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sábado, 11 de julho de 2015

ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA E A CRISE POLÍTICA BRASILEIRA!

1. As organizações –sejam elas públicas, privadas, empresariais, esportivas, sociais, politicas, religiosas...- exigem um enorme cuidado e aprimoramento quando enfrentam crises nos campos de suas atuações. É esperado que as crises que enfrentam tenham dois desdobramentos. O primeiro é que sempre atingem a organização interna, estimulando conflitos, fragilizando a organização, que termina se culpando por uma crise que não necessariamente é dela, é externa.
       
2. O segundo, supondo que a organização se mantenha internamente imune- é como a organização deve atuar de forma a que a crise –externa- não afete a sua própria sobrevivência. Na economia se vê isso como rotina, com mudanças organizacionais, demissão de dirigentes, reduções de custos, etc. E muitas não sobrevivem a uma crise, seja por não estarem preparadas para isso, seja por superação tecnológica e perda de competitividade, seja por mudanças nas exigências do próprio mercado, para as quais não se prepararam.
       
3. Carl Phillip von Clausewitz (1780 — 1831) e seu clássico “Da Guerra” (1819), cunhou uma expressão que entrou no cotidiano militar e político: "A guerra é a continuação da política por outros meios".  Uma crise política profunda nos remete a analogias com as necessidades de tática, estratégia e organização (militar), planejamento e controle. É quando mais se exige, sob pena de eliminação, UNIDADE. Unidade nas ideias (tática e estratégia), unidade de comando, sinergia entre seus diferentes níveis de organização – chefias e chefiados. E mais: confiança nas decisões tomadas e MOTIVAÇÃO, construindo um espírito de vitória.
       
4. A crise política (econômica, moral, social) pela qual passa o Brasil, mostra a cada dia que os detentores do poder e, portanto, o seu partido nuclear, o PT, estão sendo tragados pela crise.  Não há mais unidade no partido, não há mais unidade no governo, não há mais unidade de comando, não há mais unidade nas diversas instâncias partidárias, não há mais unidade no parlamento, não há unidade tática nem estratégica, não há confiança entre os diversos níveis e funções, não há mais motivação.
       
5. Ou seja, a crise não apenas afetou profundamente as condições externas em que atuam o governo e o PT, mas desintegrou o PT e o governo, atingindo-os mortalmente. Não há gestão sem organização. Portanto, os fatos apontam na direção de responsabilizar outra ou outras organizações.
       
6. Mas olhando os demais partidos –um a um os 15 mais significativos- pergunta-se se a organização existente de cada um –se tiverem a responsabilidade de governo- resistirá a crise ou naufragará como o PT está naufragando? A organização política que cada um deles tem para fazer oposição sem responsabilidades de governo e de oferecerem-se como alternativa sobreviverá se, numa certa noite, o governo do PT sucumbir?
       
7. Hoje, provavelmente não.  Mas é fundamental que tratem disso já, que vasculhem a teoria dos jogos e em especial os jogos estratégicos, simulando o que precisarão para assumir a gestão política. A crise atual é de tal forma profunda que se assemelha a uma guerra. E esta exige que se desdobre a política com outros meios, como sublinhou Clausewitz.

Ex-Blog do Cesar Maia