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quarta-feira, 25 de março de 2015

Renan: Legislativo não vai abrir mão de aprimorar ajuste fiscal

O Legislativo não vai abrir mão de aprimorar o ajuste fiscal proposto pelo governo, afirmou hoje (24) o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao discursar para empresários e parlamentares. No início do mês, o presidente do Senado devolveu ao Executivo a medida provisória que reduz a desoneração da folha de pagamento.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, durante a apresentação das propostas do PMDB para a reforma política (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente do Senado, Renan Calheiros, diz que o ajuste fiscal, como está, tende a não ser aceitoArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
“O ajuste, como está, tende a não ser aceito pelo Congresso porque é recusado pelo conjunto da sociedade, e o Legislativo é a caixa de ressonância da população”, disse Renan, na abertura de evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O presidente do Senado defendeu a negociação como padrão a ser seguido em relação às medidas de ajuste como ocorreu, por exemplo, com a correção da tabela do Imposto de Renda. “Não é imposição de um lado e muito menos a rendição, de outro [lado]”, ressaltou.
“A desoneração da folha de pagamentos foi importante para manter os empregos. É um erro, e não seria o primeiro a querer ajustar as contas públicas em detrimento dos mais pobres e em prejuízo do setor produtivo. O fim da desoneração, como quer o governo, será um colapso no aumento da produtividade e do emprego no Brasil”, acrescentou.
Renan disse que país vive um momento “difícil” e “grave”. Ele reconheceu a necessidade de fazer o ajuste fiscal, destacando que é preciso diminuir o tamanho do Estado brasileiro e reduzir o número de ministérios. “Se aplaudimos recentemente o [Programa] Mais Médicos, está na hora do programa menos ministério. Vinte, no máximo”.
“A lógica perversa de aumentar a receita através de impostos, tributos, serviços públicos e combustíveis precisa ser substituída pelo corte de custos do Estado brasileiro”, acrescentou o senador.
Ao fim do discurso, Renan ressaltou que o Congresso Nacional está unido na defesa do emprego, dos salários e da retomada do crescimento e informou que negocia com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a elaboração de uma pauta que priorize as urgências nacionais, com tramitação privilegiada nas duas Casas do Parlamento.

Agência Brasil


ATRASOS NOS PAGAMENTOS DA VENEZUELA ÀS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS SOMAM US$ 5 BILHÕES E DEVEM DOBRAR!
     
(BBC, 19) 1. O Brasil nunca escondeu que viu na Venezuela socialista de Hugo Chávez, um mercado atraente para suas empresas. "A presença da Venezuela no Mercosul (...) abre oportunidades para várias empresas", disse a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, quando deu as boas vindas ao país vizinho e rico em petróleo ao bloco regional em julho de 2012. E vários números sugerem que a aposta brasileira valeu a pena. Somente ano passado, o gigante sul-americano tinha em seu intercâmbio comercial com a Venezuela um superávit 3,45 bilhões de dólares. Para o Brasil, este saldo positivo foi o contra peso em sua balança comercial total, que no mesmo ano de 2014 registrou seu primeiro déficit anual neste século.
      
2. Especialistas como Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, calculam que as empresas brasileiras têm contratos na Venezuela na ordem dos 20 bilhões de dólares. Brasil e Venezuela estreitaram as relações no âmbito dos mandatos de seus ex-presidentes Lula e Chávez. "A questão econômica (na Venezuela) é mais importante do que qualquer fator político", disse ele. "O comportamento brasileiro até hoje foi principalmente pautado por interesses econômicos".
      
3. As empresas brasileiras têm uma ampla gama de atividades na Venezuela: desde distribuição de alimentos e outros bens de consumo em um mercado com graves problemas de escassez, até grandes obras de infraestrutura. A construtora Odebrecht, por exemplo, tem uma dúzia de projetos na Venezuela, incluindo a extensão do metrô de Caracas, a colocação de uma ponte de 11,4 km sobre o Lago de Maracaibo (oeste do país) e o desenvolvimento da central hidrelétrica Tocoma (ao leste).
     
4. A queda dos preços do petróleo é um dos fatores que dificultam os negócios entre Brasil e Venezuela. Além disso, a lista de produtos brasileiros exportados para a Venezuela é extensa: as carnes bovinas têm um peso importante, mas também o leite, o açúcar, a medicamentos, máquinas, shampoo, lâminas de barbear... No entanto, as dificuldades dos importadores venezuelanos para conseguir dólares provocaram atrasos significativos no pagamento dos exportadores brasileiros, uma vez que empresas brasileiras instaladas no país vizinho também tiveram problemas para enviar fundos para suas matrizes.
      
5. A Câmara de Comércio Venezuela-Brasil estimava no início deste ano que os pagamentos em atraso somavam 5 bilhões de dólares. Mas um oficial venezuelano, que falou sob a condição de anonimato por ser um tema sensível, disse à BBC que esses valores poderiam dobrar. No entanto, ele disse que os atrasos de forma geral e os problemas de liquidez que causaram na Venezuela o colapso dos preços do petróleo, provocaram uma recente contração no comércio bilateral.  As exportações brasileiras para a Venezuela caíram 47% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2014, enquanto o superávit comercial caiu 53%. "Ninguém pode dizer que o impacto de um colapso venezuelano afetaria apenas alguns setores da economia brasileira", disse Stuenkel. "Na situação atual, com tantas notícias negativas, seria outro fator que afetaria de forma muito negativa o quadro".


Ex-Blog do Cesar Maia