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sábado, 5 de março de 2016

Primeiro caso autóctone do vírus Zika é confirmado na cidade de São Paulo

O primeiro caso autóctone (contraído na própria cidade) do vírus Zika foi identificado na cidade de São Paulo. A informação foi confirmada na noite de ontem (4) pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
O vírus foi detectado em uma mulher, 28 anos, com 30 semanas de gestação. Ela é moradora do bairro Freguesia do Ó, na zona norte da capital. O caso foi notificado no dia 3 de fevereiro. Segundo a secretaria, o exame ultrassom morfológico apresentou normalidade no feto. Mesmo assim, a paciente foi encaminhada para fazer o pré-natal no Hospital Escola e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, por ser referência para gestação de alto risco.
A paciente, cujo nome não foi informado, apresentou os primeiros sintomas no dia 30 de janeiro e disse não ter viajado para fora do estado. No dia 3 de fevereiro, foram coletados urina e sangue da paciente e, no dia 25 de fevereiro, o resultado foi confirmado como positivo para o vírus. No dia seguinte, foi feita uma nova coleta de sangue e novamente o resultado foi positivo.
O local onde vive a gestante e todo o entorno foi visitado para exterminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, informou a secretaria.



ANS suspende a venda de 46 planos de saúde por reclamações de cobertura


Estão suspensas a partir de hoje (4) as venda de 46 planos de saúde. A medida é uma punição da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) devido a reclamações de beneficiários destes planos relativas à cobertura. As principais queixas são negativa de cobertura e demora no atendimento.
Os planos suspensos têm juntos 314,3 mil beneficiários, que não serão afetados pela punição. Oito operadoras são responsáveis por esses planos, que serão impedidos de receber novos clientes por pelo menos três meses, até que melhorem a assistência aos atuais beneficiários.
Para tomar a medida, a ANS considerou 13.365 reclamações sobre cobertura assistencial recebidas de outubro a dezembro de 2015.
Das oito operadoras com planos suspensos neste novo ciclo de monitoramento, quatro já tinham planos em suspensão no período anterior e quatro não constavam da última lista de suspensões. Além da comercialização suspensa, as operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil.
Paralelamente à suspensão, 33 planos de 16 operadoras poderão voltar a comercializar os produtos que estavam impedidos vender. Isso acontece quanto há comprovada melhoria no atendimento aos beneficiários. A avaliação é feita a cada três meses.




The Dark Side Of The Moon (1973) David Gilmour : Guitar, Vocals Roger Waters : Vocals Nick Mason : Drums, Percussion Richard Wright : Keyboards
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Mapa reconhece soja louca II


A soja louca II, pesquisada pela Embrapa há dez anos, foi identificada e reconhecida oficialmente pelo Ministério da Agricultura (Mapa) como uma doença causada pelo nematoide Aphelenchoides sp. Entre os principais sintomas estão plantas com haste verde, retenção foliar e abortamento de vagens antes do fim do ciclo. A doença ocasiona perda de até 60% na produtividade, principalmente em regiões quentes e chuvosas como Maranhão, Tocantins, Pará e Mato Grosso. No Rio Grande do Sul, há apenas suspeitas de incidência.
O agrônomo Nedio Argenton Giordani, da Aprosoja, relata que na safra 2014/2015 algumas lavouras tiveram episódios com sintomas semelhantes. “Mas não é possível afirmar se era soja louca II”, destaca. Segundo o pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja, a identificação da causa da doença possibilitará direcionar a pesquisa para definição de estratégias de manejo. Enquanto isso, a recomendação de Meyer é a dessecação antecipada à semeadura de soja e um efetivo controle de plantas invasoras imediatamente após a emergência da planta.


Fonte: Correio do Povo, 9 de setembro de 2015, página 9.

Maldita corrupção, por Jarbas Lima


A corrupção não distingue regimes e sistemas de governo. A gravidade está em ser patrocinada, encoberta pelos governantes, que a praticam ou com ela se acumpliciam. Mas, o que a torna frequente e encorajada é a impunidade, que é a fonte da ousadia e a maior desgraça. O antídoto da moral e da ética deve prevenir estes males. São remédios que cuidam das raízes e não dos ramos da doença maldita. Os gregos exilaram Aristides, político austero e íntegro, enquanto Cleon, populista e mestre da demagogia, foi feliz até o fim, entre os seus contemporâneos. Não adianta culpar a vassoura pela existência do lixo... A corrupção fragiliza o Congresso Nacional, pela compostura dos parlamentares, a cada de pau, e a solidariedade suicida.
É bem conhecida a fragilidade dos partidos políticos no Brasil (saudades do Partido Libertador). Do ponto de vista político constitucional, é este um dos maiores desafios brasileiros, de vez que partidos com diferentes orientações ideológicas são essenciais à existência da democracia. Esta dificuldade histórica contém grande parte da explicação dos não poucos percalços da democracia no Brasil. A maior parte tem se revelado como agregador ou facções organizadas em razão das eleições, sem conteúdo ideológico definido, sem filosofia política consistente mal disfarçado, quando não, com máscaras grotescas e debochadas.
As velhas receitas são apresentadas como novas. Seu perigo já não reside tanto no conteúdo ideológico que caducou com a queda do Muro de Berlim, mas no inconsciente populismo de seus porta-bandeiras e suas propostas salvacionistas. Nem é a força geradora do mito, também desacreditada. Nem o fascínio especial das horas de crise. O enigma de ilusão está decifrado pelos fatos criminosos praticados pelos que governam o país. A realidade é indesmentível. Os corruptos tomaram o Brasil de assalto e viciaram o processo eleitoral. Faliram o Brasil. Traíram a confiança do povo. Os culpados querem provas? Olhem para as escolas, os hospitais, as fábricas, as estradas, os desempregados... Se tiverem coragem e um pingo de vergonha na cara, assumam seus crimes!


Professor de Direito



Fonte: Correio do Povo, página 2 da edição de 4 de outubro de 2015.


Manifestações e badernas, por Rogério Mendelski


Não pode haver definição mais simples entre baderna e manifestação. Manifestação é quando um grupo social sai às ruas levando suas reivindicações sem interferir na liberdade alheia. Baderna é quando pessoas de uma mesma linha de pensamento se juntam para agredir o direito de ir e vir dos cidadãos.
Uma manifestação, às vezes, se transforma em baderna quando os limites da lei e do bom senso são agredidos. Foi o que aconteceu na última terça-feira quando os gradis que separavam manifestantes contra um pacote de leis que seria votado na Assembleia Legislativa foram derrubados à força.
Até o momento de os gradis garantirem um espaço de segurança entre servidores públicos, militantes partidários e a Brigada Militar havia uma manifestação com todas as garantias de nossa Constituição federal. A baderna começou no momento em que houve a derrubada da cerca e a tentativa de invasão do Palácio Farroupilha.
A BM só poderia agir como agiu, valendo-se dos equipamentos de controle de tumulto. Há um momento em qualquer manifestação que a imposição da ordem deve se valer da força. Foi a força da lei contra os que tentavam tomar “na marra” as galerias do plenário.
Vale lembrar que havia um acordo da presidência da Assembleia com os manifestantes. Assim como havia grupos contra a votação do pacote, havia grupos que apoiavam o governo e, se não fosse a ação da BM, talvez não ocorresse a realização da sessão, como ocorreu na segunda-feira.


Povo, que povo? (1)


Muito se ouviu durante as manifestações que começaram na segunda-feira de que o povo não podia ficar de fora do plenário da Assembleia. O povo estaria sendo alijado de presenciar as votações.


Povo, que povo? (2)


Jamais o povo esteve do lado de fora da Assembleia Legislativa em qualquer sessão na história do Palácio Farroupilha, salvo alguma sessão secreta, conforme estabelece o Regimento Interno da Casa.


Povo, que povo? (3)


Não há representação popular mais legítima e democrática do que os 55 parlamentares eleitos no ano passado. Os deputados que formam o plenário da AL representam todas as correntes políticas dos milhões de eleitores gaúchos.


Povo, que povo? (4)


As galerias lotadas são tão somente de espectadores que querem ver a atuação dos deputados. Não há qualquer possibilidade de se legitimar gritos, vaias, aplausos e ofensas. Quem decide é o deputado e não quem grita mais alto.


O funcionamento da Assembleia


Uma frase de efeito, mas vazia de conteúdo: “A Assembleia não pode funcionar com o povo do lado de fora”. A resposta pode vir desta maneira: “A Assembleia não pode funcionar com baderneiros do lado de dentro”.


Fonte: Correio do Povo, página 8 de 24 de setembro de 2015.