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domingo, 5 de julho de 2015

Maioridade penal – Manobra de Cunha deve parar no Judiciário

 No dia seguinte à derrota, no plenário da Câmara dos Deputados, da emenda que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, articulou com líderes favoráveis à tese a votação de uma nova versão do projeto, com algumas mudanças em relação ao alcance da medida. A manobra regimental de Cunha provocou uma troca de acusações com o governo e deputados contrários à proposta, que acabou sendo aprovada na madrugada de hoje. Cunha foi acusado de burlar as normas da Câmara e insistir numa votação por não aceitar a derrota. Com a vitória da redução da maioridade, um grupo supra partidário já anunciou que planeja recorrer ao Judiciário antes mesmo da votação em segundo turno da proposta aprovada, uma emenda aglutinativa que reduz a maioridade para crimes hediondos, homicídios doloso e lesão corporal seguida de morte.
O dia foi de bate-boca no Congresso e nas sucessivas sessões que discutiram a nova proposta, com poucas diferenças em relação à derrotada na madrugada anterior. A emenda que entrou na pauta de ontem só exclui a incidência da redução da maioridade para os crimes de roubo e tráfico de drogas, que constavam da proposta inicial. Mantém a regra de cumprimento da pena em estabelecimento separado dos maiores de 18 anos e dos menores inimputáveis. Durante a discussão, Eduardo Cunha rejeitou as sucessivas advertências e alegações de ilegalidade da nova votação.



Fonte:Correio do Povo, página 4 de 2 de julho de 2015.