1. No último dia do mês de janeiro as prefeituras são obrigadas a publicar a execução orçamentária relativa a 2015. Aí estão as receitas, as despesas por natureza, por secretária e por função, a dívida pública, o balanço previdenciário, as aplicações constitucionais em educação e saúde e um quadro muito importante –resultado primário- pois compara o ano de 2015 com 2014 e permite uma visão mais ampla.
2. A difícil situação financeira dos municípios termina caindo na cabeça dos servidores. A visão fiscal ortodoxa –em geral adotada pela imprensa- aponta neles os ajustes fiscais. Esse tema vai desgastar os atuais governos e deve ser destacado pelos candidatos de oposição. Idem a previdência dos servidores. Nos primeiros meses, os prefeitos em exercício terão mais fôlego em função da antecipação do IPTU. Isso dura até junho.
3. Saúde e Educação são temas de desgaste de quem governa, especialmente nessa conjuntura. São despesas vinculadas constitucionalmente. O número de servidores destas duas secretarias, incluindo terceirizados, soma mais de 60% do total. Servem para desgastar, mas não para capitalizar. Os candidatos de oposição, em geral, não capitalizam, pois os profissionais dessas áreas já estão cansados de promessas.
4. A pré-campanha é muito importante. É ela que cria os cenários, os personagens e os temas para a campanha eleitoral. A pré-campanha –até julho- é como se fosse a primeira parte de uma novela. As restrições da lei eleitoral nessa fase não inibem os espaços para fazer política, portanto, para colocar no palco os temas, os personagens e os cenários. Só inibe a campanha explícita eleitoral: votem em fulano para tal coisa.
5. As redes sociais são fundamentais para a pré-campanha. Na lógica das redes sociais, a crítica tem um multiplicador muito maior e, por isso, espalham muito mais o desgaste dos alvos políticos. Por isso, toda a parte propositiva –alternativas- deve ter foco e recorte nas redes sociais.
6. Este ano o número de inserções (comerciais) aumentou muito. Os candidatos a Vereador não terão mais blocos, aliás, sempre chatos e ridicularizados. Por isso, desde já se deve pensar bem como aproveitar os comerciais, levantar o número deles para cada partido (aqui não entram as coligações para vereador, só para prefeito) e –em função da frequência- avaliar o que será mais memorizável. E os partidos avaliarem como distribui-los.
7. A questão chave nas eleições majoritárias –no caso prefeitos- é a taxa de confiança nos candidatos. Essa é a parte essencial da TV. Nas cidades menores, o porta a porta tradicional ganhou uma enorme sofisticação depois da campanha dos republicanos nos EUA em 2004.
8. Não se assuste com os números de abstenção, brancos e nulos nas pesquisas. Esses números somados alcançam algo como 25%. Nas pesquisas, neste ano de crise, devem crescer. Mas isso atrasa a decisão do eleitor que decide cada vez mais na parte final. Guarde munição para os últimos 15 dias ou menos. A munição deve ser usada numa curva ascendente em direção ao dia da eleição.
9. Com a proibição de financiamento por parte das empresas, os recursos aplicados em campanha serão muito menores e a fiscalização será muito mais intensa e mais fácil de fazer. Estimula o caixa 2, que passa a ser um risco muito maior que antes.
Ex-Blog do Cesar Maia
2. A difícil situação financeira dos municípios termina caindo na cabeça dos servidores. A visão fiscal ortodoxa –em geral adotada pela imprensa- aponta neles os ajustes fiscais. Esse tema vai desgastar os atuais governos e deve ser destacado pelos candidatos de oposição. Idem a previdência dos servidores. Nos primeiros meses, os prefeitos em exercício terão mais fôlego em função da antecipação do IPTU. Isso dura até junho.
3. Saúde e Educação são temas de desgaste de quem governa, especialmente nessa conjuntura. São despesas vinculadas constitucionalmente. O número de servidores destas duas secretarias, incluindo terceirizados, soma mais de 60% do total. Servem para desgastar, mas não para capitalizar. Os candidatos de oposição, em geral, não capitalizam, pois os profissionais dessas áreas já estão cansados de promessas.
4. A pré-campanha é muito importante. É ela que cria os cenários, os personagens e os temas para a campanha eleitoral. A pré-campanha –até julho- é como se fosse a primeira parte de uma novela. As restrições da lei eleitoral nessa fase não inibem os espaços para fazer política, portanto, para colocar no palco os temas, os personagens e os cenários. Só inibe a campanha explícita eleitoral: votem em fulano para tal coisa.
5. As redes sociais são fundamentais para a pré-campanha. Na lógica das redes sociais, a crítica tem um multiplicador muito maior e, por isso, espalham muito mais o desgaste dos alvos políticos. Por isso, toda a parte propositiva –alternativas- deve ter foco e recorte nas redes sociais.
6. Este ano o número de inserções (comerciais) aumentou muito. Os candidatos a Vereador não terão mais blocos, aliás, sempre chatos e ridicularizados. Por isso, desde já se deve pensar bem como aproveitar os comerciais, levantar o número deles para cada partido (aqui não entram as coligações para vereador, só para prefeito) e –em função da frequência- avaliar o que será mais memorizável. E os partidos avaliarem como distribui-los.
7. A questão chave nas eleições majoritárias –no caso prefeitos- é a taxa de confiança nos candidatos. Essa é a parte essencial da TV. Nas cidades menores, o porta a porta tradicional ganhou uma enorme sofisticação depois da campanha dos republicanos nos EUA em 2004.
8. Não se assuste com os números de abstenção, brancos e nulos nas pesquisas. Esses números somados alcançam algo como 25%. Nas pesquisas, neste ano de crise, devem crescer. Mas isso atrasa a decisão do eleitor que decide cada vez mais na parte final. Guarde munição para os últimos 15 dias ou menos. A munição deve ser usada numa curva ascendente em direção ao dia da eleição.
9. Com a proibição de financiamento por parte das empresas, os recursos aplicados em campanha serão muito menores e a fiscalização será muito mais intensa e mais fácil de fazer. Estimula o caixa 2, que passa a ser um risco muito maior que antes.
Ex-Blog do Cesar Maia