Segundo a
FAO-ONU, o mundo tem um grande desafio pela frente. Produzir
alimentos para 9 bilhões de pessoas até 2050 e, ao mesmo tempo, ser
sustentável. Unidos, podemos conquistar esse objetivo: alimentar e
preservar o planeta. Mas isso só é possível quando consideramos a
utilização da irrigação na agricultura e entendemos o seu papel.
Neste
ano, diante da gravidade da crise hídrica que vive o país, a
população urbana, por falta de conhecimento, acabou condenando a
irrigação agrícola como a grande vilã. Entretanto, é fundamental
que a sociedade saiba que, sem áreas irrigadas, não há como fazer
crescer a produção, principalmente, sem aumentar as áreas de
cultivo. Só podemos fazer mais com o mesmo (ou menos) usando
irrigação.
Além
disso, o desenvolvimento técnico dos equipamentos nos últimos anos
comprova ser possível utilizar água na agricultura com
racionalidade e sem desperdício. O que podemos discutir, a partir
daí, é a eficiência de aplicação hídrica para cada cultura.
Um
diferencial é a utilização das boas práticas do manejo agrícola.
Com elas, é possível racionalizar a água utilizada nas fazendas.
Essa racionalização depende das culturas nas quais será utilizada
irrigação, e passa, também, pelos métodos utilizados para tal. É
importante usufruir da infraestrutura e tecnologias já disponíveis
no mercado, para utilizar somente a quantidade de água que a cultura
necessita ou até menos.
A
irrigação por pivôs, por exemplo, é uma alternativa econômica e
rentável, que aplica a água de maneira uniforme, evitando o
desperdício. A água é aplicada na hora certa e na exata quantidade
que a planta necessita. Tanto o pivô central quanto outros métodos
de irrigação têm excelentes níveis de eficiência de aplicação,
alcançando índices que variam entre 95% e 98%.
O foco
profissional do setor, desta forma, deve recair sobre um triângulo
agronômico de eficiência na produção (fazer mais com menos),
atender à planta em sua necessidade hídrica e escolher o método
adequado de irrigação. Entendendo esse processo, é incorreto
atribuir ao agronegócio e à irrigação a vilania da crise hídrica
nacional.
*Vice-presidente
da Abimaq