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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Itamaraty tenta regularizar situação de brasileiro em greve de fome na Palestina


Palácio Itamaraty iluminado de azul em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Em nota, o Itamaraty destaca que o brasileiro está em presídio palestino mesmo já tendo cumprida a sua penaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O Ministério das Relações Exteriores informou que continuará atuando junto aos governos da Palestina e de Israel para que seja possível regularizar a situação, o mais breve possível, do brasileiro-palestino Islam Hamed, de 30 anos, em greve de fome há mais de 60 dias. Segundo a pasta, o último boletim médico informou que o brasileiro perdeu mais de 25 quilos (de 101kg para 75kg) e sua situação de saúde continua piorando.
Hamed reivindica a liberdade e o regresso ao Brasil já que terminou de cumprir, há um ano e meio, a pena a qual foi condenado.
Segundo o Itamaraty, o brasileiro, preso na Palestina desde 2010, teve sua pena expirada em setembro de 2013 e desde então permanece detido sem base legal pelas autoridades palestinas, apesar de decisão da Suprema Corte ter determinado sua soltura.
“O governo palestino condiciona a libertação do senhor Hamed à emissão de documento, por parte do governo brasileiro, responsabilizando-se por sua segurança. Trata-se de demanda incabível, uma vez que o governo brasileiro não tem meios legais ou materiais para exercer sua jurisdição e poder de polícia no território do Estado da Palestina ocupado por Israel”, disse o Itamaraty, em nota.
O ministério informou que o governo brasileiro tem redobrado seus esforços aos dois governos para que o brasileiro seja solto e repatriado para o Brasil. “Visitas consulares para acompanhamento do brasileiro estão sendo feitas com frequência, e médico foi contratado pelo governo brasileiro para fazer visitas ao senhor Hamed. Além disso, foi possível obter sua transferência para prisão com condições melhores. O brasileiro expressou disposição de ser libertado, mesmo sem ter certeza de que poderia ser repatriado para o Brasil, e de permanecer em Ramala até que seja possível operar sua repatriação”, diz a nota.
De acordo com o Itamaraty, o governo de Israel, “junto ao qual têm sido feitas insistentes gestões sobre o caso”, informou que investiga Hamed pela suposta participação em ataque a dois cidadãos israelenses, em 2010, e confirmou, em nota, em resposta à solicitação formal do Brasil, que não tem intenção de permitir sua saída da Palestina após a soltura da prisão. “As autoridades israelenses deixaram claro que não pretendem conceder o salvo-conduto solicitado pelo governo brasileiro para que o senhor Hamed seja repatriado para o Brasil”, destacou a diplomacia brasileira.