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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Putin confessa que está apaixonado em entrevista coletiva

Suposta pretendente do presidente russo é ex-campeã olímpica de ginástica rítmica

Putin confessa que está apaixonado durante entrevista coletiva  | Foto: Alexander Nemenov / AFP / CP

Putin confessa que está apaixonado durante entrevista coletiva | Foto: Alexander Nemenov / AFP / CP

 

Ancine destina R$ 60 milhões em produção para TVs públicas

 

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg

A Agência Nacional do Cinema (ANCINE) divulgou hoje (17) os investivementos para a produção de conteúdo de cinema e televisão no país.(Tomaz Silva/Agência Brasil)

Dirigentes da Ancine anunciam investimentos para produção de cinema e televisãoTomaz Silva/Agência Brasil

Produtores independentes poderão concorrer, a partir de 5 de janeiro, a R$ 60 milhões para produções destinadas pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) às emissoras públicas de televisão, como comunitárias, legislativas e universitárias.

A verba foi anunciada hoje (17) pela Ancine, que lançou edital do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A  meta é inserir 13 documentários não seriados e 90 obras seriadas (ficção, animação e documentários) na programação dos canais públicos do país, como parte do projeto Brasil de Todas as Telas.

De acordo com a Ancine, para garantir que todas as regiões estejam nas telas de TV, os recursos serão repartidos. Cada uma das cinco regiões receberá R$ 12 milhões, sendo que, no Sudeste, haverá uma subdivisão entre Minas Gerais e Espírito Santo, que ficam com R$ 6 milhões, e Rio de Janeiro e São Paulo, que recebem a outra metade. Desta forma, o presidente da agência, Manoel Rangel, acredita que poderá atender também a pequenas produtoras.

“Não há grandes produtoras no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, por exemplo. Então, as condições estão postas. Não há, no FSA, histórico de concentração”, disse. O edital da linha de produção de TVs públicas deve ser publicado ainda em 2014.

As cerca de 130 emissoras públicas identificadas pela Ancine no país poderão escolher os programas para os públicos infantil, jovem e adulto e fazer a exibição em até um ano, sem custos, somente nas telas de TV. A ideia é que as produtoras, passado esse período, também possam comercializar as produções com canais privados, explicou Rangel.

Para as emissoras públicas, como a TV Brasil, o investimento da Ancine “é um grande passo” para facilitar a compra de conteúdo regional, avalia o diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Eduardo Castro. “É um volume de dinheiro que a gente nunca teve e que se transformará em conteúdo inédito”, disse. Ele acrescenta que o edital diminui a burocracia na aquisição de programas, sem comprometer o orçamento. “É o ovo de Colombo”, brincou.
Castro esclareceu ainda que os canais públicos poderão participar da seleção das produções e que, no caso da TV Brasil, podem ter “pontos de acompanhamento”, para assegurar que o conteúdo esteja ajustado às demandas da empresa, conforme o edital.

Apesar de o financiamento incentivar a produção para essas emissoras, canais comunitários afirmam ter sido excluídos. A Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo Público (Frenavatec) informou que questionará o edital na Justiça. Diz que, por não serem reconhecidas como produtoras, as emissoras não podem participar da concorrência.

“Queremos recursos para produzir, porque nós, que estamos na comunidade, sabemos o que a comunidade quer ver”, afirmou o presidente da frente, Mário Jefferson Leite. “Concorremos de igual para igual com os canais comerciais e chegamos, inclusive, a pautá-los”, completou ele, que também preside a TV Cidade Taubaté, no interior de São Paulo.

O presidente da Ancine, entretanto, esclareceu que, pela lei, o FSA só pode investir em produção independente. “Produção independente é aquela que não é feita dentro da empresa. As Tvs podem produzir e são livres para isso. Devem fazê-lo com recursos próprios, que recolherem ou com a contribuição [para o fomento] de radiodifusão pública. É central dizer que emissoras públicas não devem reproduzir a lógica que só vale produção interna”, pontuou.

A Ancine também explicou que a demanda de produções foi determinada por seminários e estudos próprios, com a participação da EBC, do Ministério da Cultura e da Associação Brasileira de Televisão Universitária, além das associações Brasileira de Canais Comunitários e Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais.

 

 

Agência Brasil

 

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Reaproximação EUA-Cuba domina reunião de cúpula do Mercosul

 

Mônica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Stênio Ribeiro

O restabelecimento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, após 53 anos, foi bem recebida na 47ª Reunião de Presidentes do Mercosul – o mercado comum, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. A anfitriã do encontro – a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner – interrompeu os discursos para dar a noticia, considerada por todos “histórica”.

Ela elogiou a "dignidade” do governo cubano, que soube defender seus ideais, apesar das décadas de embargo econômico, imposto pelos Estados Unidos. “Estamos muito felizes como argentinos, como sul-americanos, como cidadãos do mundo e finalmente como militantes políticos pelo que aconteceu e que nunca pensávamos que ia acontecer”, disse Cristina Kirchner, que nesta quarta-feira (17) passou a presidência pro tempore do Mercosul à presidenta Dilma Rousseff.

Dilma disse estar “honrada” em assumir o cargo pela segunda vez, “num dia histórico”. Ela elogiou os presidentes dos Estados Unidos e de Cuba, e acrescentou: “Nós, lutadores sociais, imaginávamos que jamais iríamos ver esse momento de retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba”.

As negociações entre os governos norte-americano e cubano – intermediadas pelo papa Francisco – transformaram-se no principal assunto da reunião do Mercosul que atualmente passa por um momento difícil. A queda no preço do petróleo, principal produto de exportação venezuelano, e a redução nos índices de crescimento das economias brasileira e argentina estão afetando o comércio entre os países do bloco. Só o comércio entre Brasil e Argentina sofreu queda de 27% nos 11 meses de 2014, comparado com o mesmo período do ano passado.

No Brasil e no Uruguai, que este ano realizaram eleições presidenciais, empresários e políticos da oposição questionaram a integração regional, argumentando que havia motivações mais políticas do que econômicas. Por isso, a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, de dar o primeiro passo para normalizar as relações entre seu país e Cuba, foi vista como uma vitória regional.

Em entrevista, Dilma Rousseff elogiou os presidentes Barak Obama e Raul Castro, além do papa Francisco, que intermediou o acordo e que nesta quarta-feira comemorou seu 78º aniversário. Ela aproveitou para responder àqueles que, durante a campanha eleitoral, criticaram a decisão do governo brasileiro de ajudar a financiar a construção do Porto de Mariel, em Cuba. A obra, que custou US$ 957 milhões e teve financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), foi feita pela construtora brasileira Norberto Odebrecht, em parceria com a cubana Quality.

Outros temas foram tratados na reunião do Mercosul, mas passaram para segundo plano, diante da notícia do princípio do fim de um conflito herdado dos tempos da Guerra Fria. Entre os assuntos estavam os acordos-quadro assinados pelo Mercosul com a Tunísia e o Líbano; o desejo de acelerar acordos econômicos com o Chile, a Colômbia, o Equador, Peru e México; e a decisão de obrigar os veículos novos do Mercosul a usar placa regional a partir de janeiro de 2015.

Mas o momento mais emocionante foi a homenagem de Dilma Rousseff ao presidente do Uruguai, Jose Pepe Mujica, que entregará o cargo ao seu sucessor, Tabaré Vasquez, no próximo dia 1º de março. Com lágrimas, ela disse, no discurso, que foi um “privilégio” ter conhecido o ex-guerrilheiro que governa o país vizinho há cinco anos e que sempre colaborou com ela. “Seu legado é um exemplo para todos nós”, disse Dilma, referindo-se ao estilo de governar de Mujica, que doa 90% de seu salário presidencial a obras sociais.

A homenagem foi aplaudida de pé por todos os presentes. “Não nasci presidente, mas sou um lutador social”, respondeu Mujica, ao defender a integração regional e a parceria do Mercosul com a China.

 

Agência Brasil