O retorno
do fenômeno El Niño pode prolongar ainda mais a trégua de furacões
que os Estados Unidos vivem. A última vez que um furacão intenso
(categoria 3, 4 ou 5)tocou na terra no país foi em 2005 na
tempestade Wilma. Desde então, foram registrados ciclones tropicais
intensos no Atlântico Norte, mas nenhum alcançou a costa
norte-americana. O jejum de furacões intensos atingindo a área
continental dos Estados Unidos, que já dura quase uma década ou
mais de 3 mil dias, é sem precedente na história de monitoramento
destes fenômenos que teve início ainda no século 19.O fenômeno El
Niño, conforme a literatura especializada, tende a aumentar a
divergência de vento do Caribe, que tem o efeito de não apenas
reduzir o número de ciclones tropicais que se formam como reduzir a
força dos que atuam na região. A ciência dos ciclones tropicais,
porém, é exatamente complexa, e surpresas são possíveis. Outros
fatores, como a areia trazida do deserto do Saara, podem interferir
na gênese de tempestades da natureza tropical no Atlântico.
Fonte:
Correio do Povo, coluna Tempo e Clima, página 12 de 5 de abril de
2015.