MInistério da Justiça manda PF apurar caso Swissleaks
Tabaré Vázquez reassume Presidência do Uruguai neste domingo
Monica Yanakiev - Correspondente da Agência Brasil/EBC
Edição: Stênio Ribeiro
“Ate Mujica virar presidente, ninguém sabia muito bem o que era o Uruguai – agora estamos cheios de estrangeiros que querem morar aqui para seguir o exemplo de vida de Pepe”, disse o comerciante Pablo Macarena.
O ex-guerrilheiro, que passou 13 anos preso durante aa ditadura uruguaia, não renovou o guarda-roupa nem trocou de casa ou carro quando assumiu a Presidência, em 2010. Mujica ganhou o apelido de “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo – ele doa quase todo o salário para financiar obras sociais e dirige um velho fusca (que um xeque árabe quis comprar por US$ 1 milhão, e Mujica se recusou a vender o carro).
Na festa de despedida, Pepe Mujica recebeu de presente a bandeira uruguaia, que o acompanhou nos cinco anos de governo. O presidente agradeceu ao povo pelo carinho, mas também pelas crticas. “Querido povo, obrigado por seus abraços, por suas criticas, por seu carinho e, sobretudo, obrigado por seu companheirismo todas as vezes nas quais me senti sozinho na Presidência”, disse.
Tabaré Vázquez, que foi à despedida, prometeu continuar as políticas sociais de seu primeiro governo e do governo de Mujica. “Vamos seguir adiante com esse processo de desenvolvimento, que foi tão importante e que mudou o país nos últimos dez anos”, disse em rápida entrevista na Praça da Independência.
Neste sábado (28), véspera da posse de Tabaré Vázquez, Pepe Mujica inaugura um parque de energia eólica, acompanhado da presidenta brasileira, Dilma Rousseff. Depois de passar a faixa presidencial ao seu sucessor, amanhã, Mujica assumirá, no Parlamento uruguaio, a cadeira de senador pela Frente Ampla – coligação de partidos de centro-esquerda que está no poder.
Agência Brasil
Cerimônia que revive fundação abre comemoração dos 450 anos do Rio
Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil
Edição: Stênio Ribeiro
Após a chegada dos veleiros, um ator caracterizado como Estácio de Sá estará ao lado de um militar, descendente do fundador e primeiro governador da cidade batizada como São Sebastião do Rio de Janeiro. O personagem entregará uma chave simbólica da cidade ao prefeito carioca.
Às 8h30, Eduardo Paes estará no bairro da Tijuca, na zona norte, onde participa de missa solene, no Santuário Arquidiocesano de São Sebastião - paróquia dos frades capuchinhos dedicada ao padroeiro da cidade. A missa será celebrada pelo cardeal-arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta, que abençoará três relíquias da cidade: a imagem de São Sebastião, os restos mortais de Estácio de Sá e a pedra fundamental da fundação.
Tradição em toda as comemorações, o bolo de aniversário servido na Rua da Carioca, no centro, terá este ano 450 metros, um para cada ano da cidade. Nos aniversários anteriores, o bolo media cerca de 10metros. A festa está marcada para as 10h, com a presença do prefeito Eduardo Paes e de dom Orani, que levará ao local a imagem peregrina de São Sebastião. Também haverá apresentação de integrantes da escola de samba Estácio de Sá, a mais antiga da cidade.
No mesmo horário, na orla da zona sul, a Marinha do Brasil fará demonstração naval, com a participação de sete navios, que partirão das proximidades do Forte São João e seguirão até o Leblon. O desfile poderá ser apreciado por quem estiver na orla.
Às 11h30, Eduardo Paes deve inaugurar a terceira sede administrativa da prefeitura do Rio – a primeira na zona norte, no bairro de Oswaldo Cruz. A nova sede ocupa um casarão de 1920, totalmente restaurado e onde o prefeito terá um gabinete, a exemplo do que ocorre nas outras duas sedes: o Palácio da Cidade, em Botafogo, e o Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova.
Na parte da tarde, a Baía de Guanabara e a orla oceânica abrigarão a competição à vela Grand Regatta Rio 450, com largada prevista para às 13h, nas proximidades da Escola Naval, na Ilha de Villegaignon. Os barcos seguirão até a ilha Laje da Cagarra, em frente à Ipanema, de onde retornarão ao ponto inicial.
Às 16h, com a presença da presidenta Dilma Roussef e do governador Luiz Fernando Pezão, será inaugurado o Túnel Rio 450, no centro do Rio. Com 1.480 metros de extensão, o túnel vai ligar a Rua Primeiro de Março à Via Binário do Porto, inaugurada em 2013 – primeira grande obra viária do Porto Maravilha, o programa de revitalização da zona portuária.
De lá, a presidenta Dilma Roussef e o governador Pezão acompanharão o prefeito até o Palácio da Cidade, onde, em cerimônia oficial, será entregue pela primeira vez a medalha 1º de Março, condecoração criada para personalidades que prestaram bons serviços à cidade. Na ocasião, também serão anunciados os cariocas históricos, que terão seus nomes inscritos no Livro de Heróis e Heroínas da Cidade do Rio de Janeiro.
No Palácio da Cidade também serão apresentados a medalha comemorativa dos 450 anos – feita em parceria com a Casa da Moeda – e o selo, produzido pelos Correios.
Agência Brasil
Doenças raras: pacientes cobram maior divulgação nas faculdades de medicina
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil
Edição: Stênio Ribeiro
São consideradas doenças raras as enfermidades que acometem até 65 pessoas em um grupo de 100 mil. No Brasil, estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas tenham algum tipo de doença rara, como a doença de Fabry, de Gaucher, a neurofibromatose, a esclerose lateral amiotrófica (ELA), a síndrome de Hunter, a osteogênese imperfeita, a hipertensão pulmonar e o angioedema hereditário.
Mônica Vilela, de 38 anos, foi diagnosticada nos Estados Unidos com hipertensão pulmonar aos 2 anos e 8 meses de vida. Segundo ela, trata-se de uma doença extremamente desconhecida do público e da classe médica. “Conversamos com os pacientes e nem eles sabem ao certo sobre a doença que têm”, disse.
Segundo Mônica, também é comum encontrar pacientes que receberam diagnósticos errados até que se chegasse ao problema de fato, o que pode comprometer a qualidade de vida de quem luta contra uma doença rara.
“Por serem raras, elas ficam escondidas, não chamam a atenção tanto quanto doenças crônicas como diabetes e câncer que, embora também sejam graves, são altamente difundidas na sociedade. No caso da doença rara, dá pra contar nos dedos quem tem e, infelizmente, não há o investimento necessário”, disse.
Para José Léda, diagnosticado com ELA há dez anos, é preciso investir no aperfeiçoamento contínuo dos profissionais de saúde e também das equipes multidisciplinares que atendem os pacientes, como fonoaudiólogos, fisioterapeutas e enfermeiros. Sandra Mota, esposa de Léda, também defende a notificação compulsória para o encaminhamento de pacientes com doenças raras a centros especializados.
“Há pouca coisa a favor dessas pessoas, uma delas é o tempo. Em um contexto social precário, até elas conseguirem chegar ao serviço especializado, já se perdeu muito tempo. Então, precisamos de um bom gerenciamento da saúde dos pacientes”, disse Sandra, que é diretora da Associação Pró-Cura da ELA.
Na última quarta-feira (25), organizações sociais, pesquisadores e parlamentares participaram do Seminário do Dia Mundial das Doenças Raras, na Câmara dos Deputados, e cobraram mais empenho político para dar visibilidade ao assunto, e celeridade às ações previstas na Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras.
Durante o evento, a secretária de Atenção à Saúde, Lumena Furtado, disse que em 2015 o Ministério da Saúde pretende trabalhar na construção de protocolos clínicos para o conjunto de doenças raras. “Assim, poderemos discutir incorporações tecnológicas e os tipos de serviços necessários para cada conjunto de doenças”, disse. Ela explicou que também está prevista a criação de uma plataforma online para troca de informações entre sociedade, comunidade científica, pacientes e seus parentes.
Agência Brasil