Ex-Blog entrevista publicitário -XY- especialista em marketing político.
1. Ex-Blog: Há alguma explicação para a forte queda de popularidade do PT em nível nacional e em S. Paulo; e do PMDB no Rio de Janeiro, em nível estadual e na capital? / XY: Poderia responder de uma forma geral com uma máxima do marketing político que se repete há mais de 50 anos: Não há um bom governo sem uma boa publicidade, mas não há uma boa publicidade sem um bom governo.
2. Ex-Blog: Então sua conclusão é que os governos do PT e do PMDB vão mal? / XY: Pode até ser por coincidência. Mas o que quero realçar é que de nada adianta gastar fortunas em publicidade tentando convencer os eleitores de algo que eles não estão sentindo. E aqui é que entra o ponto principal. Governos em seu primeiro mandato até podem criar expectativa com publicidade que trata mais do que querem fazer do que de fato fizeram. Mas em governos de 2 ou 3 mandatos, a publicidade tem que comunicar a verdade, aquilo que os eleitores estão realmente sentindo.
3. Ex-Blog: Então se trata apenas do que se fez e do que se diz? / XY: Não é isso. O que eu disse são apenas conceitos básicos. Mas no caso de governos longevos, de 2, 3 e 4 mandatos, há um elemento adicional que independe das performances. Mandatos longos, em regimes democráticos, inevitavelmente repetem uma mesma lógica. Mesmo que queiram inovar, com o tempo parecem sempre ser o mesmo.
4. Ex-Blog: Então depois de, digamos, uns 10 anos de governo, será inevitável o desgaste. / XY: Vamos colocar os termos adequados. Em publicidade será melhor adotar uma expressão da química. O que há é um desgaste de material com o tempo. Desgaste de material.
5. Ex-Blog: Há exceções? / XY: Posso citar dois. Helmut Kohl, na Alemanha, e Roosevelt, nos Estados Unidos, que tiveram 4 mandatos. / Ex-Blog: E exemplos do que fazem parte da regra. / XY: Thatcher e Blair no Reino Unido. E o caso clássico: Churchill, também no Reino Unido, que imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, consagrado como o herói vitorioso, perdeu a eleição para os trabalhistas.
6. Ex-Blog: Vamos nacionalizar os exemplos. / XY: Lula chamou a ele seus mandatos e os de Dilma. Seriam 16 anos de continuidade. O desgaste de material seria inevitável. O eleitor sempre quer votar em novidades. Desgaste de material é a impossibilidade de um político se apresentar como novo depois de muitos anos de governo.
7. Ex-Blog: Enquadre o PT e o PMDB nisso. / XY: O PT, depois de governar o país por 12 anos, insistiu em mais 4, forçando uma vitória eleitoral com máquina, publicidade e mentiras. Venceu. Mas acelerou drasticamente o desgaste de material. Terminou antes de começar. E esse é o custo do presidencialismo: tem que tentar concluir seu mandato.
8. Ex-Blog: E o PMDB? / XY: No Rio, há uma confusão entre os governos do Estado e da Capital, que representa 40% dos eleitores e por volta de 60% da economia. Quando há coincidência de partidos e de marcas, o desgaste de material é reforçado e potencializado. Com o PDT aconteceu o mesmo. E, agora e da mesma forma, com o PMDB. A eleição do atual governador, em 2014, somou 12 anos de mandato. Na capital, a reeleição do prefeito no primeiro turno ocorreu 2 anos antes do terceiro mandato em nível estadual. A crise econômica atingiu as receitas estaduais (royalties e ICMS), antecipando a impopularidade por desgaste de material e levou junto a prefeitura. O desgaste de material foi ampliado com os problemas que atingiram o candidato do prefeito à sua sucessão, num efeito sinérgico.
* * *
PLANTAÇÃO DE COCA CRESCE 44% EM 2014 E COLÔMBIA VOLTA A SER O MAIOR PRODUTOR DO MUNDO!
(Globo, 13) 1. O cultivo ilegal de coca na Colômbia está voltando a crescer. Apenas dois anos depois de ter deixado o posto de maior produtora do mundo, ficando atrás do Peru, o país, agora, ultrapassa o vizinho e a Bolívia (terceiro lugar) combinados. Em 2014, os colombianos plantaram 44% mais coca do que em 2013, e agentes antinarcóticos afirmam que a safra deste ano vai ser ainda maior. O boom da coca vem num momento delicado para o governo colombiano, que estaria nos últimos passos da negociação de paz com as Farc. Um dos maiores pilares do Plano Colômbia de combate ao cultivo, o lançamento aéreo de herbicidas foi suspenso em outubro por causa do potencial cancerígeno das substâncias. O programa recebeu cerca de US$ 9 bilhões em financiamento dos EUA, desde 2000.
2. Dois terços dos 170 mil acres de plantação de coca do país se deslocaram e agora estão nos parques nacionais, reservas indígenas e regiões fronteiriças, de acordo com autoridades do governo. Como as plantas maduras contêm mais folhas para o processo de produção do cloridrato de cocaína (a versão mais comum da droga), um aumento de 44% da área de terra plantada resulta no crescimento de 52% na produção de cocaína somente este ano, segundo estimativas da ONU.
EX-Blog do Cesar Maia
1. Ex-Blog: Há alguma explicação para a forte queda de popularidade do PT em nível nacional e em S. Paulo; e do PMDB no Rio de Janeiro, em nível estadual e na capital? / XY: Poderia responder de uma forma geral com uma máxima do marketing político que se repete há mais de 50 anos: Não há um bom governo sem uma boa publicidade, mas não há uma boa publicidade sem um bom governo.
2. Ex-Blog: Então sua conclusão é que os governos do PT e do PMDB vão mal? / XY: Pode até ser por coincidência. Mas o que quero realçar é que de nada adianta gastar fortunas em publicidade tentando convencer os eleitores de algo que eles não estão sentindo. E aqui é que entra o ponto principal. Governos em seu primeiro mandato até podem criar expectativa com publicidade que trata mais do que querem fazer do que de fato fizeram. Mas em governos de 2 ou 3 mandatos, a publicidade tem que comunicar a verdade, aquilo que os eleitores estão realmente sentindo.
3. Ex-Blog: Então se trata apenas do que se fez e do que se diz? / XY: Não é isso. O que eu disse são apenas conceitos básicos. Mas no caso de governos longevos, de 2, 3 e 4 mandatos, há um elemento adicional que independe das performances. Mandatos longos, em regimes democráticos, inevitavelmente repetem uma mesma lógica. Mesmo que queiram inovar, com o tempo parecem sempre ser o mesmo.
4. Ex-Blog: Então depois de, digamos, uns 10 anos de governo, será inevitável o desgaste. / XY: Vamos colocar os termos adequados. Em publicidade será melhor adotar uma expressão da química. O que há é um desgaste de material com o tempo. Desgaste de material.
5. Ex-Blog: Há exceções? / XY: Posso citar dois. Helmut Kohl, na Alemanha, e Roosevelt, nos Estados Unidos, que tiveram 4 mandatos. / Ex-Blog: E exemplos do que fazem parte da regra. / XY: Thatcher e Blair no Reino Unido. E o caso clássico: Churchill, também no Reino Unido, que imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, consagrado como o herói vitorioso, perdeu a eleição para os trabalhistas.
6. Ex-Blog: Vamos nacionalizar os exemplos. / XY: Lula chamou a ele seus mandatos e os de Dilma. Seriam 16 anos de continuidade. O desgaste de material seria inevitável. O eleitor sempre quer votar em novidades. Desgaste de material é a impossibilidade de um político se apresentar como novo depois de muitos anos de governo.
7. Ex-Blog: Enquadre o PT e o PMDB nisso. / XY: O PT, depois de governar o país por 12 anos, insistiu em mais 4, forçando uma vitória eleitoral com máquina, publicidade e mentiras. Venceu. Mas acelerou drasticamente o desgaste de material. Terminou antes de começar. E esse é o custo do presidencialismo: tem que tentar concluir seu mandato.
8. Ex-Blog: E o PMDB? / XY: No Rio, há uma confusão entre os governos do Estado e da Capital, que representa 40% dos eleitores e por volta de 60% da economia. Quando há coincidência de partidos e de marcas, o desgaste de material é reforçado e potencializado. Com o PDT aconteceu o mesmo. E, agora e da mesma forma, com o PMDB. A eleição do atual governador, em 2014, somou 12 anos de mandato. Na capital, a reeleição do prefeito no primeiro turno ocorreu 2 anos antes do terceiro mandato em nível estadual. A crise econômica atingiu as receitas estaduais (royalties e ICMS), antecipando a impopularidade por desgaste de material e levou junto a prefeitura. O desgaste de material foi ampliado com os problemas que atingiram o candidato do prefeito à sua sucessão, num efeito sinérgico.
PLANTAÇÃO DE COCA CRESCE 44% EM 2014 E COLÔMBIA VOLTA A SER O MAIOR PRODUTOR DO MUNDO!
(Globo, 13) 1. O cultivo ilegal de coca na Colômbia está voltando a crescer. Apenas dois anos depois de ter deixado o posto de maior produtora do mundo, ficando atrás do Peru, o país, agora, ultrapassa o vizinho e a Bolívia (terceiro lugar) combinados. Em 2014, os colombianos plantaram 44% mais coca do que em 2013, e agentes antinarcóticos afirmam que a safra deste ano vai ser ainda maior. O boom da coca vem num momento delicado para o governo colombiano, que estaria nos últimos passos da negociação de paz com as Farc. Um dos maiores pilares do Plano Colômbia de combate ao cultivo, o lançamento aéreo de herbicidas foi suspenso em outubro por causa do potencial cancerígeno das substâncias. O programa recebeu cerca de US$ 9 bilhões em financiamento dos EUA, desde 2000.
2. Dois terços dos 170 mil acres de plantação de coca do país se deslocaram e agora estão nos parques nacionais, reservas indígenas e regiões fronteiriças, de acordo com autoridades do governo. Como as plantas maduras contêm mais folhas para o processo de produção do cloridrato de cocaína (a versão mais comum da droga), um aumento de 44% da área de terra plantada resulta no crescimento de 52% na produção de cocaína somente este ano, segundo estimativas da ONU.
EX-Blog do Cesar Maia