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domingo, 28 de junho de 2015

O funcionalismo público e a zona de conforto, por Lúcio Machado Borges*

Nesta quarta-feira, dia 24 de junho de 2015, teve uma longa entrevista pela manhã na Rádio Gaúcha, com o secretário Estadual da Fazenda, Giovani Feltes, falando das dificuldades financeiras do Estado do Rio Grande do Sul.
Feltes disse que neste mês o Rio Grande do Sul arrecadou R$ 50 milhões a menos em ICMs e que esse valor vai fazer falta para que o Estado consiga fazer o pagamento do funcionalismo público estadual neste mês de junho.
Feltes também disse que o Estado sempre paga nos três últimos dias úteis do mês e que neste mês o Estado irá pagar o funcionalismo em uma única data, no dia 30 de junho. O secretário também explicou que a possibilidade de pagar um dia neste mês é de 99% e que o Estado irá esperar até o dia 30 porque também irá receber algumas verbas do governo federal e que assim também irá usar todos os recursos disponíveis dos impostos arrecadados para ajudar no fechamento da folha de pagamento deste mês.
A crise está cada vez pior e o que percebemos é que o estado do Rio Grande do Sul não faz mais nem investimentos nas áreas da saúde, da educação, da segurança e nem em saneamento básico. Os governantes do Estado são meros “gestores” de recursos humanos, só que com a recessão técnica que o país está atravessando, a tendência é que no mês de julho falte dinheiro até para pagar a folha de pagamento dos servidores estaduais.
Não é preciso ser muito inteligente para ver que o governo está deixando as finanças a irem para o fundo do poço, já que, provavelmente, o governador Sartori deve mandar no mês de agosto um pacote para a Assembleia, onde ele irá propor o aumento do ICMs. É uma pena que, mais uma vez, os servidores da Assembleia e do Judiciário, que são os que possuem os melhores salários no governo estadual não estão dispostos a ajudar na contenção de despesas para que o estado comece a superar a forte crise econômica que não assola somente o Estado do Rio Grande do Sul, mas todo o território brasileiro. Ainda assim, percebo que muitas pessoas não querem sair da “zona de conforto”. Várias vezes eu já ouvi pessoas dizendo que querem fazer um concurso público, para pelo menos ter o salário garantido no final do mês. Ao que parece, nem isso mais teremos daqui para diante!
Vivemos em um país onde a maioria das pessoas, culturalmente não sentem a menor vontade de correr “atrás da máquina”. Muitas pessoas querem um cargo público.
Precisamos de mais empreendedores, precisamos de mais cientistas, mais verbas para a saúde e de mais infraestrutura. Precisamos de portos, aeroportos, ferrovias e de melhores estradas para que possamos escoar com mais rapidez a nossa produção.
O Brasil precisa formar mais cientistas e menos advogados e administradores. Ainda bem que muitos brasileiros estão começando a mudar a sua mentalidade e estão tendo vontade de ter o seu próprio negócio.
Samos latinos e católicos e sabemos que os países católicos são mais atrasados do que os países protestantes, que são sem a menor sombra de dúvida, os mais evoluídos.
Sabemos que nestes países é que tem o maior número de habitantes defensores do socialismo, já que o socialismo prega erroneamente que “os que possuem mais é que devem dividir com os que tem menos”. Na verdade, não “podemos dar o peixe, precisamos ensinar a pescar”.

*Editor do site RS Notícias


Artigo escrito no dia 24 de junho de 2015.