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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Poupança vulnerável

A retirada de R$ 3,199 bilhões a mais da poupança em maio na comparação com os depósitos indica que os brasileiros estão usando suas economias para custeio de suas necessidades. Esse valor de saque é o maior da série histórica desde que a aferição foi iniciada pelo Banco Central, em 1995. O recorde anterior pertencia ao mês de maio de 2003, quando a diferença ficou negativa em R$ 1,626 bilhão.
Em maio, a diferença de R$ 3,199 bilhões se deu porque houve a retirada de R$ 156,43 bilhões contra um total de depósitos de R$ 153,23 bilhões. O total depositado nessa modalidade de investimento chega a R$ 648,77 bilhões, sendo R$ 507, 7 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) e R$ 141,068 bilhões da poupança rural.
De acordo com analistas de mercado, o aumento da taxa Selic para 13,75% ao ano ajudou nessa movimentação por deixar a poupança com menos atratividade. Além disso, a inflação em alta faz com que muitos brasileiros busquem novas formas de custeio de suas necessidades e a poupança surge como um complemento da renda mensal.
Espera-se que esta situação de evasão de recursos dessa tradicional forma de o brasileiro fazer seu pé-de-meia para uma situação emergencial ou para adquirir um bem futuro seja conjuntural. Afinal, parte desses recursos ajuda a financiar programas habitacionais e projetos de interesse da coletividade. O país precisa aumentar sua produtividade e manter uma cultura de poupar, pois esse hábito é salutar para a economia.


Correio do Povo, editorial da edição de 7 de junho de 2015, página 2.