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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

PF avalia se ouvirá empresário gaúcho pego na operação Ave de Rapina

Próxima fase das investigações é análise de toda a documentação apreendida na operação

A Polícia Federal de Santa Catarina avalia a necessidade ou não de ouvir em Florianópolis o empresário gaúcho Eliseu Kopp, diretor-proprietário da Kopp Tecnologia, de Vera Cruz, (RS), que foi preso em casa no bairro Higienópolis, em Santa Cruz do Sul, na manhã de quarta-feira durante a operação Ave de Rapina. Ele está recolhido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul (RS). Já um executivo e funcionário da empresa, fabricante de controladores de velocidade, foram detidos no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS). Os dois também encontram-se no mesmo estabelecimento prisional. Em Florianópolis, na manhã desta quinta-feira, o delegado Ildo Rosa, da PF, explicou que a transferência dos três suspeitos ainda não está decidida.

Na operação Ave de Rapina, segundo o delegado Ildo Rosa, foram presas 14 pessoas e apenas uma não havia sido encontrada pois estaria no exterior. “Esperamos agora que se apresente”, afirmou. Na ação foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão, de prisão e de condução coercitiva em Florianópolis e Joaçaba, em SC, e também em Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha, no RS. 

Conforme o delegado Ildo Rosa, a próxima fase das investigações é análise de toda a documentação apreendida na operação. O trabalho investigativo iniciou em novembro do ano passado e apura um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo fraudes em licitação de instalação de radares e controladores de velocidade e também na realização de eventos festivos e culturais; além de favorecimento de empresas através de projetos de lei e ajustes de aditivos em contratos para obtenção de vantagens. As propinas variavam de R$ 20 mil e até R$ 100 mil. Entre os investigados estão servidores públicos municipais e vereadores de Florianópolis, além de empresários catarinenses e gaúchos. Os prejuízos aos cofres públicos da capital de SC ultrapassariam os R$ 30 milhões. 

Responsável pelas investigações, o delegado Alan Dias tem dez dias para entregar o inquérito e caberá ao Ministério Público decidir pela denúncia ou não dos investigados a partir das provas apreendidas nas buscas e pelo teor das escutas telefônicas gravadas. Ele lembrou que, durante as investigações, foram apreendidos R$ 100 mil em dinheiro em setembro deste ano, em Montenegro (RS). Um ex-chefe da Guarda Municipal de Florianópolis portava a quantia e estava retornando de Vera Cruz quando foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal a pedido da Polícia Federal. Denominando de “a máfia dos radares”, o delegado Aland Dias explicou que as empresas de controladores de velocidade abriam antes das licitações as planilhas e negociavam entre si, com ingerência dos servidores, quem seria o vitorioso, sendo depois efetuado o pagamento da propina. O presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis foi indiciado como um dos mentores da organização criminosa.

Correio do Povo