Da Agência Lusa
O número de primeiros pedidos de asilo na União Europeia (UE) mais do que duplicou em 2015, na comparação com o ano anterior, e atingiu 1.255.600, Segundo dados divulgados hoje (4) pelo Eurostat, o Gabinete de Estatística da UE.
A maioria dos pedidos foi feita por sírios (362.800 pessoas), tendo o número duplicado diante de 2014. Em seguida estão os afegãos, cujos pedidos quase quadruplicaram no período avaliado, para 178.200 e os iraquianos, que apresentaram sete vezes mais solicitações de asilo (121.500 pessoas).
Estas três nacionalidades representam mais de metade do total de primeiros pedidos de asilo apresentados em 2015, segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE.
A Alemanha é o país que recebeu maior número de novos pedidos (441.800, 35% do total da UE), seguida pela Hungria (174.400, 14%), a Suécia (156.100, 12%), a Áustria (85.500, 7%), a Itália (83.200, 7%) e a França (70.600, 6% do total).
Na comparação com 2014, os primeiros pedidos de asilo tiveram maior aumento na Finlândia (822%), na Hungria (323%), na Áustria (233%), na Bélgica (178%), na Espanha (167%) e na Alemanha (155%).
Arqueiros de origem indígena vão a torneios no exterior e sonham com Olimpíada
Na infância, Iagoara aprendeu com os tios a usar pedaços de itaúba, bacabeira, palmeira ou pau-brasil para montar seu brinquedo preferido. "Tira um pedaço, corta, pega uma corda, enverga, e já vai tomando a forma de arco", explica o ribeirinho de 19 anos, que cresceu em uma comunidade a 60 quilômetros de Manaus, na margem esquerda do Rio Negro. Qualificado para disputar uma das vagas da equipe de tiro com arco que representará o Brasil na Olimpíada, ele treina com mais cinco atletas de origem indígena e vê nas suas raízes o gosto pelo esporte.
"Na comunidade, todo mundo sabe atirar [com arco nativo]. É uma brincadeira que todo mundo gosta e que está no nosso sangue. O arco e flecha vem dos nativos", lembra o atleta, que atende também pelo nome de Drean Braga da Silva, mas tem orgulho do nome indígena escolhido por seu avô: "Significa cachorro. Foi meu avô que escolheu, porque eu gostava de andar muito sozinho no mato. Tem gente que diz que o nome é inadequado, mas estou pouco ligando para isso".
O atleta da etnia Kambeba começou a treinar há apenas dois anos, no projeto Arqueria Indígena - , da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), e se qualificou em janeiro, em quinto lugar, para participar das seletivas nacionais da modalidade, que começam hoje (4) em São Paulo. Além dele, também se qualificou Nelson Silva, de 16 anos, da etnia Kambeba e Graziela dos Santos, de 20 anos, da etnia Karapanã, ambos do mesmo projeto. A equipe brasileira de tiro com arco terá quatro atletas - três titulares e um reserva - tanto no masculino quanto no feminino. As duas primeiras vagas serão dos que vencerem as seletivas, que reúnem dez atletas de cada sexo, e a terceira vaga e a reserva são escolhas técnicas da Confederação Brasileira de Tiro com Arco.
Diretor técnico da Federação Amazonense de Tiro com Arco e técnico da Arqueria Indígena, Anibal Forte conta que muita gente acha que a origem indígena é uma vantagem para ingressar no esporte. "Eles têm um gosto pela prática do esporte, e isso é o mais importante. Não a técnica, porque eles têm que reaprender totalmente. O pessoal comenta que eles têm vantagem por já terem praticado quando jovem, mas essa vantagem não existe. Os arcos são totalmente diferentes", explica Anibal.
O gosto dos jovens indígenas inscritos no projeto pelo arco também ajudou porque, em nível esportivo, a modalidade requer paciência e insistência. "O mais importante do tiro com arco é a constância. O atleta tem que executar o movimento de formas exatamente iguais todas as vezes que praticar o tiro. Isso não acontece com o tiro nativo, porque uma vez ele está agachado, outra está em pé, outra, abaixado", conta Anibal.
Comum na comunidade em que Graziela cresceu, a prática do arco nativo, no entanto, costumava reunir apenas os meninos karapanãs. Mas isso não impediu que ela se misturasse e depois conseguisse se tornar a única mulher da equipe do Arqueria Indígena.
"Sempre tem comemoração e tiro com arco nativo [na comunidade], e eu atirava junto. Era uma brincadeira mais dos meninos, mas eu estava no meio atirando, porque eu gostava de fazer isso", conta. "Minha mãe não pratica isso, não. Meu avô e meu pai que atiravam. E na minha tribo eu não ouvia falar sobre grandes arqueiras que atiravam com arco e flecha".
Chamada de Yaci, que significa lua, ela também deseja representar o Brasil para que indígenas e mulheres possam se inspirar. "Os outros povos, vendo que eu que sou indígena e posso chegar na Olimpíada, com certeza vão querer praticar o tiro com arco ou outro esporte e chegar também", diz. "[As mulheres podem] pensar que todo mundo é capaz se tiver força de vontade e que não desistam por um obstáculo, porque a gente pode passar por ele e continuar e conseguir nossos objetivos".
O principal obstáculo, para Yaci, foi a distância da família. A mudança da comunidade de Nova Canaã, a 60 quilômetros de Manaus, para treinar na capital amazonense foi a primeira de sua vida. A adaptação só foi mais fácil porque ela contou com a presença do irmão, Gustavo dos Santos, de 19 anos. Ele também é atleta do tiro com arco, mas perdeu por pouco a chance de disputar a Olimpíada e ficou em 11º na qualificação, por apenas um ponto de diferença. Apesar disso, Ywytu (vento) é o único que tem sua participação nos jogos garantida: foi selecionado para carregar a tocha no revezamento do símbolo olímpico pelo país.
"A ficha já caiu pra mim. Estou ciente do evento grandioso de que vou poder participar. Vou ficar marcado por já poder ser parte disso de alguma forma", conta ele, que continua treinando e vai representar o Brasil na Guatemala na semana que vem, em um torneio aberto que soma pontos para o ranking mundial. Além dessa competição, o atleta vai participar de outro torneio de ranking mundial na Argentina, em julho, e do 23º Panamericano de Tiro com Arco, na Costa Rica, em maio. Drean também estará nos três eventos internacionais, os primeiros com a participação de atletas indígenas do projeto.
Caçula do grupo, Nelson Silva, de 16 anos, vai representar o Brasil na Arizona Cup em abril, nos Estados Unidos, além de competir nos mesmos torneios que os colegas na Argentina e na Costa Rica. Ele conta que seu pai, inicialmente, foi contra sua ida para Manaus, mas a mãe deixou a cargo dele a decisão. Participar de competições foi o que fez ele se animar a praticar o tiro com arco, e ele se considera um atleta de sangue frio e concentrado, apesar de seu nome indígena, Inhá, significar "coração".
"Quero ir para a Olimpíada porque vou representar o Brasil e os povos indígenas de todo o país. Nunca vemos um indígena em uma olimpíada. Vai ter muita visibilidade", destaca, lembrando de uma vez em que levou o arco profissional para a comunidade Kambeba. "Eles acharam bonito, gostaram. Só não conseguiram puxar a flecha, porque o arco é muito forte. Também acharam pesado, porque o deles é de madeira".
Rotina pesada
Em sua preparação para a Olimpíada e as competições internacionais, os atletas do tiro com arco do projeto treinam sete horas diariamente, além de manter em dia a vida escolar - no caso de Graziela, a preparação é conciliada com a graduação de ciências contábeis, em que ela cursa o quinto período.
Em um dia de treino, eles chegam a disparar 300 a 400 vezes no alvo que fica a 70 metros de distância. Nem sempre é possível acertar o centro, mas errar o alvo como um todo é considerado "um erro grosseiro".
A preparação inclui ainda exercícios aeróbicos e natação para melhorar a respiração, a postura e a circulação sanguínea, detalhes que ajudam a manter a mira mais estável na hora de se posicionar. "O batimento cardíaco tem que ser o mais baixo possível, para não afetar a precisão", explica o treinador.
Dia
Mundial do Turismo no RS, por Abdon Barretto Filho
Neste
domingo, se comemora o Dia Mundial do Turismo no Rio Grande do Sul,
com ações e reflexões sobre as oportunidades e os desafios que
representam as estatísticas sobre o fenômeno turístico tendo como
base o tema que a Organização Mundial do Turismo (OMT) propõe:
“Mil milhões de turistas, mil milhões de oportunidades”.
Segundo a OMT, o turismo, que representa 9% do PIB mundial gera um de
cada 11 postos de trabalho no mundo e é um setor fundamental de
geração de ingressos nas economias emergentes e em desenvolvimento,
sendo amplamente reconhecido por sua capacidade para responder aos
desafios mundiais.
Este crescimento é desafiador para
todos os setores envolvidos neste fenômeno global: turistas,
empresas, entidades, governos e comunidade locais. No Rio Grande do
Sul, dos 497 municípios, 472 participam das 25 regiões turísticas
que buscam a valorização de uma série de aspectos geográficos,
históricos, culturais, equipamentos e serviço com o objetivo de
atrair fluxo de visitantes.
A Secretaria de Turismo, Esporte e
Lazer (Setel) está incentivando e coordenando uma série de
atividades programadas pelos municípios gaúchos com ações e
reflexões temáticas. Santa Maria, cidade que iniciou a comemoração
em 1983, com o apoio do jornal A Razão, terá um evento envolvendo
os municípios da região central. Pelotas e Porto Alegre, entre
outras cidades, estão com programações especiais.
Convém salientar que a
hospitalidade, as belezas naturais, os mais diversos tipos de
eventos, a qualidade dos serviços oferecidos, entre outros
destaques, transformam o Rio Grande do Sul em um grande destino que
sabe acolher os visitantes que podem contribuir para o
desenvolvimento sustentável do turismo, valorizando nossa terra e
nossa gente. Mil milhões de oportunidades através das boas
experiências das vagens, dos percursos realizados pelos caminhos do
Rio Grande do Sul, com paz, beleza, alegria e prosperidade.
O turismo também ajuda na busca de
dias melhores, construindo um mundo melhor para todos. São reflexões
para o Dia Mundial de Turismo no Rio Grande do Sul – 2015.
Respeitam-se todas as opiniões contrárias. Pensem nisso.
Economista
Fonte: Correio do Povo, página 2 da
edição de 27 de setembro de 2015.
"Homofobia é fruto básico da ignorância", diz Drauzio Varella em programa LGBT
O público soteropolitano, incluindo entidades LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), assistiu na noite dessa quinta-feira (3), e em primeira mão, o episódio de estreia do novo programa da TV Brasil, Estação Plural. No Teatro SESI, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, o público estava animado e cheio de expectativas.
Antes da exibição, o diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), Flávio Gonçalves, destacou a importância da representação da comunidade LGBT na TV aberta, pois o Irdeb exibirá o programa, na Bahia, por meio da TV Educadora (TVE). “O Estação Plural é feito com dinheiro público, proveniente do imposto dos cidadãos. As pessoas LGBT também pagam impostos e têm o direito de se verem e se sentirem representadas nos meios de comunicação. Também devem participar diretamente de um diálogo constante com a produção do programa para opinar sobre o que pode ser melhorado”, disse Gonçalves.
Durante uma hora, os espectadores ficaram atentos ao talk show, apresentado pelas cantoras Ellen Oléria e Mel Gonçalves (Banda Uó) e pelo jornalista pernambucano Fefito. O primeiro convidado a ser entrevistado pelo trio foi o médico infectologista Drauzio Varella, que trouxe o olhar da ciência sobre o estudo biológico da sexualidade e da identidade de gênero. Varela também debateu sobre outros assuntos.
Enquanto apresentadores, convidado e espectadores riam sobre as “mentirinhas contadas no primeiro encontro”, a homofobia foi tratada como assunto sério e condenada, inclusive pelo médico convidado. “Homofobia é fruto básico da ignorância. Como podemos ter controle sobre o desejo das pessoas?”, contestou Drauzio Varella.
Apresentadores LGBT
A primeiro atração LGBT da televisão aberta brasileira é apresentada, também, por pessoas que se identificam com esse universo. Ellen Oléria é negra e lésbica, Fefito é gay e Mel Gonçalves é mulher transexual. Com isso, o espaço de fala dessas pessoas dá abertura para que possam falar do que vivem, no dia a dia, para os LBGTs e ao público, em geral.
Saiba Mais
Quem assistir ao primeiro episódio do Estação Plural vai descobrir o que é Pajubá, o que significa o termo coloquial “ofofi” e vai ser informado de forma séria sobre a discriminação sofrida pela comunidade LBGT: um dado apresentado por Ellen Oléria mostra que, de acordo com levantamento do Grupo Gay da Bahia, 326 pessoas foram assassinadas, em 2014, por serem lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgênero ou travestis no Brasil.
Opiniões do público
Após a exibição do primeiro Estação Plural para o público baiano, foi a vez de representantes de entidades e pessoas da comunidade falarem sobre suas primeiras impressões. “Fiquei muito feliz com o programa, porque é divertido e sério, ao mesmo tempo, mostrando a nossa pluralidade. Vai fazer sucesso e espero que dure muitos anos”, disse Millena Passos, transexual, integrante da Rede Trans e coordenadora do Grupo Gay da Bahia.
O psicólogo e integrante do Coletivo Entidades Negras, Gabriel Teixeira, elogiou a diversidade entre os apresentadores, apesar de ter sentido falta de algum representante bissexual. “Foi apenas o primeiro, não podemos esgotar todas as possibilidades em um só episódio. Parabenizo a TV [Brasil] pela iniciativa, por trazer três modelos de vida tão diversos. Admirei a postura de respeito e humildade de Dráuzio Varela e gostaria que toda a sociedade fosse assim. Vida longa ao programa!”.
O estudante de comunicação Antônio Magalhães gostou do formato do programa. “Na comunicação falta um propulsor de ideias sobre o tema. Senti um pouco a falta do enfoque cultural além do científico, mas acho fundamental esse assunto na TV. A mídia é formadora de opinião social e a dona de casa se baseia em novelas e reportagens para formar seu modo de ver. É importante que pessoas como os apresentadores falem sobre o assunto”.
Rita Pinheiro é professora de crianças e adolescentes há 25 anos. Perto de se aposentar, diz que sempre teve dificuldade em tratar da homofobia em sala de aula, mas fala do assunto desde o início da carreira. “Paguei um preço alto por trazer o tema para a sala de aula. Eu me senti contemplada pelo programa, porque fala da homofobia. Temos que parar de julgar as pessoas pelo que elas são, a homofobia tem que acabar. Não é fácil falar disso em sala de aula e o programa ajuda a trazer o assunto, por isso tem que existir sempre”.
Já Sandra Munhoz diz que sentiu falta da representação das pessoas bissexuais. “Senti uma dificuldade em se falar de nós. Mas achei a iniciativa positiva. Estão todos de parabéns e espero que as lideranças LGBT da Bahia também sejam representadas”.
A estreia do Estação Plural será nesta sexta-feira, às 23h, com reprise na segunda-feira, à meia noite. Para saber como sintonizar a TV Brasil, veja aqui
Depois que assistirem, os telespectadores poderão enviar mensagens com críticas, elogios e sugestões para o e-mail estacaoplural@ebc.com.br.
Migrações: Bruxelas destina 3,5 milhões de euros de emergência para a Grécia
Da Agência Lusa
Saiba Mais
A Comissão Europeia repassou hoje (4) 3,5 milhões de euros em financiamento de emergência para a Grécia, para ajudar a cobrir os custos com os recursos humanos para os primeiros centros de receção de refugiados e migrantes, os chamadoshotspots.
O dinheiro, proveniente do Fundo para a Segurança Interna, destina-se sobretudo a “aumentar significativamente” o número de pessoal especializado para trabalhar nos centros de recepção a ser instalados nas ilhas de Lesbos, Kos, Samos, Chios e Leros. O objetivo é reforçar a capacidade das autoridades gregas de lidar de forma eficaz com os fluxos migratórios recordes que ocorrem nas regiões, informou nesta sexta-feira a comissão.
A Comissão Europeia diz esperar que o fundo de emergência ajude a Grécia a reduzir a duração dos procedimentos de identificação, registo e recepção.