por JOANA CUNHA
A desvalorização do real e a retração na demanda fizeram as filiais brasileiras perderem relevância no balanço das multinacionais.
Com menor contribuição para os resultados globais, em dólar, e sem perspectivas de melhora, o país deixou de ser o queridinho nas matrizes e passa a ser visto, com preocupação, como ovelha negra.
A alta de 49% do dólar no ano já tirou do Brasil uma posição no ranking dos maiores mercados de eletrodomésticos, segundo estudo da consultoria internacional Euromonitor em 46 países.
O Brasil perdeu para a Alemanha a quarta posição, que ocupava até 2014, nas vendas globais do setor. O mercado brasileiro de produtos de linha branca e eletroportáteis, como secador de cabelo e ar-condicionado, caiu de US$ 18 bilhões em 2014 para US$ 14,2 bilhões no ano passado.
O mesmo aconteceu com o mercado de itens de luxo, como joias e relógios, em que o país já perdeu a 18ª posição para Cingapura.
Segundo o diretor-geral da Euromonitor Brasil, Marcel Mattos, os próximos setores que podem perder posições são os de beleza e cuidados pessoais, cerveja e alimentos industrializados. "Se o dólar se mantiver nos próximos dez meses em torno de R$ 4 no Brasil, isso acontecerá com outros mercados", afirma.
O setor de beleza, ramo com expectativas positivas nos últimos cinco anos e com esperança de que tomaria da China o segundo lugar no ranking mundial, já vê a possibilidade de perder o terceiro lugar para o Japão.
Na indústria de alimentos embalados, em que o Brasil aparece atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão, em breve o país pode ser ultrapassado por França, Alemanha e Reino Unido, estima Mattos. "Se continuar assim, a gente vai ver esse mercado sair de US$ 90 bilhões anuais para US$ 72 bilhões", diz.
Situação semelhante ocorreria no ranking da Euromonitor para o mercado de cervejas, em que pode cair até cinco posições. Hoje, o país ocupa o oitavo lugar com US$ 11,2 bilhões.
"O Brasil começa a ficar menor no balanço global das empresas porque, com a moeda enfraquecida, passa a ter contribuição menor para as margens de lucro. Assim, recebe menos investimentos e gera menos emprego", afirma Mattos.
Executivos com negócios no exterior disseram à Folha que a tendência de os investimentos se retraírem se deve à falta de expectativa de bom retorno sobre os recursos. Outro aspecto que preocupa executivos de filiais no Brasil são as metas, que, estabelecidas em moeda forte, ficam mais difíceis de serem atingidas, afetando os bônus dos funcionários locais.
MÁ FAMA
As menções ao Brasil foram, em geral, negativas durante a divulgação de resultados das empresas em 2015.
"Crise política, alta da inflação e queda no preço das commodities tiveram impacto profundo na economia do Brasil", disse o vice-presidente do conselho da Whirlpool (dona da Brastemp), Mike Todman.
A fala contrasta com o tom usado pelos executivos há pouco mais de cinco anos, quando os termos com que se referiam ao Brasil para explicar os "impactos favoráveis" nos resultados eram o "real forte" e os "aspectos econômicos robustos", aliados ao programa de estímulo com redução do IPI.
Relatório da Whirlpool aponta que o país representa agora menos de 10% das vendas globais.
Procurada, a empresa não informa valores por países, mas o Brasil já esteve entre os mercados mais importantes. Segundo o "Wall Street Journal", em 2014, representou 14% das vendas globais da companhia.
O presidente da Electrolux, Keith McLoughlin, afirmou que a queda na demanda de aparelhos em torno de 25% é algo "horrendo". "É difícil ver melhora no curto prazo."
Fonte: Folha Online - 02/01/2016 e Endividado
Com menor contribuição para os resultados globais, em dólar, e sem perspectivas de melhora, o país deixou de ser o queridinho nas matrizes e passa a ser visto, com preocupação, como ovelha negra.
A alta de 49% do dólar no ano já tirou do Brasil uma posição no ranking dos maiores mercados de eletrodomésticos, segundo estudo da consultoria internacional Euromonitor em 46 países.
O Brasil perdeu para a Alemanha a quarta posição, que ocupava até 2014, nas vendas globais do setor. O mercado brasileiro de produtos de linha branca e eletroportáteis, como secador de cabelo e ar-condicionado, caiu de US$ 18 bilhões em 2014 para US$ 14,2 bilhões no ano passado.
O mesmo aconteceu com o mercado de itens de luxo, como joias e relógios, em que o país já perdeu a 18ª posição para Cingapura.
Segundo o diretor-geral da Euromonitor Brasil, Marcel Mattos, os próximos setores que podem perder posições são os de beleza e cuidados pessoais, cerveja e alimentos industrializados. "Se o dólar se mantiver nos próximos dez meses em torno de R$ 4 no Brasil, isso acontecerá com outros mercados", afirma.
O setor de beleza, ramo com expectativas positivas nos últimos cinco anos e com esperança de que tomaria da China o segundo lugar no ranking mundial, já vê a possibilidade de perder o terceiro lugar para o Japão.
Na indústria de alimentos embalados, em que o Brasil aparece atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão, em breve o país pode ser ultrapassado por França, Alemanha e Reino Unido, estima Mattos. "Se continuar assim, a gente vai ver esse mercado sair de US$ 90 bilhões anuais para US$ 72 bilhões", diz.
Situação semelhante ocorreria no ranking da Euromonitor para o mercado de cervejas, em que pode cair até cinco posições. Hoje, o país ocupa o oitavo lugar com US$ 11,2 bilhões.
"O Brasil começa a ficar menor no balanço global das empresas porque, com a moeda enfraquecida, passa a ter contribuição menor para as margens de lucro. Assim, recebe menos investimentos e gera menos emprego", afirma Mattos.
Executivos com negócios no exterior disseram à Folha que a tendência de os investimentos se retraírem se deve à falta de expectativa de bom retorno sobre os recursos. Outro aspecto que preocupa executivos de filiais no Brasil são as metas, que, estabelecidas em moeda forte, ficam mais difíceis de serem atingidas, afetando os bônus dos funcionários locais.
MÁ FAMA
As menções ao Brasil foram, em geral, negativas durante a divulgação de resultados das empresas em 2015.
"Crise política, alta da inflação e queda no preço das commodities tiveram impacto profundo na economia do Brasil", disse o vice-presidente do conselho da Whirlpool (dona da Brastemp), Mike Todman.
A fala contrasta com o tom usado pelos executivos há pouco mais de cinco anos, quando os termos com que se referiam ao Brasil para explicar os "impactos favoráveis" nos resultados eram o "real forte" e os "aspectos econômicos robustos", aliados ao programa de estímulo com redução do IPI.
Relatório da Whirlpool aponta que o país representa agora menos de 10% das vendas globais.
Procurada, a empresa não informa valores por países, mas o Brasil já esteve entre os mercados mais importantes. Segundo o "Wall Street Journal", em 2014, representou 14% das vendas globais da companhia.
O presidente da Electrolux, Keith McLoughlin, afirmou que a queda na demanda de aparelhos em torno de 25% é algo "horrendo". "É difícil ver melhora no curto prazo."
Fonte: Folha Online - 02/01/2016 e Endividado
Dia 'D' para a inclusão social
Participaram da iniciativa 35 empresas
e foram feitos 325 atendimentos e entrevista na Capital
Normalmente sobram vagas de trabalho
para pessoas com deficiência. Ontem, por exemplo, havia 400 postos
disponíveis no Sine Municipal em Porto Alegre, localizado na
avenida Mauá, Centro Histórico, enquanto apenas cem pessoas estavam
e candidatando, conforme a gerente da unidade Ângela Oetinger. No
dia D – Dia Nacional de Contratação das Pessoas com Deficiência,
as agências do Sine na Capital e no Interior promoveram entrevistas
e seleções de emprego exclusivas para trabalhadores com deficiência
e reabilitados do INSS. Participaram 35 empresas e foram feitos 326
atendimentos e entrevistas na Capital.
O local recebeu um grande gazebo que
abrigou as empresas parceiras, que ofertaram vagas e cursos de
qualificação, em cumprimento ao que determina a Lei de Inclusão
Social. A lei exige que toda a empresa com cem ou mais funcionários
cumpra as cotas de vagas inclusivas.
Raiane Aguiar da Costa, 24 anos,
procurava emprego de empacotadora e fez duas entrevistas. “É bom
trabalhar para ajudar minha família, para cuidar das minhas coisas e
para ser independente”, justificou.
A gerente do Sine explicou que as
pessoas têm medo de perder o benefício social. Porém, o emprego
formal oferece outras vantagens, como o 13º salário, por exemplo, e
caso a pessoa saia da vaga, pode voltar a ganhar a ajuda do governo.
A terapeuta ocupacional da Secretaria
Municipal da Saúde (SMS), Carmen Vera Ferreira, disse que a
prefeitura encaminha os deficientes atendidos para o mercado de
trabalho e acompanha o andamento deles no posto. Além disso, oferece
cursos de capacitação.
Agências da Capital e do Interior
participaram da programação do Dia D. Durante a cerimônia de
abertura do evento, realizada na manhã de ontem na Agência
FGTAS/Sine Centro, o diretor-presidente da FGTAS, Juarez Santion,
destacou que o Dia D objetiva promover a consciência de igualdade e
quebrar paradigmas. Já o secretário adjunto do Trabalho e do
Desenvolvimento Social, Juliano Paz, ressaltou a importância da
acessibilidade para a inclusão das pessoas com deficiência.
O Dia D é promovido nacionalmente
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e busca aproximar
empresas e profissionais. As Agências FGTAS/Sine realizam,
diariamente, a captação de vagas e intermediação de mão de obra
para pessoas com deficiência, mas ontem o público foi atendido com
exclusividade.
Em todo o Estado, há mais de 1,7 mil
vagas de emprego que aceitam pessoas com deficiência. Desse total,
495 estão cadastradas nas Agências FGTAS/Sine participantes do Dia
D.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de
26 de setembro de 2015.
Dez
mil carros serão enviados ao Uruguai
Brasil
e Uruguai fecharam um acordo automotivo que permitirá a exportação
de 10.056 automóveis e comerciais leves com isenção de impostos
até o final do ano. O tratado anterior previa R$ 8.504 veículos.
Também haverá uma cota correspondente a 99,6 milhões de dólares
para autopeças. O Brasil já tem acordos automotivos com o México e
a Argentina.
Fonte: Correio do Povo, página 7 de 8
de setembro de 2015.
Dia
da Criança: comércio prevê R$ 250 milhões
O
comércio gaúcho prevê movimento de R$ 250 milhões nas vendas para
o Dia da Criança. A estimativa é da Associação Gaúcha para
Desenvolvimento do Varejo (AGV). Conforme os dados da entidade, 89,3%
dos consumidores pretendem presentear alguma criança na data.
O valor estimado é equivalente ao
registrado no mesmo período de 2014. Segundo Vilson Noer, presidente
da AGV, “a notícia do pagamento integral do salário do mês de
setembro dos servidores públicos, depois de dois meses de
parcelamentos, gera otimismo e irá refletir nas vendas”. Além
disso, disse, “a data carrega muito simbolismo”.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de 8
de outubro de 2015.