Sal está na casa de US$ 45 por barril, de forma que teremos uma margem pequena, mas ainda positiva. O petróleo da Bacia de Campos, com custo em torno de US$ 14 por barril, não estará de forma alguma ameaçado”. Esta posição privilegiada do Brasil é consequência, além da natureza, da capacidade técnica e empresarial da Petrobrás. A baixa do preço vai prejudicar os próximos investimentos, mas não os impedirá além disto a baixa pode não durar.
Quanto a Questão Indígena, a traidora Funai está perdendo força e a própria Presidente já não tolera mais o apátrida do Ministro da Justiça e nem o recebe mais e se porventura este Governo for substituído, a leniência petista para com as ONGs internacionais terá sido um dos motivos.
Segurança Publica
Talvez seja o que mais preocupe o nosso povo e com razão. Quando o estatuto do desarmamento foi aprovado, em 2003, o Brasil estava atônito com a quantidade de homicídios e a nova lei se apresentava como solução através de rígidas restrições ao acesso às armas pelo cidadão comum. O Estatuto reduziu a posse de armas de fogo apenas pelas pessoas de bem O número de assaltos cresceu exponencialmente e homicídios aconteceram em maior número ano a ano, sucessivamente batendo seu recorde anterior.
O Estatuto é um fracasso! Certamente não é a única causa da violência indiscriminada, mas é a principal; a errônea maioridade penal e uma legislação frouxa que visava proteger o cidadão de uma pretensa ditadura tem contribuído para a impunidade, mas é a certeza da impossibilidade de reação o que mais estimula os malfeitores mais ainda do que a possibilidade de uma punição em um futuro longínquo.
Isto todos vêem, o que poucos percebem é que o Estatuto, estimulado pela ONU, visa acostumar aos povos a nunca resistires e cederem face a ameaças assim, os dominadores não precisarão matar nem morrer para conseguirem o que querem. Bastará ameaçar.
Uma das maiores incentivadoras desse Estatuto que deu errado é a Maria do Rosário, uma diaba com nome de santa, que processou o Dep.Bolsonaro por ter dito que ela não merecia ser estuprada. Será que ela acha que merece?
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Que Deus proteja a todos nós
Gelio Fregapani
ADENDO
“RUMO À TROPA!” “RUMO AO MAR!”
Coronel de Infantaria e Estado-Maior, Manoel Soriano Neto.
“Rompemos com a Coroa, mas não rompemos com o assado!”
( declarado pelo Presidente Deodoro da Fonseca, em um acesso de fúria...) O Positivismo surgiu na França e teve fundamental influência na evolução histórica de países como o México, o Chile e o Brasil, principalmente, bastando ver-se o lema positivista de nossa Bandeira (a propósito, Santos=Dumont, o Patrono da Aviação Brasileira, ao receber os seus prêmios, se negava a empunhar a Bandeira Nacional, preferindo um galhardete verde e amarelo, pois dizia que não desejava ser propagandista de uma seita internacionalista e sectária). Tal ideologia ancorava-se em princípios agnósticos da ciência pura, segundo o que foi chamado de “Religião da Humanidade”, com a sua “Deusa Razão”,- Clotilde, amásia de Augusto Comte. Em estreita síntese, diríamos que o Positivismo era cientificista – era verdadeiro o que pudesse ser comprovado cientificamente, segundo ensinava Descartes; era pacifista, humanista, cosmopolita, anticlerical, propugnador da “ditadura republicana”, sendo um de seus epíginos, o ditador do Paraguai, Dr. Francia, e adepto da extinção dos Exércitos permanentes que deveriam ser substituídos pelas gendarmerias, formadas por “cidadãos-soldados”. Almejavam, quanto ao Brasil, a sua desintegração, com a criação de várias “pátrias brasileiras” (ver discurso do coronel Afonso de Carvalho, quando deputado federal, em 1946, publicado, em alguns trechos, pela magnífica edição histórica, de novembro passado, do Jornal Inconfidência, alusiva à Intentona Comunista, em que o ilustre oficial traça paralelos entra as ideologias positivista e comunista, condenando, com veemência, a ambas). Àquela época, nossos jovens oficiais faziam questão de ser chamados de “doutores” ao invés de Alferes, Tenentes ou Capitães (a exemplo de seu ídolo, o Tenente-Coronel Benjamin Constante, que só se declinava como “Doutor Benjamin”), como se pejassem de seus postos na hierarquia militar. A politização do Exército, primeiro, a mentalidade dos oficiais positivistas, em segundo lugar, e a Revolução Federalista de 1893 e a concomitante Revolta da Armada, por final, foram as causas (aliás, concausas) alistadas por Tasso Fragoso para justificar o que chamou de “a estagnação das Forças Armadas”, nos albores da República, tudo muito pernicioso para a atividade-fim das Instituições Militares, o que veio a se refletir nos “quase fiascos de Canudos e Contestado”. E continuava o grande historiador militar, após abjurar o Positivismo, ele que fora um de seus mais ardorosos profitentes: “Por seu turno, a Revolta da Armada, com íntimas ligações com a Revolução de 1893, quebrou a coesão da Marinha e a isolou do Exército, pelo que a novel República seria presa fácil de qualquer aventureiro alienígena”. Para bem evidenciar-se o que se passava na Escola Militar, vejamos o depoimento do líder federalista, Senador Gaspar da Silveira Martins, que da tribuna do Senado, iterativamente, condenava o “bacharelismo militar”. Disse o valoroso Chefe “maragato”, que bem conhecia a metodologia da Escola, pois um de seus filhos era aluno da mesma: “Em vez, porém, da têmpera forte que convém dar ao Exército, o que se vê em nossas Escolas Militares? A mocidade imbuída das doutrinas de Augusto Comte e Laffite e professando uma “Religião da Humanidade” que visa ao cosmopolitismo. Pode ser que sejam boas tais doutrinas, mas não para o Soldado, que antes de tudo é feito para empunhar armas em defesa da Pátria. Alguns diretores dessas Escolas chamam, filosoficamente, os grandes Generais, de “assassinos dos povos”. Singular maneira, aliás, de encarar a questão em uma Escola de Soldados”..
A dicotomia entre oficiais ditos “práticos-tarmbeiros” e “teóricos-bacharéis” acentuou-se, sobremaneira, com a reforma de ensino promovida por Benjamin Constant, quando Ministro da Guerra. Tal reforma era voltada para uma formação militar eminentemente bacharelesca, o que assaz potencializava o divisionismo entre as duas correntes anteriormente referidas. E isso veio a se exacerbar, agudamente, quando foram publicados trabalhos de alunos positivistas, que condenavam a Guerra do Paraguai e depreciavam, acerbamente, nossos Comandantes, em especial o Duque de Caxias, teses que foram aprovadas, “summa cum laude” pelo Ministro “Doutor Benjamin”. Os alunos afirmavam que a guerra foi “um grande rolo”, de três contra um, atentatória aos princípios humanitários e pacifistas empalmados pelos seguidores da “Religião da Humanidade”. Mas a atitude do Ministro desagradou profundamente a Deodoro e Floriano, ambos, assim como Benjamin Constant, partícipes daquele conflito. “Rompemoscom a Coroa, mas não rompemos com o passado!” bradou Deodoro, em um acesso de fúria, quando de uma reunião do Ministério, rasgando com violência, alguns dos ditos trabalhos. Iniciava-se uma grave crise política que redundou, posteriormente, no rompimento definitivo entre o Presidente e Benjamin Constant, que permaneceu na Pasta da Guerra por apenas quatro meses. Àquele tempo, tudo o que se relacionasse ao Império, como os seus gloriosos feitos marciais, era propositadamente esquecido e/ou depreciado pelos “bacharéis fardados”, não porém pelos militares mais idosos, a começar por Deodoro da Fonseca. Os velhos combatentes da Guerra do Paraguai eram vaiados pela mocidade militar, como nos relata Tasso Fragoso em “Advertência Preliminar”, no seu livro “A Batalha do Passo do Rosário”. Diga-se que o ínclito Marechal José Pessoa registrou em suas memórias, a estranheza que sentiu, quando iniciava como aluno a sua formação castrense, em 1903, o do centenário de nascimento do Duque de Caxias, quando sequer o augusto nome de nosso “Soldado Maior” foi lembrado em sua Escola. Aduza-se que somente em 1925 (55 anos após o término da Guerra do Paraguai!), a memória do impoluto Duque, “O Pacificador”, “Patrono da Anistia” - epíteto que lhe deu o jornalista e acadêmico Barbosa Lima Sobrinho - e Patrono do Exército, foi resgatada de um injusto anonimato, não condizente com os tantos e tamanhos serviços por ele prestados ao Brasil, na paz e na guerra. Naquele 1925, o Ministro da Guerra, General Setembrino de Carvalho, instituiu o “Dia do Soldado”, a ser comemorado a cada 25 de agosto, data do nascimento do Duque invicto.
A “ditadura republicana”, apregoada pelos prosélitos do Positivismo foi implantada pela Constituição de Júlio de Castilhos, no RS, a qual foi resguardada, por muito anos, pelo ultra-positivista Borges de Medeiros (era “um Estado dentro de um Estado”, consoante Rui Barbosa).
Em 1904, o governo fecha a Escola Militar da Praia Vermelha, em face de uma sublevação coletiva dos alunos (ainda não havia o título de cadete), contra a vacina obrigatória, ocasião em que estes saíram às ruas do Rio de Janeiro e praticaram atos vandálicos como a quebra de inúmeros lampiões.
No período em comento, a grave situação das Forças Armadas, sem um “minimum minimorum” de espírito militar, teria de ser radicalmente modificada. Esta passou a ser a grande motivação, a prioridade de número primo, após a morte de Benjamin Constant, em 1891. A reação àquele estado de coisas ocorreu no Exército e na Marinha. Quatro nomes, dentre outros, avultam, a nosso sentir, na cruzada em prol do soerguimento do moral, do espírito militar e da operacionalidade das Forças Armadas: o Barão do Rio Branco, nosso Chanceler, que propugnou “à outrance”, pelo reaparelhamento da Marinha e do Exército; Olavo Bilac, que desencadeou memorável apostolado cívico, por todo o País, em defesa do Serviço Militar Obrigatório, do qual é, aliás, o digno Patrono; o Marechal Hermes da Fonseca, Ministro da Guerra, que encetou a dita “Reforma Hermes’, cujo lema era “Rumo à Tropa!” e o Ministro Almirante Alexandrino de Alencar, que promoveu campanha semelhante na Marinha, cujo mote era “Rumo ao Mar!” E, posteriormente, no bojo dessas reformas, uma plêiade de oficiais foi estagiar na Alemanha (eram os “Jovens Turcos”); foi criada, em 1919, a “Missão Indígena” para a instrução na Escola Militar do Realengo e trazida da França uma Missão Militar que atuou no Exército, de 1920 a 1940. Assim, saiu vitoriosa a corrente dos “tarimbeiros”, “troupiers” ou “combatentes”. Em pouco tempo, os “bacharéis fardados”, também apodados, pejorativamente, de “filhotes de Benjamin”, “desapareceram”, pois foram sistematicamente preteridos nas promoções e transferidos para longe do Rio de Janeiro, tendo a grande maioria, muitos ainda bem jovens, solicitado transferência para a Reserva.
Anos depois, outros jovens oficiais, já formados sob rígidos regulamentos, na Escola Militar do Realengo, criada em 1913, vão deflagrar um período de bernardas, na década de 1920, chamado de “Tenentismo”, pela honra do Exército e para “regenerar a Pátria”: em 1922, em 1924, com a intrusão da Revolução Libertadora, de 1923, no RS, epílogo, digamos assim, da Revolução Federalista ou “Da Degola”, de 1893/9, e, finalmente a Revolução de 1930. São os enigmas da História... Finda essa incompleta recorrência histórica, traçada, de escantilhão, para melhor entendermos a atual conjuntura em que as Forças Armadas foram enxovalhadas por essa maligna, parcial e revanchista Comissão da Verdade, faz-se necessário que haja, como houve no passado, uma FIRME REAÇÃO do estamento militar brasileiro contra as mentiras, vilanias e calúnias contidas no relatório apresentado no dia 10 de dezembro.
A par das indignadas e justas reações dos generais Etchegoyen e Paulo Chagas, em vista dos ataques às figuras honorabilíssimas de seus genitores, além das notas dos clubes militares e dos inúmeros protestos que circulam em várias mídias, gostaria de também expressar o meu repúdio ao constatar, na nominata de eméritos Chefes militares do passado, existente naquele covarde relatório, o nome de um meu ex-comandante, o General Amadeu Martire, já falecido há muito tempo. Integrei, com muito orgulho, no 12º RI, de Belo Horizonte, então comandado pelo Cel Dióscoro do Vale, o “Destacamento Tiradentes” que partiu de Minas para o Rio de Janeiro, a fim de derrubar o governicho cripto-comunista de João Goulart. No ano seguinte, o Regimento passou a ser comandado pelo Cel Amadeu Martire, um herói da FEB, eis que na Itália, comandou, como Capitão, a 8ª Companhia do 1° RI – o Regimento Sampaio. A sua subunidade foi decisiva nos combates para a conquista de Monte Castelo. Eu tive o privilégio de ler os assentamentos desse grande chefe militar, de “excepcional coragem física e moral”, no campo de batalha. Era um comandante rígido, cumpridor ferrenho do dever, mas extremamente humano, incapaz de fazer mal a quem quer que fosse. Já tive excelentes comandantes, mas, com certeza, o Cel Martire foi o que mais marcou a minha longa vida militar, influenciando em meu comportamento e conduta, desde que eu era um jovem Tenente. Mantive contato com ele até a sua morte e fiquei estarrecido quando vi o seu honrado nome na relação dos que contribuíram, direta ou indiretamente, para com a tortura e maus tratos a prisioneiros. Não tenho nenhuma procuração da família para defender esse saudoso e valoroso Chefe; o seu filho, Comandante Martire, Capitão de Mar e Guerra, faleceu recentemente, mas tenho absoluta certeza de que os comandados desse insigne oficial-general, como eu, se sentiram revoltados ao ler o seu nome no faccioso relatório. Descanse em paz, bravo General Amadeu Martire, pois os que o conheceram, saberão vela por sua inatacável memória!
E de tudo o que antes foi expendido, resta uma pergunta que não quer calar, parafraseando o inolvidável Marechal Deodoro, ao se dirigir a Benjamin Constant: será que as FFAA romperam com o seu passado? Onde a Nota de Repúdio (independentemente do Ministério da Defesa, pois de lá nada se deve esperar), cabal demonstração de liderança, dos três comandantes, ao maldito relatório que só enxovalha, afronta e denigre as Forças e os brios militares, nas pessoas de inúmeros e excepcionais Soldados de nosso recente passado? Discordo, peremptoriamente, dos que pensam que o cômodo, omisso e obsequioso Silêncio (ora, "quem cala consente"), como se fôssemos dóceis cordeiros, é a melhor arma contra essa patifaria que atinge, em cheio e contundentemente, os bons militares. Só falta, agora, as Forças Singulares pedirem desculpas à Nação pelo período do regime militar, como desejam esses sub-intelectualoides da Comissão da Verdade (?), atrelados ideologicamente. Onde estão os Deodoros, os Setembrinos de Carvalho, os Hermes da Fonseca, os Alexandrinos de Alencar, os Brigadeiros Eduardo Gomes - Patrono de nossa FAB -, os Barões do Rio Branco, os Olavo Bilac e tantos e tantos outros? Mas é bom que se lembre de que há um Tribunal da História (“a Mestra da Vida”, “a Mestra das Mestras”), implacável com os covardes, os omissos, os pusilânimes, os tartufos, os sabujos, os biltres e os poltrões... “A Honra se lava com o sangue de Heróis, de Gente Brava!”
(da Canção Militar “Fibra de Heróis”)
Observações pessoais: Também nos desagrada o lema de um grupo político na nossa bandeira, muito mais o de um grupo de origem tão internacional idêntico aos comunistas e como eles antirreligiosos inimigos dos exércitos nacionais. Os positivistas usaram os professores subversivos da mesma forma que os comunistas hoje, entretanto por dever de justiça assinalo que sinto um sentimento nacionalista no atual líder deles, o Sr.Paulo Lacaz. Disto tudo resta um consolo: pelo menos em relação àquela época o nosso Exército está muito melhor.GF
Uma
semana após o Facebook retirar do ar, duas páginas racistas com o
título ‘Eu não mereço mulher preta’ voltaram ao ar. “A nossa última
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