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terça-feira, 7 de abril de 2015

Vendas na Páscoa têm pior resultado desde 2007, diz Serasa Experian


Consumidores do Distrito Federal compram ovos de chocolate no último dia antes do domingo de Páscoa (José Cruz/Agência Brasil)
De sexta a domingo, as vendas cresceram 3,2%, o que evitou o resultado negativo José Cruz/Agência Brasil
Não houve crescimento nas vendas durante a semana da Páscoa, do dia 30 de março ao dia 5 deste mês, informou hoje (6) a Serasa Experian. No ano passado, a semana da Páscoa foi de 14 a 20 de abril.

O índice mediu o movimento dos consumidores em 16 mil empresas comerciais de todo o Brasil, e os resultados mostraram movimentação equivalente à do ano anterior, sem registro de aumento.
Segundo o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, o movimento concentrou-se foi no fim de semana, de sexta-feira (3) a domingo (5). "Até quinta-feira, [o indicador] estava negativo [em relação a 2014]., Então, as compras de última hora fizeram o indicador fechar no 0 a 0”, explicou.
Houve crescimento de 3,2% nos últimos três dias, o que anulou a queda acumulada nos quatro primeiros dias da semana. As vendas de última hora impediram que o indicador registrasse um percentual negativo.
Na cidade de São Paulo, os resultados foram piores na comparação com o restante do país. As vendas na semana da Páscoa caíram 3,7% em relação às do ano passado. No fim de semana, houve queda de 3,1%. Para o economista, esse é um indício de que o mercado consumidor do restante do Brasil está crescendo mais rapidamente do que na capital paulista.
O resultado de vendas no país este ano foi o pior desde 2007, quando começou a pesquisa. Rabi afirmou que o resultado é ruim para a economia como um todo, porque o varejo é um segmento que normalmente cresce, mesmo na recessão, por causa do próprio crescimento populacional.
“Um crescimento nulo varejista é uma situação bastante preocupante para o varejo e para a economia brasileira, porque o varejo sempre foi um setor mais dinâmico. Se o varejo está estagnado, imagine o resto”, acrescentou o economista.

Agência Brasil

Confiança do consumidor para de cair em março, revela CNI


Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil* Edição: José Romildo
Pela primeira vez em quatro meses, a confiança do consumidor brasileiro parou de cair. Em março, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado hoje (6) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou estável em relação a fevereiro.
Apesar da interrupção da trajetória de queda, o índice continua no menor nível desde junho de 2001. No acumulado em 12 meses, o indicador continua a apontar pessimismo. O Inec está 8,1% abaixo do nível de março do ano passado.
Para o economista da CNI Marcelo Azevedo, é cedo para dizer se a interrupção de queda do índice mostra uma tendência de alta. “O resultado deu uma estabilizada e isso é realmente importante, mas não garante uma alta daqui para frente. Ainda fica difícil apontar uma recuperação. É preciso aguardar os resultados dos próximos meses.”
Dos seis componentes analisados pela pesquisa, três tiveram piora em março. O índice de renda pessoal, que mede a perspectiva de aumento da renda nos próximos seis meses, recuou 11% em relação a fevereiro. O índice de situação financeira caiu 10,6%, e o de endividamento, 4,3%, na mesma base de comparação, mostrando pessimismo em relação à situação financeira e aumento do número de dívidas.
Os três demais indicadores do Inec, no entanto, tiveram melhora. O índice que mede a expectativa de queda da inflação nos próximos meses aumentou 10,6% em março em relação a fevereiro. O número de consumidores que pretendem comprar bens de alto valor subiu 9,9%, e o índice de desemprego, que indica a confiança das pessoas na manutenção das vagas de trabalho, subiu 5% no mês passado.
Feita em parceria com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), a pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios de todo o país de 21 a 25 de março.

Agência Brasil





Projeto educa pescadores para preservação de leões e lobos-marinhos


Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
leão-marinho
Projeto  educacional  para  preservação  e conservação  de espécies  marinhas, destinado  a comunidades  de pescadores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina  Divulgação/Projeto Pinípedes do Sul, Nema/Petrobras
O Projeto Pinípedes do Sul – Conservação de Leões e Lobos-Marinhos na Costa Sul do Brasil, desenvolvido pelo Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema), inicia em maio nova etapa, destinada à educação ambiental de pescadores. Serão beneficiadas comunidades de cinco municípios do Sul do país – duas em Santa Catarina (Laguna e Passo de Torres) e três no Rio Grande do Sul (Torres, Rio Grande e São José do Norte).
O coordenador do projeto, o oceanólogo Kleber Grübel da Silva, informou hoje (6) à Agência Brasil que está sendo produzido material específico para distribuição aos pescadores. A ação é fruto de visitas de prospecção já feitas pelos organizadores do projeto, visando a conscientizar a categoria sobre sua corresponsabilidade no esforço de preservação desses animais.
O projeto é recorte de um programa maior de conservação de mamíferos marinhos do litoral sul, iniciado em 1988. Implantado em abril do ano passado, o Projeto Pinípedes tem patrocínio da Petrobras, dentro do Programa Socioambiental da estatal. O cronograma engloba três frentes de trabalho: monitoramento dos refúgios de pinípedes nos dois estados da Região Sul; monitoramento mensal de 360 quilômetros de praias para análise da mortalidade e dinâmica de ocupação das espécies de pinípedes; e educação ambiental.
“Estamos trabalhando já com a questão das palestras para as comunidades costeiras. Já fizemos 75 palestras nos cinco municípios e distribuímos cerca de 5 mil cadernos do material programado”, disse Silva. Mensalmente, é feito o manejo de animais encalhados nas praias e eles são reintroduzidos no ecossistema. Expedições científicas foram feitas aos principais locais de reprodução dos pinípedes na Argentina e no Uruguai.
Silva vê avanços na conscientização da população sobre a necessidade de preservar a vida e a segurança desses mamíferos. “A população, ao longo dos anos, evoluiu, aprendendo [a ter] uma relação muito importante, tema da nossa campanha de educação ambiental, que é Nossa Vida, Nossos Mares. A ideia não é só valorizar as espécies de pinípedes, como leões e lobos-marinhos, mas dos ecossistemas costeiros. Para isso, trabalhamos a questão da valorização das unidades de conservação e da biodiversidade”, disse ele. Para Silva, é importante também respeitar os mares, os ciclos e os processos envolvidos, que englobam a relação com pescadores e o problema do lixo, porque não adianta trabalhar só na unidade de conservação, se não trabalhar no entorno.
A ação tem de ser integrada para que se obtenha resultados na conservação de pinípedes de maneira mais abrangente, buscando a qualidade de vida. O oceanólogo chamou atenção para o fato de os estoques pesqueiros da região estarem cada vez menores, em contraposição ao poder de pesca do homem, que se elevou, com o uso de embarcações maiores e tecnologia avançada, com sonares e redes de monofilamento. “Isso gera escassez, e essa escassez provoca conflitos”, enfatizou.
Os leões-marinhos são competidores naturais pelos mesmos pescados e áreas de pesca do homem. Com isso, muitos animais morrem afogados ou são agredidos pelos pescadores dentro do processo de escassez. “Anualmente, entre 80 e 100 animais acabam morrendo na costa brasileira”, informou Silva. Daí a importância de levar a mensagem de preservação ambiental aos pescadores. “Os mares têm que ser protegidos como um todo para evitar escassez e ter peixes, tanto para o pescador quanto para a biodiversidade. Não só para os leões e lobos-marinhos, mas também para outras espécies de mamíferos marinhos que dependem do pescado.”
Kleber Grübel da Silva salientou que a situação de escassez do pescado não é um problema apenas local e disse que 75% dos estoques mundiais estão sendo superexplorados. Ele adiantou que o Projeto Pinípedes terá continuidade, mesmo após a conclusão do patrocínio da Petrobras, em abril de 2016.

Agência Brasil