es das últimas décadas deixaram até o momento mais de 170 mil pessoas fora de casa no Paraguai, na Argentina, no Brasil e no Uruguai e mantêm em alerta as autoridades desses países.
Os intensos temporais provocados pelo fenômeno El Niño causaram desastres no Paraguai, onde quatro pessoas morreram em consequência da queda de árvores. A capital Assunção ficou temporariamente sem eletricidade e a subida do Rio Paraguai deixou 130 mil desabrigados.
“Não podemos deixar abandonadas as milhares de famílias que todos os anos são afetadas pelas inundações”, disse o presidente paraguaio Horacio Cartes, que decretou estado de emergência para liberar mais de US$ 3,5 milhões em ajuda aos desabrigados.
Na Argentina, duas pessoas morreram e mais de 20 mil estão fora de casa em três províncias do Noroeste do país, principalmente por causa da elevação dos rios Paraná e Uruguai.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse hoje (27) que o governo vai desembolsar 20 milhões de pesos (cerca de R$ 5,9 milhões) para auxiliar as regiões afetadas. Macri disse ainda que o governo “vai desembolsar 66% dos recursos destinados a transferir as famílias afetadas pela enchente”. Os recursos também vão para obras de infraestrutura para conter novas enchentes.
Macri sobrevoou algumas das regiões afetadas e viajou para Entre Rios, onde participa de uma reunião do Comitê de Crise, que busca soluções para as inundações que afetaram a área da costa. Na cidade argentina de Concordia, uma das mais afetadas do país, mais de dez mil pessoas permaneciam fora de suas casas como consequência da cheia do Rio Uruguai.
No Norte do Uruguai, subiu para 9.083 o número de desabrigados, segundo o último balanço do Sistema Nacional de Emergência. O órgão indicou que a situação mais grave é registrada nas províncias de Artigas, Paysandú, Rivera, Salto, Río Negro e Durazno.
No Brasil, o Rio Grande do Sul é o estado mais afetado. Segundo o boletim da Defesa Civil do estado, divulgado às 17h de hoje (27), o número de famílias atingidas subiu de 2.204 para 2.214. O número de municípios atingidos, 40, permanece inalterado em relação ao boletim divulgado no final da tarde de ontem (26).
Dos nove principais rios monitorados pela Defesa Civil gaúcha, seis apresentaram aumento e três reduziram o nível. O Rio Uruguai, no entanto, continua subindo e já está em 11,18 metros. O nível de alerta do rio é 8 metros.
*Com informações da Ansur
Agência Brasil
Eleições na Argentina e Venezuela marcam o fim de uma era
Duas eleições no final de 2015 – a presidencial na Argentina e a parlamentar na Venezuela – marcam o fim de uma era nos dois países, governados há mais de uma década por um mesmo movimento político e quase sem oposição.
Na Argentina, a eleição do presidente Mauricio Macri representa o fim de 12 anos de governos kirchneristas, inaugurados por Nestor Kirchner em 2003. Ele foi sucedido pela mulher, Cristina Kirchner – do mesmo Partido Justicialista (ou Peronista). Ela foi reeleita em 2011, um ano depois da morte do marido.
Na Venezuela, os chavistas estão no poder desde 1998, quando Hugo Chávez foi eleito presidente pela primeira vez. Antes de morrer de câncer, em 2013, ele fez seu sucessor, Nicolás Maduro. Mas no dia 6 de dezembro de 2015, pela primeira vez em 17 anos, o chavismo perdeu a maioria parlamentar. A oposição elegeu 112 dos 167 representantes (dois terços) da Assembleia Nacional, tendo poder para propor mudanças importantes, como a reforma da Constituição e a saída antecipada de Maduro, cujo mandato presidencial termina em 2019.
Tanto na Argentina, quanto na Venezuela a economia pesou no voto. Os Kirchner assumiram o poder quando o pais começava a superar à crise de 2001 – a mais séria da recente história, marcada pela recessão, uma queda de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e a moratória da divida externa. Mesmo sem acesso ao mercado financeiro internacional, entre 2003 até 2011, a economia argentina cresceu em media 8% ao ano – graças, em parte, a alta dos preços das commodities.
“A situação muda quando a China, grande compradora de commodities, para de crescer tanto e os preços dos produtos que exportávamos caem”, explicou o economista Fausto Spotorno. “Soma-se a isso o fato de o governo de Cristina Kirchner gastar mais do que tinha, produzindo um déficit fiscal.” Para evitar a saída de dólares do pais, em outubro de 2011, o governo limitou as operações cambiais, praticamente impossibilitando a compra de dólares (ou qualquer moeda) no mercado oficial.
Para os venezuelanos, o impacto da queda dos preços das commodities foi muito maior. Segundo o analista politico Jorge Castro, “a Venezuela foi o país do mundo mais afetado” pela redução do valor do barril de petróleo, porque “98% de seus recursos” provém da exportação desse produto.
“Com a queda do preço do petróleo, os venezuelanos perderam 60% de seu poder de compra e ficaram sem dinheiro, inclusive, para importar produtos da cesta básica”, disse Castro. “Além do desabastecimento, o país tem uma inflação anual de 140%”.
As longas filas nos supermercados e a falta de soluções do governo para problemas que afetam a maior parte da população, levaram muitos chavistas a votar na oposição. “Mas para enfrentar uma crise dessa dimensão, é necessário unir esforços, num país dividido”, disse o analista politico Roberto Bacman. “E o governo venezuelano, acostumado a controlar todas as instituições durante tanto tempo, não deu sinais de estar aberto a um diálogo com a oposição.”
Segundo Bacman, a Argentina enfrenta um desafio parecido: uma nova etapa na qual o presidente terá que dividir o poder com o Congresso. “A Argentina é um país de instituições fracas, mas com uma sociedade mobilizada”, explicou Castro. “O êxito do governo depende na sua capacidade de acertar o rumo nos primeiros meses que, nesse caso, significa fazer com que a economia volte a crescer depois de quatro anos de estancamento.
O problema, segundo Spotorno, e que tanto num país, quanto no outro, não existem muitas alternativas: a conjuntura internacional é muito menos favorável e os ajustes, além de necessários, não podem mais ser adiados.
Agência Brasil
Sensação térmica supera 44 graus no Rio e praias lotam
O calor intenso registrado no Rio de Janeiro com a chegada do verão fez as praias mais famosas da cidade ficarem lotadas hoje (27). No primeiro domingo do verão e último de 2015, termômetros de rua na cidade chegaram a registrar mais de 30 graus ainda pela manhã e, por volta de meio-dia, em alguns pontos da cidade, a temperatura chegou perto dos 40 graus.
Segundo o Alerta Rio, serviço de meteorologia da prefeitura, a temperatura máxima na cidade foi registrada em Guaratiba, com 40 graus Celsius às 13h15. Entretanto, a maior sensação térmica foi verificada em outro bairro, na região da Barra da Tijuca e do Riocentro, com 44,4 graus.
Apesar da movimentação intensa ao longo do dia na Ponte Rio-Niterói, com a saída principalmente em direção à Região dos Lagos, as praias de Copacabana, Leme, Ipanema e Leblon, na zona sul da cidade, ficaram cheias de banhistas, pessoas que buscam as ciclovias e pistas fechadas para o lazer e os praticantes de stand-up paddle, que já se tornaram parte da paisagem da cidade.
Se já é comum ver cariocas reclamando do calor nas redes sociais, a turista amazonense Luciana Lopes, de 40 anos, acha que está pouco. "Está bem melhor aqui, porque não está tão úmido e está ventilado. Lá no Amazonas é muito úmido", compara ela, que admirava a estátua de Dorival Caymmi e a vista do Posto 6 na Praia de Copacabana.
Em seu primeiro dia no Rio de Janeiro, ela ainda não tinha tido tempo de mergulhar até o início da tarde e conta como se planejou para se proteger do sol e da alta temperatura. "Vim preparada, com bastante água, filtro solar, chapéu e óculos escuros."
O calor era motivo de comemoração para a vendedora de picolé Evanir Scharfmann, de 57 anos. Sob sol forte, ela empurrava o carrinho da loja especializada em sabores do Cerrado, como pequi, jatobá e tamarindo. "Quanto mais quentes os dias, melhor para a gente. Sempre sai, sempre vende. Mas se chove, cai um pouco", explica ela, que já tinha vendido mais de 20 picolés em duas horas. "Estou vendendo bem", disse.
A previsão do tempo, no entanto, pode não ser muito animadora para a vendedora de picolés. Segundo o Alerta Rio, a previsão para amanhã é tempo nublado a parcialmente nublado, com pancadas de chuva isoladas à noite. Para quinta-feira, quando a Praia de Copacabana recebe a multidão que assiste todos os anos à virada do ano, a previsão é tempo parcialmente nublado, mas sem chuva.
A chegada do verão e o período de férias também elevam o número de turistas na cidade. Segundo o governo do estado, 27 navios com 150 mil turistas já desembarcaram na cidade até o dia 26 de dezembro. A previsão é que 565 mil pessoas devem chegar ao Rio em navios entre novembro deste ano e abril do ano que vem, um número 15% maior que o de 2014-2015.
Agência Brasil
Estado do RS decide quitar débito
com hospitais
Uma
semana após a Assembleia Legislativa aprovar o projeto de elevação
do impostos, o governo do Estado anunciou ontem o pagamento de
débitos com hospitais filantrópicos. Porém, a quitação dos
atrasados de 2014 e 2015 não será feita com repasse direto. As 180
instituições deverão firmar empréstimos com instituições
bancárias. Os respectivos contratos serão pagos a partir de janeiro
de 2016 a dezembro de 2018 (36 parcelas) pelo governo do Estado. Ao
todo, as operações deverão totalizar, sem os juros, R$ 300
milhões.
Na solenidade, que lotou o Palácio
Piratini e durou uma hora e meia, no final da manhã de ontem, a
aprovação do ICMS foi exaltada. Segundo o secretário estadual de
Saúde, João Gabbardo dos Reis, a iniciativa só foi possível com a
aprovação do aumento dos impostos e, inclusive, leu os jornais
nomes dos 27 deputados que votaram a favor. “Com certeza, vivemos a
pior crise na área da saúde”, afirmou , citando os cortes de R$
13 bilhões do governo federal.
Na sua manifestação, o governador
José Ivo Sartori pediu “paciência” aos prefeitos, em especial
com a questão do transporte escolar. Disse que os valores servirão
para aumentar serviços de saúde, como exames e consultas.
Os empréstimos serão firmados com
taxas diferenciadas de juros, por meio do Fundo de Apoio Financeiro e
de Recuperação dos Hospitais Privados Sem Fins Lucrativos e
Hospitais Públicos (Funafir). A medida foi comemorada pelos
secretários da saúde e representantes de instituições. Para o
presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes,
Religiosos e Filantrópicos do RS, Francisco Ferrer, o pagamento,
mesmo que atrasado, garante a sustentabilidade do SUS. “As
instituições filantrópicas são responsáveis por 73% do volume de
atendimentos pelo SUS”, destacou.
Mais leitos na Capital
O
prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, participou da solenidade
de anúncio da regularização dos débitos do governo com as santas
casas e hospitais beneficentes, filantrópicos e religiosos do
Estado. A medida pode garantir a reabertura de 110 leitos da Capital.
Os principais beneficiados serão a Santa Casa de Misericórdia e os
hospitais São Lucas da PUCRS e Beneficência Portuguesa. Os três
tiveram que fechar 110 leitos quando os repasses foram suspensos, que
devem ser reabertos.
Fortunati destacou que, além disso,
como a medida contempla hospitais do Interior, deve desafogar o
sistema de saúde da Capital. “Tivemos um aumento de 20% na procura
pelas emergências, especialmente de casos mais graves de pacientes
do Interior”, disse o prefeito.
Após elogiar o esforço do governo
do Estado, Fortunati lembrou que a dívida com os municípios, que é
ainda maior, também precisa de uma solução urgente. Só com a
Capital, o débito é de R$ 60 milhões, de repasses não efetuados
em 2014 e de janeiro a junho de 2015. “Não abrimos mão de
negociar esse pagamento porque quem mais está sofrendo são pessoas,
as comunidades que mais precisam desse atendimento público e de
qualidade”, ressaltou o prefeito.
Fonte: Correio do Povo, página 10 de
1º de outubro de 2015.
Estado anuncia que não pagará
parcela de agosto
O
Estado voltará a atrasar o pagamento da parcela da dívida com a
União em agosto. A ação cautelar impetrada ontem junto ao Supremo
Tribunal Federal solicita que, diante da decisão, a União não
deixe d efetuar repasses nem bloqueie valores das contas do RS em
função do não pagamento.
O secretário do Tesouro, Marcelo
Saintive, no entanto, adiantou ontem mesmo que o governo federal não
pretende abrir exceções a estados com problemas de caixa. Assim, o
Tesouro Nacional voltará a bloquear os repasses federais ao Rio
Grande do Sul caos o Estado não pague a parcela de agosto da dívida
com a União. “Buscamos sempre uma cooperação, mas vamos fazer
uso das cláusulas contratuais. Se o Estado não puder quitar as
dívidas, seguiremos as cláusulas contratuais (que determinam o
bloqueio de repasses em caso de não pagamento por parte dos
estados), em que pesem nossas conversas, que têm sido bastante
profícuas”, afirmou.
Ele destacou que o Tesouro está
liberando algumas operações de empréstimos para o Estado.
Mensalmente, o RS destina o equivalente a 13% de sua Receita Corrente
Líquida aos serviços da dívida, valores que ficam entre R$ 260
milhões e R$ 290 milhões.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de
28 de agosto de 2015.
Estado
aposta no mercado japonês
O
governo do Estado e o banco Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil assinaram
acordo de cooperação para a atração de investimentos japoneses no
Rio Grande do Sul durante a 18ª Reunião Conjunta do Comitê da
Cooperação Econômica Brasil-Japão, que ocorre na sede da Fiergs.
O governador José Ivo Sartori e o
secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect), Fábio Branco, firmaram protocolo de intenções. Sartori
disse que o Estado está de portas abertas para o mundo, para o
desenvolvimento e, principalmente, para o Japão. Para Branco, é
preciso aproximar os mercados e falar de tecnologia, inovação, meio
ambiente, logística e infraestrutura.
A 18ª Reunião Conjunta do Comitê
de Cooperação Econômica Brasil-Japão que termina hoje, conta com
a participação de empresários japoneses e brasileiros e de
representantes dos governos dos dois países. É uma iniciativa da
Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da federação japonesa
Keidanren.
Fonte:Correio do Povo, página 7 de 1º
de setembro de 2015.