sábado, 20 de setembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
COSTA RICA X LULA (E-mail recebido aqui no RS Notícias)
COSTA RICA X LULA
Na
sofrida América Latina de governos militares, sempre tivemos o exemplo
da Costa Rica, uma democracia consolidada, onde o voto e alternância de
poder são fatos corriqueiros.
A
Costa Rica não tem exército, abolido constitucionalmente. Prevaleceu a
visão do investimento em outras áreas de atuação governamental.
Passados muitos anos, a Costa Rica continua a nos dar exemplos. Se no passado era uma referência democrática, hoje ─ vergonhosamente para nós – passa a ser uma referência da miopia que se abateu sobre o Brasil.. A presidente Laura Chinchilla convocou uma rede de TV no país para anunciar o cancelamento da concessão dada à OAS - Empresa de Engenharia Brasileira, para reforma e exploração de uma autoestrada por 20 anos.
O povo e o parlamento enxergaram no acerto o maior caso de corrupção da história do país. Uma vergonha nacional.
O lucro era absurdamente indecente. Uma privatização (“concessão”, ensina a novilíngua petista) que renderia bilhões a uma empresa brasileira. Qual foi a lição? A revogação da concessão. E não só.
Esse contrato contou com a participação direta, presencial e ativa de Luiz Ignácio Lula da Silva!
O mitômano embriagado esteve em San Jose, em viagem paga pela OAS, usando o jatinho da empresa, com diretores da empreiteira, para se reunir com representantes do governo costa-riquenho e solicitar o favorecimento aos novos parceiros. (A mesma San José abriga o Tribunal Interamericano de Direitos Humanos, ao qual José Dirceu pretende recorrer).
Desista,
José Dirceu. Todos por lá já conhecem o modo petista de ser. Seu chefe
maior fez-nos o favor de demonstrar como é o Brasil da corrupção impune
...
A oposição da Costa Rica vê com estranheza e indignação o papel desempenhado por Lula, envolvido ostensivamente no maior roubo do gênero já ocorrido naquele país. E provocou a manifestação do Ministério Público de lá, que pretendia ouvir o ex-presidente do Brasil sobre o episódio em que se meteu. Mais um.
A
Costa Rica tem história. O pequeno país caribenho tem nas instituições
democráticas o maior valor reconhecido por todos. Lula despreza esses
valores.O que preza são acertos com empresários (os que mais combatia
quando ainda pretendia implantar o lulismo com seita no Brasil) e
mordomias ofertadas por quem sabe qual é o preço do ex-presidente.
A imprensa da Costa Rica credita a Lula o contrato danoso ao país. E a presidente se viu obrigada a cancelar o mesmo, em rede de televisão, para garantir a paz social.
A
que ponto chegou o Imperador de Garanhuns! O Brasil agora exporta
corrupção? Não basta o assalto aos nossos próprios cofres? Teremos que
nos ver humilhados em todo o mundo por levar a países sérios a expertise
do lulopetismo em matéria de roubalheira?
Até quando o lobista que paga a amante com o dinheiro público será incensado pelos que idolatram a figura cada vez mais repugnante deste co-presidente a quem – no Brasil – tudo é permitido? Nem mesmo a reprimenda pública na Costa Rica será didática a estes adoradores de corruptos? É esse o maior presidente da historia? O “deus” de Marta Suplicy? O intocável de Dilma? O pai dos pobres (e digo eu, dos corruptos). Na Costa Rica, Lula é somente um lobista barato envolvido naquilo que o povo chama de “o maior escândalo de corrupção em toda a história”. Eles não sabem que a frase que Lula adotou é “nunca antes neste país!” e aplica-se literalmente à Costa Rica. Mas já conhecem o método - e o personagem! Um dia pediremos – nós, os brasileiros! – desculpas à cubana Yoani Sanches pela ignorância nazista, com que foi aqui recebida, liderada por essa corja petista que tomou de assalto esse (des)Governo. Hoje temos que voltar a pedir desculpas ao povo costa-riquenho. Jornalista Augusto Nunes/SP. |
P. S.
Povo da Costa Rica :
Que Vergonha !!
O Brasil é diferente !
O Brasil não é assim. Não mesmo !
Lula não é o Brasil ! Lula é ladrão !
Assim ele vive ! Roubando e enganando -
Êle só pensa nêle mesmo ! Sempre foi e sempre será assim !.
Por favor, não nos confunda com ele.
O povo brasileiro é diferente !
|
sábado, 13 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
sábado, 6 de setembro de 2014
Ritalina: uso de risco
A disseminação do remédio entre estudantes e concurseiros levanta a polêmica sobre efeitos colaterais
Luís Tósca
O uso indiscriminado de Ritalina por vestibulandos, concurseiros e jovens aficionados por games tem preocupado pais, psicólogos e autoridades sanitárias. Recomendado nos casos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a disseminação da substância para aumentar o desempenho mental revela um problema cultural e social que vem se ampliando no país. A médica Carmen Baldisserotto, do núcleo de psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre, destaca que o metilfenidato, princípio ativo da Ritalina, ajuda a lidar com o problema de falta de atenção em pessoas com diagnóstico de TDAH, pois aumenta a atividade dos neurônios na região do cérebro ligada à concentração e outras funções. “Trata-se de um estimulante do Sistema Nervoso Central que tem estrutura e efeito psicoativo semelhante às anfetaminas”, adverte. Ela esclarece que o produto tem sido usado por pessoas saudáveis, estudantes que buscam melhor desempenho intelectual e cognitivo em provas e concursos, popularizando-se assim a prática de “doping mental”. “Quando a pessoa saudável está sob efeito da medicação, por se tratar de uma droga estimulante do Sistema Nervoso Central, ela fica mais acordada e tem uma sensação subjetiva de um bem-estar maior e de parecer estar produzindo mais”, diz.
O psiquiatra Thiago Gatti Pianca destaca que o fármaco tem a propriedade de melhorar a atenção dos pacientes hiperativos, mas tem sido usado sem indicação médica para potencializar o desempenho nos estudos. “Há quem advogue a favor e contra o uso de Ritalina para aumentar o desempenho em atividades intelectuais, mas aqui entra um viés ético que nos faz refletir sobre as supostas vantagens de alguns candidatos sobre outros em relação aos efeitos do produto”. O especialista entende que as pessoas queiram manter-se acordadas por períodos mais longos, mas é preciso avaliar o custo disso para a saúde. “Qualquer medicação apresenta efeitos colaterais e Ritalina não foge a regra, afirma o psiquiatra.
Sobre a eventual dependência química, Pianca diz que a Ritalina ttem potencial para isso, principalmente quando seu uso é indiscriminado e é misturada a outros remédios e álcool, algo muito nocivo ao organismo.
A psicóloga clínica e perita forense Simone Lemes lamenta que o uso de Ritalina tenha se banalizado a ponto de as pessoas perderem a noção do uso clínico do remédio. “Os estudantes acreditam que terão melhor desempenho e a usam sem consultar um especialista. Cada um deve acreditar nas suas potencialidades, deixando de recorrer a comprimidos para resolver problemas. Existe um público que usa de maneira descontrolada, caindo assim no grupo da “Indústria da Ritalina”, lamenta.
Reações adversas
As manifestações mais frequentes do uso do medicamento metilfenidato, sem a devida indicação médica, são as seguintes insônia, agitação, aumento da ansiedade, irritabilidade, labilidade do humor, agressividade, diminuição do apetite, tremores, dor de cabeça, aumento dos batimentos cardíacos, pressão alta, boca seca, febre, tontura, vômitos, convulsões, perda da consciência, coma e morte. Conforme o médico Thiago Pianca, o uso continuado e abusivo da Ritalina pode salvar o paciente e uma dependência e ainda existe a possibilidade de produzir transtornos que necessitarão de tratamento psiquiátrico.
Estudantes revelam prós e contras
O estudantes Eduardo C., de 19 anos, que vai fazer vestibular para Direito pela segunda vez, justifica que para passar na Ufrgs precisa ter um desempenho excelente e por causa disso vai continuar usando a Ritalina como inibidor de sono até a última prova. “Fiz um cursinho o ano inteiro e não quero perder a chance de passar em janeiro. Depois do vestibular, eu para com os comprimidos”, garantiu. O estudante acredita que o remédio não faz mal nem vicia, mas só deve ser usado em caso de necessidade. “Tenho muitos colegas de cursos que fazem um coquetel de estimulantes para se manterem acordados e aproveitar mais o tempo de estudo, mas não quero arriscar. Esta hora a mais acordado hoje eu vou acabar pagando amanhã”, avalia.
A concurseira Priscila S., que há quatro anos busca uma vaga no serviço público, j´´a tentou de tudo para passar nos concursos e agora tem uma posição mais cautelosa sobre o uso de medicamentos. “Usei estimulantes, vitaminas e remédio para não ter sono e hoje eu sigo uma fórmula mais simples: estudo de 8 a 10 horas por dia, faço 4 refeições, vou à academia e tiro algumas horas para ouvir música e ver filmes”, afirma. Ela disse que descobriu uma rotina ideal d estudos combinada com momentos de lazer que funciona muito bem. “Hoje durmo melhor e tenho um desempenho mais alto do que no ano passado, quando me entupia de remédios. Acho até que me atrapalhei com tanta coisa na cabeça e perdi o foco do meu desejo por ter um emprego estável sem perceber”, lamenta. Priscila disse que decidiu largar até o cigarro para dar a virada que precisava. “quem é concurseiro sabe que quanto menos coisas na hora de se sabe concentrar, melhor”. Os nomes dos entrevistados foram trocados.
Qualquer medicação apresenta efeitos colaterais e a Ritalina não foge à regra”.
Thiago Gatti Pianca
Psiquiatra
Venda só com receita médica
O farmacêutico Luís Fernando Mello explica que o metilfenidato (Ritalina) é um psicofármaco controlado pela Anvisa e só é vendido com prescrição médica. “esta receita tem cor amarela e uma das vias deve ser retida na farmácia por até dois anos”, diz. Mello observa que as embalagens são numeradas e o controle do lote é feito tanto na receita como também na nota fiscal.
Produtos sem comprovação
Nootrópico é o nome de toda a substância química para melhorar a função mental, mas que não afete negativamente o cérebro. Alguns produtos prometem aumentar os níveis de acetilcolina, um dos principais neurotransmissores encefálicos. A psiquiatra Carmen Baldisserotto, do Hospital Moinhos de Vento, adverte que não há estudos científicos que comprovem a eficácia dessas substâncias.
Para manter o foco nos estudos
O concurseiro Heitor C., de 25 anos, disse que estuda nove horas por dia e está determinado a passar em um concurso público. “Já fiz seis provas diferentes nos últimos anos e estou cada vez mais perto da aprovação”, afirmou. O estudante, que está matriculado em um cursinho da capital, tem indicação médica para o uso de Ritalina há cinco anos. “Normalmente costumo tomar um comprimido,mas em período de provas reforço a dose para ficar mais concentrado nos estudos”, explica. Para ele, os maiores inimigos de quem faz concursos é a distração e a falta de foco nas matérias.
O fármaco tem a propriedade de melhorar a hiperativos, mas tem sido usado sem indicação médica para potencializar o desempenho nos estudos.
Psiquiatra avalia o princípio ativo
O psiquiatra Pianca reconhece as propriedades reais dos estimulantes, mas salienta que é preciso também que se leve em conta o “efeito placebo”, quando o paciente imagina que a medicação poderá produzir efeitos benéficos e isso realmente ocorre, mas por força da sugestão. No entanto, o médico não desqualifica as vantagens do estimulante que pode trazer melhora de memória e velocidade ao raciocínio, mas adverte que em alguns casos o efeito pode ser adverso, provocando perda de peso, dores de cabeça e sintomas psicóticos.
Fonte: Correio do Povo, página 15 de 6 de setembro de 2015.
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
BRASIL APARECE NA LISTA DOS 21 PAÍSES "MAIS MISERÁVEIS" DO MUNDO
ÍNDICE CRIADO NA DÉCADA DE 70 SOMA OS INDICADORES DE INFLAÇÃO E DESEMPREGO PARA MAPEAR SITUAÇÃO DAS ECONOMIAS NACIONAIS; VENEZUELA É O PAÍS COM O PIOR PANORAMA
PROTESTOS: MANIFESTANTES FAZEM BARRICADA PARA ENFRENTAR POLÍCIA NA VENEZUELA (FOTO: EFE)
O Brasil aparece na lista dos 21 países com pior situação econômica do mundo de acordo com um indicador chamado Índice da Miséria, segundo reportagem da revista americana Business Insider. O indicador soma os números anuais de inflação e desemprego para mapear o panorama econômico de cada país. Quanto mais alto o número, pior é a perspectiva. Criado na década de 70 pelo economista americano Arthur Okun, o índice se tornou popular durante os anos 80 como uma forma de separar as economias de alto e baixo desempenho.
O indicador é alvo de algumas críticas. Alguns economistas argumentam que uma inflação baixa – ou mesmo uma deflação – nem sempre são um sinal positivo; ao contrário, podem representar um momento de recessão ou baixo crescimento da economia. Outras pesquisas sobre psicologia econômica mostram que o desemprego tende a influenciar mais a insatisfação da população do que a inflação. Por outro lado, não há dúvida que altos níveis nos dois indicadores são um péssimo sinal.
SAIBA MAIS
- Obama deve anunciar investimento de US$ 14 bilhões na África
- América Latina crescerá abaixo de 2% em 2014, prevê FMI
- Brasil volta a cair em ranking de competitividade
- Lula e FHC podem mediar conflito na Venezuela
A lista compilada pela publicação sofre de alguns problemas – em países mais pobres os dados macroeconômicos não são confiáveis. A revista então criou dois rankings: um “oficial”, com dados consolidados, e outro feito a partir de estimativas da situação da economia nos países africanos e asiáticos sem indicadores seguros.
O ranking com dados consolidados é liderado pela Venezuela, especialmente graças à inflação anual de 52%, gerada pela série de protestos que sacode o país desde o ano passado. Segundo a publicação, só em 2014 já ocorreram 6.369 manifestações – uma média de 35 por dia. A lista reflete a crise que se abateu sobre os países europeus. Grécia e Espanha aparecem com índices de desemprego de cerca de 25%. Portugal registra deflação de -0,9% - mostra da marcha lenta da economia local –, mas tem quase 14% de inflação, situação parecida à da Itália e Irlanda – grupo de países que ficou conhecido como PIGS durante a recente turbulência financeira. Já o Brasil aparece na 21ª colocação. O índice mostra que o país tem uma das menores taxas de desemprego da lista – apenas 4,9% - mas derrapa no quesito inflação. Na faixa dos 6,5% ao ano, o número roda no teto da meta imposta pelo Banco Central para a elevação de preços.
Já na lista “extraoficial”, chama a atenção o índice astronômico das estimativas de desemprego. O Zimbábue, pior colocado, registra 95% de desocupação entre a população, pouco à frente de nações como Burkina Faso, Turcomenistão e Djibuti. No caso da Síria, chama atenção a inflação de quase 60%. Em plena guerra civil, o país encontra dificuldade de manter sua economia em funcionamento.
Confira abaixo os rankings do Índice da Miséria:
Lista "oficial"
País
Inflação
Desemprego
Índice da Miséria
Venezuela
52,7%
7,1%
59,8%
África do Sul
6,3%
25,5%
31,8%
Grécia
-0,7%
27,8%
27,1%
Espanha
-0,3%
24,5%
24,2%
Egito
10,6%
13,3%
23,9%
Turquia
9,3%
8,8%
18,1%
Croácia
-0,1%
17,8%
17,7%
Uruguai
9,1%
6,9%
16,0%
Ucrânia
12,6%
1,6%
14,2%
Colômbia
2,9%
10,7%
13,6%
Portugal
-0,9%
13,9%
13,0%
Eslovênia
-0,9%
13,9%
13,0%
Itália
0,1%
12,7%
12,8%
Eslováquia
-0,1%
12,7%
12,6%
Rússia
7,5%
4,9%
12,4%
Filipinas
4,9%
7,0%
11,9%
Irlanda
0,3%
11,5%
11,8%
Polônia
0,3%
11,5%
11,8%
Chile
0,3%
11,5%
11,8%
Finlândia
0,3%
11,5%
11,8%
Brasil
6,5%
4,9%
11,4%
Lista "extra-oficial"
País
Inflação
Desemprego
Índice da Miséria
Zimbábue
8,5%
95,0%
103,5%
Burkina Faso
2,1%
77,0%
79,1%
Síria
59,1%
17,8%
76,9%
Turcomenistão
9,0%
60,0%
69,0%
Djibuti
2,5%
59,0%
61,5%
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Supostas fotos nuas de estrelas de Hollywood vazam na internet
Além de Lawrence e Rihanna, entre as celebridades que supostamente tiveram fotografias roubadas estão a cantora Avril Lavigne e a atriz Hayden Panettiere. "É tão estranho e duro como as pessoas tiram a sua privacidade", escreveu Jennifer Lawrence no Twitter. O agente da atriz ameaçou iniciar ações legais. "Esta é uma flagrante violação de privacidade. Contactamos as autoridades e perseguirão qualquer um que publique as fotos roubadas de Jennifer Lawrence", disse o representante ao site TMZ.
A cantora Victoria Justice negou que as imagens vinculadas a seu nome sejam autênticas, assim como um porta-voz da cantora Ariana Grande, que afirmou ao site BuzzFeed que as fotografias atribuídas à jove eram "completamente falsas". A atriz Mary Elizabeth Winstead reconheceu a frustração com o vazamento de fotos íntimas. "Para aqueles de vocês que estão olhando as fotos que fiz com meu marido há alguns anos na privacidade de nosso lar, espero que
estejam bem com vocês mesmos", escreveu no Twitter. "Sabendo que estas fotos foram apagadas há muito tempo, só posso imaginar o esforço assustador para isto. Me sinto mal por todos que foram hackeados", completou.
O drama dos refugiados: palestinos e judeus
por por Sergio D. Simon
A recente guerra de Israel contra o Hamas em Gaza chamou novamente a atenção do mundo para a situação dos refugiados palestinos. Inúmeras personalidades políticas, artísticas e da imprensa, de todos os continentes, pronunciaram-se sobre o assunto, muitas vezes com pouquíssimo conhecimento de causa, censurando Israel pelo tratamento que tem sido dado aos refugiados palestinos.
Edição 85 - Setembro de 2014
Esquecem-se estas pessoas que a situação atual não pode ser isolada de todo um contexto histórico que a precedeu e que levou ao explosivo estado atual. A situação de hoje não é de responsabilidade exclusiva de Israel, mas sim de vários personagens da política do Oriente Médio.
A rainha Rania al Abdullah da Jordânia publicou recentemente um artigo em vários jornais do mundo, inclusive n’ O Estado de São Paulo, condoendo-se pela situação dos refugiados palestinos e exortando os leitores a apoiar a causa e fazer doações para as entidades internacionais que cuidam desses refugiados. Em uma resposta espontânea, escrevi à rainha Rania uma carta aberta na qual sustento que a situação dos palestinos não é de responsabilidade exclusiva do Estado judeu, mas em grande parte é devida ao tratamento que o Reino Hachemita da Jordânia dispensou a eles desde a fundação do Estado de Israel, em 1948. Para minha surpresa, essa carta espalhou-se rapidamente pela internet, tendo sido traduzida e publicada em inúmeros países e causando uma enxurrada de e-mails que entopem minha caixa postal há 3 semanas. Creio que o que tocou as pessoas nessa carta foi uma pequena explanação histórica sobre o papel do reino da Jordânia, em especial do rei Hussein (sogro da rainha Rania), na criação e manutenção dos refugiados palestinos. Gostaria aqui de discorrer um pouco mais sobre o assunto, mostrando também o que se passou com os refugiados judeus de países árabes que foram absorvidos pela sociedade israelense.
Passei o ano de 1968 morando em Israel, no Machon le Madrichei Chutz Laaretz. Eram tempos gloriosos para Israel, logo após a Guerra dos Seis Dias, com a reconquista da santa Cidade Velha de Jerusalém pelo exército de Israel.
Se por um lado estávamos todos exultantes com a recente vitória, um incidente me tocou fortemente: durante uma excursão do Machon, nosso ônibus foi cercado na cidade de Jenin (Shchem) por uma multidão de mulheres e meninas adolescentes, que furiosamente erguiam seus punhos contra nós e gritavam slogans contra os invasores. O olhar de ódio que presenciei naqueles rostos me fez entender que o problema do território palestino teria que ser resolvido rapidamente por Israel, sob o risco de este se tornar o grande entrave para o desenvolvimento do Estado de Israel. Desde então tenho lido e me interessado constantemente pelo assunto, sempre surpreso pela inabilidade dos países árabes em pelo menos tentar resolver esta situação.
A manutenção dos refugiados palestinos como párias da sociedade sempre foi de interesse político para os vizinhos de Israel. Quando da Declaração da Independência de Israel, seguida da Guerra da Independência, em 1948, cerca de 70% da população que vivia no território declarado como Estado de Israel refugiou-se em países árabes vizinhos, alguns por medo, muitos por orientação das rádios árabes vizinhas e uma parte expulsa pelo próprio exército de Israel. Estima-se que o total chegasse a mais de 700.000 pessoas, na época. Quase todos se refugiaram na Jordânia (principalmente na margem ocidental), em Gaza, na Síria e no Líbano, com muito poucos tendo conseguido chegar ao Egito. A United Nations Relief and Works Agency (UNRWA) contabilizou na época 711.000 pessoas como refugiados palestinos, sendo que a resolução 194 da ONU, de dezembro de 1948, reconhecia o direito de retorno a estes refugiados e a todos os seus descendentes em linha patrilinear. Dos 711.000 refugiados originais de 1948 restam atualmente apenas cerca de 30.000 pessoas vivas, mas seus descendentes diretos por linhagem patrilinear alcançam hoje quase 5.000.000 de pessoas.
Ao invés de abrigar estes refugiados, a maioria desses países sempre os tratou não como “irmãos”, mas como cidadãos de segunda categoria, sem possibilidade de absorção em suas sociedades. Em especial no Líbano, em Gaza e na Jordânia os refugiados palestinos foram instalados em “campos provisórios” de refugiados, que nada mais eram do que campos de concentração, cercados por arame farpado, onde condições desumanas de vida eram oferecidas. Estes campos, quase todos ao longo da fronteira com Israel, serviram por décadas como uma arma política útil para se conseguir concessões políticas e doações da ONU. Jamais se propôs, para estes refugiados, um plano de educação, capacitação e absorção progressiva na sociedade local.
Estas condições subumanas de vida eram o caldo ideal para a criação dos movimentos terroristas entre os refugiados. O mais conhecido deles, sem dúvida, é a Organização para a Liberação da Palestina (OLP). Fundada no Cairo durante a Cúpula da Liga Árabe, em 1964, e dirigida a partir de 1969 por Yasser Arafat, a Carta original da OLP pedia a luta armada contra Israel e o direito de retorno para os refugiados palestinos. Montada com forte estrutura de guerrilha (seus combatentes guerrilheiros conhecidos na época como “fedayin”), a OLP realizou sangrentos atentados contra Israel, atacando frequentemente kibutzim e moshavim, além de escolas infantis, ataques em estradas e o famoso massacre da delegação israelense aos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, levada a cabo pela organização Setembro Negro. Ao longo do tempo, a OLP tornou-se uma organização complexa, abrigando vários outros grupos palestinos de diversas tendências, tais como a PFLP - Frente Popular para a Liberação da Palestina (de orientação marxista-leninista, fundada pelo Dr. George Habash, um palestino cristão, em 1967) e a DFLP - Frente Democrática para a Liberação da Palestina (de orientação ainda mais esquerdista, maoísta, fundada por Nayef Hawatmeh em 1969), além de vários outros grupos menores, de orientação política variada.
Esta mistura ideológica resultou em dificuldades, evidentemente. Ao Reino Hachemita da Jordânia não interessava toda essa ebulição política dentro de seu território. A OLP (que se juntara ao movimento Fatah em 1967) passara a ser uma força civil que dominava importantes áreas da Jordânia, fazendo controles e bloqueios de estradas e tentando sempre humilhar os soldados e a autoridade real. Em nome da estabilidade política local, o Rei Hussein atacou diretamente a população palestina na Jordânia, em setembro de 1970, no episódio que ficou conhecido como Setembro Negro. Nesta luta, que durou 10 meses, cerca de 20.000 palestinos foram mortos pelos jordanianos, segundo Arafat (os números variam de acordo com as fontes, mas foram muitos milhares de palestinos, seguramente). A direção da OLP teve que deixar o país, instalando-se então em Damasco e Beirute.
A OLP-Fatah, ao longo dos anos, acabou mudando sua postura em relação à destruição do Estado de Israel, tendo Arafat passado a aceitar a coexistência de um Estado palestino ao lado do estado judaico. Em 1993, Yasser Arafat e Yitzhak Rabin, então primeiro ministro de Israel, terminaram por assinar, sob as vistas do presidente americano Bill Clinton, os Acordos de Oslo. Neste documento, Israel se comprometia a gradualmente retornar o território conquistado em 1967 para as mãos da OLP e os palestinos se comprometiam a aceitar e conviver pacificamente com o Estado judaico. Foi criada, nessa ocasião, a Autoridade Nacional Palestina, órgão que governaria os territórios palestinos da Cisjordânia e de Gaza.
O acordo de Oslo progrediu lentamente nos meses subsequentes, mas foi seriamente comprometido pelo assassinato de Yitzhak Rabin, em 1995 (por Ygal Amir, um ultranacionalista da direita israelense). Esta sequência de conversas de paz entre palestinos e israelenses terminou em julho de 2000, quando Arafat e Ehud Barak, então primeiro ministro de Israel, não conseguiram chegar a um acordo na Cúpula de Camp David, novamente sob os auspícios de Bill Clinton. A péssima administração de Arafat e da Autoridade Palestina, com inúmeras acusações de corrupção, nepotismo, ligações com o terrorismo palestino e absoluta falta de um mínimo de princípios de democracia fez com que Arafat perdesse a confiança de Israel e dos Estados Unidos. Em 2004, Arafat, por forte pressão internacional, passa o poder para Mahmoud Abbas, considerado um líder pouco expressivo, mas moderado, e que até hoje lidera a Autoridade Palestina.
O Hamas, por sua vez, é uma organização de caráter fundamentalista islâmico de origem sunita, proveniente da Irmandade Muçulmana, tendo sido fundada em 1987 pelo Sheik Ahmed Yassin. O Hamas conta com um braço armado terrorista conhecido como Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (ou Brigadas Al-Qassam). O Hamas prega em sua Carta de Princípios a eliminação completa do Estado judaico, o estabelecimento de um Estado islâmico fundamentalista e o direito de retorno para todos os descendentes de palestinos ao que é hoje o território israelense. A Carta nega ainda a possibilidade de conversações de paz com Israel, alegando que a Jihad é a única opção possível na luta pelo Estado islâmico. Conclama todo palestino a lutar contra o “inimigo que age como os nazistas”, condenando todos os judeus à morte, sejam militares, idosos, mulheres ou crianças. Em vários de seus capítulos, a Carta fala da influência maligna dos judeus sobre a história da humanidade, culpando-os por todos os grandes eventos históricos recentes (inclusive a Revolução Francesa!), numa clara posição racista anti-judaica e não apenas anti-Israel. Esta Carta de Princípios nunca foi modificada e, devido aos seus ataques terroristas contra a população civil de Israel, tanto o Hamas como as Brigadas Al-Qassam são consideradas organizações terroristas pelos Estados Unidos e pela Europa.
Além de seu braço político, o Hamas mantém uma rede de assistência social para os empobrecidos palestinos, oferecendo escolas e creches. Isto fez com que ganhasse apoio da população local, principalmente em Gaza, e consequentemente vencesse as eleições locais em 2006, derrotando o Fatah. Desde 2007 o Hamas governa Gaza e o Fatah governa a Cisjordânia, com altos e baixos no relacionamento entre os dois grupos. Agora, em 2014, o Hamas e o Fatah anunciaram que novamente estavam se unindo pela luta do povo palestino, mas na prática esta “união” foi interrompida pela guerra de Israel contra o Hamas.
Os refugiados judeus
Os judeus habitaram os países árabes desde tempos imemoriais. Estima-se que o judaísmo no Irã (antiga Pérsia) date dos tempos bíblicos, da época do exílio babilônico, há quase 3.000 anos. Os primeiros judeus chegaram ao Marrocos há 2.000 anos, quando da destruição do Segundo Templo pelos romanos, no ano 70 E.C., tendo influenciado profundamente a cultura berbere local. E há também indícios de que os judeus não sairam todos do Egito com Moisés, tendo restado algumas cidades judaicas no sul do país, por volta de 1250 A.E.C.
Em todos esses países de crença muçulmana os judeus viviam geralmente como uma categoria especial de cidadãos, às vezes protegidos pelo governante local, às vezes perseguidos. Mas raramente se observava migrações maciças por perseguição em massa. Uma exceção talvez tenha sido o êxodo dos judeus do Marrocos no séc. 19, quando as perseguições contra eles se tornaram constantes e ameaçadoras. Isto, aliado à pobreza e falta de perspectiva para os jovens, fez com que boa parte da população judaica emigrasse a partir de 1810 para lugares distantes como a Amazônia brasileira, o Peru e a Venezuela.
Assim como populações de árabes foram deslocadas com o estabelecimento do Estado de Israel, as enormes comunidades judaicas dos países árabes também terminaram expulsas. Muito antes do estabelecimento de Israel, as populações judaicas passavam por constrangimentos e perseguições, muitas vezes similares aos pogroms da Europa (inúmeras matanças em Shiraz, Alepo, Fez, entre outras).
Calcula-se que perto de 1.000.000 de judeus de países árabes e muçulmanos acabaram expulsos de sua terra natal após a criação de Israel, sendo que a maior parte terminou migrando para Israel. A França recebeu cerca de 250.000 desses refugiados.
As primeiras ondas migratórias substanciais para o Estado de Israel se deram a partir do Iêmen e do Iraque. Calcula-se que entre 1948 e 1951 chegaram a Israel cerca de 250.000 refugiados destes países. Em 1970, mais de 600.000 imigrantes judeus de países árabes já haviam se estabelecido em Israel. Estas ondas migratórias não foram simultâneas. Enquanto Iraque e Iêmen foram as grandes imigrações iniciais, a expulsão dos judeus do Egito foi um pouco mais tardia, com seu pico em 1956, durante e logo após a Campanha do Sinai. Desta mesma época data o êxodo maior dos judeus do Marrocos.
O Líbano foi o único país árabe a ver um aumento de sua comunidade judaica nos anos 50, com imigrantes vindos principalmente da Síria. Já em 1947, após a queima de sinagogas e do assassinato de 75 judeus por muçulmanos em Alepo, cerca de metade da população judaica deixara o país, principalmente em direção a Beirute. Logo após a independência de Israel em 1948, o então presidente sírio Husni al Zaim permitiu a saída pacífica de grande número de judeus, novamente a maioria indo em direção ao Líbano e cerca de 5.000 chegando a Israel. Esta passagem pelo Líbano, no entanto, foi transitória, e após a Guerra Civil libanesa, nos anos 70, já praticamente não havia uma comunidade judaica em Beirute.
Os judeus chegaram a Israel sem nada possuir, uma vez que todos os bens materiais, como imóveis, terras, dinheiro e jóias, foram proibidos de deixar a maioria dos países árabes. Muitos chegavam com um nível social e educacional muito baixo, como os judeus iemenitas e, mais tarde, os etíopes, porque assim eram as condições destas comunidades nesses países. Mas muitos tinham algum grau de educação e uma pequena quantidade deles chegavam a ter um ótimo nível educacional, apesar de educação universitária não ser uma tradição entre eles, como era em algumas comunidades européias.
Tal como os palestinos, os cerca de 700.000 refugiados judeus em Israel foram inicialmente alojados em acampamentos temporários, que eram chamados de Ma’abarot (do hebraico ma’avar = em trânsito; aliás, a mesma raiz da palavra Ivrim, hebreus). A intenção do Estado de Israel, no entanto, era absorver e integrar rapidamente estes refugiados à nova sociedade israelense. As ma’abarot tinham serviços contínuos de saúde, higiene, alimentação e educação, e várias destas ma’abarot transformaram-se em novas cidades (Kiriat Pituach = cidade em desenvolvimento), modernas e totalmente urbanizadas (as cidades atuais de Kiriat Shemona, Sderot e Migdal HaEmek, por exemplo, começaram como ma’abarot). Apesar das condições difíceis desse início da imigração dos refugiados judeus (aliás, toda a sociedade israelense passava por enormes dificuldades no início da criação do Estado) e da vida sofrida dentro de tendas de lona ou de lata, sob o calor escaldante de Israel, o modelo de absorção de imigrantes revelou-se um sucesso.
A última ma’abará foi finalmente fechada em 1963 – ou seja, em menos de 15 anos toda aquela multidão foi absorvida pela sociedade israelense. No censo de 2003, os descendentes desses imigrantes judeus de países árabes somavam cerca de 60% da população total de Israel.
A perda material dos refugiados judeus foi enorme, evidentemente. A World Organization of Jews from Arab Countries (WOJAC) estimou em 2007 que estes bens somariam cerca de 300 bilhões de dólares, em valores atualizados. Jamais houve qualquer menção de compensação financeira por parte dos governantes de países árabes.
Não há paralelo possível entre os dois grupos de refugiados, árabes e judeus. As condições históricas que levaram à formação destas duas populações foram totalmente diferentes. Enquanto os palestinos saíram do território israelense por incitação dos líderes de países árabes vizinhos, por medo e por expulsão pelo exército de Israel, os judeus deixaram os países árabes em condições mais complexas: muitos almejavam uma vida melhor na Terra de Israel, concretizando o seu sonho sionista, enquanto outros foram expulsos em curto prazo de tempo, de maneira violenta. Um grupo não serve de “moeda de troca” do outro – tal comparação não seria justa. O que se pode comparar, sim, foi o processo de absorção e acolhimento que as duas populações receberam: os palestinos continuam como refugiados há quase 70 anos, sem solução à vista para seu problema, enquanto que os refugiados judeus se mesclaram e se integraram numa sociedade moderna, dinâmica e em constante transformação.
Sergio D. Simon é médico e presidente do Museu Judaico de São Paulo.
Fonte: http://www.morasha.com.br/historia-de-israel/o-drama-dos-refugiados-palestinos-e-judeus.html