1. O ciclo imobiliário mais intenso no Rio até 2014, acentuado pelas mudanças permissivas na legislação urbanística e agregado aos incentivos à construção de hotéis para os JJOO-2016, rebaixando o ponto de equilíbrio da ocupação, gerou uma curva ascendente cujo declínio a partir de 2015 tem sido mais intenso que a média nacional.
2. Os JJOO-2016 suavizam o declínio desta curva e a estendem um pouco mais dentro de 2016 em direção ao final do ano. Com isso, a crise imobiliária no Rio terá um forte gap entre o auge e o fim do declínio, muito mais acentuado que a média nacional.
3. Na medida em que a curva descendente desse ciclo avança, a competitividade por preços se acentua e o impacto vai muito além do desemprego, afetando a própria capacidade financeira de várias empresas imobiliárias. As bolsas de valores já acusam a queda de preços das ações das grandes empresas abertas do mercado imobiliário. Mas essa transparência não é a mesma nas empresas de capital fechado e provavelmente seus problemas de capitalização e solvência são maiores.
4. Da mesma forma convergem as obras urbanas justificadas pelos JJOO-2016. O governo federal atua nas duas pontas. Numa como financiador das obras. Em outra como sócio dos JJOO-2016. Esta condição de sócio e a imagem externa do país nos JJOO-2016 exigem que que o governo federal garanta a sustentação dos JJOO-2016 até as delegações partirem.
5. A partir daí o tombo será explícito e as medidas compensatórias mais amplas. Todas essas são razões suficientes para se entender que no ano de 2017 a crise econômica do Rio será mais intensa que a de 2016 e que a da média nacional.
6. Os vetores da crise econômica nacional no Rio (Petróleo-Siderurgia-Veículos-Setor Imobiliário...) já são mais graves. A também grave crise fiscal do governo do Estado, que começou a ser verdadeiramente enfrentada a partir de 2016, entrará por 2017 para abrir caminho político para as eleições de 2018.
7. E a partir do final pós-olimpíadas de 2016, a prefeitura do Rio será parte do problema, seja pela queda natural dos investimentos, seja pelas consequências fiscais do esforço de gasto tendo os JJOO-2016 como justificativa. Além de ser o primeiro ano de um novo governo municipal, com o tradicional freio de arrumação, alternativamente, a herança perversa.
8. E pelo contra-ciclo do Rio, a situação fiscal municipal em 2017 será grave e se não ocorrer o ajuste inicial em 2017, poderá se tornar crítica. A sinergia de todos estes pontos garante que 2017 terá no Rio a crise mais intensa do Brasil.
Ex-Blog do Cesar Maia
2. Os JJOO-2016 suavizam o declínio desta curva e a estendem um pouco mais dentro de 2016 em direção ao final do ano. Com isso, a crise imobiliária no Rio terá um forte gap entre o auge e o fim do declínio, muito mais acentuado que a média nacional.
3. Na medida em que a curva descendente desse ciclo avança, a competitividade por preços se acentua e o impacto vai muito além do desemprego, afetando a própria capacidade financeira de várias empresas imobiliárias. As bolsas de valores já acusam a queda de preços das ações das grandes empresas abertas do mercado imobiliário. Mas essa transparência não é a mesma nas empresas de capital fechado e provavelmente seus problemas de capitalização e solvência são maiores.
4. Da mesma forma convergem as obras urbanas justificadas pelos JJOO-2016. O governo federal atua nas duas pontas. Numa como financiador das obras. Em outra como sócio dos JJOO-2016. Esta condição de sócio e a imagem externa do país nos JJOO-2016 exigem que que o governo federal garanta a sustentação dos JJOO-2016 até as delegações partirem.
5. A partir daí o tombo será explícito e as medidas compensatórias mais amplas. Todas essas são razões suficientes para se entender que no ano de 2017 a crise econômica do Rio será mais intensa que a de 2016 e que a da média nacional.
6. Os vetores da crise econômica nacional no Rio (Petróleo-Siderurgia-Veículos-Setor Imobiliário...) já são mais graves. A também grave crise fiscal do governo do Estado, que começou a ser verdadeiramente enfrentada a partir de 2016, entrará por 2017 para abrir caminho político para as eleições de 2018.
7. E a partir do final pós-olimpíadas de 2016, a prefeitura do Rio será parte do problema, seja pela queda natural dos investimentos, seja pelas consequências fiscais do esforço de gasto tendo os JJOO-2016 como justificativa. Além de ser o primeiro ano de um novo governo municipal, com o tradicional freio de arrumação, alternativamente, a herança perversa.
8. E pelo contra-ciclo do Rio, a situação fiscal municipal em 2017 será grave e se não ocorrer o ajuste inicial em 2017, poderá se tornar crítica. A sinergia de todos estes pontos garante que 2017 terá no Rio a crise mais intensa do Brasil.
Ex-Blog do Cesar Maia