Mostrando postagens com marcador Marcha de movimentos populares abre Fórum Social em Porto Alegre. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marcha de movimentos populares abre Fórum Social em Porto Alegre. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Marcha de movimentos populares abre Fórum Social em Porto Alegre



Marcha de abertura do Fórum Social Mundial reúne diversos grupos e organizações
Milhares de pessoas participam archa de abertura do Fórum Social MundialMarcelo Camargo/Agência Brasil
Grupos e organizações com diferentes pautas, de diversas localidades e com muitas formas de mobilização, reunidos por uma certeza, a de que “um outro mundo é possível”, abriram nesta terça-feira (19) o Fórum Social Mundial, evento que está completando 15 anos. Para celebrar este marco, o Fórum Social Temático promoveu a tradicional marcha de abertura, reunindo os milhares de participantes do evento em uma caminhada. A marcha percorreu ruas do centro da cidade até o Largo Zumbi dos Palmares, onde teve início a programação cultural.
Cantando palavras de ordem e erguendo bandeiras, a caminhada resume bem o propósito do Fórum Social Temático. “Este é um espaço para que as redes que debatem os diversos temas relacionados aos direitos se encontrem, saiam mais fortalecidas e retornem para fazer essa disputa em seus países”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo, integrante do comitê organizador local do fórum. Nesta quarta-feira (20) tem início a programação oficial, com mesas de convergência e atividades autogestionadas.
Da Paraíba, veio Joana D'Arc Silva, da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). Para Joana D'Arc, a participação das mulheres no fórum chama a atenção para a necessidade de pautar as questões de gênero nas mais diferentes temáticas. “A AMB vem defendendo, no debate sobre democracia, por exemplo, a defesa da paridade. Não se pode entender a democracia numa sociedade em que a desigualdade entre homens e mulheres esteja na pauta”, afirmou Joana D'Arc, que destaca a necessidade de pensar a participação de outros segmentos da sociedade, como a população negra e os povos nativos.
Com o tema Paz, Democracia, Direito dos Povos e do Planeta, o fórum vai debater questões como o conflito entre Israel e Palestina. Integrante do Fórum Gaúcho de Solidariedade ao Povo Palestino, Spartacus da Rocha destacou que a proposta do grupo é fazer com que os brasileiros tenham mais conhecimento das disputas no Oriente Médio. “Nossa proposta é divulgar o movimento mundial de boicote, desinvestimento e sanções a Israel até que se cumpram os direitos do povo palestino”, disse Spartacus. Ele defende a proposta de dois países e dois Estados independentes.
Whelton Pimentel, mais conhecido como Leleco, coordenador da União Nacional por Moradia Popular e conselheiro nacional das Cidades, ressaltou a necessidade de uma reforma urbana. “Tratamos, sobretudo, de uma campanha sobre a função social da cidade. Defendemos o fortalecimento das ocupações [por moradia]. O direito de propriedade continua sendo maior que o direito de morar neste país”, criticou.

Para Whelton, o fórum mantém a unidade de organizações populares. “É um lugar em que a gente vem buscar energia e comungar com movimentos urbanos, rurais, porque temos pauta comum. Nossa pauta está na rua e não foi inventada ontem”, afirmou.
Estudantes pedem saída de Cunha
Jovens presentes ao evento, por sua vez, exigiram que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixe o posto, já que é alvo de denúncias de corrupção. A estudante Ezequiela Scapini, da organização Levante Popular da Juventude, disse que este é um tema fundamental para os jovens, pois muitos dos retrocessos nos direitos sociais discutidos no Congresso Nacional tiveram participação do deputado. “Estamos presentes no ato pautando o 'Fora, Cunha' por tudo que ele representa, pois, mesmo com todo o empenho da sociedade civil, ele continua lá.”
Também participam do fórum representantes dos governos, seja federal, estaduais e municipais, que esperam captar demandas da sociedade civil. O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto, que estava na marcha de abertura, disse que o evento é um espaço de muita energia, capaz de lançar o desafio de se construir outro mundo.

"Aqui estão os defensores da democracia, da justiça social. Aqui nós encontramos ideias, propostas e compromissos de políticas públicas que transformam o nosso país”, afirmou Rossetto, que participará de um debate sobre democracia econômica na quinta-feira (21).
A programação completa do Fórum Social Temático pode ser conferida no site do evento.







Agência Brasil