Em
depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba (PR), a doleira Nelma
Kodama disse ontem que “o Brasil é movido a corrupção”.
Condenada a 18 anos de prisão nas nações da operação Lava Jato,
ela está presa desde que foi flagrada tentando embarcar para a
Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha. “Uma
vez que parou a corrupção, parou o Brasil. Faltou água, é a Lava
Jato. Subiu a energia, foi a Lava Jato”, disse. “Uma corrupção
cobre a outra corrupção (…). Um santo cobrindo outro. Quebrou o
vício, o círculo, aí o país entrou em crise, entrou em uma
recessão.
Ela foi condenada pelo juiz
federal Sérgio Moro por liderar um esquema de lavagem de dinheiro e
evasão de divisas que teria movimentado de forma fraudulenta R$ 221
milhões em dois anos e enviado para o exterior outros R$ 5,2 milhões
por meio de 91 operações de câmbio irregulares. “Tenho vergonha
de dizer que hoje que sou doleira, de ter participado disso tudo. Eu
admiro a atuação do juiz federal Sérgio Moro, mesmo sendo
condenada a uma pena pesada. Eu o admiro, eu o acho que estão
tentado virar, falando que há desemprego, recessão, porque pararam
as obras”, afirmou a doleira. “Se
for necessário que haja desemprego ou recessão para acabar com a
corrupção, vamos lá, somos brasileiros.”
Nelma disse que “viveu maritalmente” com o doleiro Alberto
Youssef de 2000 a 2009. Ela ainda fez questão de mostrar que levava
os euros apreendidos no bolso da calça, não na calcinha.
Fonte: Correio do Povo, página 3 de 13 de maio de 2015.