Sindicato prevê a
dificuldade em 80% das entidades
Apesar
de o governo do Estado ter anunciado para hoje o pagamento de R$ 70
milhões a hospitais filantrópicos e públicos, prefeituras e
fornecedores, o valor é considerado insuficiente para tirar só
estabelecimentos de saúde da crise em função do corte e do atraso
no repasse de recursos. O administrador do Hospital Santa Bárbara
(HSB), de Encruzilhada do Sul, o presidente do Sindicato dos
Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Rio
Pardo (sindhvarp), Celso Teixeira, prevê que 80% das instituições
gaúchas não terão condições neste mês de pagar os funcionários
e médicos ou farão apenas para parte do valor.
O HSB,
conforme ele, poderá liberar só uma parcela dos salários. Explica
que a instituição não vai fazer empréstimo bancário, pois não
há segurança sobre quando haverá a liberação dos recursos
atrasados. O presidente do Sindhvarp diz que, do total anunciado pelo
Estado, a parte destinada aos hospitais – de R$ 35 milhões –
representa 40% dos repasses atrasados que deveriam ser pagos no
último mês referentes às despesas de maio. Observa que os recursos
representam 50% da renda dos estabelecimentos, que ainda têm em
torno de R$ 40 milhões a receber da Secretaria Estadual de Saúde.
Teixeira afirma que o Estado priorizou o repasse às prefeituras.
“Sabemos que os municípios também têm dinheiro a receber e
dificuldades, mas possuem outras fontes e podem parar alguns serviços
por algum tempo, ressalta.
Ele
afirma que nos hospitais nenhum serviço pode parar. “Se parar a
lavanderia, afeta outros setores, o mesmo acontece com a cozinha. E
se diminuirmos os funcionários, teremos que ter dinheiro para pagar
a rescisão e, também, prejudicará os atendimentos”, destaca.
“Estamos perto do caos”, acrescenta.
Fonte:
Correio do Povo, edição de 2 de julho de 2015, página central.