O Brasil corre o risco de ficar
isolado em seus negócios internacionais com tradicionais parceiros
comerciais, tudo por erro de quem tem a responsabilidade de manter
nossa política de importação e exportação. É claro que não se
trata apenas de uma decisão econômica, mas sim de uma opção
política equivocada, na qual nossa preferência por tratados
comerciais está centrada no Mercosul.
Ora, o Mercosul é uma piada em
termos de parcerias econômico-comerciais, mas nós ainda damos
importância a um hipotético crescimento de bons negócios com
Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai. Destes países integrantes
do Mercosul quem não está quebrado ou tem muito pouco a oferecer ao
Brasil?
Mesmo assim, nossos esforços ainda
visam atrair a Bolívia para o Mercosul, enquanto nações como
Chile, Peru, Colômbia e México, além da Aliança do Pacífico, já
se preparam para o ingresso na Parceria Transpacífico, o mais
recente bloco econômico formado por 12 países e liderado pelos EUA
e pelo Japão.
O que dizem as informações oficiais
do TPP (sigla em inglês)? “As 12 nações unidas pelo TPP
acordaram novas regras para setores que vão desde produtos
farmacêuticos até automóveis. O pacto também prevê a criação
de novas barreiras comerciais, a abertura de mercados de exportação,
a unificação das regras para lidar com a propriedade intelectual
sobre os dados com grandes corporações e períodos de
exclusividade no caso da fabricação de medicamentos.”
Não bastasse a crise que nos assola
com queda do PIB, o Brasil caminha para um isolamento da chamada
cadeia global de comércio pela perda de competitividade de nossos
produtos manufaturados e até mesmo de nossas commodities
agrícolas.
E isto é o resultado de nossas más
companhias na América do Sul...
O Mercosul é uma piada em termos de
parcerias econômico comerciais.
Números podem mudar
Na
relação dos 12 países que formam a Parceria Transpacífico (TPP),
o Brasil tem um comércio bilateral importante. Mesmo com déficit,
exportamos 54 bilhões de dólares e importamos 60 bilhões. Mas esta
relação poderá se modificar.
As alterações
Diego
Bonomo, gerente executivo de Comércio Exterior da CNI, acredita que,
quando a TPP estiver em pleno funcionamento, negócios com os EUA e o
Japão (por exemplo) serão balizados pelas novas regras comerciais
do bloco. E o Brasil não vai sentar à mesa das 12 nações
parceiras.
O Brasil caminha para um isolamento da
chamada cadeia global de comércio.
Os prejuízos (1)
O
Brasil não irá usufruir da troca de mercadorias sem impostos com as
nações do TPP e nosso produtos ficarão mais caros para elas. Que
ninguém se iluda com os números atuais de nosso comércio exterior
em 2015.
Os prejuízos (2)
A
previsão de um superávit de 13 a 14 bilhões de dólares em nossa
balança comercial não resulta de um incremento de nossas
exportações, mas de uma queda forçada pela alta do dólar em
nossas importações.
Fonte: Correio do Povo, página 8 de 8
de outubro de 2015.