Em Quarta-feira, 1 de Abril de 2015 16:42, Luiz Eduardo Rocha Paiva escreveu:
Remetido a vários destinatários. caso concorde, solicito repassar. RP
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DE ABRIL - ALVORECER DE UM CHOQUE DE VALORES
General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
O
Movimento Cívico em 15 de março de 2015 levou milhões de brasileiros às ruas e
evidenciou o sentimento de revolta da maioria da Nação, como mostraram as
pesquisas de confiança no governo após as gigantescas manifestações. O mais
grave é que Dilma e as lideranças políticas não têm vontade nem credibilidade para
realizar as mudanças, mais morais do que econômicas, que o Brasil tanto precisa.
Daí, fingirem não entender o brado das ruas. Portanto, em 12 de abril, é
preciso um tsunami popular muito maior.
O
contexto assemelha-se aos idos de 1964, como se constata adiante, mas o
desfecho tem de ser outro. Naquela época, em um Brasil politicamente imaturo, mergulhado
em um caos político, econômico e social e com instituições fracas, o presidente
Jango aliara-se ao ilegal PCB, subordinado ao Partido Comunista da URSS, para
implantar uma ditadura socialista-sindicalista. O líder do PCB dissera que o
partido estava no governo e só lhe faltava o poder e que o Brasil disputava a
glória de ser o segundo país do continente a implantar o socialismo. Em uma
sociedade religiosa e conservadora, isso gerou desconfiança, insegurança e
reação, afastando do governo a classe média, Igreja, imprensa, Forças Armadas
(FA) e a maioria dos políticos e da população. As gigantescas Marchas da Família em todo País exigiram
a intervenção das FA, únicas instituições então capazes de impedir uma guerra
civil revolucionária. Jango tivera forte respaldo nacional para tomar posse em
1961, mas não teve nenhum apoio das instituições, dos partidos e do povo em
1964.
Hoje,
as instituições de maior credibilidade ainda são as FA, mas não se quer uma
volta ao passado. A Nação há de mostrar maturidade e vontade para impor a
moralidade e defender a liberdade, mantendo a democracia. Se necessário, as FA cumprirão
sua missão constitucional, protegendo os brasileiros da violência de bandos
como o exército de stedile, convocado
por Lula em declaração pública inconsequente e inaceitável de um ex-presidente
da República. Nesse emprego, as FA enfrentarão resistências no próprio governo,
mas seus comandantes, embora saibam que devem obediência e respeito a escalões
superiores, têm consciência de que silêncio e omissão são injustificáveis se propiciarem
graves danos à Nação, esta sim credora
da lealdade das FA.
Ao
PT não importa a derrocada moral, econômica e política do País desde que mantenha
o poder, como reza a doutrina socialista. A corrupção sugou exponencialmente a
riqueza nacional após a ascensão de governos petistas. O PT faliu o País, não
assume a culpa e cobra do povo a conta pelo prejuízo causado. Lula e Dilma não
investiram em programas de longo prazo na infraestrutura, educação, ciência e
tecnologia, saúde e produção de bens de alto valor agregado, bases seguras de
desenvolvimento. Dilapidaram recursos em programas populistas eleitoreiros, calcados
em recursos de valor variável, oriundos de commodities
que não garantem o progresso sustentado. Aplicam a estratégia gramcista para
manter o poder, conduzindo o Programa Nacional de Direitos Humanos pelo qual buscam
enfraquecer a família, as FA, os poderes Legislativo e Judiciário, amordaçar a
mídia e controlar a sociedade por meio de órgãos (soviets tropicais) aparelhados pelo PT, criados no Decreto nº 8.243/2014,
ainda não derrubado no Senado. Querem transformar o País em uma ditadura
socialista, macaqueando a república bolivariana da Venezuela, obedientes ao
Foro de São Paulo, que pretende ressuscitar na América Latina o vampiro
vermelho que sugou a Europa Oriental por décadas e cujo triste resultado só os
cérebros hermeticamente programados da (des)intelligentsia
esquerdista não entendem ou não reconhecem.
Um
longo processo de relativização de valores anestesiou a sociedade, que se
omitiu e assumiu ou aceitou a falta de ética e o desprezo aos valores
tradicionais. O cidadão contentou-se com a satisfação de necessidades básicas e
a falsa noção de liberdade, que usa sem responsabilidade e disciplina,
tornando-a um bem ilusório. Essa
doença moral não será curada por partidos políticos desmoralizados ou por
eleições incapazes de aperfeiçoar, por si só, a democracia como se tenta iludir
a Nação.
Porém,
a dose do remédio para domesticar a Nação foi além do suportável e os efeitos
colaterais nos campos da moralidade e da economia geraram a reação popular que
abalou o processo liberticida de socialistização
do País. Um grande obstáculo ao êxito da reação moral e democrática é o amplo
poder político de lideranças do Executivo e do Legislativo, carcomidas seja
pelo radicalismo, seja pelo patrimonialismo e corrupção. Usurpam os bens
públicos como se fossem de sua propriedade e escarnecem da Nação mentindo sobre
as manobras imorais com que assaltam impunemente o tesouro nacional. Em altos
escalões do Judiciário, o aparelhamento
político compromete a credibilidade para julgar escândalos como o do petrolão, onde estão envolvidas lideranças de peso.
Em
2015, o que levou a população à revolta? A crise moral (corrupção, mentira,
engodo), o amor à democracia ou a dor no
bolso (inflação, recessão, desemprego)? Se o último motivo for o decisivo,
equacionada a crise econômica, a Nação abandonará as ruas, permitindo a
consolidação do projeto socialista do PT. Assim, o choque de valores terá de
vir da sociedade, ser aplicado nela própria, assimilado pelas famílias e por um
sistema educacional moral e profissionalmente recuperado, capaz de formar
cidadãos cientes de que liberdade sem disciplina e integridade é anarquia que esgarça
o tecido social.
Neste
vazio de lideranças políticas patrióticas, a quem confiar o futuro do Brasil? Como
ninguém tem a resposta, a pressão não pode cessar. Desperta Brasil! É a Nação
que tem que salvar-se a si mesma. Em 12 de abril, ela ecoará: “a nossa Bandeira jamais será vermelha!”; e
“Vem prá rua!”. Compareça de
verde-amarelo e em paz, mas com firme atitude e inabalável decisão.