terça-feira, 16 de dezembro de 2014

STM aponta equívocos e critica relatório da Comissão Nacional da Verdade

O Superior Tribunal Militar (STM) divulgou nota apontando o que considera “inverdades” do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), apresentado na última na quarta-feira (10). Segundo a corte, a comissão errou ao tomar o STM como “retaguarda judicial [...] para a repressão [...] conivente ou omissa às denúncias de graves violações de direitos humanos”, conforme consta no relatório, que dedica um capítulo à atuação da Justiça Militar na ditadura (1964–1985).
A nota destaca que os conceitos utilizados são “inverídicos, injustos e equivocados” e que, “na realidade, a Justiça Militar da União (JMU) não 'teve papel fundamental na execução de perseguições e punições políticas', não 'institucionalizou punições políticas' e tampouco ampliou, para si mesma, sua competência para o 'processamento e julgamento de civis incursos em crimes contra a segurança nacional'.”
O STM também critica parte das recomendações finais do relatório. Uma delas sugere a “exclusão de civis da jurisdição da Justiça Militar Federal”, apontada como “verdadeira anomalia que subsiste da ditadura militar”. Ao contrário disso, o Tribunal Militar afirma se guiar, ao longo da história, por postura independente, transparente e imparcial, com espírito democrático e respeito à dignidade humana, inclusive durante o regime ditatorial.
Essa postura tem sido evidenciada pelo STM. Em outubro, o tribunal assinou um termo de cooperação com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e com o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) para organizar e disponibilizar à sociedade os áudios de manifestações da defesa de presos e denunciados políticos feitas no órgão, durante a ditadura militar.
Na ocasião, a presidenta do STM, ministra Maria Elizabeth Rocha, destacou que “essa Justiça [Militar], ao contrário da Justiça comum, que de uma certa forma acabou se curvando ao regime autoritário, essa Justiça teve a coragem de levantar a sua voz e enfrentar os arbítrios e as ilegalidades que estavam sendo perpetradas naqueles anos tão difíceis”.
Hoje (15), a Agência Brasil procurou a comissão, mas foi informada de que o grupo ainda não se posicionou sobre o assunto. 
relatório final da CNV foi apresentado na quarta-feira da semana passada, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Depois de dois anos e sete meses de trabalho, a comissão confirmou, em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos. Todos os ex-presidentes da República que exerceram mandato durante a ditadura foram responsabilizados por essas ações.

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MPF pede suspensão de ação penal contra parentes de ex-diretor da Petrobras

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná pediu hoje (15) ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, a suspensão, por 60 dias, da ação penal envolvendo parentes do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

De acordo com os procuradores, os acordos de delação premiada celebrados com as filhas e os genros de Costa ainda não foram homologados pela Justiça. A homologação é a última fase para que as confissões passem a ser investigadas.

Na ação penal, além de Costa, as duas filhas dele, Arianna e Shanni Costa, e os dois genros são acusados de obstruir as investigações.

Segundo a denúncia, Paulo Roberto Costa é acusado de ordenar que parentes fossem ao seu escritório de consultoria retirar documentos e quantias em dinheiro. Conforme os procuradores, o que foi retirado “interessava como prova das infrações penais sob investigação”. A presença dos parentes foi flagrada por câmeras de segurança do local.

Agência Brasil

PGR denuncia Bolsonaro ao Supremo por incitação ao crime de estupro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou hoje (15) o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por incitação ao crime de estupro.
No dia 9 deste mês, em discurso no plenário da Câmara, Bolsonaro disse que só não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela “não merece”. No dia seguinte, o parlamentar refirmou a declaração em entrevista ao jornal Zero Hora.
Na denúncia, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, afirma que a declaração de Bolsonaro indica que um homem pode estuprar uma mulher que ele "entenda ser merecedora do estupro”.  O pedido de abertura de investigação será julgado pelo ministro Luiz Fux.
Além da denúncia na Justiça, o parlamentar é alvo de uma representação protocolada pelo  PT, PCdoB, PSOL e PSB, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.  Os partidos pedem a cassação do mandato de Bolsonaro pelas ofensas à deputada.

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BC fará de tudo para que inflação volte ao centro da meta em 2016, diz diretor

O Banco Central (BC) fará o que for preciso para que a inflação volte ao centro da meta de 4,5%, em 2016, disse hoje (15) o diretor de Regulação do Sistema Financeiro e de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira, ao participar do seminário Reavaliação do Risco Brasil. Ele disse que o BC fará tudo o que lhe couber e reconheceu que a inflação não depende apenas da atuação do órgão.
Awazu destacou que, ao longo de 2015, serão tomadas medidas de acordo com as circunstâncias que se apresentarem para que seja criada uma trajetória e a meta, atingida em 2016. No seminário, Awazu disse que manter a nota do país nas avaliações de risco é uma "questão de alta prioridade". Segundo ele, o trabalho da equipe está voltado com para isso.
O diretor sênior da agência de avaliação de risco Standard & Poors, Sebastian Briozzo, reconheceu que o papel do Banco Central é importante. No entanto, Briozzo acredita que a instituição pode não ter capacidade de resolver a questão sozinha: "vai ser difícil o BC ser bem sucedido com sua capacidade se o [desempenho] fiscal não colaborar”.
As metas oficiais para a inflação no Brasil prevêem como patamar ideal a taxa de 4,5%, e, como teto, 6,5%. A última taxa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se mantém acima desses valores, com 6,56% acumulados nos últimos 12 meses.

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Há menos mortes e mais sequestros de jornalistas em 2014, diz organização

O número de jornalistas assassinados registrou redução em 2014, mas aumentou o de profissionais sequestrados em relação ao ano passado, mostra relatório publicado hoje (16) pela organização Repórteres sem Fronteiras (RSF).

Em 2014, foram assassinados 66 jornalistas, contra 71 no ano passado, mas o número de sequestrados aumentou de 87 para 119 casos. De acordo com o levantamento da RSF, há ainda 40 profissionais da imprensa que permanecem reféns em todo o mundo.

Segundo a organização, “os assassinatos são praticados com maior barbárie e os sequestros aumentam consideravelmente com o objetivo, por parte de quem os comete, de impedir que exista uma informação independente”.

“Poucas vezes o assassinato de jornalistas para fins de propaganda foi perpetrado com tanta barbárie”, destaca a RSF no relatório, elaborado anualmente desde 1995.

Dois terços dos assassinatos foram registrados em zonas de conflito: na Síria – país que, à semelhança do ano passado, figura como o mais perigoso para os jornalistas, com 15 mortes –, nos territórios palestinos, sobretudo em Gaza (sete mortes), no Leste da Ucrânia (seis), no Iraque e na Líbia (ambos com quatro).

A RSF registrou menos assassinatos de jornalistas em países “em paz”, como a Índia e as Filipinas.

Já o número de sequestros, ao contrário dos assassinatos, disparou 37%, de acordo com a organização defensora da liberdade de imprensa, com sede em Paris.

“Os sequestros foram particularmente numerosos na região do Oriente Médio e no Norte da África. Este ano, foram sequestrados 29 jornalistas na Líbia e 37 na Síria. No Iraque, o número chegou a 20. Essa tendência explica-se, sobretudo, pela ofensiva do grupo extremista Estado Islâmico na região”, diz a RSF.

O número de jornalistas detidos em todo o mundo manteve-se em 178, com a China liderando a lista (17% do total), em que também constam o Egito, a Eritreia, o Irã, a Síria, o Vietnã e a Arábia Saudita.

O levantamento indica ainda que, em 2014, 139 jornalistas tiveram que se exilar, ou seja, o dobro em relação ao ano passado. Esse ranking é novamente liderado por países como a Líbia (43), Síria (37), Etiópia (31) e o Azerbaijão (6).

O número de detenções de jornalistas teve aumento de 3%, atingindo 853 casos. “Evidentemente, os interrogatórios e as detenções são ataques à liberdade de expressão, cuja gravidade não pode comparar-se à dos assassinatos ou sequestros prolongados. Contudo, constituem obstáculos para o seu trabalho e, por vezes, intimidações violentas”, informa a RSF.

A organização Repórteres sem Fronteiras constata ainda uma redução em 15% das ameaças ou agressões a jornalistas, para um total de 1.846 ataques. Países como a Venezuela, Turquia, Ucrânia e China figuram entre os menos seguros para os profissionais dos meios de comunicação.

Agência Lusa e Agência Brasil


Inflação fica estável nas principais capitais do país

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) ficou estável na segunda prévia de dezembro, em 0,77%. No entanto, cinco dos oito grupos pesquisados em sete das principais capitais do país (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Recife, São Paulo e Salvador) apresentaram avanços.
Em saúde e cuidados pessoais, a taxa subiu de 0,44% para 0,56%, puxada pelos medicamentos que ficaram 0,2% mais caros. No grupo vestuário (de 0,51% para 0,64%), a alta foi influenciada pelas roupas, com preços em média 0,71% acima da apuração anterior. Em comunicação (de 0,40% para 0,51%), a elevação reflete o reajuste na telefonia móvel (de 0,87% para 1,2%).
No grupo educação, leitura e recreação (de 1,26% para 1,28%) a variação refletiu a alta no preço das diárias em hotel (de 0,9% para 1,65%). Já o grupo alimentação (de 0,88% para 0,89%) variou principalmente pela alta no preço das carnes bovinas (de 3,76% para 4,63%).
Já os demais grupos tiveram variações inferiores às apuradas na primeira prévia do mês: habitação (de 0,89% para 0,80%), com redução na variação da tarifa de eletricidade residencial (4,46% para 3,76%); transportes (de 0,74% para 0,69%) com redução no preço da gasolina (1,76% ante 2,33%); e despesas diversas (de 0,26% para 0,19%) com queda no reajuste do serviço religioso e funerário (de 0,62% para 0,13%).
Os cinco itens que mais pressionaram a inflação foram: a tarifa de eletricidade residencial (3,76%); batata-inglesa (34,14%); passagem aérea (26,85%); gasolina (1,76%); aluguel residencial (0,91%). Já os itens que ajudaram a aliviar a pressão foram: leite tipo longa vida (-5,45%); tarifa de ônibus urbano (-0,36%); banana-prata (-3,22%); protetores para a pele (-1,50%) e queijo muçarela (-2,74%).