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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Aquecimento mundial vai reduzir a água potável, diz especialista

O aumento da temperatura, como resultado das emissões de gases do efeito estufa, vai piorar o panorama de falta de água

Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática ocorre na Dinamarca | Foto: Keld Navntoft / AFP / CP

Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática ocorre na Dinamarca | Foto: Keld Navntoft / AFP / CP

O aumento da temperatura do planeta, como resultado das emissões de gases do efeito estufa, vai piorar o panorama de falta de água potável no mundo. A mexicana Blanca Jiménez Cisneros, diretora da Divisão de Ciência da Água da Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (Unesco) e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), prevê queda de 20% no suprimento de água potável, em média, a cada 1ºC de aumento na temperatura mundial - e o IPCC alerta que esse acréscimo pode chegar a 2°C em 2100. Em regiões críticas, o acesso pode ser reduzido em 90%.
A crise de abastecimento e a seca em São Paulo, segundo ela, decorrem da mudança climática: a chuva não acontece quando mais a água é necessária. Quando há precipitações intensas, a maior parte não tem como ser armazenada. A metrópole paulista, segundo Blanca, padece de um mesmo equívoco de outras cidades do mundo: a poluição dos rios. Para enfrentar esse desafio, em entrevista ao Estado Blanca Jiménez receita a construção de aquíferos, em vez de reservatórios vulneráveis à evaporação, o reúso da água e um exame de consciência generalizado.

Quais os riscos do aquecimento global para a água potável?

A elevada demanda de água, de um lado, e os padrões de extração e de contaminação, de outro, colocaram em risco o fornecimento de água potável em muitos lugares. O problema adicional da mudança climática tem dois aspectos. Primeiramente, de quantidades menores em regiões áridas, semiáridas e temperadas. A natureza não provê o volume anual necessitado pelas pessoas. Em segundo lugar, há a qualidade. Quando há menos quantidade, a contaminação fica mais concentrada e, com chuvas mais intensas, a poluição é arrastada para fontes de água potável.
Conforme os cenários registrados no relatório do IPCC, qual será a disponibilidade de água potável no final do século?
Sem considerar a mudança climática, se continuamos com os mesmos padrões de uso de água, teremos crise em poucas décadas. Com a mudança climática, isso será em três ou quatro décadas, dependendo da região. O aumento da temperatura provocará mais secas, inundações e poluição da água. Nos cenários do IPCC, há um exercício sobre a disponibilidade de água subterrânea. Cada 1ºC de aumento na temperatura faz com que, em média, 7% da população mundial perca 20% da água potável disponível. São números preocupantes. Em zonas onde já há crise, a população afetada pode chegar a 90%. São regiões áridas e semiáridas tropicais, onde estão países em desenvolvimento: partes da África, do México, do Nordeste do Brasil.
O Sudeste do País está enfrentando uma intensa seca e crise de abastecimento de água...
A mudança climática está afetando a quantidade de chuva que cai atualmente. De repente, chove mais quando não se necessita e chove menos quando mais a água é necessária, como no verão. Chuvas extremas estão previstas como resultado do aquecimento global e, nesse caso, há a menor capacidade de armazenamento. A água é perdida.
Como se adaptar?
A primeira preocupação deve ser com o manejo do uso. Devemos nos perguntar se a quantidade de água que estamos usando é a que realmente necessitamos e se podemos exercer as mesmas atividades com menor quantidade. Por exemplo, uma descarga regular de banheiro pode lançar de 20 a 40 litros de água, mas há modelos novos que usam só 3 litros. A segunda preocupação deve ser com o reúso e a reciclagem da água.

O armazenamento em grandes reservatórios para áreas urbanas é receita ainda válida?

Em alguns lugares, a perda atual (por evaporação) é de 30% a 40%. Uma das medidas em estudo é a construção de aquíferos.
E a questão dos rios poluídos, como o Tietê e o Pinheiros?
É o que temos de trabalhar. Em todo o mundo, os rios sempre foram usados como depósito de água contaminada. A maioria das cidades trata parcialmente a água contaminada a ser despejada nos rios, porque é muito custoso, e espera que a natureza finalize o tratamento. Mas, muitas vezes, a natureza já não tem essa capacidade de limpeza.

 

Estadão e Correio do Povo

 

Norte-americanos elegem hoje nova composição do Congresso

Bancada democrata pode perder controle para os republicanos

Norte-americanos elegem hoje nova composição do Congresso | Foto: Mark Wilson / AFP / CP

Norte-americanos elegem hoje nova composição do Congresso | Foto: Mark Wilson / AFP / CP

As eleições desta terça-feira nos Estados Unidos vão definir as linhas da política norte-americana para os próximos dois anos, ao eleger uma nova composição para a Câmara dos Representantes e um terço do Senado.
Em jogo nas midterms elections – assim designadas porque são feitas no meio do mandato presidencial -, está a renovação de todos os 435 membros da Câmara dos Representantes (Câmara Baixa do Congresso norte-americano) e a eleição de 36 (33 para um mandato regular de seis anos) dos 100 lugares no Senado (Câmara Alta).
É a luta pelo controle do Senado que está gerando o maior interesse nestas eleições. Os democratas, a força política do presidente Barack Obama, têm a maioria na Câmara Alta do Congresso, mas a história e o atual clima político indicam que os republicanos têm boas chances de assumir o controle.
Ex-presidentes norte-americanos, como George W. Bush em 2006, Bill Clinton em 1994 e Ronald Reagan em 1986, também passaram pelo mesmo dilema de Obama. Atualmente, os democratas detêm a maioria por cinco lugares (53 senadores e dois independentes que se alinham com os democratas em termos de votações), enquanto os republicanos contam com 45 lugares. O Partido Republicano precisa aumentar a sua presença em seis lugares para conquistar a maioria.
Os republicanos detêm o controle da Câmara dos Representantes e é pouco provável que a percam, segundo as mais recentes pesquisas e os índices de aprovação do governo Obama. Com base nesse cenário, as midterms podem ter impacto duradouro sobre o governo norte-americano e moldar a capacidade do governo nos últimos dois anos.
Em entrevista divulgada nessa segunda-feira pela CNN, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, disse acreditar que os democratas não vão perder a maioria no Senado, prognóstico partilhado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, segundo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Em declarações à imprensa, Earnest lembrou que Obama acredita em resultado positivo porque os democratas têm “um argumento muito forte” a seu favor se os eleitores estiverem sensibilizados para a questão central da campanha, que é “apoiar um candidato que luta pelas políticas que beneficiam as famílias de classe média”.
Em vários estados norte-americanos, o escrutínio antecipado é autorizado e, de acordo com o United States Election Project, cerca de 17,4 milhões de norte-americanos tinham votado até esta segunda-feira. Um desses eleitores foi o próprio presidente, que votou em Chicago no dia 20 de outubro. Trinta e seis dos 50 estados norte-americanos também elegem hoje os governadores e diversos cargos locais e estaduais são atribuídos.

 

Agência Brasil e Correio do Povo

 

“O TRÂNSITO NA AMÉRICA LATINA CUMPRE UMA REGRA: SALVE-SE QUEM PUDER”!



(AFP-31/10) 1. Moradores da América Latina acompanham com medo os assustadores números da criminalidade, sem perceber que outro perigo espreita nas ruas: na maioria de seus países, é mais provável morrer em um acidente de trânsito do que nas mãos da criminalidade. Na América Latina, os alertas de cruzamento frequentemente são decorativos, limites de velocidade são apenas sugestões, a prioridade dos pedestres é uma quimera e os sinais vermelhos podem ser ignorados porque supostamente tornam o motorista um alvo fácil do crime.

2. E esse caos não é de graça. Em 2013, 16 em cada 100.000 habitantes da região foram mortos em acidentes de trânsito, de acordo com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).  O dado mais alarmante vem da República Dominicana, onde 41,7 em cada 100.000 habitantes morrem em acidentes de trânsito, de acordo levantamento da OMS. Para referência, nos Estados Unidos morrem 4,7.  As causas do problema são o desprezo pelas regras, o número de motocicletas e... a idiossincrasia: "Por que o capacete se está quente", pergunta retoricamente Leandro Perillo, um alto funcionário da FIA, em uma entrevista recente a AFP.

3.Resultado: os veículos automotores representam 25,73% das mortes no trânsito na Venezuela, de acordo com o Observatório de Segurança Rodoviária.  Se esses números forem comparados com os das vítimas de homicídio publicado pela ONU, muitos países latino-americanos perdem mais vidas para o trânsito do que para o crime, que, entretanto, é frequentemente citado como a principal preocupação da população.

4.No Uruguai "é mais provável você sair de casa para trabalhar e não voltar por causa de um acidente de transito do que por um roubo ou homicídio", disse à AFP Pablo Inthamoussú, secretário-executivo da Unidade Nacional de Segurança Rodoviária.  Neste país, 21,5 em cada 100.000 habitantes morrem todos os anos em acidentes de trânsito, e 7,9 em  homicídios. No entanto, quase quatro em cada dez uruguaios cita a insegurança como o principal problema da sociedade, de acordo com o último Latinobarómetro.

5.Fenômenos semelhantes ocorrem no Brasil, no Cone Sul e nos países andinos. As nações cujas taxas de homicídio excedem os mortos em acidentes de trânsito são minoria: México, Colômbia, Venezuela e países da América Central, exceto Costa Rica e Nicarágua.  E a Argentina não fica muito atrás. Os acidentes de trânsito são a principal causa de morte de pessoas com idade entre 1 e 32 anos. "Nenhuma guerra ou catástrofe ou desastre natural produziu uma tragédia semelhante", disse à AFP Alberto Silveira, presidente da ONG Luta pela Vida.

 

Ex-Blog do Cesar Maia

 

Nova vacina contra a dengue reduz em 95% os casos graves da doença

A vacina, desenvolvida pelo Laboratório Sanofi Pasteur, é a primeira contra a dengue concluída no mundo

Vacina é a primeira para a doença que tem o mosquito como transmissor | Foto: Agência Brasil / Arquivo / CP Memória

Vacina é a primeira para a doença que tem o mosquito como transmissor | Foto: Agência Brasil / Arquivo / CP Memória

A nova vacina contra a dengue, que já passou por todas as fases de estudos e testes, mostrou redução de 95,5% das formas graves da doença, inclusive a do tipo hemorrágica, na etapa de testes no Brasil e na América Latina. Até a primeira semana de outubro pelo menos 377 pessoas morreram em decorrência da dengue no país.
A vacina, desenvolvida pelo Laboratório Sanofi Pasteur, é a primeira contra a dengue concluída no mundo. O produto demonstrou proteção de 60,8% contra os quatro tipos da doença. Ou seja: a cada 100 pessoas imunizadas, 60,8 não contraem a doença; e entre as que contraem, 95,5 em cada grupo de 100 não terão as formas graves da dengue.
“Isso significa que praticamente não vamos mais ter casos graves da doença”, avaliou Sheila Homsani, gerente médica da Divisão de Vacinas do laboratório, ressaltando que a imunização também vai reduzir as internações decorrentes da dengue.
Segundo Sheila, os testes demonstraram que a vacina tem níveis de segurança comparáveis aos dos placebos dados aos pacientes. “É uma vacina segura”, enfatizou. A imunização deve ser aplicada em três doses, com intervalos de seis meses.
O laboratório deve entrar com pedido de avaliação da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no primeiro trimestre de 2015, e a expectativa é que até o final do ano que vem ela esteja registrada no Brasil para ser vendida e até usada pela rede pública.

 

Agência Brasil

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Juiz autoriza oitiva de testemunhas da Operação Lava Jato no exterior

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, autorizou a oitiva de sete testemunhas de defesa de João Procópio Junqueira, um dos réus nas ações penais oriundas da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

De acordo com a decisão serão ouvidas duas pessoas em Cingapura, duas na Suíça, uma no Panamá, uma em Londres e uma em Hong Kong. Os envolvidos teriam auxiliado João Procópio a atuar na lavagem dos recursos enviados do Brasil pelo doleiro Alberto Youssef.

Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa

Paulo  Roberto  Costa  e  o doleiro Alberto Youssef

já foram ouvidosGeraldo Magela/Agência Senado

As ações penais da Operação Lava Jato estão na fase final. Após os depoimentos dos acusados, as sentenças serão proferidas pelo juiz.
Os dois principais acusados, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e Youssef já prestaram depoimento. No início deste mês. Costa informou que empreiteiras repassavam parte do valor de contratos firmados com a Petrobras ao PP, PT e PMDB. Já Youssef ressaltou que Lula, à época presidente da República, foi pressionado por partidos aliados a aceitar a indicação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

 

Agência Brasil

 

Nova vacina contra a dengue reduz em 95% os casos graves da doença

 

Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

A nova vacina contra a dengue, que já passou por todas as fases de estudos e testes, mostrou redução de 95,5% das formas graves da doença, inclusive a do tipo hemorrágica, na etapa de testes no Brasil e na América Latina. Até a primeira semana de outubro pelo menos 377 pessoas morreram em decorrência da dengue no país.

A vacina, desenvolvida pelo Laboratório Sanofi Pasteur, é a primeira contra a dengue concluída no mundo. O produto demonstrou proteção de 60,8% contra os quatro tipos da doença. Ou seja: a cada 100 pessoas imunizadas, 60,8 não contraem a doença; e entre as que contraem, 95,5 em cada grupo de 100 não terão as formas graves da dengue.

“Isso significa que praticamente não vamos mais ter casos graves da doença”, avaliou Sheila Homsani, gerente médica da Divisão de Vacinas do laboratório, ressaltando que a imunização também vai reduzir as internações decorrentes da dengue.

Segundo Sheila, os testes demonstraram que a vacina tem níveis de segurança comparáveis aos dos placebos dados aos pacientes. “É uma vacina segura”, enfatizou. A imunização deve ser aplicada em três doses, com intervalos de seis meses.

O laboratório deve entrar com pedido de avaliação da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no primeiro trimestre de 2015, e a expectativa é que até o final do ano que vem ela esteja registrada no Brasil para ser vendida e até usada pela rede pública.

 

Agência Brasil

 

 

Cai pela metade infrações em estradas depois de alta no preço das multas

Foram aplicadas 60 infrações com o novo valor entre sábado e domingo

O reajuste das multas, que começou a valer nesse sábado no Brasil, já começou a surtir efeito entre os motoristas no Estado. No primeiro final de semana de vigência da nova tabela, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou redução de quase 50% nas multas aplicadas por ultrapassagem, na comparação com o final de semana anterior. Ao todo, foram aplicadas 60 multas com o novo valor entre sábado e domingo. Já no outro final de semana (25 e 26 de outubro) foram 117.
A infração por ultrapassagem foi uma das que teve o maior reajuste. Forçar a passagem entre dois veículos em pistas de duplo sentido teve o valor da multa ampliado de R$ 191,54 para R$ 1.915,40. Além disso, o condutor tem a suspensão do direito de dirigir e recebe sete pontos na carteira de habilitação. No caso do condutor flagrado reincidindo nos 12 meses seguintes, terá a multa dobrada, alcançando o valor de R$ 3.830,80.
No Rio Grande do Sul, o maior número de ocorrências se deram nas BRs 386, em especial no trecho da Serra, e 290. Segundo o inspetor Alessandro Castro, chefe da Comunicação Social da PRF no Estado, a elevação do valor da multa com certeza refletiu numa cautela maior entre os motoristas. Outro fator que ajudou na redução das multas foi a instabilidade no tempo, uma vez que nos dias de chuva os motoristas tendem a ficar mais prudentes.
Os próximos finais de semana serão um grande teste ao impacto do aumento das multas. Isso porque em função da chegada do verão há uma grande elevação no número de veículos circulando nas rodovias. Caso não haja uma atenção maior com as normas, o volume de multas crescerá significativamente.

 

Correio do Povo

 

Fux convoca audiência de mediação sobre a transposição do Rio Paraíba do Sul

 

Andre Richter – Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado

Saiba Mais

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu hoje (3) convocar uma audiência de mediação para o dia 20 de novembro para debater a transposição do Rio Paraíba do Sul. A captação da água do rio é cogitada pelo governo de São Paulo para prover o Sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana da capital paulista. 

A decisão do ministro foi motivada por uma ação da Procuradoria-Geral da República (PGR), em pedido de liminar, para proibir os estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, de concederem autorização para a captação da água sem que estudos técnicos para avaliação dos impactos ambientais sejam feitos. Ao analisar o caso, Fux negou pedido de liminar por entender que não há provas de que o governo de São Paulo está fazendo obras para captação da vazão do Rio Paraíba do Sul.

No entanto, o ministro entendeu que a crise hídrica enfrentada pelos estados é grave e precisa ser resolvida. “Após compulsar os autos, coloco-me, em razão da judicialização da matéria, firme na crença de que a melhor solução técnica para a regularização do fornecimento de água na Região Sudeste pode exsurgir de um processo de mediação conduzido nesta Suprema Corte. Através da mediação, as autoridades de cúpula dos réus poderão, em conjunto com o Ministério Público Federal, evitar um desnecessário conflito, que apenas originaria um profundo desperdício de energia, focar na resolução técnica da dificuldade a ser enfrentada”, disse Fux.

 

Agência Brasil

 

 

Candidatos podem estudar temas que são apostas de professores para o Enem

 

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto

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Na reta final de estudos para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que serão aplicadas no próximo fim de semana, ainda dá tempo de os candidatos estudarem temas que são apostas de professores para o exame. Entre eles estão fatos históricos que podem ser relacionados a acontecimentos recentes.

O professor de história do curso online QG do Enem Marcelo Tavares diz que uma das apostas é estudar os fatos que este ano completam “aniversário redondo”, como o movimento "Diretas Já!", encerrado em 1984 e que completa 30 anos, além do apartheid na África do Sul, que terminou em 1994, e os 100 anos da 1ª Guerra Mundial.

“O 'Diretas Já!', porque juntamos o ano eleitoral e o aniversário de um movimento que foi determinante para o retorno das eleições diretas para presidente. Foi um movimento derrotado, mas que mostrou a iniciativa da sociedade brasileira em favor do reestabelecimento do voto direto”, explica o professor, lembrando que a mobilização pelas diretas já levou milhares de pessoas às ruas para pressionar em favor do voto direto.

Como 2014 marca os 20 anos do fim do apartheid, o professor Marcelo diz que coloca o tema como referência obrigatória. “Quando você fala de apartheid, fala de um regime de segregação racial que durou da década de 40 até 1994 e fala de Nelson Mandela, que ficou anos preso por se mobilizar contra aquilo”, explica.

Ele também cita como boas apostas a ditadura militar, a Guerra do Vietnã, o coronelismo, o governo de João Goulart e a Constituição de 1988.

Saiba Mais

O professor de geografia do pré-vestibular Galois, Leonardo Dreher, acredita que a prova do Enem vai cobrar bastante temas ligados à questão ambiental. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabeleceu prazo até agosto último para que os municípios acabassem com os lixões e criassem aterros sanitários, é uma das apostas do professor.

“Neste ano venceu o prazo, e a política acabou não sendo bem implementada já que nem todos os lixões foram fechados e os aterros sanitários instalados. O estudante precisa conhecer o tema sob a perspectiva das responsabilidades políticas, ver a questão do lixo não só como responsabilidade do Estado, mas também do empresariado e da sociedade civil”, diz.

A falta de água, que tem sido problema recorrente em cidades brasileiras e coloca em debate a importância do manejo dos recursos hídricos, as fontes de energia disponíveis no Brasil e as implicações do uso crescente das usinas térmicas, pode aparecer em textos e questões, na avaliação do professor Leonardo. Ele diz que os estudantes devem ficar atentos também aos conflitos agrários envolvendo, por exemplo, garimpeiros, indígenas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, já que esse tem sido tema recorrente no Enem.

O professor de atualidades do curso online QG do Enem, Orlando Stiebler, acredita que o uso da maconha para fins medicinais é forte para cair no exame ou até ser tema da redação. “É um tema que está em voga. No Brasil, gerou polêmica o fato de as pessoas importarem remédios à base de maconha para o tratamento de doenças. Ainda carecemos de uma regulamentação sobre o assunto”, explica.

Fatos relacionados à ditadura militar também são fortes para a prova do Enem, na avaliação do professor, já que neste ano se completam os 50 anos do golpe militar. Ele cita, entre esses fatos, a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart e os trabalhos da Comissão da Verdade. “Em 2012, foi criada uma comissão para investigar o passado do Brasil e ela encerra as atividades em dezembro deste ano. Esse é um tema forte. É importante saber detalhes sobre o trabalho da comissão e o período que ela vai investigar, que é de 1946 a 1988”.

Na área internacional, Stiebler prevê que apareçam temas como a crise entre a Ucrânia e a Rússia, o referendo na Escócia e o terrorismo internacional, com destaque para a participação da organização Estado Islâmico.

As provas do Enem serão aplicadas nos dias 8 e 9 de novembro. O exame tem 8,7 milhões de inscritos. Para se preparar para a prova, os candidatos podem acessar o aplicativoquestoesenem.ebc.com.br. O banco de questões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) reúne itens de 2009 a 2013.

 

Agência Brasil