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sexta-feira, 4 de março de 2016

Zika: com mais de 9 mil casos em seus territórios, França investe em pesquisa

Com mais de 9 mil casos de infecção por zika registrados em três territórios (Martinica, Guiana Francesa e Guadalupe) nas Américas desde dezembro de 2015, a França foi um dos primeiros países a lidar com a grande propagação do vírus, quando ele começou a circular em 2014 na Polinésia Francesa, território francês localizado na Oceania. Segundo o embaixador da França no Brasil, Laurent Bili, na época, um terço da população local, cerca de 270 mil habitantes, foi infectada.
Embaixador da França, Laurent Bili, durante entrevista sobre o vírus Zika(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Embaixador da França, Laurent Bili, diz que pesquisadores franceses estudam o vírus Zika desde 2014 Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Esta semana, os governos brasileiro e francês reuniram-se em Brasília para começarem a dialogar sobre parcerias em pesquisas sobre o Zika. De acordo com Bili, pesquisadores franceses estudam o vírus Zika desde 2014. “Temos coisas para compartilhar porque somos um pais que conhece a experiência de uma epidemia e que tem recursos de pesquisadores especializados em doenças tropicais”, disse o embaixador.
“Para os territórios nas Américas [que estão passando por um surto da doença] enviamos mobilização dos serviços hospitalares, enviamos missões da França para reforçar as equipes e trabalhar no diagnóstico e tratamento”, explicou Bili. Além disso, o governo francês desaconselha a ida de gestantes para estes locais.
No país, o Instituto Pasteur e o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento estão envolvidos nas pesquisas sobre o vírus. Segundo o embaixador, também a rede de pesquisa criada para combater o ebola está sendo útil nos estudos sobre o zika.
No Brasil, os primeiros casos de doença foram registrados no começo de 2015. A relação com microcefalia foi confirmada pelo Ministério da Saúde em novembro. No começo de fevereiro a Organização Mundial da Saúde decretou emergência internacional em saúde pública devido à "provável" relação entre o zika e a microcefalia.
O mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus Zika e da dengue, não circula na França, porém, segundo o embaixador, o país tem 73 casos de infecção por Zika de pessoas que foram contaminadas fora do país, entre eles, cinco grávidas.
Vacina
O vice presidente de Dengue da Sanofi, Guillaume Leroy, durante entrevista sobre pesquisa de vacinas (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O vice-presidente da Dengue Company , Guillaume Leroy, diz que a vacina para a zika vai demorarFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Pesquisadores franceses já comprovaram cientificamente a ligação entre o vírus Zika e a Síndrome de Guillain-Barré. Ainda na França, o mesmo laboratório que descobriu a primeira vacina da dengue, Sanofi-Pasteur, está desenvolvendo uma vacina contra o vírus Zika.
Guillaume Leroy, vice-presidente da Dengue Company da Sanofi-Pasteur, explica que toda a plataforma tecnológica usada para o desenvolvimento da vacina da dengue é um avanço para os estudos do novo imunizante.
“Estamos na fase de entender o vírus, entender a resposta imune ao vírus. Depois vamos fazer investigação para testar algumas tecnologias de vacinas para eleger a melhor para ser testada contra este vírus. É um processo demorado mas muito importante”, disse Leroy. A empresa não tem previsão para conclusão do imunizante. “Questão de anos”, disse Leroy.





Desafios da agricultura tropical, por Ana Amélia Lemos


O Brasil assumiu ante a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) o compromisso global de contribuir para alimentar a população mundial, que deve chegar a 9 bilhões em 2050. O desafio é enorme. É preciso continuar a investir em tecnologia para aumentar cada vez mais a produtividade no campo e nosso potencial de inovação. Sem o binômio tecnologia-inovação, o país não terá como ser o celeiro do mundo, mantendo a eficácia do agronegócio, que responde por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e, ao mesmo tempo, preservar as florestas.
Não obstante, a agropecuária brasileira vem superando tais desafios com a vantagem competitiva apoiada em ciência e tecnologia. Não é novidade que nossa balança comercial tem o agronegócio o seu principal porto seguro.
Porém, “o Brazil não conhece o Brasil”, como diz a música que nos encantou na voz de Elis Regina. A realidade é desconhecida da maioria dos moradores das cidades – quase 85% da população. Essa é a seara onde as discussões são pautadas muito mais pela visão de mundo de grupos de formadores de opinião, distantes das vicissitudes das lavouras, do que por fatos, pesquisas e ciência.
No Brasil, a FAO lançou o Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos para o Futuro Sustentável, que propõe traçar, por meio de palestras e estudos, os cenários para o Brasil enfrentar melhor o desafio de alimentar. A iniciativa envolve a parceria de setores da sociedade xivil; organizações não governamentais; do agropecuário – como a Associação Nacional de Defensivos Vegetais (Andef) e a Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) –; da academia e da pesquisa agropecuária, como a Embrapa, instituição que está na base do nosso sucesso no campo.
Neste ano, o Fórum realiza a sétima edição com um motivo especial a comemorar: a FAO completa 70 anos de existência. Por isso, justifica-se o fato de que, na edição deste ano, o Fórum será celebrado, pela primeira vez, em Brasília, em sessão solene no Senado Federal, em 13 de outubro. Ao trazer o tema para o coração do poder no país, esperamos chamar atenção para a importância do campo e seu papel no desenvolvimento virtuoso, na geração de ganhos tecnológicos, mas sobretudo em relevantes avanços sociais e econômicos.


Senadora do PP/RS e presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal


Fonte: página 2 da edição de 13 de outubro de 2015.


Divulgação ajuda criminosos

Autoridades estão preocupadas com o compartilhamento de informações sobre barreiras policiais ou de trânsito em grupos de WhatsApp e redes sociais, que podem acabar auxiliando a execução de crimes. Recentemente, a Brigada Militar encontrou com criminosos um celular conectado no grupo de WhatsApp “Radar da Gurizada 3”, que acompanhava barreiras da Polícia e da EPTC.


Fonte: Correio do Povo, capa da edição de 16 de agosto de 2015.