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domingo, 10 de janeiro de 2016

Crise entre Arábia Saudita e Irã mascara disputa entre países, diz especialista

O agravamento da tensão entre Arábia Saudita e Irã, que atingiu o ápice com o rompimento das relações diplomáticas entre os países, na última semana, era previsível. Intensificada com o bombardeio da embaixada iraniana no Iêmen no último dia 7, que o Irã atribui a Arábia Saudita, a crise mascara disputas por hegemonia no Oriente Médio e lança uma “cortina de fumaça” sobre os problemas que enfrenta a monarquia saudita Al Saud. 
A avaliação é da coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre África, Ásia e as relações Sul-Sul da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Beatriz Bissio, que foi chefe do departamento de Ciência Política da instituição até dezembro. PHD em História e especialista em civilização islâmica e árabe, a professora avalia que, com a situação, os sauditas tentam desviar atenção de problemas internos, provocados pela queda do preço do petróleo, que sustenta a economia do país.
Para Beatriz Bissio, o governo saudita teme perder o papel de principal aliado do Ocidente, em especial, dos Estados Unidos, no Oriente Médio, depois que um acordo histórico, liderado pelos americanos em 2015, limitou o programa nuclear iraniano e retirou sanções econômicas impostas aos persas por décadas. O Irã, que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, anunciou que pretende voltar ao patamar de exportar 4 milhões de barris de petróleo por dia, o que pode pressionar ainda mais a queda dos preços do produto no mundo.
“É uma disputa de poder por hegemonia no Oriente Médio. São dois projetos políticos diferentes e antagônicos que estão em jogo”, diz a professora. “O projeto saudita situa o país como grande potência do Oriente Médio, sendo um aliado fundamental do Ocidente. O Irã, de sua parte, tem um projeto diferente, de desenvolvimento autônomo da região”, acrescentou.
Desencadeada com a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr, acusado de terrorismo, a crise entre sauditas e iranianos não têm a religião como principal ingrediente, explica a professora. Para ela, é preciso compreender quem financia os conflitos na região, alimentando a divisão entre as religiões, para saber os interesses por trás das disputas locais.
Em sua última viagem à região, em 2015, para a reunião do Conselho Árabe de Ciências Sociais (que reúne especialistas árabes e poucos convidados), no Líbano, Beatriz Bissio constatou que em todas as guerras na região, onde Irã e Arábia Saudita se acusam de financiar grupos extremistas terroristas de diferentes lados, quem mais perde é a população civil.
A Arábia Saudita é o principal parceiro de países ocidentais no Oriente Médio, apesar de ser acusada pelo Irã de financiar grupos terroristas como Estado Islâmico. É também um dos maiores compradores de armas norte-americandas e de outros países europeus. Já o Irã, segundo os sauditas, dá apoio à milícia xiita libanesa Hizbullah.
Confira os principais trechos da entrevista à Agência Brasil
Agência Brasil: Quem era Nimr al-Nimr e por que ele foi executado?
Beatriz Bissio: No mundo islâmico, não existe uma instituição que se equipare à Igreja do mundo cristão. Então, quando fala-se de clérigos, trata-se de eruditos que dedicam suas vidas ao estudo de textos sagradas, muitas vezes atuando até como juízes e aplicando a sharia (a lei islâmica). Nimr al-Nimr era um erudito, um conhecedor da religião que ganhou respeito na região, nos meios muçulmanos, e vinha, particularmente, defendendo a minoria xiita da Arábia Saudita – único país, junto com o Catar, aliás, que tem como religião oficial, uma das leituras possíveis do islã, uma leitura fundamentalista, que é o whahabismo. Essa religião é muito hostil ao xiismo. E Nimr al-Nimr, esse clérigo, xiita, fazia uso do respeito que tinha para denunciar a situação dessa minoria no Sul e Leste do país.
Agência Brasil: A Arábia Saudita tinha conhecimento da reação que a execução poderia provocar no Irã?
Beatriz Bissio: Um grupo importante de estudiosos, do qual eu faço parte, contava que a Arábia Saudita sabia da reação que essa execução iria causar. Porque era muito difícil que o governo saudita pudesse ignorar que essa morte suscitaria em uma reação no universo xiita e em seu principal representante, o Irã. Ele poderia ter sido executado antes, depois ou poderia ter tido sua pena comutada.
Na nossa opinião, a decisão de executar esse líder religioso, de alguma forma, mesmo com as fortes reações, permite criar uma espécie de cortina de fumaça para os graves problemas internos da monarquia saudita, que afloraram com a queda dos preços do petróleo.
Agência Brasil: Quais são esses graves problemas sauditas?
Beatriz Bissio: Há uma interpretação que coloca que a Arábia Saudita está submetida a fortes pressões, de diferentes origens. Uma das pressões é provocada pela queda dos preços do petróleo.
A Arábia Saudita tem uma política de longa data de subsídios importantes ao consumo de água, de energia elétrica e combustíveis, financiada pelo petróleo, que em 2014 superava US$ 100 [o barril], hoje está entre US$ 30 e US$ 40. Há uma espécie de acordo entre a monarquia saudita, altamente questionada, e uma população que se submete a arbitrariedades desse governo por causa das benesses que a permitem desfrutar de um bom nível de vida, mesmo que incomparáveis às mordomias da monarquia Al Saud. Neste momento, começa a haver uma inquietação social com a qual o governo tem que lidar, com corte em programas sociais financiados pelo petróleo, somada a difícil situação no Iêmen, onde o lado que a Arábia Saudita resolveu apoiar está perdendo a guerra militarmente. Há também a situação nada confortável em relação ao Irã, desde que os persas fizeram um acordo com o Ocidente sobre a questão nuclear. Com o acordo, em breve, Teerã se verá livre de sanções econômicas e poderá voltar a produzir petróleo como antigamente, quando chegou a retirar 4 milhões de barris por dia. Hoje, produz 800 mil.
Agência Brasil: A oposição entre religiosos sunitas e xiitas pode agravar o quadro?
Beatriz Bissio: Os especialistas estão convencidos de que o principal ingrediente desse conflito entre Arábia Saudita e Irã não é religioso. É uma disputa de poder por hegemonia no Oriente Médio. São dois projetos políticos diferentes e antagônicos que estão em jogo. O projeto saudita situa o país como grande potência do Oriente Médio, sendo um aliado fundamental do Ocidente, nominalmente dos Estados Unidos, que tem bases militares na Arábia Saudita – uma parceria fundamental para a política dos EUA na região. O Irã tem um projeto diferente, um desenvolvimento autônomo da região. Por isso, a ênfase do Irã em se colocar ao lado do governo da Síria, entendendo que o governo da Síria, apesar de controverso, é um governo que defende uma postura de independência do Oriente Médio. Por isso, mais próxima da Rússia, é também adversária da Arábia Saudita.
Agência Brasil: Como a escalada de tensão entre os países, como ficam as negociações de paz em países onde Arábia Saudita e Irã eram intermediadores, como na Síria?
Beatriz Bissio: A situação da Síria é a mais complexa. Depois de cinco anos de conflito – que é um conflito altamente internacionalizado, não é mais guerra civil – depois de grandes perdas humanas e milhares de pessoas deslocadas, conseguiu-se fazer um acordo para levar o tema à mesa de negociações com as principais potências ocidentais, além de Irã e Arábia Saudita. Com a ruptura das negociações diplomáticas entre os dois países, não sabemos como ficará.
Agência Brasil: Nesse cenário, grupos extremistas ganham força?
Beatriz Bissio: O que aconteceu em países, como Iraque e Líbia, nos alertam para o tipo de intervenção que vem de fora. Com ou sem aval das Nações Unidas (ONU), em geral, sem o aval, essas intervenções depõem governos, com objetivo de criar situações democráticas e proteger direitos humanos, mas o resultado é o caos. Aí está o caso da Síria, um governo questionado, mas que é um governo constituído. A negociação tem que passar pelo direito internacional, com a participação, inclusive desse governo. Outra coisa, é um grupo terrorista, como Estado Islâmico, onde o combate é necessário, evidentemente. Temos que ver as formas eficazes de preservar a população civil, que conta a maior parte dos mortos e não pode ser atingida.
Agência Brasil: Como seria possível esse combate?
Beatriz Bissio: A Rússia já colocou, com muita clareza de provas, que há um discurso cínico daqueles que dizem combater o Estado Islâmico (EI). Mostrou com fato, por exemplo, que a Turquia está comprando o petróleo que o EI vende [o grupo detém o controle de reservas no Iraque]. Ao mesmo tempo, a Turquia diz que está combatendo o EI. Como está combatendo e ao mesmo tempo dando recursos para se armarem e melhorarem sua própria infraestrutura? Há que se rastrear, e temos ferramentas para isso, quem compra o petróleo, quem vende as armas. São várias formas.
Agência Brasil: Outra polêmica na região, a questão palestina, pode ser afetada?
Beatriz Bissio: A questão palestina está por trás desse conflito entre Arábia Saudita e Irã, sim. O Estado saudita não tem tido uma atitude de solidariedade, apesar de árabe, em relação à questão palestina [em referência a territórios ocupados e violação de direitos humanos por Israel]. Já o Irã, tem uma atitude importante, ativa. A não resolução da questão palestina aflora sempre com outras roupagens.
Agência Brasil: Como Brasil e a América Latina tem assistido essa escalada de tensão?
Beatriz Bissio: O Brasil tem defendido, de uma forma correta, que o destino do mundo árabe e do Oriente Médio, incluindo o Irã, que é persa, tem que ser definido pela própria região. Ou seja, defendendo a legalidade internacional, contra uma intervenção estrangeira. Em princípio, essa ruptura de relações entre Irã e Arabia Saudita, com apoio de outros Estados, não se prevê um aumento imediato de preços ou escassez de petróleo, justamente pela superprodução. Mas, é lógico, é uma situação volátil. Podemos lembrar que, em 2012, houve um ataque de hacker a principal empresa produtora de petróleo na Arábia Saudita e centros de computadores ficaram fora do ar. A produção, em si ,não foi afetada, mas as atividades da empresa, sim, durante algumas semanas. De 2012 para cá, os hackers têm avançado, então, sempre pode ter algum evento que desestabilize o cenário.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Eva teria sido feita do "osso do pênis" de Adão, diz especialista

Segundo o estudioso, a palavra hebraica "tsela", que está no livro sagrado dos católicos, não teve a tradução correta

Foto: Wikimedia/Reprodução
CORREIOBRAZILIENSE.COM.BR|POR CORREIO BRAZILIENSE









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Paulinho da força vira réu no STF por desvios


Deputado é suspeito de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha


O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu ontem ação penal para investigar o deputado federal Paulinho Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, por desvio de dinheiro no do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo o Ministério Público Federal, há indícios de que ele cometeu crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e contra o sistema financeiro. A denúncia fi recebida pela Segunda Turma do tribunal, por unanimidade.
As suspeitas sobre Paulinho vieram à tona a partir da Operação Santa Tereza, da Polícia Federal (PF), em 2007. Segundo a denúncia, foi desviado dinheiro de três financiamentos feitos pelo BNDES: um no valor de R$ 130 milhões para obras da prefeitura de Praia Grande, em São Paulo, e dois para a expansão e melhorias na rede de lojas Marisa, de R$ 220 milhões. Nos três contratos, os desvios ultrapassariam R$ 2 milhões.
O dinheiro era dividido entre os integrantes da suposta quadrilha. Também teriam sido beneficiados o então prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), João Pedro de Moura, assessor de Paulinho, Marcos Mantovani, dono de uma empresa de consultoria, e o advogado Ricardo Tosto, ex-conselheiro do BNDES. Eles são investigados perante a Justiça Federal em São Paulo, por não terem direito a foro privilegiado.
Segundo a PF, a mulher do deputado, Elza Pereira, teria permitido o uso da conta bancária da ONG Meu Guri, presidida por ela, para ocultar parte dos valores desviados do BNDES. “Os fatos foram bem delineados na denúncia (…) A situação estampada nos autos merece ser melhor esclarecida, mediante o recebimento da denúncia”, afirmou o subprocurador da República Paulo Gonet. O advogado de Paulinho, Marcelo Leal, disse que o deputado não teve participação nos desvios. “O objeto dessa investigação deveria ser o tráfico de influência no qual o Paulinho da Força foi envolvido. Com a ação penal aberta, será iniciada a fase de produção de provas e de depoimentos de testemunhas.

Fonte: Correio do Povo, página 3 de 9 de setembro de 2015.









terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Acordo de Paris é uma nova Revolução Industrial, diz especialista

“É como se fosse uma nova Revolução Industrial”, disse hoje (14) o coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, Tasso Azevedo, ao falar sobre o Acordo de Paris, primeiro acordo global sobre o clima, aprovado no último sábado (12) na 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), na capital francesa, por 195 países e a União Europeia, para entrar em vigor em 2020.
“Começamos uma nova era onde as pessoas estão alinhadas sabendo para onde ir. Isso faz com que os investimentos comecem a ser feitos nessa direção e provavelmente daqui 30 ou 40 anos, vamos lembrar desse final de ano como o momento em que mudamos a forma de se desenvolver. É como se fosse uma nova Revolução Industrial, agora com um objetivo atrelado a um desenvolvimento e tecnologia, que é a sustentabilidade e um clima seguro para todos”, afirmou.
O texto final do acordo estabelece o objetivo de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2 graus Celsius (ºC) em relação aos níveis pré-industriais e garantir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC.
Segundo Azevedo, entretanto, as metas atuais levam a um aumento de cerca de 3ºC, mas também definem, claramente, uma direção de trabalho. “O que é importante é que, em Paris, se definiu um modo de operar que faz com que se faça uma revisão, progressivamente, em ciclos de cinco em cinco anos para que os países possam ir aprofundando as metas de forma que nos próximos ciclos possamos caminhar no sentido de limitar a 2ºC”, disse.
As Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDCs) apresentadas pelos países também foram importantes para o sucesso do acordo, segundo os especialistas. “É um acordo aprovado por unanimidade, ninguém deixou de ser escutado. As contribuições foram voluntárias e é aquilo que foi apresentado voluntariamente que se torna, então, obrigatório”, disse Tasso Azevedo.
"Grande parte do sucesso desta COP21 se deve a questões de procedimento. A estratégia das INDCs ajudou a romper a lógica binária de negociações entre países desenvolvidos versus países em desenvolvimento”, diz, em nota, o diretor de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Henrique Lian.
Em vídeo divulgado pelas redes sociais, o diretor-presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, disse que as empresas privadas também assumiram posições importantes para redução de emissões, mas que ainda existem desafios. Entre eles estão a adaptação, que é uma oportunidade muito grande para as empresas, segundo ele; a questão dos acessos aos financiamentos; a transparência; e a construção de políticas públicas, “é algo que o governo deixa claro, a importância das empresas estarem construindo conjuntamente as políticas públicas”, afirmou.
Segundo Abrahão, entretanto, há outro tema, pouco tratado, que é o estilo de vida da população. “Nosso modo de viver é algo que nos traz desafios, seja do ponto de vista individual, seja do ponto de vista das empresas”, disse.
Para Tasso Azevedo, do Observatório do Clima, as ações do dia a dia são importantes para redução das emissões, quando por exemplo, as pessoas escolhem andar de transporte coletivo, usar o aquecedor solar ou consumir produtos de origem sustentável. Ele diz ainda que o país pode implementar ações imediatas, como o desmatamento zero, o investimento forte na agricultura de baixo carbono e na recuperação de pastagens degradadas e o investimento em energias renováveis.
Principais pontos do Acordo de Paris, segundo Ministério do Meio Ambiente:
- Fortalece a implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) sob os seus princípios.
- Busca limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e empreender esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC.
- Promove o financiamento coletivo de um piso de US$ 100 bilhões por ano para países em desenvolvimento, considerando suas necessidades e prioridades.
- Estabelece processo que apresenta as contribuições nacionalmente determinadas (INDCs), com metas individuais de cada país para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
- Cria um mecanismo de revisão a cada cinco anos dos esforços globais para frear as mudanças do clima



Casas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estão cercadas pela Polícia Federal. A busca foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O senador Edison Lobão (PMDB-MA), o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o ministro de Ciência e Tecnologia Celso Pansera também estão entre os investigados.
-00:36


DOU traz lei que sobe limite do consignado


O Diário Oficial da União (DOU) publicou ontem lei que amplia o limite de renda que pode ser comprometido com crédito consignado, descontado em folha de pagamento. O limite passou de 30% para 35%. O percentual adicional de 5% só pode ser destinado para pagar dívidas de cartão de crédito ou para saque por meio de cartão. A ampliação do limite já estava valendo por meio de MP, editada pelo governo em julho.


Fonte: Correio do Povo, página 6 de 23 de outubro de 2015.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

′Governo pagar universidade para rico é um gasto burro′, diz especialista

por ANA ESTELA DE SOUSA PINTO


O ensino do Brasil precisa de uma revolução radical, com "metas muito mais ousadas, que vão ser alcançadas pelo esforço e não pelo dinheiro", diz o economista Ricardo Paes de Barros.

Um dos mais reconhecidos especialistas em políticas públicas, ele diz que o Brasil está uma geração atrás da chilena e o projeto do governo —o Plano Nacional da Educação— é "dramaticamente tímido", não serve para um país que precisa fazer em 25 anos o que os outros fazem em 50.

Para Paes de Barros, a necessidade de um ajuste fiscal com cortes drásticos —sem o qual o país ficará estagnado por décadas— não impede que se avance na qualidade do ensino.

"Educação é um caso típico em que se pode fazer uma revolução sem precisar de muito mais dinheiro."

Em entrevista à Folha ele condena o ensino superior gratuito para quem pode pagar ("é o tipo do gasto social burro") e defende que os governos desestatizem a educação —desde que com uma boa regulação— para se concentrar na política e na estratégia.

"Gastar mais por gastar mais não vai resolver nada. É preciso metas, consequências e plano de ação. Educação é igual a trabalho. O que precisamos é de um visionário, que entenda isso, tenha uma meta e um plano de ação, e preste contas dos resultados."

À frente da Cátedra Instituto Ayrton Senna do Insper, Paes de Barros se dedica a identificar desafios, formular e avaliar políticas públicas em áreas como produtividade do trabalho, educação, primeira infância, juventude, demografia, imigração, desigualdade, pobreza e mercado de trabalho.

Para o pesquisador, o governo precisa apresentar rapidamente aos credores um plano de quanto vai gastar, quanto vai usar para pagar juros e onde vai cortar, a partir de princípios. "Se partir para a negociação, a quantidade de injustiça será bem maior."

Os principais critérios para os cortes, diz, são proteger os 50% mais pobres, que têm 15% da renda, e preservar os programas eficientes.

"Equidade, eficiência e meritocracia são importantes, é isso que precisa ser decidido politicamente."

Folha - Como se equilibra equidade e meritocracia?

Ricardo Paes de Barros - Às vezes não há nem conflito. Por exemplo, cobrar do rico que estuda na USP e financiar o pobre para que estude na USP não interfere na meritocracia e resolve um problema de equidade.

O Brasil tem uma grande desigualdade de oportunidades educacionais, que faz com que crianças supertalentosas não alcancem níveis a que poderiam chegar. A sociedade deveria colocá-las nos melhores colégios de São Paulo e pagar a conta, em vez de pagar a universidade para um monte de gente que não precisa disso.

O Estado sabe, pelo Imposto de Renda, quem tem filho na USP e poderia pagar agora, ou pedir crédito e pagar depois. Esse dinheiro pode ser usado em bolsas para que os melhores alunos pobres estudem nas melhores escolas de São Paulo. Promove-se a meritocracia e a equidade.

A sociedade brasileira é tão louca que a coisa mais fácil é equilibrar as duas coisas.

O sr. já mostrou há muitos anos que o dinheiro investido na educação básica tem as chamadas externalidades positivas [efeitos colaterais positivos na saúde e na segurança, por exemplo], enquanto o que vai para o ensino superior beneficia apenas o indivíduo. Por que os governos continuam bancando o ensino superior gratuito para todos?

Não tenho a mais vaga ideia. Se olharmos a declaração dos direitos humanos —e o direito à educação é um direito humano—, não está incluída a educação superior gratuita. E um direito humano básico, desde 1948, que é a educação básica de qualidade, nós não garantimos.

Não sei por que estamos garantindo educação superior gratuita para uns caras que podem pagar e até gostariam de pagar. Os pais, que gastavam muito dinheiro no fundamental e no médio, dão então um carro ou uma viagem para a Europa.

No fundo, aquele investimento que o rico faria no seu filho, o governo está fazendo no lugar dele.

É o tipo do gasto público burro, porque nenhum pai de classe média deixaria de colocar o filho na faculdade porque ela é paga. É sem sentido.

O número de pobres que se atende na universidade pública é mínimo, 75% do ensino superior é privado, a gratuidade não faz nenhum sentido.

Há algo de pátria educadora andando no país?

Não vejo, não. Pátria educadora não é um bom nome, porque o protagonista da educação não é a pátria, mas a própria pessoa, que precisa aprender a ter autonomia intelectual, senso crítico.

A ideia de pátria educadora é a de que alguém vai fazer algo por mim, quando o que preciso é da oportunidade de aprender por mim mesmo, com o meu esforço.

Mas tenho certeza de que a presidente não tinha a intenção de dar essa ideia paternalista da educação e ela acertou no foco, a ideia foi brilhante, muito adequada.

O Brasil precisa de uma revolução na educação, algo radical. O Plano Nacional da Educação é dramaticamente tímido perto do que precisamos. É preciso ter metas muito mais ousadas, que vão ser alcançadas pelo esforço e não pelo dinheiro.

Países muito pobres e áreas muito pobres do país fazem educação sem tanto dinheiro: é só botar o aluno e o professor se esforçando mais, mais motivados.

Educação é um caso típico em que se pode fazer uma revolução sem precisar de muito mais dinheiro, porque depende da atitude de todos os envolvidos.

O problema é que não estamos entendo a revolução de que precisamos. Estamos uma geração atrás do Chile. Em uma geração temos que fazer o que outros países fazem em duas.

O atraso é em termos de qualidade?

Quantidade. O que o nosso jovem está levando para vida adulta, dez anos de escolaridade, os pais dos jovens chilenos já tinham há 23 anos.

Precisamos fazer duas vezes mais que o normal, e não estamos acelerando de jeito nenhum, nem em quantidade nem em qualidade. Só em gasto. Em gasto, dobramos.

Mas houve um avanço no acesso, não?

Claro, mas esse avanço houve em toda parte. O Brasil está mantendo a posição relativa, atrás dos outros.

Todo nosso esforço fará com que daqui a 25 anos continuemos atrás do Chile, se mantivermos essa velocidade. O jovem chileno já tem hoje 12 anos de escolaridade.

Nós precisamos em 25 anos avançar quatro em escolaridade, e, para isso, é algo muito diferente do que estamos fazendo. Precisa reconstruir.

Cuba fez isso, em muito menos tempo, e obviamente não foi com dinheiro, mas com as pessoas.

É preciso pagar as pessoas, claro, e pode ser necessário melhorar o salário dos professores, mas é principalmente com a valorização deles.

Os professores têm que ser "os caras", "a" pessoa importante.

Por que sabemos o nome do jogador de futebol do nosso time, do médico do nosso filho, mas não dos professores?

Por que tratamos o médico dos nossos filhos com respeito, com reverência, e não tratamos assim os professores? O professor é qualquer um aí Mas faz uma tremenda diferença.

É preciso trabalhar muito na motivação intrínseca, a motivação pela causa. E o aluno precisa absorver essa motivação, perceber que não depende dos outros, mas dele. Que vai ser chato, cansativo, vai ter que fazer exercícios, gastar muitas horas, se esforçar.

Ele vai querer saber para que serve isso tudo, e os professores vão ter que responder claramente.

Nosso currículo precisa ser muito bem bolado, porque estamos muito atrasados e não temos tempo para ficar ensinando coisas inúteis. Se há um país que precisa ter um supercurrículo, incrivelmente bem elaborado, é o Brasil.

Qual a sua avaliação da base curricular comum em discussão no momento?

A atitude do MEC é boa de abrir, botar para discutir. Precisamos de uma base.

Não olhei em detalhes, mas pelas partes que vi, precisava estar mais claro quais são os princípios que vão definir essa base. Agora o MEC tem 1 milhão de comentários. Como vão selecioná-los? Contra que critérios vão bater cada comentário para saber se serve ou não?

A ideia de que precisamos ensinar tudo para todos é sem sentido. É impossível.

Também não é o caso de especializar os alunos. A Austrália tem uma boa solução, em forma de T: dá uma visão geral, por exemplo, da história antiga, uma pincelada de Egito, Grécia, Mesopotâmia, China etc., e o aluno escolhe um tema e aprofunda: vê o papel da religião, da mulher, dos artesãos, dos cientistas, da burocracia, como funcionava a sociedade, quais as regras.

Desenvolve pensamento crítico sobre ele, entende e exercita como pensar em história, para, quando tratar de outro tema, saber como pensar e sozinho poder estudar sobre o que quiser, para a vida.

Esses princípios eu não vejo na base curricular brasileira, embora o currículo australiano já seja muito conhecido no Brasil. Os australianos já vieram "n" vezes explicar como fazem. Nós continuamos com um currículo quadradão, com tudo lá.

Discutir um currículo é ótimo. Uma criança de 11 anos só tem 11 anos uma vez na vida. Gastar o tempo dela ensinando algo irrelevante é um prejuízo para a sociedade incalculável.

Precisamos pensar muito bem no que vamos ensinar para uma criança de 11 anos, não podemos gastar o tempo dela num momento em que está fazendo conexões neurais importantíssimas, únicas. Ela tem todo o direito de saber por que aquilo é relevante e o professor precisa dizer para ela exatamente como aquilo vai ser importante para ela. É preciso mostrar para que aquele conhecimento serve e como pode ser usado em outros contextos.

Os professores estão preparados para isso?

Há muito professor que já faz isso todo dia. Acho difícil que qualquer faculdade de pedagogia não ensine isso.

Tenho medo de que estejamos vitimizando demais os professores.

Devidamente motivados, eles já têm condições de fazer isso. Há municípios muito pobres ganhando prêmios em olimpíadas de matemática e, quando você pergunta aos professores o que eles fazem, é o simples: dou aula, explico para que aquilo serve, dou exercício, corrijo, explico o que estava errado. Princípios básicos do aprendizado: é preciso haver significado, é preciso exercitar e alguém precisa explicar onde errei.

O professor que tem alta expectativa sobre o aluno, olha para cada aluno como um futuro presidente do Brasil, e tem paixão por ensinar, uma criança vai se divertir e aprender.

Os professores estão sendo formados para isso? A formação não é muito teórica e pouco voltada para a sala de aula?

São coisas diferentes. É possível aprender como alguém aprende teoricamente, sem nunca ter entrado numa sala de aula. E há professores novos que entendem isso, mas não sabem como lidar com a interação, com a hostilidade, com a gestão da sala de aula.

O problema é menos a gestão do aprendizado do aluno e mais a gestão da sala de aula. Isso melhora com a experiência.

O problema é o círculo virtuoso ou vicioso que se cria. Se o professor não deixa clara a importância do que ensina, não se empenha, os alunos se desinteressam e fica impossível.

O professor motivado vai encontrar dificuldades, mas a assessoria pedagógica serve justamente para isso. Numa escola em que todos estão querendo ensinar, o professor vai também aprender com os outros.

Essa revolução na educação exige uma revolução cultural? Da maneira de pensar?

É um pouco como um time de futebol, que começa a jogar melhor com um novo técnico.

É preciso trocar o ministro, então?

Não sei se precisa trocar o ministro. Precisamos de alguém que bata na mesa e diga o seguinte: "Este país, em 25 anos, vai avançar 50 anos em educação. Acredite".

Precisa de inspiração?

E de comprometimento. Precisa dizer qual é a meta e acompanhar os indicadores, mostrar que se está fazendo.

Como Pernambuco, Goiás e Rio de Janeiro, que melhoraram rapidamente.

No Rio de Janeiro, o [ex-secretário estadual Wilson] Risolia tinha um papel com 4 metas. Em quatro anos, o Estado passou de 17o a 3o lugar no Brasil. Mudou algum professor? Não. Sofreu como um condenado? Sofreu, sofreu.

É uma questão de vontade política, então?

Não diria que é de vontade política.

É preciso alguém que saiba o que vai fazer.

Não precisamos de um ministro da Educação que diga "sou dedicado, sou trabalhador, vou fazer o melhor possível". Precisamos de um visionário. Um camarada que tem uma ideia. Nem precisa ser da educação, pode vir de uma empresa que produz cimento. Tem que ter claro que educação = trabalho, nada mais que isso, e um plano de ação. Como as quatro coisas que o Risolia listou.

E prestar contas todo ano. Arrastar todo mundo que não quiser entrar no barco. E, claro, tem que ter apoio, porque vai apanhar durante o dia todo. Pode ser o ministro, o secretário-executivo, o secretário de Educação Básica, não importa quem vai ser. Mas alguém tem que fazer.

A situação hoje do Brasil é como a dos EUA na corrida espacial, já saindo atrás da URSS.

Sem nunca ter colocado um satélite em órbita, eles fizeram um plano para em dez anos chegar à lua. O plano tinha sete passos, e eles seguiram um a um. O Brasil tem que fazer isso na educação.

Se tivermos um Plano Nacional da Educação pouco ousado, com cara de pauta de reivindicações, não chegaremos a lugar nenhum.

Cada grupo deve ter sua pauta de reivindicações e lutar por ela, mas o PNE não pode ser isso, tem que nos levar a fazer algo notável. Como a construção de Brasília —pode ter custado uma fortuna, endividou o país, poderia ter sido mais planejado ou barato, mas integrou o país.

Isso é o que falta na educação. E o Brasil não gasta pouco em educação, comparado com o PIB.

E são gastos crescentes, certo?

Dobraram nos últimos dez anos, no gasto por aluno.

O PNE propõe chegar a 10% do PIB.

Sim, dobrou e quer dobrar de novo. Acho até que temos que aumentar o gasto com educação, mesmo que seja temporário, porque o atraso é tanto que faz sentido, desde que exista um plano.

Mas, como temos uma restrição orçamentária, será preciso dizer de onde sai. Deixar de fazer a e b para investir em educação. Pátria educadora é isso.

Mas gastar mais sem um plano e um sistema de governança, que estabeleça consequências caso as metas não sejam cumpridas, não vale a pena.

Gastar mais por gastar mais não vai resolver nada. É preciso metas, consequências e plano de ação. Chamar os gênios de plantão —não só os que estão nas grandes universidades ou centros de pesquisa, mas as muitas pessoas que entendem de educação e estão espalhadas pelo país, no interior do Nordeste, resolvendo na prática os problemas.

Vamos valorizar o que essas pessoas estão fazendo, inovando de forma muito simples. Se fizermos ao menos o simples, daremos um salto impressionante. Três ou quatro coisas, bem escolhidas, feitas com afinco. Mas é preciso alguém com muita liderança que decida que vamos fazer o simples.

Por que o aumento da escolaridade não trouxe aumento de produtividade? É reflexo da qualidade ruim ou de os empregos terem crescido em setores como comércio, que agregam menos valor?

Não arriscaria explicar, mas é um fato: a produtividade não cresceu ao lado da escolaridade. E o curioso é que não aconteceu em outros países, o que preocupa.

A responsabilidade não é só da educação. O setor produtivo também tem responsabilidade por isso. O ambiente de negócios no país é tal que gastamos uma grande quantidade de talento lidando com como navegar pelos impostos, pela legislação trabalhista, em atividades que não produzem nada.

Ou fazendo lobby.

Viramos uma sociedade mais preocupada em ter acesso a uma parte do produto que em produzir mais.

A meritocracia deveria ser ganhar mais produzindo mais, não descobrindo como ter uma fatia maior do bolo pagando menos imposto ou negociando uma vantagem fiscal.

Em um seminário recente, o sr. criticou a dificuldade de o Brasil trabalhar com o setor privado na área de educação. Haveria ganhos em usar a rede privada para garantir educação gratuita?

É até possível avançar duas gerações em uma com uma educação completamente estatal. As "charter schools" [escolas privadas contratadas pelo Estado] não são indispensáveis, como mostram os exemplos de Goiás, Pernambuco e Rio.

É preciso haver um plano.

Mas o país ganharia velocidade com as "charter schools". Qual a utilidade para a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo ter 200 mil funcionários em escolas? Impossível gerenciar de forma eficiente 200 mil pessoas.

Seria muito melhor distribuir essas escolas e cada responsável por uma escola ou uma rede —o que seria ainda melhor— prestaria contas.

A secretaria tem que fazer a política educacional, o currículo, e para isso não pode gastar tempo e energia administrando 200 mil professores.

A educação não ganha nada em essa administração continuar estatal.

Se a escola é desestatizada e abandonada, claro que é péssimo. Desestatizar mal, entregar para alguém incompetente é péssimo, pode complicar ainda mais. É preciso ser muito cuidadoso em como desestatizar, exige uma capacidade de regular muito bem isso, que já desenvolvemos. Temos os instrumentos de avaliação.

É preciso uma transição.

No futuro, vão achar que éramos completamente malucos em ter escolas estatais. Não há o menor sentido em educação ser estatal.

Mas, claro, desestatizar não é uma panaceia. Obviamente é preciso concorrência, meritocracia no sistema educacional, e essa desestatização deveria levar a isso.

O Fundeb também poderia levar a isso, se as melhores escolas atraíssem mais alunos e, com isso, recebessem mais dinheiro.
Fonte: Folha Online - 14/12/2015 e Endividado


Greve: assembleia dos bancários


A greve dos bancários entra na segunda semana, sem perspectiva de acordo com os bancos para suspender o movimento. A categoria se reúne hoje, às 14h, em assembleia no Clube do Comércio, para organizar os próximos dias da paralisação.
Está programada para amanhã uma caminhada pelas ruas da área central da Capital. Segundo informou o Sindicato dos Bancários (SindBancários), 405 agências estão com as suas atividades paralisadas em Porto Alegre e também na Região Metropolitana. O número chegaria a 940 em todo o Estado.
A categoria reivindica um reajuste salarial de 16%, enquanto a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é de 5,5%. Também é pedido um piso no valor de R$ 3.299,66, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788,00, além do fim das metas, entre outras solicitações.


Fonte: Correio do Povo, página 6 de 13 de outubro de 2015.

Grupos compartilham blitz no trânsito

Troca de informações pelo WhatsApp preocupa as autoridades

Hygino Vasconcellos

Os grupos de WhatsApp viraram uma febre entre usuários de smartphones. A cada dia, amigos, afamiliares e até desconhecidos se reúnem para jogar conversa fora e trocar imagens ou vídeos. Mas há quem use a facilidade do aplicativo para compartilhar informações de barreiras policiais ou de trânsito, o que acaba preocupando as autoridades.
A divulgação das blitz não é novidade na Internet. As duas maiores redes sociais – o Facebook e o Twitter – acabaram perderam a preferência dos internautas na hora de compartilhar essas informações. Muito pela falta de confidencialidade para o “informante”. O número infinito de seguidores ou usuários no Facebook ou Twitter acaba inibindo o caráter privado do usuário. Qualquer informação pode ser compartilhada com um clique. Há grupos de acesso restrito, mas a Polícia pode rastrear. No WhatsApp, o número de participantes não pode ser além de cem.
Segundo a Polícia, a preocupação é de quem tem acesso a essas informações. Recentemente a Brigada Militar prendeu três homens em um carro roubado na rua Luiz Afonso, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. E qual foi a surpresa? Encontrar um celular conectado no grupo de WhatsApp “Radar da Gurizada 3”, no qual acompanhavam barreiras da Polícia e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
A reportagem teve acesso a uma imagem do celular, com o conteúdo da conversa, que foi fornecida pelo comandante da 2ª Companhia do 9º BPM, capitão Fernando Maciel. Em pauta das mensagens, um participante diz: “Barreira na frente do Shopping do Vale na Assis Brasil. EPTC e Brigada Militar”. Em seguida, outro internauta alerta: “EPTC na Bento na frente da Ufrgs, sentido Viamão”.


























Exposta falta da cidadania

A troca de informações sobre barreiras policiais ou de fiscalização de trânsito expõe a falta de cidadania no trânsito. É o que entende o professor da Unisinos Lúcio Garcia, especialista em Psicologia do Trânsito. Para muitas pessoas, esclarece, as blitz são encaradas como uma agressão do Estado, da qual é preciso desviar e fugir. “No entanto, as barreiras são uma forma de o Estado verificar e garantir a segurança de todos: pedestres, motoristas e usuários. Mas muita gente não consegue reconhecer isso. Vê como uma forma de agressão do Estado, na qual se precisa driblar.”
Garcia esclarece que o entendimento sobre o trânsito varia de maneiras com que a população lida com as regras de trânsito. Cita uma experiência vivenciada na Inglaterra. Um motorista sai de um pub e, ao chegar ao seu automóvel, ao invés de se encaminhar ao veículo vai em direção a um pequeno bafômetro instalado no carro. Por ali vê se tem condições de assumir o volante.
O consultor técnico do Sindicatos dos Centros de Formação de Condutores do RS Eduardo Cortez diz ser quase impossível coibir os grupos que informam barreiras. A alternativa, aponta, seria fortalecer a educação de trânsito. 'A gente percebe a diferença daquele aluno que vem tirar a primeira habilitação daquele que vem aprender a dirigir”, observa.


Fonte: Correio do Povo, 12 de agosto de 2015.

Grupo Gerdau: prejuízo chega a R$ 1,96 bi


São Paulo – Pressionado por ajustes contábeis de quase R$ 2 bilhões, o grupo Gerdau teve prejuízo líquido de R$ 1,96 bilhão no terceiro trimestre deste ano ante resultado positivo de R$ 262 milhões obtido em igual período de 2014. As perdas contábeis referem-se a ajustes de R$ 1,86 bilhão relacionados à expectativa de valor de ativos.
O resultado da companhia saiu no mesmo dia em que a rival Usiminas divulgou seu quinto prejuízo trimestral consecutivo em meio à crise do mercado siderúrgico agravada pela retração da economia brasileira.
Em comunicado separado, a Gerdau informou que a holding Metalúrgica Gerdau vai fazer uma oferta restrita de ações. A transação envolverá a emissão de 500 milhões de ações para amortizar o endividamento da companhia.


Fonte: Correio do Povo, página 8 de 30 de outubro de 2015.

Grupo inaugura o Zaffari Cabral


O grupo Zaffari inaugura hoje o supermercado Zaffari Cabral, 31ª unidade da rede de autosserviço da empresa. Localizada no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, a loja é a primeira a apresentar a nova identidade arquitetônica da marca, que será aplicada também nas próximas unidades da rede.
O Zaffari Cabral faz parte do Quartier Cabral, projeto imobiliário residencial fruto da parceria do Grupo Zaffari com a incorporadora Melnick Even. O conceito é de um supermercado de bairro, com 1.600 m² da área de vendas e 13 check-outs.


Fonte: Correio do Povo, página 6 de 27 de outubro de 2015.

domingo, 28 de junho de 2015

É possível despoluir Lagoa Rodrigo de Freitas até Olimpíadas, diz especialista


A Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, que será um dos palcos das Olimpíadas de 2016 nas provas de remo, pode ser completamente despoluída até o início das competições, em agosto do próximo ano, evitando cenários que se repetem periodicamente, de grande mortalidade de peixes, garante o professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Paulo Cesar Rosman.
Integrante do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e de Engenharia Costeira e Oceanográfica da UFRJ, ele propõe a construção de grandes dutos subterrâneos, ligando a lagoa ao mar, o que aumenta a troca de água e favorece a oxigenação.
“A solução foi dada há 22 anos, em um estudo que eu coordenei. A ideia de se fazer os dutos afogados é perfeitamente viável e atinge os objetivos. Se não houver uma ligação permanente, com boa troca de água, não tem solução. Hoje temos uma lagoa que é um doente crônico. Em menos de um ano, de hoje para as Olimpíadas, dá para fazer, e resolve o problema definitivamente”, assegurou.
O sistema seria composto de quatro tubulões subterrâneos, com 2,6 metros de diâmetro, se estendendo até 200 metros mar adentro, com valor estimado em US$ 30 milhões, sem utilização de bombas, usando apenas a maré para puxar e empurrar a água. Rosman não afastou a possibilidade de ocorrer nova mortandade de peixes durante as Olimpíadas, quando o Rio e o Brasil estarão sob os holofotes mundiais.
“Mortandades de peixes ocorrem mais comumente na época do verão, quando a água fica mais quente e o metabolismo de microalgas é mais acelerado, ocorrendo os choques de anoxia [falta de oxigênio]. Mas se você olhar os registros de mortandade na lagoa, houve vários casos no inverno. Nunca estamos livres de catástrofes ambientais”, explicou.
Rosman disse que, por causa de décadas de poluição, existe uma camada de 1 metro de extensão, no fundo da lagoa, onde praticamente não há vida, pois é considerada anóxica. Quando venta muito, chove forte ou a temperatura sobe, essa camada se agita e libera substâncias tóxicas, que provocam a mortandade em massa de peixes. O último episódio ocorreu em abril passado, quando mais de 50 toneladas de peixes mortos foram recolhidas. A versão completa do projeto coordenado pelo professor Rosman pode ser acessada na internet.

sábado, 6 de junho de 2015

Doentes têm direitos que desconhecem, diz especialista

Pessoas com câncer têm direitos que muitas vezes desconhecem, disse à Agência Brasil, no Rio de Janeiro, a advogada Danielle Bitetti. Especializada em direitos do consumidor e na área da saúde, ela observa que os pacientes têm direito, por exemplo, a medicamentos de alto custo que podem ser utilizados no tratamento da doença. O acesso muitas vezes é negado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por planos de saúde.
Em muitos casos, beneficiários de assistência médica privada encontram dificuldade de acesso aos medicamentos importados ou de uso oral ou domiciliar. “Nas duas situações, as condutas dos planos e também do Sistema Único de Saúde são consideradas abusivas e podem ser contestadas na Justiça”, afirma Danielle.
Ela explica que as pessoas podem buscar a Justiça porque têm direito ao tratamento solicitado pelo médico, e não ao que o plano de saúde ou o sistema público escolherem.
Essa conduta é considerada abusiva pelos órgãos de defesa do consumidor, opina a advogada. Ela lembra que o paciente com câncer tem prioridade também no rápido atendimento na Justiça.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Aquecimento mundial vai reduzir a água potável, diz especialista

O aumento da temperatura, como resultado das emissões de gases do efeito estufa, vai piorar o panorama de falta de água

Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática ocorre na Dinamarca | Foto: Keld Navntoft / AFP / CP

Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática ocorre na Dinamarca | Foto: Keld Navntoft / AFP / CP

O aumento da temperatura do planeta, como resultado das emissões de gases do efeito estufa, vai piorar o panorama de falta de água potável no mundo. A mexicana Blanca Jiménez Cisneros, diretora da Divisão de Ciência da Água da Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (Unesco) e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), prevê queda de 20% no suprimento de água potável, em média, a cada 1ºC de aumento na temperatura mundial - e o IPCC alerta que esse acréscimo pode chegar a 2°C em 2100. Em regiões críticas, o acesso pode ser reduzido em 90%.
A crise de abastecimento e a seca em São Paulo, segundo ela, decorrem da mudança climática: a chuva não acontece quando mais a água é necessária. Quando há precipitações intensas, a maior parte não tem como ser armazenada. A metrópole paulista, segundo Blanca, padece de um mesmo equívoco de outras cidades do mundo: a poluição dos rios. Para enfrentar esse desafio, em entrevista ao Estado Blanca Jiménez receita a construção de aquíferos, em vez de reservatórios vulneráveis à evaporação, o reúso da água e um exame de consciência generalizado.

Quais os riscos do aquecimento global para a água potável?

A elevada demanda de água, de um lado, e os padrões de extração e de contaminação, de outro, colocaram em risco o fornecimento de água potável em muitos lugares. O problema adicional da mudança climática tem dois aspectos. Primeiramente, de quantidades menores em regiões áridas, semiáridas e temperadas. A natureza não provê o volume anual necessitado pelas pessoas. Em segundo lugar, há a qualidade. Quando há menos quantidade, a contaminação fica mais concentrada e, com chuvas mais intensas, a poluição é arrastada para fontes de água potável.
Conforme os cenários registrados no relatório do IPCC, qual será a disponibilidade de água potável no final do século?
Sem considerar a mudança climática, se continuamos com os mesmos padrões de uso de água, teremos crise em poucas décadas. Com a mudança climática, isso será em três ou quatro décadas, dependendo da região. O aumento da temperatura provocará mais secas, inundações e poluição da água. Nos cenários do IPCC, há um exercício sobre a disponibilidade de água subterrânea. Cada 1ºC de aumento na temperatura faz com que, em média, 7% da população mundial perca 20% da água potável disponível. São números preocupantes. Em zonas onde já há crise, a população afetada pode chegar a 90%. São regiões áridas e semiáridas tropicais, onde estão países em desenvolvimento: partes da África, do México, do Nordeste do Brasil.
O Sudeste do País está enfrentando uma intensa seca e crise de abastecimento de água...
A mudança climática está afetando a quantidade de chuva que cai atualmente. De repente, chove mais quando não se necessita e chove menos quando mais a água é necessária, como no verão. Chuvas extremas estão previstas como resultado do aquecimento global e, nesse caso, há a menor capacidade de armazenamento. A água é perdida.
Como se adaptar?
A primeira preocupação deve ser com o manejo do uso. Devemos nos perguntar se a quantidade de água que estamos usando é a que realmente necessitamos e se podemos exercer as mesmas atividades com menor quantidade. Por exemplo, uma descarga regular de banheiro pode lançar de 20 a 40 litros de água, mas há modelos novos que usam só 3 litros. A segunda preocupação deve ser com o reúso e a reciclagem da água.

O armazenamento em grandes reservatórios para áreas urbanas é receita ainda válida?

Em alguns lugares, a perda atual (por evaporação) é de 30% a 40%. Uma das medidas em estudo é a construção de aquíferos.
E a questão dos rios poluídos, como o Tietê e o Pinheiros?
É o que temos de trabalhar. Em todo o mundo, os rios sempre foram usados como depósito de água contaminada. A maioria das cidades trata parcialmente a água contaminada a ser despejada nos rios, porque é muito custoso, e espera que a natureza finalize o tratamento. Mas, muitas vezes, a natureza já não tem essa capacidade de limpeza.

 

Estadão e Correio do Povo

 

Norte-americanos elegem hoje nova composição do Congresso

Bancada democrata pode perder controle para os republicanos

Norte-americanos elegem hoje nova composição do Congresso | Foto: Mark Wilson / AFP / CP

Norte-americanos elegem hoje nova composição do Congresso | Foto: Mark Wilson / AFP / CP

As eleições desta terça-feira nos Estados Unidos vão definir as linhas da política norte-americana para os próximos dois anos, ao eleger uma nova composição para a Câmara dos Representantes e um terço do Senado.
Em jogo nas midterms elections – assim designadas porque são feitas no meio do mandato presidencial -, está a renovação de todos os 435 membros da Câmara dos Representantes (Câmara Baixa do Congresso norte-americano) e a eleição de 36 (33 para um mandato regular de seis anos) dos 100 lugares no Senado (Câmara Alta).
É a luta pelo controle do Senado que está gerando o maior interesse nestas eleições. Os democratas, a força política do presidente Barack Obama, têm a maioria na Câmara Alta do Congresso, mas a história e o atual clima político indicam que os republicanos têm boas chances de assumir o controle.
Ex-presidentes norte-americanos, como George W. Bush em 2006, Bill Clinton em 1994 e Ronald Reagan em 1986, também passaram pelo mesmo dilema de Obama. Atualmente, os democratas detêm a maioria por cinco lugares (53 senadores e dois independentes que se alinham com os democratas em termos de votações), enquanto os republicanos contam com 45 lugares. O Partido Republicano precisa aumentar a sua presença em seis lugares para conquistar a maioria.
Os republicanos detêm o controle da Câmara dos Representantes e é pouco provável que a percam, segundo as mais recentes pesquisas e os índices de aprovação do governo Obama. Com base nesse cenário, as midterms podem ter impacto duradouro sobre o governo norte-americano e moldar a capacidade do governo nos últimos dois anos.
Em entrevista divulgada nessa segunda-feira pela CNN, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, disse acreditar que os democratas não vão perder a maioria no Senado, prognóstico partilhado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, segundo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Em declarações à imprensa, Earnest lembrou que Obama acredita em resultado positivo porque os democratas têm “um argumento muito forte” a seu favor se os eleitores estiverem sensibilizados para a questão central da campanha, que é “apoiar um candidato que luta pelas políticas que beneficiam as famílias de classe média”.
Em vários estados norte-americanos, o escrutínio antecipado é autorizado e, de acordo com o United States Election Project, cerca de 17,4 milhões de norte-americanos tinham votado até esta segunda-feira. Um desses eleitores foi o próprio presidente, que votou em Chicago no dia 20 de outubro. Trinta e seis dos 50 estados norte-americanos também elegem hoje os governadores e diversos cargos locais e estaduais são atribuídos.

 

Agência Brasil e Correio do Povo

 

“O TRÂNSITO NA AMÉRICA LATINA CUMPRE UMA REGRA: SALVE-SE QUEM PUDER”!



(AFP-31/10) 1. Moradores da América Latina acompanham com medo os assustadores números da criminalidade, sem perceber que outro perigo espreita nas ruas: na maioria de seus países, é mais provável morrer em um acidente de trânsito do que nas mãos da criminalidade. Na América Latina, os alertas de cruzamento frequentemente são decorativos, limites de velocidade são apenas sugestões, a prioridade dos pedestres é uma quimera e os sinais vermelhos podem ser ignorados porque supostamente tornam o motorista um alvo fácil do crime.

2. E esse caos não é de graça. Em 2013, 16 em cada 100.000 habitantes da região foram mortos em acidentes de trânsito, de acordo com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).  O dado mais alarmante vem da República Dominicana, onde 41,7 em cada 100.000 habitantes morrem em acidentes de trânsito, de acordo levantamento da OMS. Para referência, nos Estados Unidos morrem 4,7.  As causas do problema são o desprezo pelas regras, o número de motocicletas e... a idiossincrasia: "Por que o capacete se está quente", pergunta retoricamente Leandro Perillo, um alto funcionário da FIA, em uma entrevista recente a AFP.

3.Resultado: os veículos automotores representam 25,73% das mortes no trânsito na Venezuela, de acordo com o Observatório de Segurança Rodoviária.  Se esses números forem comparados com os das vítimas de homicídio publicado pela ONU, muitos países latino-americanos perdem mais vidas para o trânsito do que para o crime, que, entretanto, é frequentemente citado como a principal preocupação da população.

4.No Uruguai "é mais provável você sair de casa para trabalhar e não voltar por causa de um acidente de transito do que por um roubo ou homicídio", disse à AFP Pablo Inthamoussú, secretário-executivo da Unidade Nacional de Segurança Rodoviária.  Neste país, 21,5 em cada 100.000 habitantes morrem todos os anos em acidentes de trânsito, e 7,9 em  homicídios. No entanto, quase quatro em cada dez uruguaios cita a insegurança como o principal problema da sociedade, de acordo com o último Latinobarómetro.

5.Fenômenos semelhantes ocorrem no Brasil, no Cone Sul e nos países andinos. As nações cujas taxas de homicídio excedem os mortos em acidentes de trânsito são minoria: México, Colômbia, Venezuela e países da América Central, exceto Costa Rica e Nicarágua.  E a Argentina não fica muito atrás. Os acidentes de trânsito são a principal causa de morte de pessoas com idade entre 1 e 32 anos. "Nenhuma guerra ou catástrofe ou desastre natural produziu uma tragédia semelhante", disse à AFP Alberto Silveira, presidente da ONG Luta pela Vida.

 

Ex-Blog do Cesar Maia

 

Nova vacina contra a dengue reduz em 95% os casos graves da doença

A vacina, desenvolvida pelo Laboratório Sanofi Pasteur, é a primeira contra a dengue concluída no mundo

Vacina é a primeira para a doença que tem o mosquito como transmissor | Foto: Agência Brasil / Arquivo / CP Memória

Vacina é a primeira para a doença que tem o mosquito como transmissor | Foto: Agência Brasil / Arquivo / CP Memória

A nova vacina contra a dengue, que já passou por todas as fases de estudos e testes, mostrou redução de 95,5% das formas graves da doença, inclusive a do tipo hemorrágica, na etapa de testes no Brasil e na América Latina. Até a primeira semana de outubro pelo menos 377 pessoas morreram em decorrência da dengue no país.
A vacina, desenvolvida pelo Laboratório Sanofi Pasteur, é a primeira contra a dengue concluída no mundo. O produto demonstrou proteção de 60,8% contra os quatro tipos da doença. Ou seja: a cada 100 pessoas imunizadas, 60,8 não contraem a doença; e entre as que contraem, 95,5 em cada grupo de 100 não terão as formas graves da dengue.
“Isso significa que praticamente não vamos mais ter casos graves da doença”, avaliou Sheila Homsani, gerente médica da Divisão de Vacinas do laboratório, ressaltando que a imunização também vai reduzir as internações decorrentes da dengue.
Segundo Sheila, os testes demonstraram que a vacina tem níveis de segurança comparáveis aos dos placebos dados aos pacientes. “É uma vacina segura”, enfatizou. A imunização deve ser aplicada em três doses, com intervalos de seis meses.
O laboratório deve entrar com pedido de avaliação da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no primeiro trimestre de 2015, e a expectativa é que até o final do ano que vem ela esteja registrada no Brasil para ser vendida e até usada pela rede pública.

 

Agência Brasil