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domingo, 5 de julho de 2015

Santa Casa fecha leitos e busca fôlego no caixa

A decisão tomada pelos gestores do Complexo Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre de fechar até 118 leitos nos próximos meses prejudicará o atendimento pelos Sistema Único de Saúde (SUS), mas trará um fôlego no caixa do hospital. Os primeiros meses do ano já somam um déficit de R$ 60 milhões à entidade filantrópica e por isso, 41 leitos do Hospital Santa Clara foram desativados em junho. Segundo o diretor administrativo, Oswaldo Luís Balparda, a instituição arca com 65,57% dos custos do atendimento de cada um dos pacientes via SUS. “Isso é o reconhecimento da falência do sistema. É absolutamente constrangedor tomar essa atitude, mas seria pior colocar em risco a qualidade dos atendimentos”, justificou Balparda.
A diretoria do complexo afirma que cobre o prejuízo e R$ 75 milhões ao ano com receitas geradas pelos atendimentos particulares, aluguel de cafeterias e estacionamento. Nos últimos anos, no entanto, o valor do rombo gerado pelo SUS foi muito superior: R$ 112 milhões em 2013, R$ 102 milhões em 2014 e R$ 10 milhões a cada mês de 2015, o que atingiria a marca de R$ 120 milhões no final do ano. Em 1996, o valor era de R$ 14 milhões ao ano. “Houve a clara redução nos repasses do Estado, que não são compensados pelo governo federal”, afirmou.
Caso alcance o fechamento de 98 leitos no Santa Clara e 20 no Santo Antônio, o que representa 17,35% das vagas disponibilizadas para o SUS, haverá redução em outros serviços. Está prevista a redução de 4,3 mil internações no ano (16,7%), 50,8 mil consultas (18,1%), 3,3 mil procedimentos cirúrgicos e obstétricos (13,1%), 375,5 mil exames (13,7%) e 3,3 mil pronto-atendimentos (5,7%). “A prestação de serviços deve ser proporcional ao número de leitos disponíveis”, justificou Balparda.


Fonte: Correio do Povo, página 16 de 2 de julho de 2015.