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sábado, 11 de julho de 2015

Carta do rei, por Fernando Gay da Fonseca

Sua majestade a rainha Elisabeth II da Inglaterra, acompanhada do primeiro-ministro, esteve presente num evento relembrando os 800 anos da primeira Constituição escrita do mundo ocidental.
Dizem os estudiosos que o mesmo entre os povos primitivos existiam normas de comportamento e deveres, que definiam direitos e deveres daqueles que estavam agrupados sob a mesma direção. Feito este registro, relembrar o rei João em poucas linhas, que esboçam princípios de direitos e deveres coletivos. Assim como os gregos podem ser considerados os grandes pensadores e os romanos os tutores do Direito, os britânicos, na minha ótica, são os grandes estadistas.
Vejamos o caso de Winston Churchill e Disraele. Este último entrou para a história ao desafiar a rainha Vitória fazendo-a sentir no degredo do seu luto, pela perda do príncipe Albert, que deveria fazer uma grande opção, ou seja, continuar rainha, voltando-se para si o aplauso de milhões que a aguardavam pra ajudar na promoção do bem comum, ou renunciar, deixando-se envolver pelas saudades. Vitória voltou a Londres e a história a reconhece como uma grande mulher, ressalvadas opiniões, como a de Bismarck, que não a tolerava por ser ascendente do kaiser. Vale aqui registrar que a grande rainha britânica fez correr seu sangue nas veias de três monarcas imperantes no continente europeu: o kaiser alemão, o czar da Rússia e o próprio rei inglês, que a sucedeu, após o rei Eduardo.
A comemoração dos 800 anos deve ser celebrada pelos povos do mundo civilizado, especialmente pelos legisladores brasileiros que iniciam revisões constitucionais, que entendemos como necessárias, mas que devem ser feitas tendo em mente a unidade, a harmonia e a perenidade. Nisto, creio eu, depositamos a esperança de milhões de brasileiros.

Professor


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 4 de julho de 2015, página 2.