Mostrando postagens com marcador por Lasier Martins. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador por Lasier Martins. Mostrar todas as postagens

domingo, 28 de junho de 2015

Herói da Pátria, por Lasier Martins

Leonel Brizola é o político que tem faltado ao Brasil. A ausência do líder pedetista é ainda mais sentida nos tempos atuais, justamente quando o governo vem impondo em nome de ajuste fiscal, a retirada de direitos trabalhistas, uma bandeira tão cara ao PDT.
O homem que governou dois estados (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro) era um verdadeiro estadista, que jamais compactuou com falsidades e conchavos políticos espúrios. Notabilizou-se pela resistência no regime militar e pela Campanha da Legalidade, uma grande ação de cidadania ao conectar emissoras de rádio, em todo o país. Por meio dela, de microfone em punho, Brizola garantiu a posse de outro trabalhistas histórico, o presidente João Goulart.
A minha admiração por Brizola é um pouco sentimental. Meu pai, o mecânico de locomotivas Antônio Pereira Martins, era um brizolista fervoroso. Hoje, tenho orgulho de ser o primeiro senador gaúcho a ser eleito pelo PDT nos 35 anos de existência do partido criado por Brizola, após lhe terem negado a legenda do PTB com a redemocratização do país, fato que o levou às lágrimas em público.
Passados 11 anos de sua morte, não é só a luta contra o regime que deve ser lembrada, mas também a atenção que Brizola destinava à educação com a criação, primeiro das brizoletas, pequenas escolas de ensino primário, e dos Cieps, escolas de tempo integral, dotadas de toda a infraestrutura para o aprendizado.
É de outro trabalhista gaúcho, o ex-deputado Vieira da Cunha, a autoria da maior homenagem que este Congresso pode fazer à memória de Brizola. Já aprovado pela Câmara e em tramitação no Senado, onde já passou na Comissão de Educação, o projeto inclui o nome de Brizola no “Livro dos Heróis da Pátria”, também conhecido como “Livro de Aço”, ao lado de personalidades como Tiradentes e Santos Dumont.
Neste dia 21, mais uma vez sua sepultura será caminho de grande romaria de seus admiradores e seguidores, justas homenagens a servir de inspiração, não apenas aos trabalhistas, mas a todos os brasileiros.
Brizola, repito, faz falta. Deixou lições de amor e respeito à República. Durante toda a vida, manteve-se fiel à bandeira do trabalhismo e à construção de um Brasil que fizesse jus ao seu povo. Afinal, é fundamental que o PDT siga sempre seu exemplo. Sempre altivo, ético e independente como Brizola.


Fonte: Correio do Povo, da edição de 18 de junho de 2015, página 2.