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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

PREVENÇÃO AO TERROR NAS OLIMPÍADAS-2016!

Entrevista com Cesar Maia, prefeito durante os Jogos Pan-americanos 2007.
     
1. Ex-Blog: Que ensinamentos podemos tirar dos Jogos Pan-americanos de 2007 em relação a medidas de segurança e em especial relativas ao terrorismo para as Olimpíadas-2016? CM: Vamos separar as duas coisas. Em relação a segurança pública, a experiência do Rio e do Governo Federal em grandes eventos é mais do que suficiente. Lembro a Eco-92, os Jogos Pan-americanos de 2007 e a Copa do Mundo de 2014. Não vejo problemas maiores.
   
2. Ex-Blog: E em relação ao terrorismo? / CM: Bem, nesse caso há que qualificar. Em 2007, como prefeito, fui contatado pela Sra. Cônsul dos EUA para uma reunião com agentes do FBI. Chamei minha assessoria militar/segurança. Os EUA pediram que sua delegação ficasse em prédios isolados na Vila do PAN. Que todos os serviços contratados pela Prefeitura/COB fossem feitos através da delegação americana/FBI. Ou seja, ônibus, motoristas, mecânicos, abastecimento, horário de alimentação, entrega de materiais e segurança dos atletas nas diversas modalidades, etc. E que a mobilidade da delegação para as diversas modalidades fosse acompanhada e feita a segurança pelos EUA.
   
3. Ex-Blog: Algum problema em 2007? / CM: Não. A memória das torres gêmeas deve ter intensificado os cuidados. Tudo ocorreu normalmente, sem que as medidas adotadas produzissem qualquer destaque e visibilidade. // Ex-Blog: E qual a diferença agora para as Olimpíadas de 2016? / CM: Com os atentados do avião russo e de Paris, a amplitude dos instrumentos de terror aumentou. As fronteiras -de todos os tipos- do Brasil são abertas.
   
4. Ex-Blog: Você acha que possam ocorrer atentados que coloquem em risco as pessoas nas ruas, bares, restaurantes e locais de eventos? / CM: Em geral, não. Vamos qualificar. Em 2007 tínhamos apenas um alvo potencial: a delegação dos EUA. Assim mesmo não eram os atletas de primeiro plano mundial. Todas as medidas de segurança adotadas pelo FBI para a delegação americana agora serão multiplicadas e intensificadas.
   
5. Ex-Blog: Explique melhor. / CM: Pense bem. Todas as medidas que listei de isolamento dos prédios, pessoal escolhido por eles para a mobilidade, serviços e segurança, etc., agora terão que ser adotadas para outras delegações. // Ex-Blog: Pode especificar? / CM: Vejamos alguns casos evidentes. Estados Unidos, França, Rússia, Reino Unido, Espanha, Turquia, Israel e Síria, todos inimigos declarados pelo Estado Islâmico. Imagine todas as medidas adotadas para os EUA em 2007 reproduzidas para estes países. A gestão integrada desses processos será complexa. Os custos aumentarão, assim como a complexidade da gestão. E, claro, a quantidade dos quartos de hospedagem nos prédios das delegações.
   
6. Ex-Blog: E o que mais deve preocupar? / CM: Cada delegação cuidará de si mesma com policiais e equipes de alto nível. Isso deve dar tranquilidade. Mas o problema maior são os eventos e modalidades em que esses países participam. Nesses casos, o risco potencial atinge o público. A segurança desses equipamentos deve ser de responsabilidade compartilhada da segurança brasileira e desses países. E isso é que deve preocupar -prioritariamente- a todos.

Ex-Blog do Cesar Maia