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quinta-feira, 26 de março de 2015

STF: precatórios devem ser zerados em cinco anos

Precatórios deverão ser zerados até o fim de 2020 - Crédito: Fellipe Sampaio / STF / CP

STF: precatórios devem ser zerados em cinco anos

Decisão prevê pagamentos de dívidas públicas até o fim de 2020

Thomas Traumann deixa a Secretaria de Comunicação Social da Presidência


Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado
A presidenta Dilma Rousseff aceitou hoje (25) o pedido de demissão do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Thomas Traumann.
Brasília - O ministro da Secom, Thomas Traumann, dá entrevista sobre a publicação Pesquisa Brasileira de Mídia - Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira 2014 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Traumann é o segundo a deixar a equipe no segundo mandato de Dilma Rousseff  Arquivo/Agência Brasil
“A presidenta agradeceu a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro e porta-voz”, diz o texto divulgado pela Secretaria de Imprensa da Presidência.
Não há informações sobre o substituto de Traumann na pasta.
O ministro da Secom é o segundo da equipe do novo mandato de Dilma a deixar o governo em uma semana. Na quarta-feira (18), o ministro da Educação, Cid Gomes, pediu demissão após se envolver em polêmica com o Congresso Nacional. Na quinta-feira (19), a presidenta descartou uma reforma ministerial e disse que a mudança do comando da Educação era “pontual”.

Agência Brasil



Leila Diniz, que queria ser uma explosão aos 100, faria 70 anos hoje


Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado
“Toda mulher quer ser amada. Toda mulher quer ser feliz. Toda mulher se faz de coitada. Toda mulher é meio Leila Diniz”, diz um dos versos da música Elas Querem é Poder, de Rita Lee, que captou toda a essência de uma mulher que, muito mais que uma atriz, soube, com seu comportamento libertário, mostrar ao Brasil da ditadura militar o quanto as mulheres precisavam ser livres. Foram atitudes e declarações que marcaram uma época e legaram às gerações futuras um novo jeito de viver.
A atriz Leila Diniz completaria hoje 70 anos
A atriz Leila Diniz completaria hoje 70 anosDivulgação/Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro
Para autora do livro Toda Mulher é Meio Leila Diniz, a antropóloga Mirian Goldenberg, apesar de tantos anos, o comportamento da atriz, que hoje (25) completaria 70 anos, continua atual. “A Leila, simplesmente, queria viver a vida dela com liberdade, com prazer, com vontade. Não foi uma militante, nem feminista. É por isso que ela é tão contemporânea. Vivia a vida com liberdade, coisa que as mulheres não fazem até hoje”.
De acordo com a antropóloga, Leila não expressava uma sexualidade para parecer sexy ou para seduzir. “Era uma sexualidade para o prazer dela. Não é que ela não tinha preocupação, sabia que os outros julgavam e condenavam, mas ela não abria mão de viver a própria liberdade. É isso que é considerado revolucionário até hoje”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Mirian Goldenberg destacou que Leila se tornou um exemplo forte, porque não era apenas um discurso ou uma bandeira política. “A vida dela é que era extraordinariamente livre e prazerosa, coisa que a gente não consegue ter por preconceito, por tabus, por medo, por querer agradar todo mundo, querer agradar todo o mundo, se preocupar com a opinião dos outros, coisa que a Leila não estava nessa e não estaria hoje”. “É impressionante que ainda hoje a gente precise tanto desses exemplos para lembrar da importância da liberdade”, completou.
Grávida de Janaína, filha que teve com o cineasta Ruy Guerra, Leila colocou um biquíni e foi à Praia de Ipanema, na zona sul do Rio. A imensa barriga à mostra chocou a todos, mas, poucos anos depois, significou o rompimento de um tabu comportamental. “A barriga dela simboliza um corpo livre totalmente fora dos padrões da época, exposto ao sol e feliz. Não o corpo escondido e mutilado”, ressaltou a antropóloga.
Para a representante da Rede Mulher e Mídia, no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Raquel Moreno, a exposição da barriga de Leila grávida foi um marco porque mostrou para as mulheres que isso não era motivo de vergonha. Na mesma época era costume dizer que mulher não podia andar sozinha na rua, o que também foi contestado por Leila Diniz.
“Saiu uma turminha de feministas no Rio, entre as quais a Leila Diniz, de braços dados na calçada. Elas estavam em cinco ou seis andando e dizendo, sozinha, eu? Como assim? Que história é essa de que a mulher está sozinha na rua? Contestando também a fala recorrente de que as mulheres tinham que andar acompanhadas por um homem, porque, se não, estavam pedindo alguma forma de violência”, lembrou Raquel Moreno.
No dia 15 de novembro de 1969 chegava às bancas a edição do jornal O Pasquim, com uma entrevista com Leila Diniz, que causou muito comentário. O cartunista Jaguar, uma das pessoas que a entrevistou lembrou que durante a conversa, de maneira muito natural, a atriz falou muitos palavrões, e que, segundo ele. não tinha intenção de chocar. “Era o jeito dela falar. Aí nós optamos em manter as características dela. Decidimos colocar um asterisco, entre parênteses, no lugar do palavrão. Então a entrevista parecia uma via láctea”, disse.
Jaguar tenta imaginar o que Leila poderia ter feito mais se não tivesse morrido com apenas 27 anos. “Que legado teria deixado. Ela era absolutamente inocente, e tudo que dizia era de maneira cândida. Não tinha intenção de escandalizar. Todo mundo admirava. Mas imagine como era isso em pleno regime militar”, disse. “Ela era uma mulher solar”.
Leila Diniz morreu no dia 14 de junho de 1972, em um acidente perto de Nova Déli, na Índia, com a explosão do avião da Japan Airlines. Ela tinha ido à Austrália, onde foram premiada em um festival de cinema,  e voltava para o Brasil.
A antropóloga Mirian Goldenberg lamenta a morte de Leila Diniz, para quem a atriz morreu cedo e tinha muito o que legar para as mulheres. Hoje ela teria 70 anos, e seria um exemplo de como envelhecer e não se deixar aprisionar pela cultura da juventude. No meu livro tem uma frase dela: ‘Eu sou uma explosão, mas com 100 anos vou estar maravilhosa, vou estar cada vez melhor’”.

Agência Brasil