1.
(Globo, 10) Depois de cobrar, reiteradas vezes, apoio de outras
áreas do poder público à política de
segurança do estado, o secretário José Mariano
Beltrame tomou uma decisão: agora, as Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs) desempenharão várias ações
sociais nas 38 comunidades em que estão presentes, atuando inclusive
dentro de escolas. Entre as iniciativas planejadas, está a
criação de conselhos nos quais policiais, pais e professores
vão acompanhar a frequência de alunos. Buscando maior
aproximação com moradores, haverá aulas de diversas
modalidades esportivas, e até mesmo os bailes funk, que ficaram
proibidos por anos em algumas favelas, serão incentivados.
2. (Ex-Blog) 2.1. No início dos anos 90, em função da violência nas escolas do Brooklyn (NY), a secretaria de educação e a secretaria de segurança da cidade de Nova York decidiram introduzir um novo método, de forma a pacificar as escolas. Foram designados policiais para dar presença no interior das escolas. Com isso, se pretendia inibir a violência pela presença dos policiais, em geral dois por escola por turno.
2.2. Esse programa fracassou, não só em relação à violência, mas especialmente em relação ao funcionamento das escolas. O relatório relativo a esta experiência foi colocado à disposição da sociedade e de outras secretarias de educação. E um grupo daqueles policiais foi visitar grandes cidades das Américas, através dos consulados e embaixadas dos EUA.
2.3. Por volta de 1996 o Rio foi visitado por este grupo e o próprio prefeito, policiais de sua coordenação militar e dirigentes da secretaria de educação participaram de reuniões promovidas na prefeitura, em parceria com o consulado dos EUA. O depoimento desses policiais foi contundente. Os atos de violência apenas se deslocaram nos espaços internos e no entorno das escolas.
2.4. Mas o grave –gravíssimo- foi a desestruturação interna da escola com a completa perda de autoridade dos professores, inspetores e diretores. Quando a professora pedia disciplina a um aluno ou a turma, a resposta passou a ser, progressivamente, a mesma: Vou falar com o sargento Y, com o cabo X, com o soldado Z. “Estou nem aí. Quem manda aqui é o sargento Y, o cabo X o soldado Z”. E quantas vezes, os professores, para fazerem voltar a disciplina e o respeito, tinham, eles mesmos, que recorrer aos policiais e trazê-los às salas de aula.
2.5. Dessa forma, concluíram os policiais de NY: O programa de presença de nossos policiais nas escolas foi um desastre completo. Desintegramos –por nossa presença- a autoridade dos mestres, inspetores e diretores. Sem autoridade, os professores começaram a faltar e a pedir transferência para as escolas que não estavam nesse programa de presença policial e mesmo de outros bairros.
2.6. Que as secretariais de educação e segurança daqui do Rio, antes de reproduzir essa experiência catastrófica nas escolas, contatem a prefeitura de Nova York e a NYPD (polícia de Nova York) e conversem sobre aquele programa de presença de policiais nas escolas do Brooklyn. E interrompam enquanto é tempo esse absurdo.
2.7. Que fique tudo como uma ideia que não foi implementada, ou uma notícia equivocada que foi vazada. Ainda há tempo, antes que a experiência seja registrada como mais um equívoco.
Ex-Blog do Cesar Maia
2. (Ex-Blog) 2.1. No início dos anos 90, em função da violência nas escolas do Brooklyn (NY), a secretaria de educação e a secretaria de segurança da cidade de Nova York decidiram introduzir um novo método, de forma a pacificar as escolas. Foram designados policiais para dar presença no interior das escolas. Com isso, se pretendia inibir a violência pela presença dos policiais, em geral dois por escola por turno.
2.2. Esse programa fracassou, não só em relação à violência, mas especialmente em relação ao funcionamento das escolas. O relatório relativo a esta experiência foi colocado à disposição da sociedade e de outras secretarias de educação. E um grupo daqueles policiais foi visitar grandes cidades das Américas, através dos consulados e embaixadas dos EUA.
2.3. Por volta de 1996 o Rio foi visitado por este grupo e o próprio prefeito, policiais de sua coordenação militar e dirigentes da secretaria de educação participaram de reuniões promovidas na prefeitura, em parceria com o consulado dos EUA. O depoimento desses policiais foi contundente. Os atos de violência apenas se deslocaram nos espaços internos e no entorno das escolas.
2.4. Mas o grave –gravíssimo- foi a desestruturação interna da escola com a completa perda de autoridade dos professores, inspetores e diretores. Quando a professora pedia disciplina a um aluno ou a turma, a resposta passou a ser, progressivamente, a mesma: Vou falar com o sargento Y, com o cabo X, com o soldado Z. “Estou nem aí. Quem manda aqui é o sargento Y, o cabo X o soldado Z”. E quantas vezes, os professores, para fazerem voltar a disciplina e o respeito, tinham, eles mesmos, que recorrer aos policiais e trazê-los às salas de aula.
2.5. Dessa forma, concluíram os policiais de NY: O programa de presença de nossos policiais nas escolas foi um desastre completo. Desintegramos –por nossa presença- a autoridade dos mestres, inspetores e diretores. Sem autoridade, os professores começaram a faltar e a pedir transferência para as escolas que não estavam nesse programa de presença policial e mesmo de outros bairros.
2.6. Que as secretariais de educação e segurança daqui do Rio, antes de reproduzir essa experiência catastrófica nas escolas, contatem a prefeitura de Nova York e a NYPD (polícia de Nova York) e conversem sobre aquele programa de presença de policiais nas escolas do Brooklyn. E interrompam enquanto é tempo esse absurdo.
2.7. Que fique tudo como uma ideia que não foi implementada, ou uma notícia equivocada que foi vazada. Ainda há tempo, antes que a experiência seja registrada como mais um equívoco.
Ex-Blog do Cesar Maia