Uma pesquisa recente mostrou que as pessoas sabem da importância de
adquirir um produto certificado, dentro das nomas legais. Contudo,
uma grande parcela ainda compra no comércio informal devido ao
preço, ainda que isso implique colocar em risco a segurança do
usuário, notadamente no caso de crianças que recebem brinquedos
suscetíveis de causar danos à saúde. Essa postura leva prejuízo à
coletividade numa série de itens, inclusive com consequências na
prestação de serviços por parte do poder público.
Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto MDA para o Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) envolveu
3.387 entrevistados. Do total, 86,9% disseram ter confiança no selo
do órgão e 61,4% mostraram preferir produtos com tal indicativo.
Todavia, o mesmo levantamento indicou que 32,1% já adquiriram um
produto no mercado informal nos últimos 12 meses, com destaque para
brinquedos que responderam por 37,1% dessas aquisições.
Esses números mostram que é preciso esclarecer a população sobre
o duvidoso custo-benefício desse ato de compra. Não apenas pelo bem
ilegal como ainda pelo fato de que esse tipo de atividade, não raras
vezes, capitaliza o crime organizado. Além disso, essa movimentação
financeira não gera tributos para os cofres públicos, numa evasão
de verbas que poderia se traduzir em mais serviços em áreas
essenciais, como saúde, educação, segurança e saneamento. Nesse
caso, os benefícios são para poucos e os prejuízos do conjunto da
sociedade.
Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 29 de maio de 2015,
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