Da Agência Lusa
A maioria parlamentar da oposição venezuelana elegeu nesse domingo (3) o deputado Henry Ramos Allup, líder do partido Ação Democrática, para, pela primeira vez em 16 anos, presidir a nova Assembleia Nacional, cuja instalação está prevista para amanhã (5).
A eleição ocorreu em um hotel de Caracas, com a participação de 111 dos 112 deputados da oposição. Um acidente de trânsito impediu um parlamentar de participar da eleição.
Henry Ramos Allup foi eleito com 62 votos e em segundo lugar ficou Júlio Borges, líder do partido Primeiro Justiça (centro-direita), com 49 votos.
"Acabou-se, assim, a Assembleia Nacional subjugada, submetida ao Poder Executivo. Representamos uma alternativa para que as coisas funcionem melhor e de maneira distinta. Não seremos um contrapoder, mas um poder autônomo. Aqui não haverá hegemonia", disse Ramos Allup aos jornalistas, ao conhecer o resultado das eleições.
Ele pediu aos venezuelanos que observem os novos parlamentares de modo a garantir que eles "honrem o compromisso" assumido. Pediu ainda "respeito para as maiorias e as minorias".
Ele pediu aos venezuelanos que observem os novos parlamentares de modo a garantir que eles "honrem o compromisso" assumido. Pediu ainda "respeito para as maiorias e as minorias".
A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática obteve, nas eleições de 6 de dezembro último, a primeira vitória em 16 anos, conseguindo 112 dos 167 lugares que compõem o Parlamento, uma maioria de dois terços que lhe confere amplos poderes e marca uma virada histórica contra o chavismo (seguidores do presidente Hugo Chávez).
Na última quinta-feira (31), o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela declarou improcedentes seis dos sete pedidos de impugnação contra dez deputados eleitos em dezembro, deixando sem efeito a proclamação de três deputados da oposição e um do governo.
Com isso, 109 deputados da oposição e 54 do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) poderão assumir o cargo a partir de amanhã.
Tanto os chavistas quanto a oposição estão convocando os venezuelanos a ir até o Parlamento, nesta terça-feira, uns para defender os novos deputados e outros para se manifestar contra a instalação "da burguesia".
Com 76 anos, Henry Lisandro Ramos Allup é advogado, nascido na cidade de Valência (200 quilômetros a oeste de Caracas), filho de imigrantes libaneses.
Casado e com três filhos, foi eleito deputado, pela primeira vez, em 2000. Em 2005, apelou aos venezuelanos para se abster de votar, argumentando que o órgão eleitoral não era de confiança. Em 2010 foi novamente eleito deputado. Em agosto de 2012, se elegeu vice-presidente da Internacional Socialista.
O partido Ação Democrática foi criado em 13 de setembro de 1914, tendo por base a social-democracia de centro-esquerda, sendo também conhecido como Partido Branco, Partido do Povo e Partido Grande.
Vários dos seus líderes chegaram a presidir a Venezuela, entre eles Romulo Betancourt, Raul Leoni, Carlos Andrés Pérez e Jaime Lusinchi.
Inicialmente, a Ação Democrática defendia o nacionalismo, o progressismo e o anti-imperialismo, passando depois a ter uma doutrina mais moderada e defendendo o pluralismo.
Antes de ser partido, a Ação Democrática foi conhecida como Agrupamento Revolucionário de Esquerda, Movimento de Organização Venezuelana e Partido Democrático Nacional.
Brasil ainda tem 112 municípios sem bibliotecas públicas
O Ministério da Cultura lançou em dezembro o novo cadastro de bibliotecas públicas e comunitárias do país. Os números atuais indicam que 112 dos 5.570 municípios não contam com espaços públicos de leitura, embora o Brasil disponha de 6.701 bibliotecas públicas já cadastradas e em torno de 3 mil comunitárias.
De acordo com o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério, Volnei Canônica, o novo cadastro, lançado no evento Território Leitor, que ocorreu no dia 1º de dezembro em Brasília, permitirá colocar os equipamentos em rede para troca de informações e experiências.
“Agora, vamos começar uma campanha para que todas [as bibliotecas] se autodeclarem e se cadastrem, de modo a iniciarmos o mapeamento e o diálogo. Faremos um mapeamento online para podermos monitorar e a própria comunidade entrar e informar que a biblioteca não está mais aberta'. Queremos, de alguma maneira, fazer uma intervenção, conversar com o gestor público, para saber o que houve, a razão dessa biblioteca não está mais aberta”.
Segundo Canônica, o país não tem bibliotecas em número suficiente para atender a população. Ele destacou que a biblioteca é o principal equipamento cultural que o município deve ter e precisa ser preservado. “É o equipamento cultural que hoje chega ao maior número de pessoas. Não temos tantos museus quanto bibliotecas. Também não temos tantas salas de cinema. Então, cortar recurso para as bibliotecas é realmente cortar o maior e, às vezes, o único equipamento cultural que aquele município dispõe.”
Mesmo com a concentração apontada pelo diretor, o bibliotecário Chico de Paula, integrante do Movimento Abre Biblioteca Rio, informou que o estado do Rio tem o menor número de bibliotecas por habitante do país. “É vergonhoso o segundo estado mais importante do ponto de vista econômico e cultural ter uma biblioteca para cada 110 mil habitantes.”
A superintendente da Leitura e do Conhecimento da Secretaria de Estado de Cultura, Vera Schroeder, explicou que “pouquíssimas” cidades do estado não têm bibliotecas, mas reconheceu que muitas não estão em condições adequadas. “A maioria das cidades tem bibliotecas, mas algumas estão em condições muito precárias, em local inadequado, com alguma infiltração ou algum tipo de problema. Através do Sistema Estadual de Bibliotecas, temos dado um apoio bastante forte.”
Vera acrescentou que a secretaria está finalizando dois convênios com o Ministério da Cultura, um para modernização de 40 bibliotecas dos municípios, com aquisição de computadores, mobiliário e livros, e outro para capacitação de agentes de leitura “que já atuaram em diversas localidades do estado do Rio de Janeiro, visitando famílias e estimulando o hábito da leitura”.
Para Canônica, é preciso investimento e políticas públicas para melhorar a rede e alcançar todas as cidades. “O Ministério da Cultura, que coordena o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, dá as diretrizes para abertura das bibliotecas, orienta como tem de ser essa abertura, a formação, dialoga com o gestor público. Mas cabe a cada município e a cada estado a estrutura física do local, os funcionários para atuar nessa biblioteca, o bibliotecário”.
Saiba Mais
Modernização
O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Minc explicou que a modernização dos equipamentos vai muito além da infraestrutura. Segundo ele, é preciso modernizar também os projetos de incentivo à leitura.
“Um projeto mais arrojado, mais moderno, misturando linguagens para levar novos leitores à biblioteca é um projeto de modernização, assim como a biblioteca ter um espaço para dialogar com a comunidade. Modernização não é só ter equipamentos mais velozes, mais modernos, um software mais dinâmico. A modernização desses equipamentos culturais se dá por um novo olhar, um olhar mais protagonista, mais inaugural para as ações de promoção de leitura.”
Para Vera Schroeder, essa discussão ocorre no mundo todo e a tendência é de não negar o avanço tecnológico, mas incorporá-lo às bibliotecas. “Você tem de lidar com essa realidade, em vez de negá-la, achando que os espaços como bibliotecas não podem ter outras janelas, outras portas e outros contatos, inclusive com o mundo digital. Se fecharmos essas janelas, aí sim vamos impedir e elas não servirão de estímulo ao acesso ao conhecimento e à literatura, que é o objetivo de uma biblioteca.”
Ela acrescentou que as bibliotecas em todo mundo, assim como os museus, têm se repensado enquanto espaço cultural para se tornar cada vez mais 'vivos'. A vida de todos é tocada hoje por essa vastidão de informações que, muitas vezes, não leva a informação nenhuma. Se não tivermos esses espaços como tablets, computadores, jogos, teatro, cinema e artes visuais não conseguiremos chegar a esse universo da literatura.”
Joia da coroa
Primeira biblioteca do país e também a mais antiga instituição cultural brasileira, aBiblioteca Nacional foi fundada em 1810 como Real Biblioteca, com o acervo trazido pela corte de D. João VI em 1808.
Atualmente, tem acervo de 9 milhões de itens e foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como uma das principais bibliotecas nacionais do mundo.
A Biblioteca Nacional também é responsável pelo depósito legal de toda produção intelectual do país, ou seja, pelo menos uma cópia de todos os livros e periódicos publicados estão sob guarda da instituição.
Por mês, a Biblioteca Nacional recebe cerca de 1,7 mil pesquisadores presenciais, além de 300 atendidos a distância pela Divisão de Informação Documental. Já as exposições recebem 2,2 mil pessoas por mês e a visita orientada mais 2,1 mil. O acervo digital é visitado por 507,9 mil. Cerca de 200 mil seguem a instituição no Facebook e 100 mil no Twitter.
Em obras desde o começo do ano, a sede da instituição, na Cinelândia, centro do Rio, deve ter a restauração da cobertura, claraboias, vitrais e instalações elétricas concluída até o meio do ano. Já a da fachada só será concluída no fim de 2017. O local continua aberto à visitação e atendendo àqueles que desejam consultar o acervo para pesquisa. As informações são da assessoria de imprensa da biblioteca.
O prédio anexo, na zona portuária, atualmente não é aberto à visitação. Ele também será totalmente reformado, mas o projeto ainda está em análise e deve ser concluído em março. Não há previsão para o início da construção, mas a obra deve durar 36 meses.
Cunha
adia decisão sobre impeachment
O
presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai adiar sua
manifestação sobre a possibilidade de abrir processo de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff por atos cometidos em seu primeiro
mandato, como as “pedaladas fiscais”, que são alvo de análise
do Tribunal de Contas da União. A expectativa da oposição era de
que Cunha desse um parecer oficial nesta semana, em resposta a um
questionamento feito na questão de ordem apresentada na semana
passada. A manobra de atrasar a transferência de recursos do Tesouro
Nacional para a Caixa realizar o pagamento de benefícios sociais é
um os pilares de sustentação do pedido de impedimento entregue a
Cunha na quinta-feira pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale
Júnior.
Fonte: Correio do Povo, página 3 de
22 de setembro de 2015.
Cunha diz que não há hipótese de
renúncia
O
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), negou
ontem que pretenda deixar o cargo depois de informações enviadas
pelo Ministério Público da Suíça de que ele e parentes têm
contas naquele país. “Não há menor possibilidade de renunciar,
licença ou qualquer coisa do gênero”, disse. Acrescentou que só
fala sobre o assunto por meio do seu advogado. Cunha reafirmou o
depoimento que fez à CPI da Petrobras, no qual nega “qualquer tipo
de conta em qualquer lugar”.
Fonte: Correio do Povo, página 3 de 8
de outubro de 2015.
'Cunha dava palavra final em
diretoria da Petrobras'
Ex-gerente
da área internacional Eduardo Musa afirmou que lobista do PMDB foi
quem fez a revelação a ele.
Fonte: Correio do Povo, capa da edição
de 24 de setembro de 2015.