Bolsa
de Xangai cai 5,9% em clima de incerteza sobre rumos da economia
São
Paulo – O dólar avançou ontem pela quarta sessão consecutiva
e fechou acima de R$ 3,22 pela primeira vez mais de três meses e
meio a preocupações com a desaceleração da economia chinesa,
segunda maior do mundo (atrás dos Estados Unidos) e principal
destino das exportações brasileiras. A moeda norte-americana
avançou 1,41% para R$ 3,228 na venda. Este é o maior valor desde 27
de março, quando fechou em R$ 3,2405. Nas quatro últimas sessões,
a divida acumulou alta de 4,45%.
O
principal índice da Bovespa também fechou em baixa ontem, com
agentes financeiros cautelosos quanto a eventuais efeitos de nova
queda nos mercados acionários do gigante asiático, enquanto
aguardam uma definição sobre a situação da endividada Grécia. O
Ibovespa caiu 1,97% a 51.781 pontos. É o menor patamar em mais de
três meses. A última vez que o índice encerrou com o nível mais
baixo foi em 31 de março, a 51.150 pontos.
“A
forte correção nos mercados acionários da China pode ser indício
de uma desaceleração mais ampla do gigante asiático, e quem deve
sofrer com isso são aqueles países exportadores de commodities
(produtos básicos), como o Brasil”, escreveu em nota a clientes o
operador Jefferson Luiz Rugik, da corretora Correparti. Ontem, a
Bolsa de Xangai fechou em baixa de 5,9%, em clima de pânico. A Bolsa
de Shenzen teve queda de 2,5%. Na de Hong Kong a baixa foi de 5,84%.
As
ações chinesas já perderam 3 trilhões de dólares em valor desde
maio, depois de atingirem a maior valorização em sete anos. Até
agora, a queda chega a 30%. Os dados da economia chinesa não têm
sido muito positivos, e isso gera temor sobre a “saúde” do país.
O PIB do 1º trimestre cresceu 7%, o pior ritmo em seis anos.
Os
investidores questionam a solidez do novo caminho econômico de
Pequim, de estímulo ao consumo interno em vez do foco em
exportações. Não se sabe, no entanto, o que provocou a onda de
venda de ações que acentuou a queda das cotações. Na China,
diferentemente dos demais mercados, 80% dos investidores são pessoas
físicas. Muitos são inexperientes e seguem rumores ao tomar
decisões. Assim, o mercado vulnerável a reviravoltas repentinas.
Fonte:
Correio do Povo, página 4 de 9 de julho de 2015.