A conta
de luz dos brasileiros tem apresentado a bandeira vermelha como
recorrente desde o mês de janeiro deste ano e não se tem previsão
de que esse acréscimo na tarifa possa mudar no próximo período. O
que parece é que tanto a bandeira verde quanto a amarela não estão
no horizonte dos consumidores. A primeira é aplicada quando as
condições são favoráveis para geração de energia e a tarifa não
sofre nenhum acréscimo. A amarela é destinada a condições de
geração menos favoráveis, com a tarifa sofrendo acréscimo de R$
2,50 para cada 100 quilowats-hora (kWh) de consumo. Com isso, fica a
sensação de que houve uma manipulação da real situação da
produção e distribuição de energia elétrica do pais, gerando
para o cliente a expectativa de que ele poderia vir, num determinado
cenário, a ser beneficiado. Contudo, desde que foram adotadas as
tais bandeiras e retirados aportes de recursos públicos para geração
de eletricidade, a verde, a favorável, ou a amarela, menos
desfavorável, nunca ocorreram, o que configura uma real
possibilidade de que o usuário possa estar fadado a pagar sempre
mais caro sem usufruir nunca de um benefício.
Não se
pode estabelecer ônus e bônus sem paridade entre eles. O que se vê
hoje é que, por mais que haja economia por parte dos brasileiros, a
conta da energia elétrica extrapola o orçamento familiar. Isso sem
falar nas empresas, que também estão sentindo os efeitos desse
encarecimento. Os eufemismos das bandeiras verde e amarela foram
anulados pela bandeira vermelha.
Fonte:
Correio do Povo, editorial da edição de 29 de junho de 2015, página
2.