O recente desafio da
taxa Selic em 0,5 ponto percentual, passando para 13,75% ao ano,
coloca para o país um cenário em que a produção e o consumo deve
ser bastante atingidos. Diversas entidades, como a própria
Confederação Nacional de Indústria (CNI), estão reclamando que os
juros altos atrasam a recuperação da economia. A consequência mais
imediata vem em forma de encarecimento do capital de giro das
empresas, inibição de investimentos e desestímulo à aquisição
de bens e serviços. Na comparação com outros países, o Brasil
está na lanterna em termos de crescimento e no topo do assunto é
fixação de juros.
Taxas de juros
elevadas exercem um controle sobre o ritmo da inflação, retendo o
preço dos produtos. Contudo, também contêm a expansão da
economia, por tornar mais caro o dinheiro e dificultar o acesso ao
crédito. O empréstimo pessoal já chega a taxas de 104,63% ao ano e
o cheque especial a 255,83%. Tão logo o Banco Central reajustou a
taxa Selic, economistas já previram que os números do PIB serão
pífios, com projeção de crescimento de apenas 1,27% em 2015.
Para desanuviar os
horizontes, urge que o governo federal melhores o gasto público,
invista em infraestrutura e em serviços, encontre meios de facilitar
a agregação de valores aos produtos nos mercados interno e externo
e atue para rever a matriz tributária em vigor. Essas são algumas
medidas que vêm sendo proteladas, gerando o atual quadro econômico
que inspira cuidados.
Fonte: Correio do Povo,
editorial da edição de 15 de junho de 2015, página 2.