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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Manchas de óleo ameaçam o equilíbrio de reserva litorânea em Sergipe, diz Ibama


Manchas Reserva
Ibama confirma placas de óleo ao longo de 17 quilômetros de areia na praia da Reserva Biológica de Santa Isabel, em Sergipe  Banco de Imagens/Ibama 
Um paraíso para as tartarugas olivas pode estar ameaçado no litoral de Sergipe.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) confirmou a presença de placas de óleo ao longo de 17 quilômetros de areia na praia da Reserva Biológica de Santa Isabel, em Pirambu, Sergipe. A vistoria do órgão foi feita na última quarta-feira (17), após o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), gestor da reserva, receber um comunicado oficial da Petrobras sobre a presença de óleo na areia.
A quantidade e a origem do óleo ainda são desconhecidas. Segundo o Ibama, as placas de petróleo têm até 15x15 centímetros aproximadamente. Os técnicos coletaram amostras do material, também encontrado ao longo do litoral entre a foz dos rios Japaratuba e Sergipe.
De acordo com o instituto, técnicos ambientais fizeram um sobrevoo na região ontem (18) e não identificaram  manchas no mar. Outras vistorias devem ser feitas na costa nos próximos dias.
O estado de Sergipe tem grande concentração de plataformas de produção petrolífera. São 25 instalações em 163 quilômetros de costa, todas da Petrobras.
A estatal informou não ter identificado anomalia nos campos de petróleo próximos, portanto a mancha é considerada “órfã” até que os testes identifiquem a origem. Segundo especialistas, o óleo também pode ter vazado ou ter sido liberado por navios em alto mar e chegado até o litoral brasileiro. 
Ameaça ambiental
A Reserva Ambiental de Santa Isabel tem 45 quilômetros de extensão, com praias desertas, lagoas, manguezais e dunas com vegetação de restinga. O local preserva o ecossistema litorâneo e abriga a mais importante área de reprodução das tartarugas olivas no país. Até a manhã desta sexta-feira (19), uma tartaruga foi encontrada morta, mas ainda não é possível afirmar a causa da morte. O animal foi encaminhado para necrópsia.
O coordenador do projeto Tamar na região, Cesar Coelho, está preocupado com o impacto do óleo nos ninhos de tartaruga. Ele está acompanhando as ações de coleta e monitorando possíveis impactos aos ecossistemas. “A maior concentração de óleo chegou justamente onde há a maior quantidade de ovos de tartarugas. Se os filhotes nascerem, e estamos na época, provavelmente vão morrer”, disse.
O Tamar atua há 25 anos na área e acompanha o período de desova, que vai de setembro a março. “De setembro a dezembro, as fêmeas botam os ovos. De dezembro a março, os filhotes nascem. Estamos no pico dos nascimentos”, lamentou. Coelho disse que ainda é cedo para estimar o estrago.
Sobre as providências para lidar com o problema, o Ibama informou que acionou a Marinha e a Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP), em cumprimento ao Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo (PNC). Até o momento, foram coletados 5 metros cúbicos de resíduos contaminados por óleo.
Cesar Coelho contou que a Petrobras está com equipes na reserva fazendo a limpeza da praia, recolhendo o material e levando para estações de tratamento da empresa. “As áreas com maior concentração já tiveram o óleo recolhido, mas não sai tudo”, informou. Por exigência do Ibama, a Petrobras monitora a região para evitar contaminações e danos ambientais. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Lama vista em Abrolhos pode ser da barragem de Mariana, diz Ibama



Brasília - A presidente do-Ibama, Marilene Ramos fala sobre o desastre ecológico em Mariana/MG, cujas repercussões começam a ser percebidas em Abrolhos/BA (Valter Campanato/Agência Brasil)
A presidente do Ibama, Marilene Ramos, mostra imagem da mancha no oceano que pode estar associada aos rejeitos de mineração da barragem da Samarco que se rompeu próximo a Mariana (MG)   Valter Campanato/Agência Brasil

Os presidentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marilene Ramos, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Maretti, informaram hoje (7), em entrevista coletiva, que estão monitorando uma mancha no oceano que chegou à região sul da Bahia e já atingiu o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, local com maior biodiversidade de corais do Atlântico.
De acordo com a presidenta do Ibama, a mancha está sendo associada à lama de rejeitos de mineração da Samarco, que está concentrada na foz do Rio Doce. A mancha vinha se espraiando no último mês para o sul do litoral do Espírito Santo, mas, nos últimos dois dias, devido às fortes chuvas na área, passou a se espalhar também na direção norte do estado.
“O sobrevoo da região por especialistas leva a crer que a origem dela [mancha] é a lama de rejeitos da Samarco e, por isso, já notificamos a empresa [Samarco] para realizar coletas e avaliar se é de fato a lama despejada no Rio Doce”, disse Marilene Ramos.
Ela informou que a coleta das primeiras amostras foi feita nesta quinta-feira e que os resultados devem sair em até 10 dias.
Impactos
O presidente do ICMBio, Claudio Maretti, destacou que o santuário de Abrolhos, no município de Caravelas (BA), é uma das áreas mais importantes do litoral do Brasil do ponto de vista científico e turístico. Ele informou que, por enquanto, não há nenhuma restrição a visitação nas praias do sul da Bahia até a região de Porto Seguro. Maretto disse ainda que não é possível prever até onde a lama pode chegar e quanto tempo vai levar até que seja totalmente diluída.
Segundo Maretti, o impacto ambiental causado pela mancha na biodiversidade da região será avaliado com muito cuidado e pode levar tempo para ser totalmente conhecido. “O dano imediato é a redução da produtividade da vegetação marinha, fitoplanctons e corais, o que causa prejuízo para a vida marinha. É como se eu cobrisse a Mata Atlântica ou a Amazônia com uma fumaça que dificultasse a realização de fotossíntese”, explicou. Maretti disse que os impactos serão sentidos a longo prazo e que especialistas não descartam a possibilidade de extinção de corais, mas até agora não verificaram aumento no número de mortes de peixes e aves marinhas.




FINALLLLL FELIZZZZZ!!!!!
Publicado por Giovanna Carpenedo em Quinta, 7 de janeiro de 2016