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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Economistas preveem inflação alta e crescimento baixo para 2015

O ano de 2015 será de inflação ainda alta e crescimento baixo, estimam economistas ouvidos hoje (4) pela Agência Brasil. Eles ressaltam que o novo ciclo de alta de juros adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) demorará de seis a nove meses para ter impacto sobre os preços. Já a atividade econômica tende a arrefecer com o aperto monetário. Ontem (3), o Copom elevou em 0,5 ponto percentual a Selic, taxa básica de juros, que chegou a 11,75% ao ano.

Para os economistas, um cenário mais positivo só começará a se desenhar em 2016. O aperto fiscal sinalizado pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que substituirá Guido Mantega no próximo ano, também contribuirá para a economia menos aquecida. Apesar das perspectivas, os analistas consideram os ajustes acertados e preveem novas altas da Selic até o primeiro trimestre do ano que vem.

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“Podemos dizer que é como dar um antibiótico para a pessoa que está com uma infecção, no caso, a inflação. É uma medida extrema, em um momento em que a pessoa está bastante afetada pela doença. A ideia é que é um mal necessário”, assinala o economista Gilberto Braga, professor de Finanças do Ibmec. Braga explica porque uma medida como a elevação na Selic demora a ter o efeito esperado, de desaquecimento da economia e consequente redução na inflação.

“Quem já contratou um empréstimo, por exemplo, não recontratará para pagar mais caro. A alta afeta só as novas operações”, salenta. Ele aposta em aumentos até que a Selic esteja um ponto percentual acima do patamar atual, mas não descarta que a taxa chegar a 13%. “Vai depender da calibragem dos aumentos. A equipe econômica tem passado a impressão de jogo duro”, diz o professor.

A economista Alessandra Ribeiro, da Consultoria Tendências, faz previsão diferente, de novos aumentos mais suaves para a taxa básica. Segundo ela, a consultoria está redefinindo a curva de juros, após o anúncio de ontem e aposta em altas da Selic de 0,25 ponto percentual, cada, nas reuniões do Copom em janeiro e março. O motivo é que, na nota divulgada depois da decisão sobre a nova Selic, o BC informou que o esforço da política monetária “tende a ser implementado com parcimônia”.

Alessandra destaca que, além da demora natural para o ajuste nos juros ser sentido na economia real, em 2015, a inflação deve continuar pressionando, em função dos preços administrados, que ficaram represados por muito tempo este ano. “Há uma conta a pagar de energia elétrica, gasolina e transporte público. Por isso, a inflação fica muito próxima do teto da meta ainda no ano que vem”, afirma Alessandra, destacando que a projeção da consultoria é fechamento em 6,4%.

Quanto ao crescimento, a previsão de Alessandra é que o cenário será ligeiramente melhor que o deste ano, prejudicado pela Copa do Mundo e pelas eleições de outubro. “Nossa projeção de crescimento é 0,9% no ano que vem, que é muito baixa. Para este ano, é zero mesmo. Para 2016, 1,6%”, adianta a economista. Concluído no fim de novembro, o mais recente boletimFocus, pesquisa semanal do BC nas instituições financeiras, prevê inflação de 6,49% e crescimento de 0,77% para 2015. Para 2014, a estimativa é que o país cresça 0,2% e a inflação feche em 6,43%.

 

Agência Brasil

 

Norte é região com mais idosos inadimplentes, diz estudo da Serasa

Um em cada cinco idosos da região Norte do país está inadimplente, mostra estudo inédito realizado pela empresa de informações financeiras Serasa Experian. De acordo com o levantamento, 19,1% das pessoas com mais de 60 anos da região têm dívidas atrasadas há mais de 90 dias com valor superior a R$ 200.
A média do país é de 12,7%, o que equivale a 28,5 milhões de habitantes. No Nordeste e no Centro-Oeste, o número de idosos com pendências financeiras cai para 13,3%. No Sudeste, o percentual é de 12,3%, enquanto o Sul apresenta a menor taxa, de 11%.
Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa, o resultado reflete a baixa renda observada na região Norte. "Norte e Nordeste têm inadimplência maior porque a correlação do calote com a renda per capita é muito forte. Se fosse fazer o estudo com jovens e adultos, ia dar praticamente o mesmo resultado", diz.
De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2013, a região Norte tem rendimento médio mensal domiciliar de R$ 2.285, enquanto no Nordeste o valor cai para R$ 1.988. No Sul, a renda média domiciliar sobe para R$ 3.336, no Sudeste é de R$ 3.378 e no Centro-Oeste, de R$ 3.525.
O percentual maior de inadimplência entre idosos nas duas regiões está ligado também à dificuldade de formação de poupança, afirma Rabi.
"Quando a renda é baixa, as pessoas têm dificuldade de fazer uma reserva financeira. Quando renda aumenta, a taxa de poupança cresce", afirma. "Então se ocorre uma conjuntura econômica desfavorável, como o aumento da inflação e do desemprego, quem tem renda mais elevada consegue utilizar essa aplicação financeira e honrar seus pagamentos. Quem não possui essa reserva não tem para onde correr."
Em relação aos Estados, o Amazonas registra o maior percentual de idosos inadimplentes: 24,1%, seguido pelo Amapá, com 21,2%. Na última colocação, com menos idosos inadimplentes, está Minas Gerais, com 10,3%.
A cidade com mais idosos inadimplentes é Manaus (AM), com 28,9%, seguida por São Luís (MA), com 25%. Já São Paulo reúne o menor percentual: 11,3%.
CONTAS EM DIA
Quem está com dívidas atrasadas deve tentar renegociá-las logo, afirma Rabi, da Serasa. E essa urgência tem a ver com o ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, promovido pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
"Estamos em um contexto de aumento de juros. O devedor deveria sentar o mais rapidamente possível com o credor e aproveitar o momento em que os juros não subiram tudo. Vai ser uma renegociação mais barata do que esperar para fazer lá na frente, quando os juros aumentarem", afirma.
E mesmo quem está com as finanças em dia deve tomar cuidado com os gastos de fim de ano, para não se endividar. "É preciso colocar tudo na ponta do lápis para saber se vai ter capacidade de comprar todos os presentes. Todo começo de ano a inadimplência sobe e atinge seus piores momentos, pois os gastos se somam ao IPVA (imposto sobre veículos), IPTU (sobre prédios) e material escolar", ressalta.
Fonte: Folha Online - 03/12/2014 e Endividado

 

Receita quer informar via celular contribuinte pego na malha fina

por JULIA BORBA

A Receita Federal pretende notificar por mensagem de celular o contribuinte que for pego na malha fina.
Segundo a Folha apurou, o sistema do fisco está sendo aperfeiçoado para informar também o momento em que a declaração chegar à base de dados, quando as pendências forem resolvidas ou quando a restituição for depositada na conta bancária.
Apesar de o projeto estar em andamento, e de a ideia inicial prever funcionamento dessas opções em 2015, ainda há dúvida se as novidades estarão disponíveis a tempo.
Os alertas estão sendo planejados para funcionar no formato "push" de quem tiver baixado o aplicativo da Receita no celular. Esse formato é aquele em que o próprio aplicativo emite a notificação, em sua formatação oficial.
Esse modelo, comumente utilizado por jogos ou veículos de comunicação, por exemplo, facilita a identificação da procedência da mensagem. Diferentemente de mensagens de texto, que podem ser falsas.
NOVIDADES
Oficialmente, a Receita informou que, para o ano que vem, a novidade será na área de "mobilidade".
Trata-se da possibilidade de o usuário começar a declaração em um computador, continuar em outro e enviá-la do celular, por exemplo.
Essa maior flexibilidade será possível graças à criação de uma base de dados única para salvar as alterações do preenchimento.
De acordo com a Receita, quem começar a declaração em um dispositivo móvel também poderá ter acesso ao arquivo de declaração de 2014, para facilitar preenchimento dos campos, ou acesso ao rascunho de 2015, outra ferramenta nova já disponível no site da Receita.
O rascunho permite que o cidadão vá preenchendo a declaração ao longo do ano. Assim, quem costuma declarar muitos recibos médicos, por exemplo, poderá fazer o registro disso na declaração antecipadamente.
Algumas limitações ainda persistirão no novo sistema.
Por exemplo, a declaração retificadora ainda não poderá ser feita em aparelhos móveis. Por isso, quem precisar corrigir uma informação após a conclusão do envio terá de usar um computador tradicional ou laptop.
A visualização em telas pequenas também não tem a mesma qualidade das telas maiores. Para facilitar a navegação, a Receita vai oferecer dois tipos de visualização. A versão completa, melhor para quem acessa a declaração a partir de computadores ou tablets, e outra reduzida, adaptada às telas menores.
Fonte: Folha Online - 04/12/2014 e Endividado