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domingo, 18 de janeiro de 2015

Traficante brasileiro fuzilado na Indonésia levou um único tiro, no peito

Publicado em 18 de jan de 2015
Marco Archer Cardoso Moreira foi executado em um complexo de prisões localizado a cerca de 400 km de Jacarta, capital da Indonésia. Em nota de pesar, a presidente Dilma Rousseff declarou estar “consternada e indignada” com a notícia da morte deste que se tornou o primeiro brasileiro a ser executado por crime no exterior.

Moreira foi preso em 2003 após tentar entrar no país com pouco mais de 13 kg de cocaína escondidos no interior de uma asa-delta. No momento em que foi pego, ainda no aeroporto, conseguiu escapar e ficou foragido por duas semanas.

Seu julgamento por tráfico de drogas e posterior condenação à morte aconteceram em 2004. Desde então, teve seu caso acompanhado por um advogado e também pelo governo brasileiro. Tentou ainda por duas vezes que fossem aceitos os pedidos de clemência que tinha direito. Os apelos, contudo, foram em vão.

Na tarde deste sábado, Moreira e outros cinco homens condenados pelo mesmo crime foram mortos. A execução por fuzilamento é feita da seguinte forma: doze soldados se posicionam de frente para o preso. Cada um deles conta com uma arma, porém apenas duas delas estão carregadas. Se a pessoa alvejada sobrevive, recebe um tiro na cabeça.

As últimas horas de vida de Moreira foram de emoção. Antes de ser levado para o local no qual receberia sua punição final, foi visitado por seu advogado e passou cerca de uma hora na companhia da única familiar viva, sua tia Maria de Lourdes Archer. Atenciosa, ela viajou para a Indonésia com presentes, cartas de amigos e um bacalhau português.

Nascido no Rio de Janeiro, o brasileiro estava com 53 anos de idade. Na ocasião de sua prisão, declarou que começou a traficar para pagar dívidas com um hospital. De acordo com a Folha de S. Paulo, ele era traficante há anos e atuava na rota Rio de Janeiro-Amsterdã (Holanda)- Bali (Indonésia). Nunca havia sido pego.

Em um vídeo produzido pelo cineasta Marcos Prado, que trabalha em um documentário sobre a história do brasileiro, Moreira se mostrou arrependido e pediu mais uma chance para viver. Deixou ainda uma mensagem aos jovens: “a droga só leva a dois caminhos: a prisão ou a morte”.

Existem hoje na Indonésia 64 presos e, entre eles, está outro brasileiro, o paranaense Rodrigo Gularte, que também foi condenado à morte por tráfico de drogas. Seu pedido de clemência foi feito nesta sexta-feira, mas o mesmo foi negado.