Um
convênio firmado entre o Judiciário e a Ufrgs, em 2010,
possibilitou a realização de uma pesquisa sobre a transição do
crime em Porto Alegre e na Região Metropolitana, de 1970 a 2010. O
levantamento aponta que 67% dos crimes ocorreram à noite ou de
madrugada e 50% em via pública. Grande parte dos réus (72%) não
possuía antecedentes criminais 69% dos condenados eram da cor branca
e somente em 14% dos casos agressor e vítima não se conheciam.
Porém, cresceram em anos recentes (especialmente na década de 2000)
as mortes relacionadas à atuação de grupos criminais,
especialmente o tráfico de drogas.
Entre os motivos, 77% do total se
referiu a raiva ou desavença antiga (23%), reação inesperada, do
momento (20%), vingança no contexto da criminalidade (18%) e
conflito entre par amoroso ou ex-companheiro, por vezes atingindo
familiar (17%).
O resultado foi entregue ontem ao
presidente do TJRS, desembargador José Aquino Flôres de Camargo.
“Mostra visível crescimento do crime organizado.” A coleta de
dados entre agosto de 2011 e setembro de 2014, abrangeu 531 processos
judiciais relativos e homicídios.
Números
46% dos
crimes ocorreram em final de semana ou em feriado, 27% na casa da
vítima ou do condenado, 14% em local de diversão, esporte ou lazer,
63% praticados com arma de fogo (destes, 71% dos casos com mais de um
disparo) e 25% por faca, facão ou espada. Em 76% dos casos, agressor
e vítima eram homens. Dos réus, 72% não tinham antecedentes
criminais. Receberam pena inferior a 13 anos pelo homicídio 77% dos
condenados. O intervalo mais frequente entre os condenados foi dos 18
aos 29 anos (68%).
Fonte: Correio do Povo, página 23 de
27 de agosto de 2015.