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quinta-feira, 18 de junho de 2015

O desafio da taxa de juros

O recente desafio da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, passando para 13,75% ao ano, coloca para o país um cenário em que a produção e o consumo deve ser bastante atingidos. Diversas entidades, como a própria Confederação Nacional de Indústria (CNI), estão reclamando que os juros altos atrasam a recuperação da economia. A consequência mais imediata vem em forma de encarecimento do capital de giro das empresas, inibição de investimentos e desestímulo à aquisição de bens e serviços. Na comparação com outros países, o Brasil está na lanterna em termos de crescimento e no topo do assunto é fixação de juros.
Taxas de juros elevadas exercem um controle sobre o ritmo da inflação, retendo o preço dos produtos. Contudo, também contêm a expansão da economia, por tornar mais caro o dinheiro e dificultar o acesso ao crédito. O empréstimo pessoal já chega a taxas de 104,63% ao ano e o cheque especial a 255,83%. Tão logo o Banco Central reajustou a taxa Selic, economistas já previram que os números do PIB serão pífios, com projeção de crescimento de apenas 1,27% em 2015.
Para desanuviar os horizontes, urge que o governo federal melhores o gasto público, invista em infraestrutura e em serviços, encontre meios de facilitar a agregação de valores aos produtos nos mercados interno e externo e atue para rever a matriz tributária em vigor. Essas são algumas medidas que vêm sendo proteladas, gerando o atual quadro econômico que inspira cuidados.


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 15 de junho de 2015, página 2.